Mogadouro: Ampliação da Unidade de Cuidados Continuados
A Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro vai investir 3,5 milhões de euros na ampliação da Unidade de Cuidados Continuados (UCC), passando de 24 para 50 camas, avançou o provedor da instituição, João Henriques.
“Vamos, com esta ampliação, mais do que duplicar o número de camas existentes e garantir a sustentabilidade financeira da UCC, ao passar para as 50 camas num investimento que ronda os 3,5 milhões de euros. Com as 24 camas existentes estamos no nosso limite. Temos de ter escala para poder continuar a prestar estes cuidados”, explicou João Henriques.
Segundo o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro (SCMM), no distrito de Bragança, as primeiras estruturas para as obras de ampliação da UCC já começaram a ser montadas, estando prevista a sua conclusão para o último trimestre de 2026.
“A UCC de Mogadouro funciona em rede e pode receber doentes de todo o país, quando necessário. É da zona Norte de onde nos chegam mais doentes, tirando os do Nordeste Transmontano. Mas, a Rede Nacional de Cuidados Continuados pode pôr aqui até utentes do Algarve”, explicou o provedor.
Contudo, há uma prioridade que são as chamadas “proximidades à residência” e de onde podem vir doentes de Barcelos, Guimarães, Braga ou Vila Real.
“Esta ampliação é mais que justificada, porque, segundo os dados que temos disponíveis, fazem falta no país mais 5 mil camas nas UCC”, enfatizou João Henriques.
O provedor da SCMM, indicou que a empreitada foi adjudicada por 2,9 milhões de euros, mas com os equipamentos necessários o valor global sobe para cerca de 3,5 milhões de euros.
“Obtivemos 1,1 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mais importante que o PRR, foi o montante da comparticipação do município de Mogadouro, que já deliberou um apoio de 1,5 milhões de euros para pôr de pé esta estrutura. Já o restante valor será da responsabilidade da SCMM”, explicou o responsável.
A Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro abriu portas em 2008.
Meteorologia: Chuva devido a “superfície frontal fria” – IPMA
Uma superfície frontal fria, de atividade moderada a forte, vai atravessar Portugal continental esta quarta-feira, dia 5 de novembro, provocando chuva, trovoadas e vento, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com o IPMA, a precipitação será “por vezes forte e acompanhada de trovoada”, em especial durante a passagem da frente e até ao final da manhã de quarta-feira, motivo pelo qual foi emitido aviso laranja para precipitação e aviso amarelo para trovoada.
“Gradualmente, a partir da tarde, com o pós-frontal, espera-se que a chuva, já em regime de aguaceiros, continue a afetar todo o território, embora com maior intensidade e frequência no litoral das regiões norte e centro. Neste período, ainda continuam a existir condições para ocorrência de trovoada e os aguaceiros poderão ser de granizo, sobretudo nas regiões referidas”, indica o IPMA na nota.
O vento prevê-se que sopre “forte”, com rajadas já a partir do fim do dia de hoje, sendo que as mais intensas deverão ocorrer durante a passagem da superfície frontal fria, entre a tarde de quarta-feira e o início da manhã de quinta.
Durante a passagem da frente fria, as rajadas poderão atingir 80 quilómetros por hora no litoral e 110 quilómetros por hora nas terras altas das regiões norte e centro, estando em vigor aviso amarelo de vento para estas zonas.
O IPMA prevê ainda aumento da agitação marítima na costa ocidental, com ondas do quadrante oeste de quatro a cinco metros, podendo temporariamente atingirem entre os cinco a seis metros entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira.
Foi emitido aviso laranja de agitação marítima para esse período.
O IPMA recomenda o acompanhamento das previsões e avisos meteorológicos atualizados em www.ipma.pt.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu aviso laranja para quinta-feira para os distritos do norte e centro de Portugal devido à agitação marítima.
Para 5 de novembro, o IPMA tinha já previstos avisos laranja para todo o Portugal continental, com exceção do distrito de Bragança, devido à chuva forte.
