Ensino: Final do ano letivo junta professores de projeto ibérico bilingue
No encerramento do ano letivo 2024/2025, professores portugueses e espanhóis reuniram-se em Bragança, no âmbito do Projeto de Escolas Bilingues e Interculturais de Fronteira (PEBIF).
Esta é uma iniciativa conjunta dos governos de Portugal e Espanha com o apoio da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), que conta com dezenas de docentes “com o objetivo de partilhar práticas pedagógicas, avaliar os resultados alcançados ao longo do ano e preparar o futuro desta rede de cooperação educativa”, segundo a organização.
Este projeto tem vindo a envolver mais de 50 escolas e cerca de 1500 alunos, para promover “uma abordagem educativa inovadora que valoriza a diversidade linguística e cultural como uma mais-valia para o desenvolvimento regional e para o futuro das novas gerações”.
O projeto foi citado pela Comissão Europeia como um exemplo de boas práticas em cooperação transfronteiriça e no ano passado, a OEI foi distinguida com o Prémio Princesa das Astúrias de Cooperação Internacional.
Política: Debate do programa do Governo a 17 e 18 de junho
O Programa do XXV Governo Constitucional, o segundo do executivo PSD/CDS liderado por Luís Montenegro, vai ser debatido na Assembleia da República nos dias 17 e 18 de junho, decisão tomada em conferência de líderes.
Em relação ao Programa do Governo, o PCP já anunciou que vai apresentar uma moção de rejeição, mas a iniciativa dos comunistas tem chumbo certo, já que, além do PSD e CDS, também não terá o apoio do Chega e do PS.
O segundo Governo liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro é constituído por 16 ministérios, menos um do que o anterior, sendo que 13 ministros mantêm-se.
A posse dos ministros do XXV Governo Constitucional ocorreu a 5 de junho, apenas 18 dias depois das eleições, o que constitui o processo mais rápido de formação de Governo nos mandatos presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa.
Política: Presidente da República associa subida do Chega ao medo e rejeição da imigração
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que os portugueses penalizaram o PS, após quase 30 anos de governação e associou a subida do Chega nas legislativas de 18 de maio, ao medo e rejeição da imigração.
Marcelo Rebelo de Sousa dedicou parte substancial do seu discurso na cerimónia de posse do XXV Governo Constitucional, o segundo executivo PSD/CDS-PP chefiado por Luís Montenegro, a enquadrar a descida do PS e a subida do Chega nas eleições legislativas de 18 de maio.
O chefe de Estado qualificou esse momento como “um virar de página agora mais pronunciado”, depois de décadas de alternância entre ciclos de centro-esquerda e de centro-direita no poder.
“Os portugueses não se limitaram a substituir um ciclo por outro. Essa mudança inseriu-se numa evolução europeia que chegou mais tarde a Portugal, de enfraquecimento dos partidos clássicos perante novas realidades políticas, processo começado na Europa pelo menos há 20 anos. Entre nós, com democracia mais jovem, há menos tempo”, disse.
Segundo o Presidente da República, em Portugal, os anos de “2017 e 2018 marcaram a chegada do mesmo fenómeno”, com o aparecimento de “forças novas ou renovadas mais radicais”, que se intensificou mais recentemente, nas últimas três eleições legislativas antecipadas que convocou.
“De 2022 até 2024 e 2025 foi um galope”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou fatores associados a essa subida: “O envelhecimento prosseguiu sem inversão. O rearranque económico, mais três lentos anos de reestruturação dos serviços estrangeiros e fronteiras, geraram um salto da imigração por regularizar sem noção do seu cabal alcance, embora percebendo-se que a maioria clara era de falantes de português, e neles de brasileiros e de comunidades cristãs”.
“Turismo residencial explodiu e adquiriu habitação por todo o território nacional. Também porque a guerra convertera Portugal em ilha ainda mais segura, ao mesmo tempo europeia e atlântica. Estruturas sociais, então, tremeram”, prosseguiu.
