Miranda do Douro: Mirandeses recriam a “Paixão de Cristo”

Miranda do Douro: Mirandeses recriam a “Paixão de Cristo”

Com o propósito de envolver a população de Miranda do Douro nas celebrações da Semana Santa, vai ser representada a “Paixão de Cristo”, um espetáculo de teatro religioso agendado para a Sexta-Feira Santa, dia 18 de abril, no Largo Dom João III, no centro histórico da cidade de Miranda do Douro.

A encenação da “Paixão de Cristo” é organizada pela freguesia de Miranda do Douro, em parceria com associação Mirandanças e a Banda Filarmónica Mirandesa.

O elenco do teatro religioso é formado por meia centena de pessoas, entre adultos, jovens e crianças provenientes das várias freguesias do concelho de Miranda do Douro, que assumem o papel de atores e figurantes.

Os ensaios da “Paixão de Cristo” realizam-se duas vezes por semana, nas tardes de Domingo e nas noites de quarta-feira, no palco do auditório municipal, em Miranda do Douro.

De acordo com Cristina Carvalho, da freguesia de Miranda do Douro, a organização do evento implica um significativo investimento por parte da autarquia, na instalação do palco e na contratação de serviços como a iluminação, som, filmagens, vestuário e vários adereços.

“O espetáculo tem a duração de cerca de três horas e retrata momentos importantes da vida de Jesus Cristo, como a recriação da Última Ceia, o Lava-pés, a entrada de Jesus em Jerusalém e a Crucifixão, Morte e Ressurreição de Jesus”, indicou Cristina Carvalho.

Dado o interesse do público pelo espetáculo “Paixão de Cristo”, no decorrer da Semana Santa, está também agendada uma atuação na igreja matriz de Vimioso, no dia 16 de abril.

Na cidade de Miranda do Douro, as celebrações da Semana Santa decorrem de 13 a 20 de abril. No Domingo, dia 13, celebra-se o Domingo de Ramos. O Tríduo Pascal inicia-se na Quinta-feira Santa, dia 17 de abril, com a celebração da eucaristia, o rito do Lava-Pés e a transladação do Santíssimo.


Futsal: Clube Desportivo de Miranda do Douro a uma vitória do tricampeonato

Futsal: Clube Desportivo de Miranda do Douro a uma vitória do tricampeonato

O Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) está a uma vitória de conquistar o tricampeonato distrital de futsal, tendo essa oportunidade no jogo agendado para esta sexta-feira, dia 11 de abril, no pavilhão multiusos de Miranda do Douro, diante do Grupo Desportivo de Sendim.

Quando faltam apenas duas jornadas para concluir o campeonato distrital de futsal, a equipa de Miranda do Douro averbou um registo imparável de 16 vitórias consecutivas.

Até ao momento, a formação liderada pelo jogador e treinador, Vitor Hugo, não permitiu qualquer empate ou derrota, tendo marcado 107 golos e sofrido 28.

À 18ª jornada do campeonato, a equipa de Miranda do Douro lidera a classificação com 48 pontos, mais cinco do que o segundo classificado, o Sporting Clube de Moncorvo, com 43 pontos.

Na útima jornada, o Clube Desportivo de Miranda do Douro desloca-se a Torre de Moncorvo para jogar diante do segundo classificado.

HA | Imagem: CDMD



Legislativas: Círculo eleitoral de Bragança com candidaturas de 13 partidos

Legislativas: Círculo eleitoral de Bragança com candidaturas de 13 partidos

O círculo eleitoral de Bragança registou a apresentação de 13 listas candidatas de partidos e/ou coligações, às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, num distrito que perdeu mais de 1.400 votantes num ano.

O distrito de Bragança já chegou a eleger cinco deputados, mas atualmente são três. Em 2024, foram eleitos Hernâni Dias e Nuno Gonçalves pela coligação Aliança Democrática (AD), que juntava Partido Social-Democrata, CDS – Partido Popular e Partido Popular Monárquico (PPM), e uma deputada pelo Partido Socialista (PS), Isabel Ferreira.

