Sendim: Vila celebrou 34º aniversário com o anseio de fixar mais jovens

Sendim: Vila celebrou 34º aniversário com o anseio de fixar mais jovens

No sábado, dia 13 de julho, a vila de Sendim celebrou o 34º aniversário, numa comemoração que a população local recordou com um misto de alegria e nostalgia, pois a melhoria das condições de vida na localidade não foi suficiente para fixar a população, em particular dos jovens, dada a falta de oportunidades de trabalho.

No passado sábado, a comemoração do 34º aniversário de elevação da povoação de Sendim a vila, inicou-se na praça central, com a exposição dos trabalhos da Oficina do Idoso, seguida da missa em memória dos sendineses já falecidos e de um jantar convívio para toda a população.

No decorrer do jantar, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, residente na vila de Sendim, revelou que o maior anseio da população é a fixação de mais pessoas, em particular de jovens casais.

“É importantíssimo proporcionar condições para que mais pessoas, sobretudo as jovens famílias, possam trabalhar e iniciar novas atividades em Sendim. Gostaríamos de devolver a esta localidade, a pujança demográfica que tinha na década de 1990, quando recebeu o estatuto de vila”, disse.

Entre as atividades que podem possibilitar a permanência dos jovens na região, o vice-presidente do município de Miranda do Douro indicou a agricultura, a pecuária e a criação de novas empresas.

“Aproveito a presença do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, para apelar ao governo que conceda uma discriminação positiva para os municípios do interior do país. O desenvolvimento da economia destas regiões precisa de maiores incentivos do Estado, como a isenção inicial de pagamento de IRS e IRC para as novas empresas e apoios no pagamento da Segurança Social aos trabalhadores”, elencou.

Também o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, reconheceu a grande dificuldade dos territórios do interior do país em fixar a população jovem.

“Os jovens instalam-se sobretudo onde há mais ofertas de emprego, como é o caso das grandes centros urbanos. Em Sendim, de 20 jovens, apenas 1 ou 2 conseguem fixar-se na vila”, disse.

Relativamente, aos avanços ocorridos nesta localidade, ao longo dos 34 anos, Luís Santiago, referiu que todos os autarcas procuraram fazer o melhor e foram realizadas obras importantes como os arruamentos, a construção do pavilhão multiusos, a casa da cultura, o parque das festas, a recuperação da antiga estação ferroviaria e a nova ETAR.

Atualmente, uma obra muito aguardada na vila de Sendim é a construção do matadouro municipal, que na perspectiva do presidente da freguesia vai criar 12 postos de trabalho diretos e trazer mais gente e por conseguinte um maior dinamismo à economia local.

“O município de Miranda do Douro está a aguardar pelo parecer do Tribunal de Contas, para que possa contrair um empréstimo de financiamento com vista à construção do matadouro intermunicipal, um investimento de quatro milhões de euros”, indicou.

Do lado da população, Emílio Martins, professor, natural de Sendim, destacou que com a passagem a vila, foram criadas novas valências e infraestruturas, como o centro de saúde, o posto da GNR ou a Escola EB 1| 2| 3 e houve uma maior oferta cultural. Relativamente, às maiores dificuldades vividas pela população de Sendim, Emílio Martins, disse que o maior problema continua a ser o despovoamento.

“Apesar das melhores infraestruturas e das boas vias de comunicação que se construíram, como o IC5, continuamos muito longe dos grandes centros e não estamos a conseguir fixar os nossos jovens. Este talvez seja o maior anseio da população de Sendim: criar oportunidades para que os nossos jovens possam viver e trabalhar em Sendim”, disse.

Por sua vez, outra residente, Palmira Falcão, também reconheceu que o estatuto administrativo de vila, trouxe significativas melhorias ao nível do urbanismo, das infraestruturas e dos serviços existentes na localidade. No entanto, a artesã local alertou para o “sério” problema demográfico, numa vila, cuja população é maioritariamente envelhecida.

“Em 1990, vivia muito gente em Sendim. Contudo, ao longo destes 34 anos, sofremos um ininterrupto êxodo populacional, o que levou a que hoje residam em Sendim sobretudo os velhos”, alertou.

A provar a reduzida percentagem de jovens na freguesia, apenas uma dezena de alunos participaram na cerimónia de reconhecimento do desempenho escolar, pela conclusão do 9º ano, na Escola EB 1/2/3 de Sendim.

HA

Ambiente: Governo tem em curso a recuperação de 300 quilómetros de rios

Ambiente: Governo tem em curso a recuperação de 300 quilómetros de rios

O Governo tem em marcha a reabilitação de 300 quilómetros de cursos de água em todo o país, indicou, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, numa visita a Freixiel, no concelho de Vila Flor.