Os avisos para agitação marítima forte visam os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga e vão vigorar entre na madrugada e manhã de quinta-feira, 6 de novembro, quando se preveem ondas de oeste/noroeste com cinco a seis metros de altura significativa, podendo atingir altura máxima de nove metros.
Num comunicado anterior, o IPMA já tinha colocado os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga sob aviso amarelo a partir das 21:00 de hoje por causa da agitação marítima, prevendo-se ondas de oeste/sudoeste com quatro a cinco metros.
O IPMA emitiu também aviso laranja para todos os distritos de Portugal continental, exceto Bragança, na madrugada e manhã de quarta-feira, passando depois a amarelo até à madrugada de quinta-feira por causa da chuva, que pode ser por vezes forte.
Os 17 distritos vão estar igualmente sob aviso amarelo devido à previsão de condições favoráveis à ocorrência de trovoadas e fenómenos extremos de vento na madrugada e manhã de quarta-feira.
O distrito de Bragança vai estar com aviso amarelo por causa da chuva por vezes forte entre as 06:00 e as 15:00 de quarta-feira
O IPMA emitiu ainda aviso amarelo entre a noite de hoje e a manhã de quarta-feira para os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga devido à previsão de vento forte do quadrante sul, com rajadas da ordem de 80 quilómetros por hora (km/h) no litoral, e da ordem de 100 km/h nas terras altas.
O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe “situação meteorológica de risco moderado a elevado, e o amarelo, quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
São Joanico: III Jornada Micológica no fim-de-semana de 8 e 9 de novembro
No fim-de-semana de 8 e 9 de novembro, a aldeia de São Joanico, no concelho de Vimioso, organiza a III Jornada Micológica, um evento que tem como propósito informar e sensibilizar os participantes para o aproveitamento sustentável dos cogumelos silvestres e que oferece diversas atividades como workshops, observação ao microscópio para crianças, showcooking e um passeio no campo para recolha de cogumelos.
O evento dedicado à micologia é organizada pelo Grupo Cultural e Recreativo de São Joanico e começa na tarde de sábado, dia 8 de novembro, com uma oficina de cogumelos, que inclui um workshop, uma microscopia para crianças, a produção de cogumelos em tronco e um showcooking de risoto de cogumelos.
No serão de sábado, o programa da III Jornada Micológica, em São Joanico tem programada animação de rua, a cerimónia da açorda e queimada do druida, espetáculo de danças de fogo e uma atuação musical de concertinas.
No dia seguinte, Domingo, 9 de novembro, o destaque do encontro micológico são os passeio ou caminhadas de sete ou oito quilómetros, acompanhados por um técnico, à procura de cogumelos silvestres. De acordo com o programa, a caminhada inclui uma merenda com animação musical de gaiteiros e no final um almoço, cuja ementa é caldo verde, bifanas no pão e fruta.
Para a tarde de Domingo, está programado um workshop sobre micologia, com a identificação dos cogumelos silvestres recolhidos durante os passeios. No encerramento, a organização vai presentear os participantes com um magusto de castanhas assadas na fogueira.
As inscrições para a III Jornada Micológica decorrem até sexta-feira, dia 7 de novembro e podem ser efetuadas através dos telemóveis: 916 037 511; 962 876 378; 966 464 569; e 966 151 702. Para obter informações pode escrever um email para gsrdesaojoanico@gmail.com ou contatar a organização através da página no Grupo Cultural e Recreativo de São Joanico.
O custo da inscrição na III Jornada Micológica é de 20€, para os dois dias (sábado e Domingo); de 15€, apenas para Domingo; e de 2,5€ para sócios do GRSJ. Nota: as inscrições no próprio dia têm um custo acrescido de + 5€.
Aos participantes nas caminhadas micológicas a organização recomenda o uso de calçado e roupa apropriada, assim com uma cesta e um pequena faca para a apanha dos cogumelos silvestres.
Em São Joanico, a Jornada Micológica é um evento anual, organizado pelo Grupo Cultural e Recreativo de São Joanico e pela freguesia local, que conta com o apoio do município de Vimioso.
