Língua portuguesa: Léxico cresce graças ao Brasil e PALOP

Língua portuguesa: Léxico cresce graças ao Brasil e PALOP

Na comemoração do Dia Internacional da Língua Portuguesa, a 5 de maio, a linguista Helena Figueira, do dicionário Priberam, considerou que há um aumento do léxico português, graças à influência do Brasil e um crescente contributo dos PALOP.

Segundo a linguista do Priberam, com frequência são adicionadas novas palavras aos dicionários de português, sendo que a maioria são provenientes do Brasil, dado que há uma maior exposição à variante do português do Brasil.

A especialista esclarece que as palavras no Priberam – dicionário online de português – são inseridas tendo por critérios “a evidência, a frequência, a atualidade ou de sugestões dos utilizadores”, adiantando que as palavras são sempre analisadas.

Em relação à maior predominância de palavras vindas do Brasil, Helena Figueira afirmou que a causa se deve ao maior número de utilizadores brasileiros.

No último ano, tem-se verificado também um aumento de termos provenientes de países lusófonos como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, nos dicionários, sendo dipanda (independência), meninência (meninos e/ou meninas), manguana (amanhã) e baiar (fazer um feitiço contra alguém) alguns exemplos de palavras adicionadas que vêm dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

As palavras vindas dos PALOP “são menos comparativamente com as provenientes de Portugal e do Brasil”, porque há “menos acesso às coisas que são produzidas na língua desses países”, sublinha Helena Figueira.

Questionada sobre quais as palavras ‘brasileiras’ mais utilizadas pelos portugueses, a linguista disse que não tinha “dados das palavras mais usadas”, mas que essas são muito poucas, sendo que o que é mais usado são as preposições como ‘de’ e ‘em’.

“Às vezes o nosso discurso é muito pobre porque, em termos de alta frequência, as palavras mais frequentes, aquelas que nós usamos todos os dias, são as palavras mais normais que nós podemos encontrar para articularmos o nosso discurso”, acrescenta.

Acerca do Acordo Ortográfico – uma convenção que visa a unificação da ortografia entre os países lusófonos com o objetivo de facilitar a comunicação entre os países – a especialista explica que este lida apenas com a ortografia, a parte mais artificial da língua, enquanto os “brasileirismos” pertencem ao léxico e, por vezes, à sintaxe.

“Quando falamos em Portugal, em alguns casos encontramos ‘facto’, quando queríamos escrever ‘fato’, porque em geral, o ‘C’, de facto, não cai porque é pronunciado. Estamos a falar de equívocos ortográficos ou de erros ortográficos”, explica a linguista, acrescentando que os brasileirismos são “outra coisa completamente diferente” e que “fazem parte das interferências no português europeu, mas que não têm a ver com a parte ortográfica, têm a ver com interferências que vêm através de fontes ou contactos, com a literatura, a televisão e a internet”.

Em 5 de maio celebrou-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que foi estabelecida pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2009 e reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) a 25 de novembro de 2019.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Fonte: Lusa

Legislativas: ACEC apela ao debate de políticas que visem coesão económica e social do país

Legislativas: ACEC apela ao debate de políticas que visem coesão económica e social do país

A Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), com sede em Miranda do Douro, apelou aos partidos políticos que introduzam no debate eleitoral propostas que permitam o “desenvolvimento económico, social e político harmonioso e regionalmente equilibrado do país”.

Em comunicado, a associação, constituída formalmente em 29 de abril de 2022, reitera “o empenho na luta pelo desenvolvimento económico, social e político harmonioso e regionalmente equilibrado” do país, objetivo que tem fundamento no artigo 81.º da Constituição e que “só será concretizável através de reformas e políticas consistentes e persistentes, suportadas por uma organização política e administrativa coerente e com níveis adequados de descentralização, bem como por uma administração pública com elevados níveis de competência e eficiência”.

“Ao fazer este apelo, não se ignora que as políticas em apreço exigem estudo e ponderação adequados, não compatíveis com o tempo e o modo de uma campanha eleitoral. Mas esta deve servir para assumir objetivos, orientações de política e, acima de tudo, o compromisso de prosseguir com determinação”, indica a ACEC.