Segundo dados da Comissão Nacional de Eleições, há 132.779 inscritos nos cadernos eleitorais no círculo de Bragança, menos 1.458 do que em 2024, ou seja, o distrito perdeu cerca de 1,1% de eleitores.

Comparativamente a 2022, sufrágio em que se registavam 137.572 inscritos para votar, a perda é mais evidente, agora com menos 4.793 votantes. Em relação a 2019, são menos 8.396.

Em 2024, no distrito de Bragança, a AD venceu com 40,01%, ou seja, 29.077 votos, contra 21.538 votos (29,64%), do PS.

Inverteu-se a tendência de 2022, em que o PS conseguiu dois mandatos, com 26.495 votos, e o PSD um, com 26.480 votos, uma diferença de 15 votos a menos.

O Chega foi a terceira força política mais votada nas legislativas antecipadas do ano passado, com 18,19%, com 13.216 votos, mais 7.597 do que em 2022. Contudo, foi o único círculo eleitoral do país pelo qual não elegeu qualquer deputado.

O Partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) ficou em quarto, com 1.587 votos.

Para a corrida eleitoral antecipada deste ano, a renomeada coligação AD – Coligação PSD/CDS, volta a ser encimada em Hernâni Dias para cabeça de lista, de 57 anos, antes presidente da câmara municipal de Bragança e secretário de estado da Administração Local e Ordenamento do Território.

O candidato da AD demitiu-se do cargo governativo depois de notícias de que tinha criado uma empresa imobiliária já enquanto governante, e quando estava a ser alterada a chamada ‘lei dos solos’.

Júlia Rodrigues, 53 anos, autarca de Mirandela, médica veterinária e ex-deputada, suspendeu esta segunda-feira o seu segundo mandato municipal para encabeçar a lista do PS. Sucede a Isabel Ferreira, professora universitária e investigadora, que se apresentou aos munícipes em janeiro como candidata às eleições autárquicas deste ano para a capital de distrito.

O partido Chega também apresentou um candidato diferente, José Mário Mesquita, de 71 anos. Antes, a lista foi encabeçada por José Pires, professor e ex-presidente da junta de Sé, Santa Maria e Meixedo, a freguesia mais populosa de Bragança, entre 2013 e 2017, pelo PSD. 

A CDU – Coligação Democrática Unitária PCP-PEV tem outra vez como primeira concorrente Fátima Bento, arqueóloga de Macedo de Cavaleiros, de 41 anos. O Livre voltou a apresentar Anabela Correia, com 24 anos, de Alfândega da Fé, assessora de profissão.

O PAN (Pessoas, Animais e Natureza) – tem em primeiro o também repetente Otávio Pires, empresário de 51 anos do concelho de Bragança.

A Iniciativa Liberal (IL) conta com Nuno Fernandes, de 48 anos, consultor de negócios de Bragança, a número um. O Bloco de Esquerda (BE) voltou a lançar Vítor Pimenta, médico de 42 anos, do distrito de Braga a residir em Bragança.

O Partido Popular Monárquico (PPM) concorre, desta vez a solo, com a ajudante de cozinha Maria dos Anjos Cidade, de Povoação, em Ponta Delgada, nos Açores.

O Volt, que não apresentou lista em 2024, apresentou César Valente, nutricionista de 40 anos residente no distrito de Leiria.

O ADN avançou com Bruno Coutinho, de 42 anos, médico psiquiatra, natural de Viana do Castelo a residir em Bragança.

O Ergue-te (E) tem Carlos Teles, reformado de 74 anos, de Santarém, como principal nome. O RIR – Reagir, Incluir, Reciclar – repetiu Damiana da Fonseca, contabilista de Ermesinde com 40 anos.

O Nova Direita e a coligação Alternativa 21, que concorreram em 2024, não apresentaram candidatos.