Miranda do Douro: Helena Barril quer combater o despovoamento com infraestruturas, empreendedorismo e a fixação de jovens
A reeleita presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, tomou posse a 3 de novembro, para o novo mandato 2025-2029, tendo indicado que pretende construir infraestruturas, apoiar o empreendedorismo e fixar os jovens que procuram territórios com mais qualidade de vidae assim inverter o despovoamento do concelho.
No salão nobre, da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a cerimónia iniciou-se com a instalação dos 15 deputados da Assembleia Municipal e dos 10 presidentes de Freguesia do concelho. Entre os novos autarcas, destaque para a eleição de duas mulheres, Edite Lopes, para a presidência da Freguesia de Genísio e Especiosa e Micaela Igreja, como nova autarca de Malhadas.
Seguiu-se depois a tomada de posse da Câmara Municipal de Miranda do Douro, que volta a ser presidida pela social-democrata, Helena Barril, coadjuvada por Nuno Rodrigues e Vitor Bernardo. Do lado socialista, foram eleitos como vereadores, sem pelouros, António Ribeiro e Ana Sofia Ortega.
Na tomada de posse como presidente do município, para o novo mandado 2025-2029, Helena Barril, começou por agradecer a dedicação, trabalho e competência do seu executivo e reconheceu o contributo dos anteriores vereadores da oposição, Carlos Ferreira e Júlio Meirinhos.
“O caminho não foi, não é e não será fácil. Mas com trabalho sério e honestidade vamos continuar a desenvolver o concelho de Miranda do Douro. A nossa maior fragilidade continua a ser a demografia, a perda da população e o envelhecimento que são problemas estruturais que exigem respostas consistentes, continuadas e corajosas”, disse a autarca de Miranda do Douro.
Sobre o trabalho que pretende realizar neste novo mandado, Helena Barril, referiu-se ao novo quadro comunitário Portugal 2030, cujo financiamento poderá alavancar alguns projetos considerados essenciais para o concelho.
“Construir infraestruturas, apoiar o empreendedorismo, modernizar serviços, abrir as portas do desenvolvimento e fixar pessoas, em particular os jovens, que procuram mais qualidade de vida, a identidade e autenticidade no nosso território. Queremos um concelho vivo, moderno e fiel às suas raízes”, indicou.
No final do seu mandato como presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, Óscar Afonso, agradeceu a confiança dos mirandeses, no própósito comum de serviço ao concelho de Miranda do Douro.
“Miranda enfrenta desafios que exigem grandeza — não apenas nas ideias, mas sobretudo nas atitudes porque vive um tempo difícil. O despovoamento, o envelhecimento, a decadência agrícola, a injustiça fiscal das barragens, a fragilidade fundiária e a ameaça à nossa língua e cultura milenares são batalhas que só se vencem com o empenho e a união de todos”, disse Óscar Afonso, no seu discurso.
Após a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, realizou-se a primeira reunião da nova Assembleia Municipal, para a eleição da nova mesa da assembleia. A votação teve uma lista única, tendo sido eleito presidente da Assembleia Municipal, o social-democrata, Pedro Velho.
Entre as medidas que gostaria de implementar na Assembleia Municipal, no quadriénio 2025-2029, Pedro Velho, indicou a transmissão em direto das reuniões; a dignificação do local de trabalho dos deputados municipais; e a criação de páginas da Assembleia Municipal, nas redes sociais.
Em representação dos deputados do Partido Socialista (PS), Eduardo Alfredo Alves, felicitou os eleitos para a Câmara Municipal e expressou a abertura à discussão de ideias e projetos estratégicos para o desenvolvimento do concelho de Miranda do Douro.
Agricultura: “Orçamento é o mais elevado e exigente de sempre” – Ministro
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes afirmou no parlamento, que o orçamento da Agricultura e Mar para 2026 é o “mais elevado e exigente” de sempre, com mais de 3 mil milhões de euros, entre apoios ao rendimento e ao investimento.