A direção da ACEC, que tem sede em Miranda do Douro e é presidida pelo ex-ministro da Economia Carlos Tavares, pede assim aos partidos políticos – e aos seus candidatos a deputados – que se apresentam às eleições de 18 de maio que “introduzam explicitamente nos programas e no debate pré-eleitoral a discussão dos objetivos, das políticas e das propostas que permitam levar ao cumprimento efetivo do disposto a este respeito na Constituição da República Portuguesa”.

Para a associação, é preciso orientar “o desenvolvimento no sentido de um crescimento equilibrado de todos os setores e regiões e eliminando progressivamente as diferenças económicas e sociais entre a cidade e o campo e entre o litoral e o interior”, lê-se na mesma nota.

“Portugal tem de ser capaz de mobilizar as energias potenciais que se encontram por todo o território e de confiar nas capacidades dos agentes políticos e da sociedade que, numa lógica de descentralização e desconcentração, possam por contribuir decisivamente para a coesão económica e social de todo o território nacional”, justifica.

A ACEC manifesta ainda “disponibilidade e empenho em colaborar com os deputados eleitos a 18 de maio e com o Governo, que delas emanar, para que se abra uma nova etapa de forte e equilibrado crescimento, de coesão territorial e de combate ao centralismo paralisante”.

A ACEC assume-se como “associação cultural e de intervenção cívica, tendo como objeto contribuir para fomentar e divulgar estudos sobre a organização político-administrativa do território, sob pontos de vista complementares dos princípios de organização, em que se inserem estudos relativos ao centralismo e ao princípio da subsidiariedade e das formas de organização”.

Outro dos objetivos passa por contribuir para fomentar e divulgar estudos sobre o desenvolvimento económico, social e cultural do território, em geral, e em especial na Terra de Miranda, em concelhos como Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso e em outros territórios do interior.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: Mosteiro acolheu Leigos para o Desenvolvimento

Palaçoulo: Mosteiro acolheu Leigos para o Desenvolvimento

De 1 a 4 de maio, o Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja, em Palaçoulo, recebeu a visita e a estadia de um grupo de Leigos para o Desenvolvimento (LD) que comemorou o trigésimo aniversário do regresso das missões desenvolvidas em São Tomé e Príncipe e em Moçambique.

O grupo formado por 11 pessoas, vindas de localidades como Coimbra, Batalha, Porto e Lisboa decidiram comemorar os 30 anos de regresso das missões, com uma visita e estadia na hospedaria do mosteiro trapista, em Palaçoulo.

“À semelhança do que nós, leigos para o desenvolvimento fizemos há 30 anos com as viagens e as missões em África, quisemos conhecer as dez monjas trapistas que deixaram Vittorchiano, em Itália, para fundar um mosteiro, em Palaçoulo, na diocese de Bragança-Miranda”, justificou, Madalena Abreu, leiga voluntária em São Tomé e Príncipe.

Ao longo de quatro dias, o grupo de leigos ficou alojado na hospedaria do mosteiro trapista e acompanhou o dia-a-dia monástico, com a participação nas orações, na missa diária e nos trabalhos das monjas.

“Estes quatro dias no mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo foram uma oportunidade de encontro entre nós, os Leigos para o Desenvolvimento e também de descanso e oração junto da comunidade trapista”, disse.

Madalena Abreu explicou que em 1995 decidiu participar nos Leigos para o Desenvolvimento, consciente das necessidades que havia em África e assegurou que foi uma experiência enriquecedora.

“Fomos trabalhar para a paz e o desenvolvimento e em termos humanos foi uma experiência enriquecedora. Entre os leigos criou-se um amizade para toda a vida. Há trinta anos havia muitos jovens interessados em participar nestes projetos de voluntariado, com vontade de dedicar 1 ou mais anos da sua vida a um país em desenvolvimento”, indicou.

Outro leigo, Paulo Frois, foi missionário no Malawi, em 1993 e 1994, quando este país africano recebeu mais de um milhão de refugiados moçambicanos, por causa da guerra civil.