O número de eleitores, menos de 133 mil, continua a ser superior ao número de habitantes num dos maiores distritos em termos de área territorial de Portugal, mas com perda permanente de população.

O Census de 2021 revelou que vivem nos 12 concelhos do distrito menos de 123 mil pessoas, com a perda de mais de 13.600 habitantes numa década, comparando com 2011.

Fonte: Lusa

Política: Leitão Amaro responsabiliza Governo socialista pelo aumento descontrolado de imigrantes

Política: Leitão Amaro responsabiliza Governo socialista pelo aumento descontrolado de imigrantes

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, responsabilizou o anterior Governo socialista por uma política de “descontrolo” no regime de entrada de estrangeiros, que permitiu a quadruplicação do número de imigrantes em sete anos.

Os dados divulgados indicam um número estimado de 1,6 milhões de estrangeiros em Portugal no final de 2024. Em sete anos, de 2017 a 2024, a percentagem de imigrantes passou de quatro para “15 por cento da totalidade da população”, afirmou o ministro, salientando que estes dados são consistentes com outros dados estatísticos dos serviços públicos.

“Foi uma mudança muito rápida” e a “maior alteração demográfica a que assistimos nas nossas vidas”, afirmou Leitão Amaro, acusando o Governo PS de uma “irresponsabilidade que gerou uma grande desumanidade” junto daquelas populações, porque os serviços públicos não conseguiram acompanhar o aumento da procura.

“É importante que o país conheça e discuta esta transformação” demográfica, “porque o Partido Socialista mudou a lei da imigração” e “escancarou a porta” de Portugal, disse Leitão Amaro.

Hoje, a segurança social recebe muito mais verbas do que paga em prestações sociais, mas esse impacto a “longo prazo é incerto” para as contas portuguesas, salientou o governante.

Por outro lado, surgiram em Portugal “pessoas com diferentes culturas, línguas e religiões”, que aumentaram a diversidade do tecido social, mas esse “crescimento muito rápido da imigração pode ser uma fonte de intranquilidade nas comunidades”.

Por isso, este executivo assumiu como compromisso “acabar com a imigração descontrolada”, optando por uma “imigração regulada com humanismo”.

“Não seguimos os radicais com as portas escancaradas”, nem os “populistas que querem as portas fechadas”, afirmou, salientando que, hoje, a “prioridade da migração é para quem vem com contrato de trabalho, quem vem para trabalhar e com condições”.

No dia 7 de abril, centenas de imigrantes, a maior parte do subcontinente indiano concentraram-se junto à sede da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) a contestar a falta de resposta aos pedidos pendentes.

Leitão Amaro reconhece que muitos imigrantes “não foram bem tratados pelo Estado português”, porque o Governo socialista “destruiu o serviço de imigração” e “ficaram perto de um milhão de pessoas à espera de resposta”, entre a AIMA e o IRN.

Fonte: Lusa

Sociedade: Portugal tem 1,6 milhões de estrangeiros

Sociedade: Portugal tem 1,6 milhões de estrangeiros

As autoridades portuguesas estimam que 1,6 milhões de pessoas estrangeiras, residiam em Portugal no final de 2024, de acordo com o relatório intercalar da recuperação de processos pendentes na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

Segundo o documento, no final de dezembro de 2024 estavam registados 1.546.521 cidadãos estrangeiros em Portugal, um valor que “deverá ser corrigido em alta, previsivelmente em mais 50 mil”, quando for concluído o tratamento dos pedidos de regularização ao abrigo do ‘regime transitório’ criado pela Assembleia da República.

Este regime abria a porta à regularização de quem estava já em território nacional antes de 03 de junho de 2024, data em que foi eliminada a figura da manifestação de interesse, um recurso jurídico que permitia a obtenção do cartão de residente por quem tivesse descontos tributários, apesar de ter entrado com visto de turismo.

“Estima-se que, com esta revisão, o número de estrangeiros em Portugal em 2024 seja de cerca de 1.600.000”, refere o relatório, salientando que o trabalho da Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA implicou “uma correção estatística ao número de cidadãos estrangeiros em Portugal nos anos anteriores a 2024”.