“Esta audição tem início, e espero que fim, no dia mundial de Uma Só Saúde, princípio que subscrevemos com ações concretas. O Orçamento do Estado da Agricultura e Mar é o mais elevado de sempre em termos de rendimento e investimento, mas é também super exigente”, apontou o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Agricultura e Pescas e Orçamento, Finanças e Administração Pública.
O governante avançou que, no próximo ano, estão previstos mais de 3.000 milhões de euros para o apoio ao rendimento e investimento, incluindo valores orçamentais e extra-orçamentais.
Segundo o Orçamento do Estado para 2026 (OE), a despesa do Ministério da Agricultura e Mar vai subir mais de 25% para 1.687,4 milhões de euros.
A este montante somam-se, por exemplo, 716 milhões de euros do FEAGA – Fundo Europeu Agrícola de Garantia, 133 milhões de euros da dotação centralizada e 30 milhões de euros para a pastorícia extensiva.
No valor total, anunciado pelo ministro, não estão incluídos cerca de 8,8 milhões de euros do programa MAIS Floresta ou investimentos como a captação no Pomarão (109 milhões de euros).
“Isto significa que temos diversidade de fontes de financiamento. O Governo considera a agricultura estratégica, estruturante e transversal, não estando só num ministério. Não poderia deixar de dar um agradecimento à atuação dos ministro da Economia, [Castro Almeida], e do Ambiente, [Maria da Graça Carvalho]”, acrescentou.
Na sua intervenção inicial, José Manuel Fernandes, destacou ainda que o programa Compete 2030 passa a poder financiar projetos para a agroindústria.
Por outro lado, na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), conforme apontou, a agricultura ganhou mais 111 milhões de euros e outros 50 milhões de euros em linhas de financiamento.
Pecuária: ICNF registou 22 ataques de lobos no planalto mirandês
De 25 de julho até 2 de outubro, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) indicou que foram registados 22 ataques lobos no planalto mirandês, que mataram 83 animais e feriram outros 113, na sua maioria ovinos.
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), neste período registaram-se 22 participações de incidentes que envolveram ataques de lobos nos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro.
“Nestes incidentes, alguns ainda em fase de confirmação quanto à sua atribuição ao lobo, foram afetados 113 animais, sendo a grande maioria (107) ovinos. No total, morreram 83 animais”, especificou o ICNF.
A organização ambiental acrescentou que “todos os prejuízos causados por lobos são compensados sempre que se confirme, através de perícia, que o dano é efetivamente atribuível à espécie”.
“Os incidentes com lobo nesta zona não constituem um fenómeno novo, verificando-se, aliás, uma redução significativa nas últimas duas décadas. Há cerca de 20 anos registaram-se mais de 300 prejuízos anuais nesta área”, indicou o ICNF.
Para os responsáveis por este instituto público, “esse número reduziu-se drasticamente devido a vários fatores, nomeadamente à diminuição do efetivo de gado ovino (a principal espécie afetada), à menor presença regular do lobo, ao reforço das medidas de proteção dos rebanhos, designadamente com o recurso a cães de proteção de gado, entre outros”, indicou na resposta.
O ICNF destaca ainda que o Programa Alcateia, dotado de 3,3 milhões de euros, integra um conjunto de ações destinadas a reduzir a predação sobre os efetivos pecuários e a mitigar o conflito associado.
“Estas ações incluem, entre outras, a melhoria do sistema de indemnização por prejuízos causados por lobo e a promoção de medidas de proteção dos efetivos pecuários face a eventuais incidentes”, especificou.
O mesmo programa contempla também iniciativas de informação e sensibilização sobre a importância da conservação do lobo, valorizando cultural e economicamente a sua presença.
“Entre estas iniciativas destacam-se os esforços de envolvimento e informação das comunidades locais e a promoção do reconhecimento da importância ecológica e cultural da espécie”, vincou o ICNF.
Os ataques dos lobos na proximidade das aldeias estão a sobressaltar os produtores de ovinos e caprinos, deste território transmontano.
Um grupo de pastores do Planalto Mirandês já se queixou que os ataques de lobos ocorridos desde o início do ano são “uma calamidade“ e pedem a atuação do Governo para ajudar a solucionar este problema que causa “avultados prejuízos”.