“Aquele pequeno país pobre, de língua inglesa, recebeu de braços abertos um milhão de refugiados moçambicanos. Naquela situação, trabalhei como voluntário no Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), num programa de educação, em conjunto com professores”, recordou.

Em outubro de 1994, após 16 anos de guerra civil e a assinatura dos acordos de paz realizaram-se em Moçambique as primeiras eleições gerais multipartidárias.

“As eleições levaram ao regresso dos refugiados a Moçambique e nós os leigos regressamos com eles, para começar a trabalhar nas missões dos padres jesuítas, na região da Angónia”, disse.

No mosteiro, em Palaçoulo, os Leigos para o Desenvolvimento participaram nas orações diárias.

Trinta anos passados e questionado sobre a importância do encontro com outros leigos, Paulo Frois, respondeu que é a oportunidade de partilhar e agradecer uma experiência que transformou as vidas dos voluntários.

“A beleza e a alegria que nos encheu é tão grande, que nós, os Leigos para o Desenvolvimento não podemos estar sem nos reencontrarmos regularmente. Por isso, todos os anos, marcamos um encontro. No ano passado foi em Coimbra. E este ano foi em Palaçoulo”, disse.

Os Leigos para o Desenvolvimento são uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, que trabalha há mais de 35 anos em países de língua portuguesa, com vista à capacitação e autonomização de pessoas e comunidades. 

A atuação desta ONGD católica faz-se através de voluntários missionários qualificados, que desenvolvem projetos em áreas como a educação e alfabetização, formação e empreendedorismo, saúde e promoção da mulher.

Atualmente, os Leigos para o Desenvolvimento têm projetos em Angola e São Tomé e Príncipe.

HA

Sendim: VII Encontro Intergeracional juntou 200 crianças e idosos

Sendim: VII Encontro Intergeracional juntou 200 crianças e idosos

Com os objetivos de proporcionar o convívio intergeracional e promover um estilo de vida ativo e saudável, o município de Miranda do Douro organizou na vila de Sendim, no dia 3 de maio, o VII Encontro Intergeracional, que reuniu cerca de 200 crianças e idosos.

As danças dos pauliteiros e pauliteiras de Sendim agradaram aos mais idosos.

O encontro entre gerações decorreu no pavilhão multiusos, em Sendim e contou com a participação dos alunos do 1º ciclo da Escola Básica de Sendim, das crianças do jardim de Infância, dos utentes da Oficina do Idoso, do Centro Social e Paroquial São João Baptista de Picote e dos membros da Tuna da Universidade Sénior de Miranda do Douro

Durante a tarde de convívio, as crianças e os idosos foram protagonistas de várias atuações musicais, de recitação de poemas, das danças dos pauliteiros e de um baile, que encerrou com um lanche convívio entre todos.

Segundo o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, o Encontro Intergeracional é uma iniciativa anual que se insere na celebração do Dia Mundial da Família (15 de maio).

“Este encontro das várias gerações visa reforçar e aprofundar os laços comunitários entre os mais novos e os mais idosos. Entre estas duas gerações há muito para partilhar, dado que os idosos podem transmitir aos mais novos o seu saber e valores. E por sua vez, as crianças e jovens também partilham com os idosos, a sua alegria e entusiasmo”, disse o autarca.

A anfitriã do encontro, a vice-presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Ana Paula André, como mãe de dois filhos realçou que o convívio intergeracional é uma mais valia para o crescimento das crianças.

“A simples companhia entre os avós e os netos ajuda a moldar a personalidade das crianças. E os mais velhos também beneficiam muito com a proximidade das crianças, pois recebem deles a força e a alegria de viver”, disse.

HA



Sendim: Associação de Pais abordou a educação inclusiva de alunos imigrantes

Sendim: Associação de Pais abordou a educação inclusiva de alunos imigrantes

Com o propósito de sensibilizar pais, professores e auxiliares educativos para a importância de acolher e integrar os alunos imigrantes, a Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas de Sendim (APEEES) organizou no dia 30 de abril, o I Encontro “Direitos e Deveres na Educação Inclusiva: Implicações, Práxis Implícitas”.