De “1.044.606 pessoas para 1.293.463 pessoas em 2023, o que representa um aumento de 248.857 face ao número apresentado no Relatório de Migrações e Asilo relativo a 2023”, pode ler-se no documento.

Fonte: Lusa | Foto: AIMA

Barrocal do Douro: Carrinhos de Rolamentos entusiasmaram os pilotos e o público

Barrocal do Douro: Carrinhos de Rolamentos entusiasmaram os pilotos e o público

Nos dias 5 e 6 de abril, a estrada do Barrocal do Douro, na freguesia de Picote, foi a pista da 6ª Corrida de Carrinhos de Rolamentos e Trikes, uma prova do campeonato nacional, que contou com a participação de 40 pilotos e que teve como “prémios” a preservação desta memória lúdica e a promoção turística da localidade.

O presidente da Freguesia de Picote, Jorge Lourenço, realçou que a realização desta prova lúdico-desportiva no Barrocal do Douro teve um duplo propósito: o de preservar a memória cultural das brincadeiras com carrinhos de rolamentos e simultaneamente promover turisticamente a região.

“Com a adesão de 40 pilotos vindos de todo o país, confirmou-se que o Barrocal do Douro tem excelentes condições para as corridas de carrinhos de rolamentos e trikes. Com esta iniciativa estamos simultaneamente a preservar a memória lúdica da localidade, onde havia a tradição de realizar corridas de carrinhos de rolamentos na descida para a barragem. E ao mesmo tempo, com a visita de público estamos a promover turisticamente o património natural e edificado que existe no Barrocal do Douro”, justificou.

A prova foi organizada pela associação“Trilhos do Zêzere” e segundo Luís Dias participaram 40 pilotos, nas modalidades de carrinhos de rolamentos: “Alterados”, “Tradicionais”, “classe A” e “Trikes” (triciclos).

Os participantes vieram de norte a sul do país e do distrito de Bragança inscreveram-se pilotos de Vimioso e de Santa Comba das Rossas.

O campeonato nacional decorre ao longo de 22 corridas, em todo o país.

Sobre a corrida no Barrocal do Douro, Luís Dias, referiu que a localidade tem excelentes condições para a prática das corridas de rolamentos, dado que existe uma pista longa com 2,5 quilómetros e algumas curvas técnicas que exigem a perícia dos pilotos.

“Nesta vinda para o Barrocal do Douro, os pilotos e acompanhantes estão muito satisfeitos com a beleza natural desta região, em particular o Parque Natural do Douro Internacional (PNDI)”, disse.

No Domingo, dia 6 de abril, a prova realizou-se em duas corridas cronometradas, nas várias categorias. Os vencedores receberam um troféu e uma lembrança da freguesia de Picote.

O piloto, Rubén Frazão, de Rio Maior (Santarém) foi um dos participantes na 6ª Corrida de Carrinhos de Rolamentos e Trikes, no Barrocal do Douro. O jovem piloto foi campeão desta modalidade, na categoria “alterado”, em 2022.

“Desde 2012, participo no Campeonato Nacional desta modalidade, motivado pelo meu pai. Esta pista no Barrocal do Douro tem boas condições para a prática da modalidade e valeu a pena a longa viagem para aqui chegar”, disse.

Nas senhoras, Olga Maia, veio de Braga, juntamente com o marido e os dois filhos para todos competirem na corrida. Sobre a pista, a participante disse ter apreciado o circuito, embora tenha indicado que o piso está um pouco rugoso, o que não permite atingir maior velocidade.

“Acompanho o meu marido e o meu filho nestas provas há algum tempo e depois começou também a minha filha. Para não ser apenas espetadora, fui desafiada a participar e comecei a correr nos carrinhos de rolamentos. Não conhecíamos o concelho de Miranda do Douro e ficámos muito agradados com a beleza natural desta região”, disse.