O Presidente da República realçou que a chegada de estrangeiros teve impactos na educação, na saúde e na habitação.
“Isto mais a criação de uma tensão crescente em quem sabe, ao mesmo tempo, que a economia e a sociedade precisam de mais abertura, circulação de pessoas e mão de obra, mas adere instintivamente ao medo, à incompreensão e à rejeição perante os que entraram, apesar de muitos se terem integrado em criação de emprego e contribuições para a segurança social”, analisou.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que tudo isso aconteceu “tão depressa, tão inesperadamente, que mudara o Portugal dos anos 80, 90 e início do século XXI”.
“E mudava, agora, os seus hábitos de vida. Finalmente, fundos europeus que podem ajudar a crescer e atenuar tensões, a demorarem teimosamente a chegar às pessoas de 2022 em diante”, acrescentou.
Quanto à descida do PS, considerou que “os portugueses penalizaram a força política que havia governado Portugal desde 1995 e até 2024, quase 30 anos, salvo dois períodos, um de três, outro de quatro anos, e que a conseguira praticamente igualar o vencedor em 2024”.
O chefe de Estado relativizou esta descida, dizendo que “o fenómeno não é novo” na democracia portuguesa e que também o centro-direita e a direita estiveram na oposição “por quase 30 anos – tirando sete”, durante os quais “o centro-esquerda sozinho ou com o apoio parlamentar da restante esquerda governou Portugal”.
Mais à frente, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se, sem os nomear, ao PS como “a mais antiga, ainda mais votada” das oposições “e a que tanto se deve” na criação da democracia, e ao Chega como oposição “agora emergente, que mobiliza muitos dos menos jovens mais desiludidos e muitos dos mais jovens portadores de mudanças também mais radicais, que lidera as bancadas parlamentares”.
Mogadouro: D. Nuno Almeida inicia Visita Pastoral à Unidade Pastoral de Nossa Senhora do Caminho
O bispo da diocese de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida inicia a 7 de junho, a visita pastoral à Unidade Pastoral Senhora do Caminho, no concelho de Mogadouro.
Segundo o secretariado das comunicações sociais da diocese de Bragança-Miranda, no sábado, dia 7 de junho, Dom Nuno Almeida visita as comunidades de Figueirinha (09h30), Granja, e Gregos (11h30).
No Domingo, dia 8 de junho, o bispo diocesano preside a celebrações eucarísticas nas localidades de Brunhosinho (09h30), Sanhoane (11h00) e Travanca (12h00).
No dia 14 de junho, Dom Nuno Almeida vãi administrar o sacramento da confirmação a cerca de 90 fiéis do concelho, numa celebração agendada para as 17h00, na igreja matriz de Bemposta.
De acordo com o programa, a visita pastoral prossegue a 21 de junho, em Peredo de Bemposta (11h00), Ventozelo (15h00) e Algosinho (16h30). No dia seguinte, dia 22, o prelado desloca-se a Tó (10h00), para depois visitar Bemposta (11h30), Lamoso (15h00) e Urrós (16h30).
“O concelho de Mogadouro corresponde à Unidade Pastoral da Senhora do Caminho, onde exercem ação litúrgica e pastoral, os padres Duarte Manuel Caldas Gonçalves, Nelson César Pinto Silva, Paulo Jorge Medeiros de Freitas e Pedro Armando Samões. Colaboram, ainda que jubilados, o Cónego Artur Lázaro Parreira e o Cónego Dino dos Santos Parra”, informa a diocese de Bragança-Miranda.
Curso Bíblico A visita pastoral é antecedida por um Curso Bíblico, que decorre de 3 a 6 de junho, sendo orientado por Frei Hermano Filipe da ordem dos Frades Menores Capuchinhos. A formação realiza-se às 18h00, na sede da Junta de Freguesia de Urrós e às 20h30, no Centro Social Paroquial de Bemposta.