A governante falou aos jornalistas no final da cerimónia de Inauguração da Reabilitação e Valorização das Ribeiras de Freixiel, onde foram intervencionados 30 quilómetros de linhas de água ao longo de um ano.

Portugal espera reabilitar 500 quilómetros de rios, até 2030.

“É uma das metas da Lei do Restauro, uma lei europeia aprovada dia 17 de junho e que nós votámos favoravelmente. Agora temos de fazer os planos nacionais do calendário das nossas metas para os rios, das árvores para plantar ou dos espaços verdes nas cidades.  O que a lei diz é que são 25 mil quilómetros a nível europeu. Agora tem de se negociar quanto é que é para cada país, mas será à volta de 500 quilómetros. E nós, felizmente, já temos em curso 300 quilómetros de recuperação de rios”, explicou Maria da Graça Carvalho.

A ministra adiantou ainda que no dia 30 de julho, vai visitar cinco rios cujas intervenções perfazem os 300 quilómetros de manutenções a acontecer, com um valor de nove milhões de euros.

No concelho transmontano foi tomado por Maria da Graça Carvalho como um dos exemplo do que está programado a nível nacional, cuja intervenção custou 800 mil euros financiados por fundos europeus, onde foram renaturalizadas as linhas hídricas.

O objetivo destas ações, disse ainda Maria da Graça Carvalho, é despoluir, remover barreiras à passagem da água, como troncos ou espécies vegetais invasoras, e restaurar os ecossistemas.

No caso de Vila Flor, a ideia é recuperar todos os cursos de água do concelho, segundo o presidente da câmara, Pedro Lima.

Estão ainda a ser criados os postos de sapadores de rios, que têm a função de fazer a manutenção e continuidade do trabalho feito.

Em Vila Flor, para já, há cinco em atividade, que formam uma equipa, mas 10 operacionais, que são os sapadores florestais do concelho, já receberam uma formação especializada para as novas atividades.

“Temos duas equipas de sapadores florestais que já têm alguma formação na manutenção de ribeiras. Porque são coisas diferentes. (…) Um sapador de rios deve saber quais são as espécies endógenas, que devem ficar, e as invasoras”, disse Pedro Lima.

O autarca vilaflorense clarificou ainda que, numa primeira fase, não vão contratar mais pessoal mas optar por um “sistema híbrido” até atingir um volume considerado mínimo, que fixou nos 100 quilómetros. Aí haverá lugar a reforços, o que previu que possa acontecer dentro de dois a três anos.

Durante a cerimónia foi assinado um protocolo para garantir a continuação do financiamento do projeto, que envolve a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Para o vice-presidente da APA, José Pimenta Machado, este projeto é uma forma de “plantar água”, até para garantir maior armazenamento e aproveitamento no futuro.

“Isto é fundamental para responder ao tempo que sabemos bem que vem aí. O que nos dizem os modelos é que vamos no futuro mesmo menos água. Não tenho dúvidas sobre isso”, considerou Pimenta Machado.

Sobre o cenário nacional em termos de reservas de água, o responsável da APA descreveu duas realidades.

“A Norte e Centro estamos bem. As albufeiras estão quase cheias. Do ponto de vista da precipitação foi um ano acima da média. Mas é verdade que temos duas regiões do país, a sul do Tejo, no Sudoeste do Alentejo e no Algarve, de facto, as recuperações que nós queríamos”, esclareceu Pimenta Machado, acrescentando que há 10 anos que na região algarvia chove abaixo da média.

Fonte: Lusa

Fotos: Recuperação do rio Fresno, em Miranda do Douro.

Ensino: Ranking «não é uma sinalização da qualidade de uns em detrimento de outros» – APEC

Ensino: Ranking «não é uma sinalização da qualidade de uns em detrimento de outros» – APEC

O presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC)  disse que os “rankings” divulgados reconhecem a “qualidade pedagógica” das instituições. mas sublinha que a avaliação implica outros fatores.

“É sempre um momento de grande alegria e, fundamentalmente, de reconhecimento daqueles que se colocam em lugar destaque, mas não é uma sinalização, obrigatoriamente, da qualidade de uns em detrimento de noutros”, disse o diácono Fernando Magalhães, à Agência ECCLESIA.

O presidente da direção da APEC reala que há “vários rankings”, o que faz com que, “em função dos critérios com que foram elaborados, possam diferentes escolas estar situadas em diferentes posições”, algo que aconteceu, “mais uma vez, este ano”.