A sessão de esclarecimento foi orientada pelas docentes, Ana Raquel Prada e Carla Pedroso de Lima.

A iniciativa decorreu no salão nobre da União de Freguesias de Sendim e Atenor e teve como oradoras, as docentes do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) Ana Raquel Prada e Carla Pedroso de Lima que explicaram que a educação inclusiva implica a adaptação do sistema educacional para atender uma maior diversidade de necessidades de todas as crianças e jovens.

“Sem descurar as caraterísticas de cada criança e jovem, há que garantir o acesso a uma educação de qualidade a todos os alunos”, começaram por dizer as investigadoras.

Sobre o que é uma escola inclusiva, as docentes do IPB responderam que são as comunidades educativas que acolhem e valorizam a diversidade.

“A inclusão envolve toda a comunidade educativa, desde as famílias, professores, as turmas e os auxiliares educativos, todos contribuem para o desenvolvimento social, emocional e académico de cada aluno”, indicaram.

O I Encontro “Direitos e Deveres na Educação Inclusiva: Implicações, Práxis Implícitas” realizado em Sendim, contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, da vice-presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Ana Paula André e do diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), António Santos.

A autarca de Miranda do Douro, Helena Barril, referiu que perante a chegada de um maior número de imigrantes ao concelho de Miranda do Douro é imperativo acolher, acompanhar, integrar e valorizar a diversidade cultural e linguística dos novos agregados familiares.

“Vivemos numa sociedade cada vez mais diversa e complexa, onde cada pessoa precisa ser acolhida, incluída, respeitada e integrada”, disse Helena Barril.

Por sua vez, o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), António Santos, apelou a todos os intervenientes no processo educativo: pais, professores e funcionários das escolas para que trabalhem no mesmo sentido da inclusão social dos novos alunos.

“A acolhimento de alunos que vêm de países cuja língua materna não é o português exige um plano de educação e acompanhamento personalizado”, indicou.

Segundos dados do Ministério da Educação, nos últimos dois anos letivos o número de alunos estrangeiros nas escolas em Portugal, aumentou de 70 mil para 140 mil crianças e jovens.

HA



Ovinos: Lã ganha novo uso em recheio de edredões

Ovinos: Lã ganha novo uso em recheio de edredões

Atualmente com pouca utilidade e a consequente desvalorização no mercado, a lã de ovinos está a ser reaproveitada como recheio de edredões, vendidos por uma empresa de Sousel, no distrito de Portalegre.

“É o único edredão de lã de borrego que existe. Tudo é feito em Portugal, não há nada importado e estamos a começar a exportar”, realça Ricardo Machado, um dos sócios da empresa que comercializa estes edredões, com a marca Lãmb.

No expositor que a marca tem num dos pavilhões da feira agropecuária Ovibeja, que termina hoje em Beja, estão expostos alguns exemplares deste produto, assim como camas para cão ou gato, igualmente com interior em lã de borrego.

Ricardo Machado conta que a marca ‘nasceu’ de uma parceria entre a Herdade de Vale Feitoso, em Idanha-a-Nova, concelho de Castelo Branco, de que é proprietário, e a empresa Pasto Alentejano, de Sousel, que comercializa borregos.

“Tosquiar uma ovelha custa bastante dinheiro” aos criadores de ovinos e “não tinha qualquer rendimento, porque até aqui a lã não era valorizada”, mas o cenário está a mudar, graças a novas soluções para este produto natural, salienta.

Segundo o empresário, os borregos são tosquiados em Sousel e a lã é transportada para a Guarda, onde é lavada, e, depois, para a indústria têxtil no norte do país, para ser fiada e onde os edredões são confecionados.

“É um produto verdadeiramente português”, realça o também criador de ovinos, que possui cerca de 2.500 ovelhas, notando igualmente que este é 100% lã de borrego, enquanto outros edredões no mercado são produzidos com fibras sintéticas.

Assinalando que estas coberturas acolchoadas de cama começaram a ser vendidas no final de 2024, Ricardo Machado refere que as vendas da primeira remessa, que foi de teste, foram um sucesso e acabaram por “esgotar praticamente em menos de um mês”.

