Entrevista: «Ao município de Mogadouro compete criar instrumentos para apoiar a inciativa privada» – António Joaquim Pimentel

O atual presidente do município de Mogadouro, António Joaquim Pimentel, é o candidato do PSD nas eleições autárquicas de 12 de outubro, define-se como uma pessoa dedicada, empreendedora, executiva e no primeiro mandato realizou obras como a requalificação da avenida do Sabor, atribuiu apoios à criação de emprego e elevou Mogadouro a cidade.

Terra de Miranda – Notícias: Quem é António Joaquim Pimentel e qual o seu percurso de vida profissional?

António Pimentel: Comecei a minha vida profissional como professor na escola secundária de Mogadouro. Na área da agropecuária, fui funcionário da junta nacional dos produtos agropecuários e trabalhei no Ministério da Agricultura. Posteriormente, assumi a direção da Caixa Agrícola de Mogadouro. Na área empresarial, instalei uma exploração de cunicultura. Na política, fui vereador durante 12 anos. E em 2021, assumir a presidência da Câmara Municipal de Mogadouro.

T.M.N.: António Pimentel é considerado uma pessoa empreendedora. Como se transmite esta cultura empreendedora?

A.P.: Transmite-se pelo exemplo. Em 2013, na sequência de um estudo de prospecção empresarial, enveredei pela cunicultura, a criação de coelhos, pois conclui que poderia ser uma área económica rentável e em expansão. E de facto, assim aconteceu, pois na região do planalto mirandês já foram instaladas outras unidades de cunicultura. Atualmente, a empresa sediada em Mogadouro é provavelmente o maior exportador do concelho para a vizinha Espanha. Com esta escolha empresarial, quis mostrar que é possível inovar e desenvolver o concelho de Mogadouro.

“O empreendedorismo ensina-se pelo exemplo.”

T.M.N.: A experiência e conhecimento na área empresarial é uma mais-valia para o exercício da política?

A.P.: Se algum atributo eu tenho, é a capacidade de dedicação e de execução. Considero que sou sobretudo um executivo. No exercício da política, dou como exemplo a nossa atuação no âmbito dos programas comunitários. Só no ano de 2023, conseguimos captar mais de 4,2 milhões de euros, o maior valor dos últimos dez anos. Isto demonstra a gestão eficaz, o planeamento estratégico e a capacidade de execução. Por outro lado, o município de Mogadouro rege-se pelo rigor financeiro e honra os seus compromissos, não devendo nada a fornecedores, nem a empresários, nem à banca. E pretendemos manter esta direção e ritmo ao longo dos próximos anos, com a missão de proporcionar sempre melhores condições de vida e bem estar à população do concelho de Mogadouro.

“Se algum atributo eu tenho, é a capacidade de dedicação e de execução. Considero que sou sobretudo um executivo.”

T.M.N.: Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, recandidata-se à presidência da Câmara Municipal de Mogadouro. Que trabalho realizou o atual executivo desde 2021 até outubro de 2025?

A.P.: Neste primeiro mandato, como presidente do município de Mogadouro, conseguimos imprimir uma intensa atividade em todas as áreas: social, educação, cultura, saúde, empreendedorismo, turismo, internacionalização e desenvolvimento económico. Na área social, somos um exemplo a nível nacional, com políticas de apoio às famílias e às instituições locais. Apoiámos a natalidade, a aquisição de medicamentos, o acesso à habitação, o transporte gratuito para consultas e tratamentos, o reembolso das despesas escolares, bolsas de estudo e o reforço dos apoios financeiros às IPSS’s e às Freguesias. Na saúde, inaugurámos recentemente em Mogadouro, o polo do Hospital Terra Quente, o que permite a realização de exames de diagnóstico e consultas de especialidade médica.

“Na saúde, inaugurámos recentemente em Mogadouro, o polo do Hospital Terra Quente, o que permite a realização de exames de diagnóstico e consultas de especialidade médica.”

T.M.N.: A natalidade cresceu em Mogadouro?

A.P.: Sim, a natalidade aumentou no concelho de Mogadouro e pela primeira vez as creches existentes não tinham vagas suficientes para as crianças. Por essa razão, foi criado um novo apoio financeiro para que haja mais amas para cuidar das crianças. Em simultâneo, vamos construir uma nova creche municipal para dar resposta ao aumento de crianças no concelho de Mogadouro.

T.M.N.: Um dos marcos deste mandato autárquico foi a elevação de Mogadouro a Cidade, no dia 13 de março de 2025?

A.P.: Sim, a elevação a cidade é o reconhecimento do dinamismo social e económico existente em Mogadouro. Com esta distinção queremos que Mogadouro se afirme regional, nacionalmente e internacionalmente, como uma cidade e um concelho onde existem serviços de qualidade e ótimas condições para atrair e fixar pessoas, famílias e empresas.