De Vimioso, Vitor Martins, foi um dos pilotos participantes na corrida de carrinhos de rolamentos. Na prova, o piloto vimiosense utilizou um carrinho de rolamentos que construiu há 20 anos e descreveu a descida para a barragem de Picote, como um circuito com curvas interessantes.

“Juntamente com o meu filho, Ruben e um amigo, o Eduardo Miranda, decidimos realizar uma nova aventura ao participar nesta corrida de carrinhos de rolamentos e trikes, aqui no Barrocal do Douro. Felicito a freguesia de Picote pela iniciativa em acolher uma prova do campeonato nacional e é sempre bom inovar e fazer coisas diferentes na nossa região”, disse.

Os jovens Rúben Martins e Eduardo Miranda também participaram pela primeira vez numa corrida desta modalidade, utilizando trikes (triciclos). Sobre esta sua experiência, os jovens vimiosenses mostraram-se entusiasmados e descreveram o circuito como rápido, o que permitiu atingir velocidade de 60 a 70 quilómetros/hora.

Ao longo do fim-de-semana a 6ª Corrida de Carrinhos de Rolamentos atraiu a vinda de público, ao Barrocal do Douro. Foi o caso da família de António Dias, que veio do Porto passar o fim-de-semana a Sendim e aproveitaram para assistir à prova.

“Os carrinhos de rolamentos eram um dos brinquedos da minha infância, pelo que é sempre agradável recordar memórias e acompanhar este evento formidável aqui no Barrocal do Douro. Experiências destas ajudam-me a ensinar os meus filhos de que é possível passar bons momentos sem os telemóveis. A região é belíssima e vamos voltar mais vezes”, disse o visitante.

Do lado da população, Adelino Miranda mora no Barrocal do Douro há 70 anos. Sobre a realização da prova nesta pequena localidade da freguesia de Picote, o habitante expressou uma grande alegria e satisfação.

“A realização desta 6ª Corrida de Carrinhos de Rolamentos e Trikes no Barrocal do Douro é uma excelente iniciativa! Na minha infância, isto é, nas décadas de 1960 e 1970, com os meus amigos também construíamos e brincávamos com estes carrinhos de rolamentos, na descida para a barragem de Picote”, recordou.

Também Manuel Pala, funcionário das barragens da EDP durante 38 anos, mostrou-se feliz pela escolha do Barrocal do Douro, para a realização de uma prova do Campeonato Nacional de Corridas de carrinhos de rolamentos.

“Para a população local e para quem nos visita esta iniciativa é formidável. A minha filha vem do Porto, de propósito para acompanhar a prova na terra-natal”, disse.

A 6ª Corrida de Carrinhos de Rolamentos e Trikes, no Barrocal do Douro contou com os apoios da Junta de Freguesia de Picote e da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

HA



Malhadas: Concursos de Ovinos mirandeses e Cães de gado transmontanos

Malhadas: Concursos de Ovinos mirandeses e Cães de gado transmontanos

O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 4 de abril, os concursos de ovinos mirandeses e de cães de gado transmontanos, no qual participaram mais de uma centena de animais, maioritariamente pertencentes a criadores do planalto mirandês.

No concurso de ovinos, participaram 12 criadores do planalto mirandês.

Referindo-se aos ovinos mirandeses e aos cães de gado transmontanos, a presidente do Município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que estas duas raças são símbolos identitários do planalto mirandês, que importa preservar e promover.

“As raças autóctones têm um elevado valor cultural, económico e turístico, pelo que todas as partes envolvidas, sejam os criadores, as associações e o município devem trabalhar juntos na sua promoção e divulgação”, sublinhou a autarca de Miranda do Douro.

Simultaneamente, Helena Barril, referiu que estes concursos são também um dia de encontro e de convívio entre os criadores, no qual o município aproveita para reconhecer e agradecer o trabalho na preservação destas duas raças autóctones da região.