“Este ano, já vamos ter lã que dá para fazer muitos edredões”, assinala, revelando que se prevê a utilização de cerca de 80 toneladas. Além do mercado interno, a Lãmb já está a preparar-se para exportar, nomeadamente para Inglaterra e França.

As mantas de lã caíram em desuso, argumenta o empresário, frisando que o este novo produto “consegue ter a mesma qualidade e é melhor ainda do que o edredão de penas”. E, tal como antigamente, “pode ser geracional”.

A Lãmb está, em conjunto com outros parceiros, como universidades, a testar novos produtos confecionados à base de lã de borrego nas áreas do vestuário, construção civil e arte, que se prevê serem lançados no mercado até ao final deste ano.

“E isto é o princípio do que nós achamos que é uma solução integrada que vai, sem dúvida, ajudar o mundo rural”, sublinha.

Também a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, com sede em Beja e promotora da Ovibeja, uniu esforços com a artesã, investigadora e empresária Rosa Pomar que, depois, lança peças feitas com lã de ovelha da raça campaniça.

“Felizmente, para os produtores da raça campaniça, tem sido uma lufada de ar fresco termos a Rosa Pomar a trabalhar connosco, porque, apesar de estar neste mercado difícil, faz questão de valorizar a lã e que essa valorização se repercuta no produtor”, observa Miguel Madeira, vice-presidente da ACOS e criador deste tipo de ovinos.

Novelos de fio e peças têxteis são alguns dos artigos desenvolvidos por Rosa Pomar. Em exposição e à venda na Ovibeja estão outros feitos de lã feltrada, com a própria marca da feira e da autora, como mangas térmicas para garrafas de vinho ou estojos para lápis e canetas.

Com esse trabalho, acrescenta Miguel Madeira, a artesã “consegue escoar a quase totalidade” dos 20 mil quilos da lã produzida pelo efetivo total de 10 mil ovelhas da raça campaniça.

Fonte: Lusa | Fotos: ACOM

Construção: Autarquias de todo o país afetadas por concursos sem candidatos

Construção: Autarquias de todo o país afetadas por concursos sem candidatos

A falta de mão-de-obra e o aumento dos custos de construção são os dois fatores apontados por autarquias de todo o país, para justificar o número de concursos públicos sem empresas concorrentes.

No Algarve, o vice-presidente da Câmara de Loulé, David Pimentel (PS), afirma que “a tendência está a agravar-se”, exemplificando que só este ano, até abril, ficaram desertos um quarto dos 32 concursos públicos lançados, quando em 2024 e 2023 esse valor tinha sido residual.

Em Albufeira, também no distrito de Faro, o presidente do executivo, José Carlos Rolo (PSD), aponta, além dos vários concursos desertos, casos em que surge apenas um candidato, como um concurso de cerca de nove milhões de euros que está a decorrer no concelho e cujo avanço ficará comprometido se o concorrente desistir.

A Universidade do Algarve, só nos últimos dois anos, ficou com seis concursos públicos desertos, e, segundo a reitoria, cinco das nove empreitadas no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), começaram por ficar desertas. A sua adjudicação só foi possível devido à “reabertura dos concursos com um preço base mais elevado”.

No Alentejo, “as empresas queixam-se de que os preços dos concursos são baixos e, mesmo após rever e subir preços, não os consideram atrativos”, diz à Lusa o presidente da Câmara de Montemor-o-Novo (distrito de Évora), Olímpio Galvão (PS), acrescentando que “todas elas se queixam da falta de mão-de-obra e da falta de capacidade para fazerem face a tanta pressão de obras”.

No concelho – onde têm ficado desertos, sobretudo, concursos para a reabilitação de escolas primárias e postos médicos -, o autarca refere ainda a reabilitação do Convento da Saudação, no Castelo de Montemor-o-Novo, cujo concurso “estava valorizado em 6,1 milhões de euros mais IVA, teve 17 empresas a mostrarem interesse, mas nenhuma apresentou proposta”, alegando que “o valor era baixo”. A reabilitação acabou dividida em duas fases, com a primeira associada a um concurso de 3,7 milhões, financiado pelo PRR.