T.M.N.: No âmbito das infraestruturas, que obras realizaram?

A.P.: Concluímos obras estruturantes como a nova cantina escolar, a reabilitação da Escola Secundária e do pavilhão gimnodesportivo. Em várias freguesias houve requalificação dos arruamentos. Na cidade de Mogadouro, requalificamos os Bairros de São José e do Valado, a avenida do Sabor e falta apenas o Bairro do Castelinho. Beneficiámos a rede de água e saneamento e reforçámos a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Bastelos e a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Mogadouro (ETAR).

“A elevação a cidade é o reconhecimento do dinamismo social e económico existente em Mogadouro.”

T.M.N.: Mogadouro é um concelho que tem conseguido fixar a população, graças ao dinamismo económico de atividades como a agricultura, a pecuária, a indústria, o comércio e os serviços. Como se consegue este dinamismo económico? Que políticas locais é importante implementar? O que compete ao município? E o que é da responsabilidade privada?

A.P.: É evidente que a iniciativa privada é muito importante. Ao município compete criar instrumentos para apoiar a inciativa privada. Nestes últimos quatro anos, criámos vários regulamentos para apoiar o desenvolvimento das atividades empresariais no concelho. Destaco, por exemplo, a atribuição de 5 mil euros e os custos iniciais da Segurança Social para a criação de novos postos de trabalho nas empresas do concelho de Mogadouro. Há ainda programas de apoio ao investimento local.

“Para a criação de novos postos de trabalho nas empresas do concelho de Mogadouro, o município de Mogadouro atribuiu de 5 mil euros e assume os custos iniciais da Segurança Social.”

T.M.N.: Se a população do concelho de Mogadouro voltar a eleger a equipa do PSD para o governo do municipio, quais são as prioridades do próximo mandato? O que é importante fazer no concelho de Mogadouro?

A.P.: A par da continuidade das políticas sociais, educativas, culturais e empresariais definimos alguns projetos âncora para o desenvolvimento do concelho de Mogadouro. Entre estes projetos, destaco a conclusão a abertura do matadouro municipal, a construção do parque biológico do Juncal, a construção de museu de Mogadouro, a construção de um novo ginásio municipal e continuar a trabalhar para atrair investimento privado com a finalidade de construir um hotel na cidade de Mogadouro.

T.M.N.: Talvez o maior desafio dos concelhos do interior do país seja a baixa densidade populacional, o envelhecimento da população, a dificuldade em fixar os jovens e a baixa natalidade. Qual é a estratégia do PSD de Mogadouro para este problema demográfico?

A.P.: Antes do executivo do PSD entrar em funções, o concelho de Mogadouro perdeu 775 residentes, entre 2023 e 2021. Felizmente, nestes últimos quatro ano, perdemos apenas 125 residentes, o que demonstra o trabalho que estamos a desenvolver para estancar o êxodo populacional, fixar a população e atrair novos habitantes. Para isso, muito têm contribuído o apoio à criação de emprego, que fixa pessoas e famílias e o apoio à natalidade. Recentemente, registámos a vinda de três casais que se mudaram de grandes cidades, para viver no concelho de Mogadouro. No próximo mandato, espero que o saldo seja positivo e que a cidade e o concelho ganhem população.

“Os apoios à criação de emprego e à natalidade estão a fixar pessoas no concelho de Mogadouro.”

T.M.N.: Logo após as eleições autárquicas de 12 de outubro, realiza-se em Mogadouro a histórica Feira dos Gorazes. O certame decorre de 15 a 19 de outubro, no pavilhão Origem Mogadouro e volta contar com um grande investimento na animação musical. Este certame é uma imagem de Mogadouro?

A.P.: Sim, a feira dos Gorazes em Mogadouro sempre teve muitos motivos de interesse. Antigamente, era uma feira durante a qual se vendiam e compravam animais, assim como os produtos das colheitas e peças de vestuário e calçado para o inverno. Depois, com a mecanização da agricultura e a recente construção de novas infraestruturas, como este pavilhão “Origem de Mogadouro” foi possível dar mais qualidade, asseio e conforto aos produtores, artesãos e ao público. Por isso, os Gorazes – Feira de Atividades Económicas e Turísticas do Nordeste Transmontano, coorganizados pelo município e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Mogadouro (ACISM) são uma das melhores feiras do país.

“Os Gorazes – Feira de Atividades Económicas e Turísticas do Nordeste Transmontano, coorganizados pelo município e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Mogadouro (ACISM) é uma das melhores feiras do país.”

HA



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