Fonte e foto: Secretariado das comunicações sociais da diocese de Bragança-Miranda
Miranda do Douro: Meio milhar de pessoas no 4º Campeonato de Jogos Tradicionais
No dia 15 de junho, Miranda do Douro é o localidade escolhida para a realização do 4º Campeonato Intermunicipal de Jogos Tradicionais, uma competição intergeracional organizada pela Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) que vai trazer à cidade meio milhar de participantes, vindos de nove concelhos transmontanos.
A apresentação da 4ª edição do Campeonato de Jogos Tradicionais das Terras de Trás-os-Montes, realizou-se no dia 4 de junho, em Bragança e contou a participação do presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM-TTM), Pedro Lima e de Rui Cortinhas, presidente de Associação de Jogos Populares de Bragança.
O presidente da CIM-TTM, Pedro Lima, começou por destacar que o campeonato de jogos tradicionais, cuja primeira edição ocorreu em 2022, tem como principais objetivos envolver as escolas, instituições sociais, autarquias e famílias e incutir valores como a socialização, o espírito de equipa e o sentido de pertença à comunidade.
“A preservação de jogos tradicionais como o fito, a raiola, a corrida de sacos, entre outros jogos lúdicos visa também preservar e transmitir um património imaterial comum aos vários concelhos transmontanos. Estes jogos lúdicos são uma marca identitária do povo transmontano e temos verificado que há um envolvimento crescente na sua revitalização”, disse, Pedro Lima.
O também autarca de Vila Flor, Pedro Lima, referiu que perante o envelhecimento da população na região de Trás-os-Montes, o convívio intergeracional proporcionado pelo campeonato de jogos tradicionais visa transmitir esta herança cultural aos mais jovens.
Segundo a Comunidade Intermunicipal vão participar no 4º Campeonato de Jogos Tradicionais, que terá lugar no Jardim do Frades Trinos, em Miranda do Douro, 500 pessoas provenientes dos nove municípios que compõem a CIM-TTM: Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
O presidente da CIM-TTM, Pedro Lima, na apresentação do 4º Campeonato Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes.
“No dia 15 de junho, em Miranda do Douro, vão competir entre si, os campeões dos nove concelhos, em vários escalões (adultos, jovens e crianças) e nos vários jogos de fito, raiola, malha, tração à corda, corrida de sacos, jogo do burro, dança das cadeiras e relha”, indica a organização.
Na competição, há também lugar para as pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade, nos jogos do burro, fito adaptado, dança das cadeiras adptado e tração à corda.
Aquando da apresentação do 4º Campeonato Intermunicipal de Jogos Tradicionais foram anunciados vídeos tutoriais sobre os Jogos Tradicionais, que vão estar acessíveis no site e no canal do YouTube da CIM-TTM.
“Com esta nova ferramenta pretende-se tonar os jogos tradicionais acessíveis ao público e incentivar a sua prática, em particular nas escolas, IPSS’s e outros agentes educativos”, indica a CIM-TTM.
De acordo com Rui Cortinhas, da Associação de Jogos Populares de Bragança, as escolas recorrem cada vez mais à prática dos jogos tradicionais, como uma estratégia para dimunuir a atração dos jovens pelos ecrãs e os jogos tecnológicos.
Vimioso: Alunos assumiram o papel de deputados municipais
Em Vimioso, para assinalar o Dia Mundial da Criança, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), em colaboração com o Agrupamento de Escolas de Vimioso (AEV) e o município promoveram a 4 de junho, assembleias municipais juvenis, com a finalidade de dar a conhecer aos jovens o que é a atividade política autárquica.
O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, explicou aos alunos do Agrupamento de Escolas, o funcionamento da Assembleia Municipal.
A iniciativa decorreu no salão nobre da Câmara Municipal de Vimioso e envolveu os alunos dos 7º, 8º e 9º anos do AEV. Os jovens estudantes assumiram o papel de deputados e recriaram uma sessão da assembleia municipal, tendo identificado problemas e apresentado propostas ao executivo municipal, liderado pelo presidente, António Santos.
Na resposta às várias interpelações da assembleia municipal, o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, saudou a iniciativa conjunta da CPVJ e do AEV, com vista a despertar o interesse dos jovens pela melhoria das condições de vida no concelho.