No distrito de Setúbal, a autarquia de Santiago do Cacém teve de aumentar os preços base de concursos como o do Bairro dos Serrotes, em Vila Nova de Santo André, ou do pré-escolar de Ermidas-Sado.

No mesmo distrito, a Câmara de Palmela admite que “o aumento exponencial dos preços dos materiais de construção é uma das causas” para vários concursos terem ficado deserto, situação que se mantém “mesmo com a repetição de concursos com valores-base mais altos”.

Segundo o executivo, “o maior exemplo reside, talvez, nas centenas de Estratégias Locais de Habitação, um pouco por todo o país – e, também, em Palmela – que implicam um enorme esforço, quer de reabilitação urbana, quer de nova construção de edifícios para habitação com arrendamento a custos controlados, com financiamento do PRR, e que será impossível concretizar até ao final de 2025”.

No distrito de Lisboa um dos municípios que têm “enfrentado, com alguma frequência”, situações de concursos desertos é o de Odivelas, onde o presidente, Hugo Martins (PS), deu como exemplos a requalificação e ampliação do Pavilhão Honório Francisco, a Unidade de Saúde da Pontinha e a Divisão Policial de Odivelas.

A Oeste, em Alcobaça (distrito de Leiria), quatro dos cinco concursos lançados pela Câmara este ano ficaram desertos, dos quais dois referentes a reabilitações no Mosteiro de Santa Maria: num deles o preço base teve de ser aumentado e no outro a autarquia “só recebeu uma proposta”.

Para o município de Leiria, ainda é prematuro concluir-se que se está perante dificuldades na contratação e adjudicação de empreitadas, já que em 2022, dos 24 concursos públicos lançados, apenas um ficou deserto. Em 2023 não se registou qualquer concurso sem apresentação de propostas (foram lançados 27) e em 2024 “verificaram-se três concursos desertos de um total de 42”, pelo que se avançou “com concursos posteriores com valor base mais elevado”.

Situação diferente, na região Centro, registou o concelho da Mealhada, distrito de Aveiro, onde tiveram que ser repetidos os concursos da reconversão de antigos lavadouros em Núcleo Museológico do Luso, do melhoramento de acessibilidades na Escola Secundária da Mealhada e Avenida Comendador Messias Batista, da reconversão dos antigos talhos da feira de Santa Luzia num espaço de apoio a peregrinos e da construção de três fogos de habitação na Pedrulha (freguesia de Casal Comba).

O mesmo aconteceu com as empreitadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação em Oliveira do Bairro e o concurso para a reabilitação do parque de estacionamento subterrâneo de Oiã (no mesmo concelho, no distrito de Aveiro), a construção do novo Centro de Saúde e Serviço de Urgência Básica de Arganil (distrito de Coimbra) e a construção do Centro de Saúde de São Pedro e a requalificação da Escola Secundária Bernardino Machado na Figueira da Foz, também no distrito de Coimbra.

No Norte, no concelho do Porto, nos últimos três anos, cerca de duas dezenas de concursos não tiveram concorrentes, entre os quais a requalificação da Escola Básica dos Correios.

“O mercado tem crescido significativamente e as empresas debatem-se cada vez mais com falta de mão-de-obra, o que as leva, certamente, a uma maior seleção dos concursos aos quais concorrem”, assinala a autarquia portuense.

No município de Braga, no último ano, ficaram desertos três concursos públicos e, em Viana do Castelo, o concurso para a construção de um novo mercado municipal já ficou deserto três vezes.

Fonte: Lusa

Legislativas: Inscrições para voto antecipado até 8 de maio

Legislativas: Inscrições para voto antecipado até 8 de maio

Os eleitores recenseados em Portugal, que pretendam votar mais cedo nas eleições legislativas de 18 de maio, podem inscreveram-se até 8 de maio, na modalidade de voto antecipado.

O voto em mobilidade realiza-se a 11 de maio, uma semana antes das eleições, num local escolhido pelo eleitor em qualquer município do continente ou das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, devendo identificar-se e indicar a freguesia onde está recenseado.