“O que é relevante, no meio de tudo isto, é que pode concorrer, e concorre, para a boa motivação e para premiar os diferentes estabelecimentos de ensino a encimar os rankings, mas, acima de tudo, são reconhecimentos de uma qualidade pedagógica, que de uma forma geral, é levada a cabo pelos diferentes estabelecimentos de ensino, independentemente da sua diversidade constitutiva”, desenvolveu.

Neste sentido, o diácono Fernando Magalhães lembra que há estabelecimentos de ensino que têm uma “realidade constitutiva de alunos de um determinado modo, com umas geografias ou condições socioeconómicas familiares”.

O entrevistado acrescenta que não veem a “necessidade do ranking”, mas realça que têm todos necessidade de avaliação, assumindo a importância de “uma leitura comparada dos resultados”, fundamentalmente para os Estabelecimentos de Ensino perceberem quais “as boas práticas que conduziram a determinadas situações”.

“Não estou a dizer, de modo absoluto, que não se deve valorizar uma avaliação das práticas, uma comparação de boas práticas, uma partilha. De facto, como ranking em si, acho que deve ser claramente desmistificado, até os números das comunidades parentais, dos pais das nossas comunidades educativas, porque senão gera-se uma noção completamente contrária àquela que os rankings poderão honestamente transmitir”, desenvolveu o também diretor do Externato Frei Luís de Sousa (EFLS), da Diocese de Setúbal, em Almada.

O Governo português informou que vai apresentar, ainda este mês, um novo modelo de avaliação externa para o Ensino Básico e Secundário, que foi discutido, na reunião do Conselho de Ministros.

“Desde há muito tempo que o setor vem tentando isso, é muito importante que, quando se sustenta a alteração de práticas educativas, de metodologias, das formas didáticas, se perceba também como é que as aprendizagens depois, externamente, vão ser avaliadas”, explica o presidente da direção da APEC.

Com o horizonte já no próximo ano letivo, de 2024/2025, a Associação Portuguesa das Escolas Católicas tem vindo a convidar as escolas a, “cada vez mais, aprofundarem esta identidade da Escola Católica, e, no contexto dos 25 anos da associação, que se comemoram este ano, “será uma ocasião muito especial para não só o celebrar como reforçar esta necessidade da identidade”.

No início do novo ano letivo, a APEC vai realizar o II Congresso Nacional da Escola Católica, subordinado ao tema ‘Identidade e impacto no mundo global’.

“Queremos pensar esta nossa identidade no mundo onde nos inserimos. Não a abafando, não a tornando também bandeira em cima de um cume solitária, mas esta identidade nossa da Escola Católica, da qual não prescindimos, como o riqueza também a oferecer no sistema educativo e no mundo”, concluiu o diácono Fernando Magalhães, presidente da direção da APEC.

Fonte: Ecclesia

Ensino: Início das matrículas dos alunos do 10.º e 12.º anos

Ensino: Início das matrículas dos alunos do 10.º e 12.º anos

Decorrem de 15 a 20 de julho, as matrículas dos alunos que no próximo ano letivo vão frequentar o 10.º e 12.º ano , ficando assim concluído o processo de inscrições no ensino obrigatório.

A primeira fase das matrículas começou a 15 de abril, com as inscrições para o ensino pré-escolar e o 1.º ano do ensino básico. Em junho, arrancaram de forma faseada as restantes matrículas, que deverão terminar a 20 de julho com os alunos do secundário, segundo o calendário estabelecido pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).

Apesar de o processo ser faseado e as inscrições serem obrigatórias apenas quando há uma mudança – de escola, encarregado de educação, curso ou necessidade de escolher novas disciplinas – foram muitos os constrangimentos sentidos pelas famílias devido a falhas consecutivas no portal das matrículas.

No ano passado, a tutela decidiu criar uma nova plataforma mas, segundo o MECI, o portal foi testado apenas no momento das inscrições e foram muitos os dias em que o acesso esteve interditado, obrigando a prolongar por várias vezes os prazos inicialmente definidos.

No passado dia 10 de julho, último dia do calendário para as matrículas dos alunos do 2.º ao 5.º ano, os pais não se conseguiam inscrever devido a “problemas técnicos num equipamento de refrigeração do centro de dados da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN)” que afetaram o portal, segundo o gabinete do MECI.

Estas situações levaram o ministro a pedir desculpas às famílias e a lamentar o incómodo pela perturbação causada aos encarregados de educação e escolas devido a falhas do Portal das Matrículas.

Na audição parlamentar realizada na quarta-feira, o ministro Fernando Alexandre responsabilizou o anterior Governo pelos atrasos na preparação do ano letivo, referindo-se aos constrangimentos no Portal das Matrículas e aos atrasos nas colocações dos docentes.