“Agradeço a chamada de atenção para os problemas que existem na escola, na vila e no concelho de Vimioso, nas áreas da segurança rodoviária, no cuidado com os espaços públicos, como o parque municipal e também na área do ambiente, como a gestão eficiente da água. Agradeço também as vossas propostas e sugestões para melhorar a qualidade de vida no concelho. É precisamente assim, com atenção e participação, que se exerce a atividade política”, disse o presidente do município de Vimioso.
Para além das assembleias municipais juvenis, o Dia Mundial da Criança, em Vimioso, prosseguiu durante a tarde no parque municipal, com uma tarde recreativa e um lanche.
Miranda do Douro: Os profissionais foram à Escola Básica e Secundária
O Serviço de Psicologia e Orientação Vocacional do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD) organizou a atividade “Rumo ao Futuro”, com a finalidade de proporcionar o encontro dos alunos dos 9º, 11º e 12º anos com profissionais de várias áreas, para os ajudar a definir que profissões querem exercer no futuro.
No dia 30 de maio, o auditório da Escola Básica e Secundária (EBS), em Miranda do Douro, foi o local de encontro entre os alunos e 22 profissionais das áreas de: arquitetura, medicina dentária, engenharia mecânica, chef de cozinha, direito e solicitadoria, biologia, design, teatro, desporto, psicologia, educação de infância, medicina, enfermagem, fisioterapia, ciência biomédicas, veterinária, agricultura e pecuária, gestão, relações internacionais, ciências da informação e forças de segurança (GNR).
Ao longo do dia, os vários profissionais partilharam os seus percursos académicos e profissionais, esclarecendo os alunos mirandeses sobre as principais tarefas que desenvolvem no seu contexto de trabalho.
Segundo a psicóloga do AEMD, Natália Vara, esta atividade anual tem como objetivo acompanhar os alunos na descoberta dos seus interesses pessoais e facilitar a obtenção de informação sobre os percursos académicos e carreiras profissionais, para que a tomada de decisão seja consciente e fundamentada.
«No final de cada ano letivo, organizamos a atividade “Quando os profissionais vêm à escola…” para proporcionar um contacto de proximidade com os profissionais que já estão no mercado de trabalho. Neste encontro, os jovens alunos têm a oportunidade de colocar questões e esclarecer as suas dúvidas», explicou.
Lara Ferreira, formada em Relações Internacionais, deu o seu testemunho profissional através de vídeo conferência.
O Serviço de Psicologia e Orientação Vocacional do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD) acrescentou que esta atividade visa também explorar as diferentes profissões, conhecer as funções e tarefas específicas de cada profissão e obter uma visão atual do mercado de trabalho.
Após a participação na atividade “Rumo ao Futuro”, a aluna do 11º ano, Clara Bernardo, disse ter ficado mais informada sobre as várias possibilidades profissionais e indicou que gostaria de enveredar pela área da saúde.
“Estes encontros com pessoas de várias áreas profissionais permitem-nos adquirir conhecimento sobre as várias profissões. Pessoalmente, gostaria de seguir medicina e nesta sessão fiquei a saber da grande exigência desta profissão, pois há que estudar 12 anos no ensino superior para ser-se médica”, disse.
A companheira de turma, Laura Vinhão, mostrou-se convicta da profissão que quer exercer, a medicina dentária. Sobre o encontro com os profissionais que visitaram a Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro, a aluna do 11º ano, considerou que o encontro foi muito útil.
“O encontro com profissionais de várias áreas é uma oportunidade única para decidir que curso superior quero seguir e que profissão quero exercer no futuro próximo. Agradeço à escola por nos proporcionar uma atividade destas”, disse.
Por sua vez, o aluno do 9º ano, Guilherme Martins, mostrou-se decidido a seguir arquitetura.
“Pretendo seguir arquitetura e dado que no ensino secundário do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD) não há a área curricular de Artes Visuais, terei que ir estudar para outra escola”, avançou.