Os pastores dos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro afirmaram que alguma coisa tem que ser feita, que não podem continuar a criar animais que contribuem para economia desta região, e pedem ajuda aos ministérios da Agricultura e Ambiente.
Segundo os pastores, se nada for feito, partem para medidas de luta.
De acordo com ICNF, o lobo ibérico possui em Portugal o estatuto de espécie em perigo, que lhe confere o Estatuto de Espécie Protegida.
Autárquicas: Concelhia do PSD/Bragança repudia vereador que deixou partido para assumir pelouros pelo PS
A concelhia do PSD de Bragança repudiou o anúncio feito pelo vereador, Ricardo Pinto, que foi eleito pelo PSD nas autárquicas de 12 de outubro, mas decidiu deixar o partido e assumir pelouros no executivo liderado pelo PS.
“É com profunda indignação que a Comissão Política de Secção do PSD de Bragança informa os seus militantes e os cidadãos que, tendo tomado conhecimento da decisão de um dos seus vereadores eleitos de se afastar e alinhar-se com o Partido Socialista, retira-lhe formalmente a confiança política”, adiantou na página oficial do Facebook.
O PSD tinha conseguido eleger, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, três membros para fazerem parte do executivo municipal. Com o anúncio de Ricardo Pinto, ficou apenas com dois vereadores.
A concelhia de Bragança, liderada por Alex Rodrigues, criticou o autarca por “utilizar um cargo para o qual se foi eleito por um partido, do qual entretanto se desfilia, para atingir objetivos pessoais é inqualificável”.
Por respeito democrático para com quem o elegeu, a atitude digna seria abdicar do cargo e, então sim, seguir outro caminho político”, defendeu, acrescentando que “expressa repúdio pleno pela opção política de abandonar o projeto pelo qual foi eleito, optando por se aliar ao partido que hoje ocupa o poder sem qualquer fundamento político que o justifique”.
A Comissão Política de Secção do PSD Bragança vincou ainda que “não compactua com oportunismos políticos”.
O Partido Social-Democrata liderou a câmara de Bragança por 28 anos. Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, Isabel Ferreira venceu pelo Partido Socialista, quebrando um ciclo laranja de quase três décadas.
O executivo municipal de Bragança, que tomou posse na sexta-feira, era composto por três vereadores do PS, três do PSD e um independente, que tinha sido eleito pelo PS, mas deixou o grupo socialista.
Com a saída de Ricardo Pinto do PSD, passa a ser composto por três vereadores do PS e um independente, com pelouro, dois do PSD e um independente, sem pelouro.
A presidente da câmara, Isabel Ferreira, tinha adiantado aos jornalistas, na tomada de posse, que esta quarta-feira, haveria reunião de câmara para distribuição dos pelouros. No entanto, o anuncio da integração de Ricardo Pinto foi feito já hoje.
A Lusa tentou falar com presidente da câmara e com Ricardo Pinto, mas até ao momento, não foi possível.
Sendim: Cooperativa olivícola começa a laborar a 18 de novembro
Na vila de Sendim, a Cooperativa Olivícola “A Sendinense” vai começar a laborar a partir de 18 de novembro, informou a direção aos associados, no decorrer da assembleia geral, realizada a 2 de novembro, tendo os olivicultores indicado que apesar da seca durante o verão, os olivais aguentaram-se bem pelo que preveem um boa colheita.
A assembleia da cooperativa olivícola realizou-se no pavilhão multiusos, em Sendim, onde o presidente da direção da cooperativa olivícola “A Sendinense”, José António Rodrigues, informou os associados que no dia 18 de novembro, o lagar começa a receber as colheitas de azeitona para a transformação em azeite.
No caso dos associados que pretendam o azeite da sua própria colheita, a data prevista é o dia 5 de dezembro, de acordo com a lista do sorteio.