Este ano, participaram no concurso de ovinos mirandeses, 12 criadores, com cerca de uma centena de animais. No concurso, os ovinos são avaliados de acordo com quatro categorias: carneiro, canhono, ovelhas (ou canhonas) e bazias (ou malatas).

A secretária-técnica da Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses (ACOM), Andrea Cortinhas indicou que, atualmente, estão inscritos no livro genealógico desta raça autóctone, 5500 animais, distribuídos por 63 criadores.

“Os ovinos de raça churra galega mirandesa são animais com um porte médio, sendo que os animais de lã branca se distinguem pelo careto negro nas orelhas, nos olhos e no focinho. No concurso avalia-se a sua condição corporal, o cuidado dos criadores, entre outros parâmetros”, explicou, Andrea Cortinhas.

Questionada sobre o atual risco da doença da língua azul, a engenheira zootécnica, Andrea Cortinhas, adiantou que de momento ainda não se registaram casos desta enfermidade, nas explorações de ovinos no planalto mirandês.

“Estamos de sobreaviso, sobretudo agora com o aumento das temperaturas na estação da primavera. De momento, estamos em processo de desparasitação e vacinação dos animais. A doença da língua azul é transmitida por um mosquito (género Culicoides) que provoca dificuldade respiratória, lesões na língua e outros sintomas entre os quais a morte dos animais”, indicou.

Sobre a recente inauguração em Malhadas, do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones, Andrea Cortinhas referiu que se trata de um equipamento que vai ser muito útil na preservação e melhoramento genético dos ovinos mirandeses.

Simultaneamente, realizou-se no mercado de gado, em Malhadas, o X concurso de Cães de gado Transmontanos. Nesta edição, participaram 27 animais, maioritariamente do distrito de Bragança, mas também de outras regiões do país.

O X Concurso do Cão de Gado Transmontano foi coorganizado pela Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT) e o Clube Português de Canicultura.

O representante do Clube Português de Canicultura, João Silvino, explicou que o concurso consiste numa avaliação morfológica dos animais.

“No concurso são avaliadas caraterísticas morfológicas dos cães como as proporções da cabeça, os tamanhos, as angulações, a cauda, etc. Estas caraterísticas físicas condicionam o desempenho do cão de gado transmontano na proteção dos rebanhos”, referiu.

Segundo a Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), atualmente, esta raça já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse além fronteiras, havendo já alguns exemplares em França e na Alemanha.

Anualmente, os concursos de ovinos mirandeses e cães de gado transmontanos são uma iniciativa conjunta do município de Miranda do Douro, da Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses (ACOM), da Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), do Clube Português de Canicultura e da Freguesia de Malhadas.

HA

Cultura: Danças dos pauliteiros são património cultural imaterial

Cultura: Danças dos pauliteiros são património cultural imaterial

As Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais da Terra de Miranda foram inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), após a publicação do anúncio em Diário da República (DR).

Os Pauliteiros de Miranda – Sendim são um dos grupos de dançadores da Terra de Miranda.

“A inscrição da manifestação ‘Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro’ no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial reflete os critérios constantes no artigo 10.º do referido diploma, destacando a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e a sua profundidade histórica e evidente relação com outras práticas inerentes à comunidade”, lê-se no DR.

A presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, mostrou-se satisfeita com este reconhecimento e disse “que o povo mirandês está cheio de ‘proua'” por ver “a inscrição das Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”.

“Foi um trabalho árduo de praticamente quatro anos. Foi um trabalho iniciado pelo anterior executivo, mas quando tomámos posse neste primeiro mandato na Câmara de Miranda do Douro, verificámos a candidatura, que, do nosso ponto de vista, era parca e não tinha o valor que deveria ter”, vincou a autarca de Miranda do Douro.

Segundo Helena Barril, nada mudará no conceito destas festividades mas haverá uma maior reconhecimento e projeção fora do concelho de Miranda do Douro, para o resto de Portugal ou para a Península Ibérica.