O projeto transdisciplinar “Rumo ao Futuro” é organizado no final do ano letivo pelo Serviço de Psicologia e Orientação Vocacional do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD),
Política: Eleições para secretário-geral do PS em 27 e 28 de junho
As eleições diretas para escolher o novo secretário-geral do PS vão decorrer em 27 e 28 de junho, como previa o calendário proposto pelo presidente do partido que foi aprovado na Comissão Nacional, com 201 votos a favor e cinco contra.
Os resultados da votação do calendário e do regulamento eleitoral para as diretas foram transmitidos à Lusa por fonte oficial do partido, não havendo nestes documentos aprovados informação sobre o congresso.
Segundo o mesmo calendário, a data limite para apresentação de candidaturas é dia 12 de junho, estando até agora na corrida à sucessão de Pedro Nuno Santos apenas o ex-ministro José Luís Carneiro.
Já a proposta alternativa, subscrita por Daniel Adrião, e que pretendia que houvesse primárias e que a escolha do novo líder do PS fosse depois das autárquicas, foi chumbada.
O presidente do PS – que assumiu interinamente as funções deixadas por Pedro Nuno Santos, que se demitiu na noite eleitoral – anunciou à chegada da Comissão Nacional que ia propor que a eleição do secretário-geral do PS decorresse imediatamente no dia 27 e 28 de junho, com a apresentação de candidaturas até ao dia 12 de junho.
“E que, depois das eleições autárquicas e quando a liderança que, entretanto, for eleita entender mais adequado, se realizam as eleições para delegados ao Congresso do Partido Socialista”, disse.
Política: Comércio vê vantagens na junção da Economia e Coesão Territorial
O presidente da Confederação dos Serviços e Comércio de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, classificou de “positiva” a junção dos ministérios da Economia e da Coesão Territorial e espera que o próximo orçamento do Estado traga o “esperado choque fiscal”.
Na leitura do presidente da CCP, “o Ministério da Economia tem sido desvalorizado” por “muitos governos, de todas as cores políticas”, considerando que um “dos grandes problemas” residia no facto de os projetos e a aplicação dos fundos comunitários “circular entre dois ministérios”, o que gerava “entropias”.
Neste contexto, Vieira Lopes vê como positiva a junção das duas áreas sob a mesma tutela, mas aponta dois desafios.
“O primeiro [desafio] é se se consegue combater a burocracia e tudo aquilo que perturba neste momento a aplicação dos fundos”, referiu, apontando que se correm sérios riscos de o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] não poder ser aplicado integralmente numa série de projetos e os atrasos no Portugal 2030.
A este junta-se o desafio de inverter a degradação dos centros das cidades, através de uma política de cidades: “Neste momento, os centros das cidades estão a degradar-se. Estão a prejudicar não só os habitantes das localidades, mas como também a própria economia e, qualquer dia, também o mesmo turismo. E não tem havido uma coordenação clara do urbanismo comercial, enfim, licenciamentos, mobilidade nos centros das cidades”, afirmou.
Olhando já para a preparação da proposta do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), João Vieira Lopes espera que esta integre de “forma muito mais clara” o “famoso choque fiscal”, considerando que as medidas tomadas até agora “foram de pequena monta”.
Ainda assim, admite que a revisão em baixa do crescimento da economia e a possibilidade de regresso a défices a partir de 2026 projetadas por vários organismos possa colocar risco no cumprimento de algumas promessas eleitorais, ressalvando que é, no entanto, necessário avançar no caminho do desagravamento fiscal.
Para a CCP é ainda fundamental que a Concertação Social seja valorizada e que sejam cumpridos os acordos já assinados, sendo este um desafio para o Ministério do Trabalho e que Maria do Rosário Ramalho terá, após as “circunstâncias políticas” terem levado o Governo anterior a viver “muito tempo, na prática, em campanha eleitoral”.