De acordo com a direção da cooperativa, na campanha deste ano, os preços praticados são:
– Azeitona para linha direta: 0,06€/Kg
– Azeitona para fazer azeite do sócio: 0,07€/Kg
-- Azeitona do não sócio: 0,12€Kg.
* Maquia em azeite = 4€
“Este ano, o valor da maquia, isto é, a porção de azeite que a cooperativa retêm dos olivicultores, como remuneração pela transformação da azeitona é de 4%. Ou seja, por cada 100 litros de azeite fabricado, a cooperativa retêm 4 litros”, explicou.
Sobre as perspectivas da quantidade de azeitona que poderão receber na cooperativa em Sendim, o presidente da coletividade, prevê uma redução de 20 a 30%, comparativamente com o ano anterior.
No decorrer da assembleia, os dirigentes da cooperativa olivícola “A Sendinense” informaram os associados que este ano a transformação da azeitona em azeite passou a ser tributada à taxa máxima de IVA, de 23%, na sequência de uma diretiva europeia.
“Um olivicultor associado que entregar 1000 quilos de azeitona na cooperativa, pelo serviço de transformação em azeite tem de pagar a maquia 0,06€/quilo, o que corresponde a um total 60€. Com o acréscimo do IVA a 23%, o olivicultor paga cerca de 74€, que podem ser pagos em azeite ou em dinheiro”, explicaram os dirigentes da cooperativa.
No entanto, no próximo ano de 2026, na proposta de Orçamento do Estado, o governo vai voltar a aplicar a taxa reduzida de 6% de IVA, quando a azeitona é deixada nos lagares para ser transformada em azeite, uma operação que é entendida em termos fiscais como uma prestação de serviços.
Para a campanha de receção das colheitas de azeitona e transformação em azeite, a cooperativa olivícola, em Sendim, está a procura de trabalhadores para executar as tarefas da balança, análises e lagareiros. O horário de trabalho é de oito horas diárias, em regime diurno e noturno, ou seja, a cooperativa trabalha durante 24 horas, até ao início de janeiro de 2026.
Outra novidade na cooperativa olivícola “A Sendinense” é o lançamento de um concurso para a substituição da linha de transformação mecanizada. Segundo a direção da cooperativa, a linha existente já funciona há cerca de 25 anos, pelo que o material já está bastante desgastado e por isso há a necessidade de renovação do equipamento de modo a modernizar a cooperativa e acelerar o processo de transformação da azeitona em azeite.
Atualmente, a cooperativa olivícola “A Sendinense” conta com 505 associados, oriundos da vila de Sendim, mas também de localidades dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
Na campanha deste ano, o olivicultor, Avelino Branco, de Sendim, adiantou que que prevê iniciar a apanha da azeitona no final do mês de novembro e estima que a colheita deste ano seja melhor do que no ano passado.
“Já realizo a apanha mecânica da azeitona, que tem um custo de 70 a 80 euros à hora.”, disse.
Por sua vez, António Martins, também de Sendim, indicou que nos dois olivais com a variedade negrinha, prevê uma fraca colheita, por causa da seca prolongada durante os meses de verão.
“As azeitonas já estão murchas e esta chuva do final de outubro já vem tarde, pelo que a colheita deste ano vai ser pior do que no ano anterior. Costumo apanhar a azeitona durante os fins-de-semana, com a ajuda dos filhos”, disse.
Já Nuno Rodrigues, com olivais em Sendim e na aldeia de Teixeira, adiantou que não obstante a seca do verão, prevê uma colheita considerável, nas variedades de azeitona negrinha e cobrançosa.
“Vou apanhar a azeitona no início de dezembro, com a ajuda de cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos”, disse.
Outro olivicultor, José Mourinho, proprietário de olival, com as variedades negrinha, cobrançosa e santulhana, indicou que prevê uma redução na quantidade de azeitona e a qualidade, apesar da seca, é “bastante boa”.
“Vou realizar a apanha da azeitona nos dias 17, 18 e 19 de novembro. Costumo contratar três pessoas e a jornada de trabalho, com almoço incluído, custa 60€/dia. Para realizar este trabalho não é nada fácil contratar pessoas”, disse.