De acordo com uma nota do Património Cultural, Instituto Público, as danças ou ‘lhaços’ – designação em língua mirandesa que engloba a coreografia, o texto e a melodia que os dançadores executam – sucedem-se segundo uma ordem que inclui uma entrada assinalada pelo gaiteiro.

“São oito as festas em que as danças rituais mirandesas dos pauliteiros marcam uma presença assinalável, nomeadamente São Brás e Santa Bárbara (Cércio), Festa dos Moços ou S. João Evangelista (Constantim), Nossa Senhora do Rosário (Palaçoulo, Póvoa e S. Martinho), Santa Bárbara (Prado Gatão), Santo Isidro Lavrador (Quinta do Cordeiro), Festa do Menino Jesus e Nossa Senhora do Rosário (Póvoa)”, descreve o mesmo documento.

Na constituição dos grupos de Pauliteiros junta-se o gaiteiro, um tocador de caixa e um tocador de bombo. Na aldeia de Constantim, junta-se-lhes um Tamborileiro ou “Tamboriteiro”, como é designado nas terras de Miranda. As danças rituais dos pauliteiros nas referidas Festas distinguem-se de outras.

“Não se consegue precisar a origem das danças dos pauliteiros ou de paulitos, podendo tratar-se de uma sobrevivência da denominada “dança de espadas”, segundo alguns danças pírricas de origem helénica introduzidas pelos romanos na Península Ibérica”, descrevem os investigadores, no documento de candidatura.

Segundo o Património Cultural, o pedido de registo das Danças Rituais dos Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro no INPCI foi apresentado pela Câmara de Miranda do Douro, que providenciou investigação associada a esta prática religiosa, abrangendo o domínio da história e a aplicação de métodos e técnicas de pesquisa em antropologia, com o objetivo de alcançar conhecimento relevante sobre os modos das suas expressões e representações culturais, recriadas anualmente pelas comunidades e indivíduos que nelas constroem formas de pertença social e de identidade coletiva.

Fonte: Lusa

Santulhão: Regadio tem um investimento de 4,2 milhões de euros

Santulhão: Regadio tem um investimento de 4,2 milhões de euros

O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos Vaz, anunciou um investimento de mais de 4,2 milhões de euros destinados ao Aproveitamento Hidroagrícola de Santulhão, que vai abranger mais de 185 hectares de terreno e servir 115 unidades de rega.

“Esta obra tem um valor estimado de mais de 4,2 milhões de euros e tem um financiamento de 3. 969.000 euros, sendo comparticipada em 93% por fundos dos cofres do Estado e os restantes 298 mil euros financiados diretamente pelo município, que representam 7% do investimento total. O concurso não terá de ser internacional e por isso estimamos que no início de 2026, as máquinas já estejam no terreno”, avançou o autarca de Vimioso.

Após a conclusão do empreendimento hidroagrícola, a infraestrutura e canais de rega serão geridos pela Junta de Agricultores de Santulhão.

De acordo com António Santos Vaz, o projeto começou a ganhar forma ainda no decurso do Estado Novo, passando por diversos constrangimentos e promessas não cumpridas, tendo esta autarquia obtido um financiamento vindo do Ministério da Agricultura.

“Este projeto hidroagrícola poderia e deveria estar mais avançado. Os estudos para a construção desta barragem tiveram o seu início durante o Estado Novo, passou o período do 25 de Abril, e já passou por muitos governos e só agora é que foi conseguido o seu financiamento”, frisou António Santos.

O autarca disse acreditar que daqui a três anos os agricultores de Santulhão terão uma outra realidade agrícola, ao nível quer do olival quer das hortícolas.

“O estudo prévio já foi elaborado. De momento o procedimento concursal para elaboração da obra será submetido a reunião de Câmara no dia 12 de abril e depois decorrerá durante dois a três meses, bem como a execução do projeto. Sendo assim, esperamos que as obras arranquem em fevereiro de 2026, mas não podemos avançar com datas em rigor,” vincou.