De acordo com o ‘site’ da Comissão Nacional de Eleições (CNE), todos os eleitores recenseados no território nacional podem votar antecipadamente em mobilidade.

Para o fazer, o eleitor tem que comunicar a sua intenção até 8 de maio através de meio eletrónico, em www.votoantecipado.pt ou por via postal, dirigida à Administração Eleitoral da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, localizada na Praça do Comércio, Ala Oriental, 1149-015 LISBOA.

No pedido via postal devem constar os seguintes dados: Nome completo; Data de nascimento; Número de identificação civil; Morada; Mesa de voto antecipado em mobilidade onde pretende exercer o direito de voto; Contacto telefónico e sempre que possível endereço de correio eletrónico.

Caso o eleitor se inscreva para votar antecipadamente em mobilidade e não consiga fazê-lo, pode votar no dia da eleição (18 de maio) na assembleia ou secção de voto onde se encontra recenseados.

Mais de 10,8 milhões de eleitores residentes em território nacional e no estrangeiro podem votar a 18 de maio na eleições legislativas antecipadas.

Fonte: Lusa

Família: “Ser Mãe é aprender e crescer com os filhos” – Mafalda Frazão

Família: “Ser Mãe é aprender e crescer constantemente com os filhos” – Mafalda Frazão

Mafalda Frazão é mãe de cinco filhos e assume que a maternidade é um modo de “dar vida, aprender e crescer constantemente com os filhos”.

“Para mim ser mãe é aumentar e dilatar ainda mais o que é que a vida pode ser, o que é que a vida nos pode dar, o que é que podemos descobrir com a vida também. No fundo é ser mais vida, é dar vida, é aprender e crescer constantemente com os filhos também e é uma experiência, na verdade, de um crescimento diário”, disse Mafalda Frazão.

Numa entrevista emitida no Programa ECCLESIA (RTP2), a respeito do Dia da Mãe, que se assinala em Portugal, a 4 de maio, Mafalda Frazão explica que o seu “projeto de família foi crescendo naturalmente, sem grandes programações, sem grandes estratégias definidas”.

“Na verdade, nasceu o primeiro filho, quando ele tinha um ano e pouco, uma vez estava a brincar com ele e estava a pensar, realmente precisas de um irmão ou de uma irmã, porque eu sempre percebi que isso para mim tinha sido um dos maiores tesouros na vida”, acrescenta.

Mafalda Frazão, a terceira de sete irmãos, refere que sempre viu nesta família numerosa “um dos maiores tesouros”, por isso, quis que o seu primeiro filho tivesse “essa oportunidade”.

“Acho que por ter tido sete irmãos, não é que sempre quisesse ter imensos filhos, mas que descomplicou muito a forma de viver. Ter muitos irmãos é quase como viver num microssistema em que conseguimos fazer várias experiências até pessoais, e quase sociológicas” assinalou, sobre “uma aprendizagem muito grande”, ao mesmo tempo é “uma companhia continua”.

O exemplo da sua mãe, que sempre deu aulas na Escola de Enfermagem, “trabalhou a vida inteira”, mas, às vezes, com os irmãos achavam que “não  trabalhava, que ela conseguia estar sempre presente nos vários momentos importantes”,  e tratava-os de “uma maneira muito única”, são “quase oito filhos únicos”.

Mafalda Frazão explicou também importância do voluntariado na sua vida, da qual fazem parte o marido e os filhos, aprendido pelos exemplos em casa, desde a infância quando ia “a alguns bairros” com a avó, que era médica de saúde pública, ou no colégio, aos 8 anos, quando a turma inteira uniu-se para dar apoio a uma família, cuja criança tinha sido identificada pela mãe.

Mais tarde, acrescentou, criou, “com amigos”, um grupo de voluntariado de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo, no Porto; formada em Design, “uma área distante da medicina e destas áreas mais sociais”, começou a trabalhar com a visão de que “também com criatividade” conseguem arranjar soluções para problemas, e, quando conheceu o futuro marido, Nuno Frazão, ele “já tinha criado uma ONG”, que os levou a outros continentes – África, Ásia, América – e países como Angola, a Índia, o Brasil, nomeadamente ao Complexo do Alemão, e à Amazónia.

