Ensino Superior: Instituto Politécnico de Bragança (IPB) com primeiro doutoramento
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) tem acreditado o primeiro doutoramento do país lecionado no ensino politécnico, com a designação de “Engenharia de Sistemas Inteligentes”, anunciou a instituição.
O presidente do IPB, Orlando Rodrigues, disse à Lusa que esta aprovação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3Es), por seis anos e sem condicionamentos, era muito ambicionada, e tem “um valor simbólico” porque representa uma vitória para os politécnicos.
A alteração da lei que regulamenta a atribuição de graus e diplomas no ensino superior, votada por unidade na Assembleia da República em fevereiro de 2023, veio permitir aos politécnicos conferir o grau de doutor.
“Era uma alteração muito ambicionada pelo sistema politécnico, tendo em conta que pretendemos ser instituições próximas das empresas, mas com capacidade científica. Daí que os doutoramentos fossem absolutamente centrais nesta estratégia”, explicou Orlando Rodrigues, acrescentando que este é o culminar de um processo “que passou no parlamento depois de muito esforço e de muita luta”.
“Os politécnicos submeteram as suas propostas. Este foi o primeiro a ser aprovado, outros serão de seguida. (…) Tem este valor especial, simbólico, porque é o resultado desta vitória dos politécnicos”, considerou o presidente do IPB.
Para Orlando Rodrigues, a ‘luz verde’ dada ao doutoramento é também uma questão de justiça.
“Porque há um requisito que é o mais difícil de atingir, desde que foi alterada esta lei dos graus e diplomas, que exige que para se ter um doutoramento as instituições têm de ter um centro de investigação com a classificação mínima de muito bom ou excelente. Nós temos dois com a classificação de excelente. Algumas universidades não têm nenhuma”, salientou Orlando Rodrigues.
O responsável afirmou ainda que há vários alunos de doutoramento a serem orientados pela instituição que dirige, mas estes tinham de recorrer a universidade externas, portuguesas ou espanholas, com as quais o IPB tem protocolos, para poderem obter o grau.
“Não era justo e, sobretudo, não era eficaz, porque não podíamos ajustar completamente as linhas de investigação às necessidades das nossas regiões. E isso agora será possível. (…) Vai-nos permitir desempenhar melhor o nosso papel (…)”, rematou Orlando Rodrigues.
O IPB aguarda a aprovação ainda de mais dois cursos de doutoramento, um em Engenharia de Biossistemas e outro em Tecnologia e Produtos de Base Natural.
Fonte: Lusa