A futura barragem servirá a freguesia de Santulhão e uma parte de Carção, no concelho de Vimioso, sendo estimado que a albufeira tenha uma área de 7,85 hectares e uma altura máxima prevista a partir do leito natural de cerca de 16 metros.

O autarca transmontano perspetiva ainda uma outra barragem para o território da freguesia de Angueira, também neste concelho do Planalto Mirandês, mas ainda sem uma data definida.

Fonte: Lusa

Sociedade: Comunidade cigana enfrenta «desafios persistentes» no acesso à educação, saúde, habitação e emprego

Sociedade: Comunidade cigana enfrenta «desafios persistentes»

A Pastoral Nacional dos Ciganos (PNC) divulgou uma mensagem por ocasião do Dia Internacional dos Ciganos, que se assinala no dia 8 de abril, onde alerta para “desafios persistentes” que a comunidade enfrenta no “acesso a direitos fundamentais”, como no acesso à educação, saúde, habitação e emprego.

Para este organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, esta data é “uma ocasião para reconhecer e valorizar a história, a cultura e a identidade do povo cigano”, que é “parte integrante” da riqueza e diversidade da sociedade portuguesa.

“É essencial lembrar os desafios persistentes que muitas pessoas ciganas ainda enfrentam no acesso a direitos fundamentais como a educação, a saúde, a habitação e o emprego”, afirma a PNC.

Este setor da pastoral da Igreja Católica aponta para a necessidade de “promover a igualdade de oportunidades na educação”, garantindo que “todas as crianças e jovens, independentemente da sua origem, possam sonhar, aprender e construir o seu futuro em condições de igualdade”.

“Assegurar o acesso equitativo à saúde é um imperativo de justiça social, que exige o combate às barreiras, aos preconceitos e às discriminações”, acrescenta.

A PNC refere também que “garantir condições dignas de habitação é respeitar o direito de todas as famílias a viverem com segurança, conforto e estabilidade” e “fomentar o acesso ao emprego é essencial para promover a inclusão, a autonomia e o desenvolvimento sustentável das comunidades ciganas”.

“Neste dia de celebração, manifestamos também a nossa profunda preocupação com o atraso na renovação e implementação da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC). Desde a sua criação, esta estratégia tem sido um instrumento fundamental na luta contra a exclusão social e a discriminação, e na promoção de oportunidades equitativas nas áreas da educação, saúde, habitação e emprego”, acrescenta a mensagem.

Para a PNC, a “ausência de uma nova fase da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas compromete os avanços alcançados nos últimos anos e fragiliza os esforços desenvolvidos por inúmeras entidades públicas, organizações da sociedade civil e, sobretudo, pelas próprias comunidades ciganas, que continuam a enfrentar desigualdades estruturais e preconceitos persistentes.

A Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas deve representar um esforço nacional concertado para garantir às pessoas ciganas o acesso equitativo aos direitos fundamentais. Contudo, a sua eficácia depende do envolvimento de todos: instituições, sociedade civil, comunidades locais e cada um de nós”, afirma.

O organismo da CEP apela, “com respeito e sentido de urgência, às entidades competentes para que retomem e reforcem o compromisso político e social com a plena integração das comunidades ciganas”.

“A Pastoral Nacional dos Ciganos reafirma hoje, e sempre, o seu compromisso com a promoção da justiça social e com o respeito pelos direitos humanos. É fundamental que todas as comunidades, sem exceção, se sintam valorizadas e respeitadas na diversidade das suas tradições e modos de vida”, aponta o documento.

Na mensagem que assinala o Dia Internacional dos Ciganos, a 8 de abril, a PNC evoca a caminhada sinodal da Igreja e a celebração do Jubileu da Esperança como convite a “olhar com mais atenção e responsabilidade para as comunidades ciganas, tantas vezes colocadas nas margens da sociedade” e desafia a um caminho conjunto, “com espírito de diálogo, abertura e confiança no futuro”.

Fonte: Lusa