Família: “Ser Mãe é aprender e crescer constantemente com os filhos” – Mafalda Frazão

Mafalda Frazão é mãe de cinco filhos e assume que a maternidade é um modo de “dar vida, aprender e crescer constantemente com os filhos”.

“Para mim ser mãe é aumentar e dilatar ainda mais o que é que a vida pode ser, o que é que a vida nos pode dar, o que é que podemos descobrir com a vida também. No fundo é ser mais vida, é dar vida, é aprender e crescer constantemente com os filhos também e é uma experiência, na verdade, de um crescimento diário”, disse Mafalda Frazão.

Numa entrevista emitida no Programa ECCLESIA (RTP2), a respeito do Dia da Mãe, que se assinala em Portugal, a 4 de maio, Mafalda Frazão explica que o seu “projeto de família foi crescendo naturalmente, sem grandes programações, sem grandes estratégias definidas”.

“Na verdade, nasceu o primeiro filho, quando ele tinha um ano e pouco, uma vez estava a brincar com ele e estava a pensar, realmente precisas de um irmão ou de uma irmã, porque eu sempre percebi que isso para mim tinha sido um dos maiores tesouros na vida”, acrescenta.

Mafalda Frazão, a terceira de sete irmãos, refere que sempre viu nesta família numerosa “um dos maiores tesouros”, por isso, quis que o seu primeiro filho tivesse “essa oportunidade”.

“Acho que por ter tido sete irmãos, não é que sempre quisesse ter imensos filhos, mas que descomplicou muito a forma de viver. Ter muitos irmãos é quase como viver num microssistema em que conseguimos fazer várias experiências até pessoais, e quase sociológicas” assinalou, sobre “uma aprendizagem muito grande”, ao mesmo tempo é “uma companhia continua”.

O exemplo da sua mãe, que sempre deu aulas na Escola de Enfermagem, “trabalhou a vida inteira”, mas, às vezes, com os irmãos achavam que “não  trabalhava, que ela conseguia estar sempre presente nos vários momentos importantes”,  e tratava-os de “uma maneira muito única”, são “quase oito filhos únicos”.

Mafalda Frazão explicou também importância do voluntariado na sua vida, da qual fazem parte o marido e os filhos, aprendido pelos exemplos em casa, desde a infância quando ia “a alguns bairros” com a avó, que era médica de saúde pública, ou no colégio, aos 8 anos, quando a turma inteira uniu-se para dar apoio a uma família, cuja criança tinha sido identificada pela mãe.

Mais tarde, acrescentou, criou, “com amigos”, um grupo de voluntariado de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo, no Porto; formada em Design, “uma área distante da medicina e destas áreas mais sociais”, começou a trabalhar com a visão de que “também com criatividade” conseguem arranjar soluções para problemas, e, quando conheceu o futuro marido, Nuno Frazão, ele “já tinha criado uma ONG”, que os levou a outros continentes – África, Ásia, América – e países como Angola, a Índia, o Brasil, nomeadamente ao Complexo do Alemão, e à Amazónia.

“Quando casamos e quando comecei a ter filhos já não dava para viajar tanto, para estar nesses países de uma maneira tão regular, acabei por entrar por um mundo do empreendedorismo social, e a ensinar pessoas que querem desenvolver projetos e que querem atuar em problemas societais”, explicou a entrevistad,a que trabalha também na Católica Lisbon School of Business & Economics.

Mafalda Frazão é também a convidada do Programa ECCLESIA do Dia da Mãe, este Domingo,  na Antena 1 da rádio pública (6h00).

A Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, escreveu a mensagem intitulada ‘Dia da Mãe – Elevar o coração’, onde convida a “parar para pensar” e assinala que esta celebração deve situar-se “no projeto do Ano Santo”.

“Parar para pensar e reconhecer que a esperança acontece quando a semeamos, intuindo as inspirações do coração nas nossas relações com os outros, numa verdadeira abrangência universal, mas, sobretudo, nos circuitos da vida familiar”, lê-se na mensagem intitulada ‘Dia da Mãe – Elevar o coração’.

“Com a Igreja universal, queremos ser peregrinos de esperança. Sempre imbuídos de uma espiritualidade sinodal, desejamos que a vida, em todas as suas dimensões, se torne uma verdadeira peregrinação”, acrescenta o texto.

O organismo católico evoca “com profunda gratidão” o Papa Francisco.

Com a nossa oração e comunhão acompanhamo-lo no seu peregrinar para a Casa de Deus Pai, ao encontro do regaço de Maria, nossa Mãe, a quem sempre amou”.

“A mãe é, sobretudo, a heroína que eleva o coração do marido, dos filhos, dos netos, hoje, amanhã e sempre, nos momentos de alegria, assim como na angústia e na tempestade. A força do seu coração chega a todos, impercetivelmente ou com gestos, silenciosamente ou com palavras”, assinala a nota da comissão.

“Às mães maltratadas ou desprezadas, às que perderam um filho, às que vivem sem aconchego, às que sentem a solidão – seja na velhice ou até mesmo na juventude – , às cansadas e sem amparo, saibamos mostrar-lhes que todo o seu empenho em elevar o coração não ficará sem recompensa”, acrescenta a mensagem.

Obrigado, mães. Convosco, viveremos a proximidade cristã, ajudando, sempre, a elevar o coração”.

Fonte: Ecclesia

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