Com olivais em Sendim, Manuel Santiago, adiantou que vai ter uma melhor colheita de azeitona, em qualidade e quantidade, do que no ano passado.
“Apesar da falta de chuva nos meses de verão, no meu olival as azeitonas aguentaram-se bem, estão graúdas e há mais quantidade do que no ano passado. Em princípio vou iniciar a apanha na segunda semana de novembro”, referiu.
A Sendinense – Cooperativa Olivícola, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”, que é comercializado em garrafão ou garrafa e pode ser adquirido na cooperativa, em Sendim.
Para além do azeite, a cooperativa dispõe de uma máquina descaroçadora, o que permite reutilizar o caroço da azeitona.
Segundo a direção, as vantagens de ser associado da Cooperativa Olivícola “A Sendinense” são a prioridade na entrega da azeitona (relativamente aos não sócios); o custo de produção do azeite também é inferior; a maior facilidade na comercialização do azeite; e o acesso a apoios e incentivos na plantação de novos olivais.
Agricultura: Castanha mais pequena mas com qualidade
Nos concelhos de Bragança e Vinhais, a apanha da castanha já começou e vários produtores, adiantam que se prevê uma menor quantidade, com um fruto mais pequeno, mas de boa qualidade.
“Os castanheiros tomaram muito ouriço, então as castanhas são miúdas, não têm o calibre que têm nos outros anos”, disse Artur Fonseca, produtor do concelho de Vinhais, que, por outro lado, frisou que a qualidade é boa.
Tem oito hectares de soutos, mas muita da sua castanha ainda não caiu. “A maior parte dos ouriços não está madura e então a castanha não está a cair como devia ser”, revelou.
No entanto, com os ouriços verdes e fechados, a produção é uma incógnita, visto que podem estar ocos.
“Os verdes, porventura, não terão nada, porque nesta altura já deviam estar acastanhados, para começarem a abrir e as castanhas caírem. Se tiverem, é uma castanha miúda, portanto, a produção vai ser um bocadinho mais fraca em termos de castanha com calibre, por isso, para o mercado, é capaz de haver menos”, adiantou.
A cultura da castanha tem sido bastante afetada pelas doenças, como a tinta e o cancro, pela vespa da galha do castanheiro e pelas oscilações de temperatura.
Há dois anos, os agricultores tiveram muita castanha, no entanto, de baixa qualidade, devido a um fungo que provocou a podridão do fruto.
Artur Fonseca chegou a colher 10 toneladas do fruto, nesse ano. No ano passado, o cenário foi diferente. Houve quebras significativas e conseguiu apenas duas toneladas.
Este ano, os castanheiros “tomaram ouriços a mais e as castanhas saem com um calibre muito reduzido”. “Se tivesse metade [das castanhas] de há dois anos, já ficava bem satisfeito”, sublinhou.
Embora a qualidade apontada por vários produtores, são esperadas quebras para alguns. É o caso de Pedro Santos, no concelho de Bragança.
O produtor considera que este ano a qualidade até será melhor que a do ano passado, no entanto, prevê uma quebra de “50%”. “Tenho vários soutos que os ouriços estão tão pequenos, que não têm castanha”, contou, adiantando que muitos ouriços estão verdes e “não têm castanha dentro”.
Situação causada pela falta de chuva, desde junho, e pelas vagas de calor, durante o Verão, o que levou também ao atraso da campanha em cerca de duas semanas.
Muitos agricultores só agora estão a fazer a apanha. Nesta fase, o preço pago pelo fruto ao produtor ronda os dois euros o quilo.
Alguns temem que não seja suficiente face à produção. “A castanha está melhor este ano e está a ser um bocadinho mal paga”, criticou Paulo Afonso, produtor no concelho de Vinhais.
A juntar a todos estes problemas, há ainda outro fenómeno que está a preocupar os agricultores e que pode pôr em causa o futuro dos soutos, a seca.