“Acabaram com uma plataforma que funcionava mal para criar uma nova. Quando chegámos começou a ser feita a plataforma”, referiu, acrescentando que a nova “plataforma foi testada com os alunos que se matricularam”.

Fonte: Lusa

Caminhar com o coração

XV Domingo do Tempo Comum

Caminhar com o coração

Am 7, 12-15 / Slm 84 (85), 9ab-14 / Ef 1, 3-14 ou 1, 3-10 / Mc 6, 7-13

Jesus não envia ninguém sozinho. No Evangelho de hoje, Ele envia os discípulos dois a dois. A cada um de nós, Ele envia-nos sempre com o Espírito Santo.

O Senhor não nos abandona. Sei que esta afirmação é, nos dois sentidos da palavra, inacreditável, porque é uma ótima notícia e é difícil de acreditar. Talvez seja difícil de acreditar porque, quando pedimos ajuda a Deus, o que secretamente esperamos é que Ele resolva o problema por nós. Ou talvez porque nos falte a paciência para esperar e acolher a paz que o Senhor nos quer dar.

Olhemos o início de cada um dos nossos dias. Para que nos sintamos «preparados», todos os dias, antes de sair de casa, verificamos se temos tudo o que nos falta: chaves, carteira, telemóvel com bateria, talvez um computador, um chapéu de chuva, uma roupa extra e, se calhar, uns phones ou um livro para os momentos em que nada acontece. Mas se nos lançamos ao dia sem coração, estaremos verdadeiramente preparados?

Vivemos tão preocupados com a logística dos dias e damos tão pouca importância à falta de coração. Sair de casa com o coração pronto, aceso, disponível para mostrar a misericórdia de Deus é mais importante que evitar faltas de material.

Cada um de nós precisa de recordar, todos os dias, que é o Senhor que faz. E isto é uma conversão de vida, que pede outra rotina e forma de viver. Tal é ilustrado no Evangelho de hoje quando o Senhor envia os discípulos a anunciar o Evangelho ao seu estilo, em simplicidade e vulnerabilidade. Ele sabe, por experiência própria, que é através da consciência da dependência que o Espírito se torna palpável. Este «nada levar para o caminho», este viajar leve obriga-nos a uma exposição aos elementos que nos permite ganhar raízes na direção certa, na nossa relação com Deus, buscando o profundo, em lugar de tentar encontrar estabilidade tendo mais meios «à superfície».

Deixo-vos um desafio para esta semana. Antes de sair de casa, ou nos primeiros passos que derem na rua, lembrem-se que o Senhor vos envia a evangelizar, que o nosso Deus conta com cada um de nós para anunciar a todos que há um Deus de amor. Vivamos esta semana como apóstolos, como alguém com missão, rejeitando ser pessoas com função, mas sem vida. Lancemo-nos aos nossos dias na companhia do Espírito Santo, que o Senhor nos envia cada dia, e cuidemos de todos os que nos saiam ao caminho.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Ambiente: Solo degradado emite gases com efeito de estufa

Ambiente: Solo degradado emite gases com efeito de estufa

O cientista Rattan Lal, professor de Ciência dos Solos, vê na terra a solução para minimizar as alterações climáticas mas avisa que um solo degradado torna-se fonte de gases com efeito de estufa em vez de os absorver.

Rattan Lal é natural da Índia, fez investigação em África muitos anos e atualmente é professor na Universidade de Ohio, Estados Unidos. É hoje um dos galardoados com o Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2024, no valor de um milhão de euros.

O prémio, que este ano distingue a agricultura sustentável, foi atribuído em conjunto também ao programa “Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming” que na Índia promove as práticas sustentáveis junto dos agricultores, e à plataforma de organizações não-governamentais SEKEM, do Egito, que promove abordagens integradas de combate às alterações climáticas.

Numa entrevista, em Lisboa, onde se deslocou para receber o prémio, Rattan Lal alerta que solos degradados ou com má gestão tornam-se fonte de gases com efeito de estufa mas disse que a terra não tem de ser uma grande fonte desses gases e que, ao contrário, pode ser um repositório, sendo esse o objetivo do seu trabalho.

“Estou a tentar encontrar uma solução terrestre positiva para a natureza, tendo em conta questões ambientais, incluindo as alterações climáticas e a segurança alimentar. Como tornar a agricultura uma parte da solução” das alterações climáticas, voltando a colocar no solo o dióxido de carbono que foi para a atmosfera, explica.

A solução parece simples mas nem sempre é entendível, pelo que Rattan Lal defende mais educação e formação, que deve começar pelas crianças. A mensagem básica é a de que a saúde humana depende de um solo saudável.