“Achamos que, neste momento, tem que ser valorizada claramente a Concertação Social, têm de ser cumpridos os acordos já assinados e vários aspetos que ficaram pendentes como o gestão do trabalho e outros têm que ser abordados”, precisou.
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, apresentou o seu segundo Governo, com 16 ministérios, menos um do que o anterior e vai manter treze dos 17 ministros do executivo cessante.
A posse do XXV Governo Constitucional será na quinta-feira, dia 5 de junho, às 18:00, sendo que o processo foi o mais rápido de formação de Governo nos mandatos presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa.
Política: Primeiro-ministro e ministros do XXV Governo Constitucional
Esta quinta-feira, dia 5 de junho, o primeiro-ministro, Luís Montenegro e os 16 ministros do XXV Governo Constitucional tomam posse às 18:00, no Palácio Nacional da Ajuda, 18 dias depois da vitória da AD, nas eleições legislativas.
O XXV governo constitucional é quarto executivo que o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, empossa, sendo que nenhum dos três anteriores executivos cumpriu o mandato até ao fim.
Na Sala dos Embaixadores, o chefe de Estado dará posse ao primeiro-ministro e depois aos 16 ministros, que serão chamados um a um, por ordem hierárquica, para prestar juramento e assinar o auto de posse.
Os secretários de Estado do XXV Governo Constitucional, que ainda não são conhecidos, só tomarão posse na sexta-feira, dia 6 de junho, pelas 12:00.
Na cerimónia de posse, seguem-se intervenções do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O XXV Governo mantém 13 ministros do anterior executivo e tem três novos: dois que não exerciam funções governativas no XXIV – Gonçalo Matias, na nova pasta da Reforma do Estado e que será ministro Adjunto, e Maria Lúcia Amaral, na Administração Interna – e Carlos Abreu Amorim, que sobe de secretário de Estado a ministro dos Assuntos Parlamentares.
Em relação ao executivo anterior, ficam de fora Pedro Duarte, até agora ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Reis, ministro da Economia, Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, e Dalila Rodrigues, ministra da Cultura.
Montenegro aproveitou para fazer algumas alterações orgânicas, criando um novo Ministério, o da Reforma do Estado, mas cortando a Economia e a Cultura como pastas autónomas. A Economia passa estar associada à pasta da Coesão Territorial, enquanto a Cultura fica no mesmo Ministério que a Juventude e Desporto.
No total, o XXV Governo terá menos um Ministério do que o anterior, 16, e seis ministras, também menos uma.
Na sua primeira tomada de posse, em 02 de abril do ano passado, o discurso de Luís Montenegro ficou marcado por um aviso à oposição, que repetiria depois em várias ocasiões.
“Não rejeitar o Programa do Governo no parlamento não significa apenas permitir o início da ação governativa. Significa permitir a sua execução até ao final do mandato ou, no limite, até à aprovação de uma moção de censura”, defendeu.
Na mesma ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu “apoio solidário e cooperante” a esse executivo PSD/CDS-PP.
Assinalou, porém, que a vitória da coligação entre PSD e CDS-PP (por cerca de 50 mil votos sobre o PS) tinha sido “porventura a mais estreita em eleições parlamentares” e que o executivo não contava “com o apoio maioritário na Assembleia da República”, considerando que nesse contexto “o diálogo tem de ser muito mais aturado e muito mais exigente”.
O primeiro Governo de Luís Montenegro acabou por cair menos de um ano depois, a 11 de março, em resultado da rejeição de uma moção de confiança que apresentou ao parlamento, durante uma crise política que surgiu por causa de uma empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, entretanto passada aos filhos.
Nas legislativas antecipadas de 18 de maio, a coligação AD (PSD/CDS-PP) voltou a vencer sem maioria absoluta, elegendo 91 deputados em 230 (mais 11 do que há um ano), dos quais 89 são do PSD e dois do CDS-PP.
O Chega passou a ser a segunda maior força parlamentar, com 60 deputados, seguindo-se o PS, com 58, a IL, com nove, o Livre, com seis, o PCP, com três, e BE, PAN e JPP, com um cada.