No concelho de Bragança, José Carlos Rodrigues é um dos maiores produtores. Tem 60 hectares de soutos a dar castanha e 30 têm castanheiros novos. Já chegou a colher 40 toneladas de castanha, mas no último ano ficou pelas 30. Nesta campanha não espera que seja diferente.
Contudo, o produtor revelou, à Lusa, que a sua maior preocupação é os castanheiros que estão a secar e, consequentemente, deixam de dar castanhas.
Apesar de apostar na replantação, salientou que são precisos muitos anos para que a produção dos novos seja igual à de um castanheiro mais velho. “Estes castanheiros, está tudo seco, quando estes castanheiros que estou a pôr novos virem a dar a produção daqueles eu já não estou cá, já é para os netos”, disse.
Questionado sobre o porquê de isto acontecer, disse não encontrar uma explicação.
A castanha é uma das culturas com mais impacto nos concelhos de Bragança e Vinhais.
Por ano, no concelho de Bragança são produzidas 20 mil toneladas e no concelho de Vinhais entre 15 a 20 mil toneladas. São os maiores produtores de castanha do país.
Morte: Universidade Católica apresenta pós-graduação para capacitar a agir na perda e no luto
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) vai apresentar uma nova edição da pós-graduação sobre perda e luto, com início em janeiro de 2026.
“A pós-graduação surge como uma oportunidade formativa, criação de competências, uma oportunidade também prática de intervenção neste âmbito para capacitar e tornar-nos mais capazes de agir quer na perda, quer no luto”, afirmou Tânia Afonso, coordenadora do curso, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A formação é dirigida essencialmente a profissionais de saúde, estando também aberta à participação de outros terapeutas e técnicos cuja intervenção justifique a capacitação nesta área.
“Eu costumo dizer em aula que somos pessoas a cuidar de pessoas. Antes de sermos a nossa profissão, somos pessoas. E portanto, este assunto, quer a perda, quer o luto, é algo que nos toca e temos que estar capacitados pessoalmente para o gerir para depois conseguir intervir em vários âmbitos técnicos e profissionais”, referiu Tânia Afonso.
A coordenadora da pós-graduação reconhece que estes temas “não são muito vendíveis”, acabando por ser “escondidos” e “protegidos”.
Organizada pela Escola de Pós-Graduação e Formação Avançada da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem, a 4ª edição da formação centra-se em várias ciências, como a medicina, a sociologia e a antropologia, e aborda várias facetas do luto.
Tânia Afonso explica que o curso vai incluir um seminário inter-religioso, destacando a importância de abordar a perspetiva espiritual.
“Viktor Frankl fala desta noção do sofrimento como a procura de um significado. E o luto nessa adaptação à perda é também essa procura de significado. E por isso não fazia sentido fazer uma pós-graduação sem pensá-la globalmente, às várias ideias, nomeadamente este ano estamos a pensar integrar a noção de marketing nesta temática”, explicou.
Sobre o afastamento das pessoas da realidade da perda, a coordenadora da pós-graduação da UCP considera que, com a evolução das tecnologias da saúde, o sistema de saúde levou a “considerar que o recurso à morte deveria ser tecnicamente assistido”.
“E essa questão de termos muito mais resposta curativa também nos levou a criar as expectativas e talvez descentrarmos um pouco de nós próprios e da noção da nossa própria finitude. De vivermos as perdas antes até de pensarmos ou associarmos apenas o luto à morte”, salientou.
Tânia Afonso observa que, muitas vezes, esta é uma realidade que os pais querem abordar com os filhos, mas não se sentem capacitados.
“Eu diria que antes de censurarmos ou criticarmos a sociedade por se afastar, pensemos antes em capacitá-la para tal, em tornar natural algumas destas etapas e explicar como é que as podemos viver com significado, que o sofrimento faz parte da vida”, indicou.
A 4ª edição da pós-graduação em perda e luto vai funcionar em sistema misto (presencial e online) e realizar-se às sextas-feiras (14h-20h) e sábados (9h-16h), uma vez por mês.
As inscrições já se encontram abertas e exigem o preenchimento de um formulário, disponível online, que deve ser enviado para o e-mail saude.sede@ucp.pt.