“Quando casamos e quando comecei a ter filhos já não dava para viajar tanto, para estar nesses países de uma maneira tão regular, acabei por entrar por um mundo do empreendedorismo social, e a ensinar pessoas que querem desenvolver projetos e que querem atuar em problemas societais”, explicou a entrevistad,a que trabalha também na Católica Lisbon School of Business & Economics.

Mafalda Frazão é também a convidada do Programa ECCLESIA do Dia da Mãe, este Domingo,  na Antena 1 da rádio pública (6h00).

A Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, escreveu a mensagem intitulada ‘Dia da Mãe – Elevar o coração’, onde convida a “parar para pensar” e assinala que esta celebração deve situar-se “no projeto do Ano Santo”.

“Parar para pensar e reconhecer que a esperança acontece quando a semeamos, intuindo as inspirações do coração nas nossas relações com os outros, numa verdadeira abrangência universal, mas, sobretudo, nos circuitos da vida familiar”, lê-se na mensagem intitulada ‘Dia da Mãe – Elevar o coração’.

“Com a Igreja universal, queremos ser peregrinos de esperança. Sempre imbuídos de uma espiritualidade sinodal, desejamos que a vida, em todas as suas dimensões, se torne uma verdadeira peregrinação”, acrescenta o texto.

O organismo católico evoca “com profunda gratidão” o Papa Francisco.

Com a nossa oração e comunhão acompanhamo-lo no seu peregrinar para a Casa de Deus Pai, ao encontro do regaço de Maria, nossa Mãe, a quem sempre amou”.

“A mãe é, sobretudo, a heroína que eleva o coração do marido, dos filhos, dos netos, hoje, amanhã e sempre, nos momentos de alegria, assim como na angústia e na tempestade. A força do seu coração chega a todos, impercetivelmente ou com gestos, silenciosamente ou com palavras”, assinala a nota da comissão.

“Às mães maltratadas ou desprezadas, às que perderam um filho, às que vivem sem aconchego, às que sentem a solidão – seja na velhice ou até mesmo na juventude – , às cansadas e sem amparo, saibamos mostrar-lhes que todo o seu empenho em elevar o coração não ficará sem recompensa”, acrescenta a mensagem.

Obrigado, mães. Convosco, viveremos a proximidade cristã, ajudando, sempre, a elevar o coração”.

Fonte: Ecclesia

Anunciar a Ressurreição de Jesus!

III Domingo da Páscoa

Anunciar a Ressurreição de Jesus!

Atos 5,27b-32.40b-41; Salmo 29 (30); Apocalipse 5,11-14; João 21,1-19

primeira leitura mostra-nos como a comunidade cristã de Jerusalém testemunha a vida nova que brota de Jesus ressuscitado. Embora as autoridades judaicas tentem calá-los, os apóstolos estão decididos a oferecer a todos os habitantes de Jerusalém a “boa notícia” de Jesus. A verdade, a vitória definitiva de Deus sobre a morte e o pecado, têm de ser anunciados de cima dos telhados, a fim de que o mundo encontre nesse “evangelho” uma nova esperança.

Na segunda leitura Jesus, o “Cordeiro” imolado que venceu a morte e que trouxe aos homens a libertação definitiva, é aclamado pelos anjos, pelo povo de Deus, pela humanidade inteira, por todos os seres criados. Agora poderá concretizar-se o projeto de Deus de oferecer a sua salvação a todas as criaturas “que há no céu, na terra, debaixo da terra, no mar” e no universo inteiro. Somos convidados a associar-nos, também nós, a este cântico jubiloso.

Evangelho oferece-nos uma parábola sobre a maneira de os discípulos de Jesus concretizarem a missão que lhes foi confiada.

Chamados a libertar os seus irmãos do mar de sofrimento em que vivem mergulhados, os discípulos têm de contar com Jesus e de seguir as orientações de Jesus. Se ignorarem Jesus, cairão num ativismo estéril, sem sentido e sem objetivo; se agirem de acordo com as orientações de Jesus, serão verdadeiramente arautos da salvação de Deus.

Fonte: Dehonianos | Foto: Flickr