Cultura: Pauliteiros de Miranda e Capa d’honras participaram nos 20 anos do património imaterial da UNESCO

Os Pauliteiros de Miranda e uma artesã de confeção da Capa d’Honras Mirandesa, acompanhados pela presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, participaram no dia 21 de outubro, em Lisboa, no programa comemorativo dos 20 anos da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO.

O Museu Nacional do Traje, em Lisboa, foi o local do programa Portugal Imaterial: Convenção UNESCO 2003-2023, que decorreu nos dias 20, 21 e 22 de outubro e trouxe à capital do país muitas das expressões culturais que fazem parte do património Cultural Imaterial (PCI), em Portugal.

Sobre a participação dos pauliteiros de Miranda e da arte de confecção da Capa d’Honras neste programa comemorativo, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, informou que o convite surgiu na sequência da inscrição desta indumentária no inventário nacional.

“Com a recente inscrição da arte de confecção da Capa d’Honras, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, o município de Miranda do Douro recebeu o convite para participar no 20º aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO. O grupo de pauliteiros de Miranda também participou, dada a candidatura que está a decorrer para inscrever estas danças tradicionais no património imaterial português”, disse.

Assim, no sábado 21 de outubro, os Pauliteiros de Miranda tiveram a oportunidade de dançar no átrio do Museu Nacional do Traje. Recorde-se que a candidatura “Dança Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais” aguarda aprovação, após ter sido submetida no passado dia 10 de julho de 2023, ao Inventário Nacional do de Património Cultural Imaterial.

Na apresentação desta candidatura, o etnógrafo, Mario Correia, referiu que a elegibilidade da dança dos pauliteiros de Miranda a património imaterial exige o enquadramento desta manifestação cultural com as vivências comunitárias, como são as festas tradicionais.

No que se refere à Capa d’Honras, a arte de confecção desta peça de vestuário, já está inscrita no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. No programa comemorativo dos 20 anos do património imaterial da UNESCO, coube a uma artesã do concelho de Miranda do Douro, mostrar como se confecciona esta indumentária.

A Capa d’Honras é outra das marcas identitárias da Terra de Miranda. De porte majestoso, esta peça de vestuário é feita em lã, que depois de tosquiada e lavada, passa por um conjunto de processos de transformação (carmeagem, cardagem, fiação em torno ou em roca, tecelagem e pisoagem) que permitem fabricar um tecido final espesso, bastante impermeável e térmico.

A placa distintiva da inscrição do “Processo de Confecção da Capa de Honras” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI) foi afixada na Câmara Municipal de Miranda do Douro, junto à pintura do saudoso Aureliano Ribeiro, considerado um dos grandes artesãos da Capa de Honra Mirandesa.

No 20º aniversário da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, em Lisboa, participaram ainda outras manifestações culturais de Portugal, inscritas no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. Foram os casos da Festa dos Tabuleiros, de Tomar; as demonstrações das Técnicas de Carpinaria Naval, de Vila do Conde; a demonstração de Pintura de Painel de Barco Moliceiro, de Aveiro; a Confeção dos Tapetes, de Arraiolos; a Arte da Calçada Portuguesa; um Atelier da Olaria de Bisalhães; a tiragem da Cortiça, em Coruche; a Confeção de Flores de Papel, da Campo Maior; ou o Cante Alentejano, pelo grupo coral de Serpa.

HA

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