“O solo é fonte de alimento mas também pode ser um sumidouro de gases com efeito de estufa” e não apenas de dióxido de carbono, diz.

“Se fizermos uma melhor agricultura é possível absorver cerca de 25% da função antropogénica na terra. Ou até mais, com uma melhor gestão. Portanto a terra pode tornar-se uma solução e é esse conceito que faz parte deste prémio”, adiantou.

Fazer da agricultura parte da solução para as alterações climáticas é também uma questão política, com o professor a lembrar que nos Estados Unidos há por exemplo leis de proteção da água ou do ar mas não uma legislação para o solo saudável. “E sem ele não é possível ter água limpa ou ar limpo”.

É importante, frisa, haver uma lei que proteja os solos, que proteja o carbono da terra mas também que incentive os agricultores que os motive e recompense por fazerem uma agricultura sustentável.

Para Rattan Lal, o objetivo não deve grandes produções, deve ser “produzir mais alimentos com menos terra, menos água, menos pesticidas, menos fertilizantes, e menos químicos”.

Questionado sobre o regadio, Rattan Lal não critica o facto de haver no mundo 3,5 milhões de hectares de terras irrigadas mas sim a água que se gasta, o desperdício que é a irrigação por inundação em vez de rega gota a gota.

Essa é uma das melhorias a fazer até 2050, como a de integrar árvores, culturas e gado, como a de investir na agricultura urbana, nas estufas com menos meios, na aquacultura, na hidroponia, na cultura em areia, e sem tantos pesticidas e outros produtos químicos.

Diz o professor que uma cidade com 10 milhões de pessoas precisa de 6.000 toneladas de alimentos por dia, e que 10% a 15% desses alimentos podem ser produzidos no limite da cidade. “Isso seria um ótimo planeamento urbano. Atualmente não é assim”.

Otimista, Rattan Lal diz que com a ajuda da ciência “há muitas coisas boas que podem ser feitas”.

E com o prémio de hoje também, como promover a investigação e levar novas práticas agrícolas a mais pessoas.

Da sua parte diz sentir-se “honrado, privilegiado e afortunado” por o prémio permitir a mais população saber “que os solos podem ser uma solução” no combate ao aquecimento global.

Fonte: Lusa

Saúde: Portugal é o terceiro país da OCDE em que as famílias mais gastam em saúde

Saúde: Famílias portuguesas têm despesas elevadas em saúde

Portugal é o terceiro país da OCDE em que a despesa direta das famílias com saúde é mais alta, com os idosos sujeitos a uma maior desproteção financeira nesse tipo de gastos, alerta um estudo.

“Portugal é o terceiro país da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) em que o peso da despesa direta em saúde na despesa total das famílias é mais elevado”, avança o relatório sobre o envelhecimento elaborado pelos investigadores Pedro Pita Barros e Carolina Santos.

Independentemente do tipo de sistema de saúde em vigor em cada país, existe uma parte dos pagamentos que é assegurada diretamente pelos cidadãos, ou seja, que não é coberta pelo Estado, nem por seguros voluntários ou obrigatórios.

Segundo este estudo, realizado no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação La Caixa, o BPI e a Nova SBE, a despesa direta em saúde em Portugal é de 5,2% dos gastos totais das famílias, acima da média de 3% do conjunto dos países da OCDE e apenas superada pela Suíça (5,5%) e pela Coreia (6,1%).

“Os pagamentos diretos em saúde podem constituir uma barreira financeira ao acesso a produtos e serviços de saúde, gerando necessidades não satisfeitas e criando dificuldades financeiras entre as pessoas que, apesar dos pagamentos diretos, conseguem aceder a serviços de saúde”, alerta ainda o relatório.

De acordo com o estudo, a partir da faixa dos 45-49 anos, as despesas diretas em saúde aumentam de “forma bastante expressiva”, passando de 329,49 euros nesse grupo etário para os 784,04 euros no grupo entre 70-74 anos, o que corresponde a um aumento de 137,95%, realçam os investigadores.

A situação é “particularmente severa para idosos com mais de 70 anos, para os quais as despesas diretas em saúde ultrapassam 8% do rendimento líquido anual por pessoa do agregado familiar, atingindo 10,56% no conjunto de pessoas com 85 ou mais anos de idade”, salienta o relatório sobre o envelhecimento que “pretende contribuir para uma discussão clara e informada desta temática” em Portugal.

Entre os idosos com 65 a 69 anos, 65,30% das despesas diretas em saúde foram com medicamentos, aparelhos e material terapêutico, enquanto a segunda maior categoria de gastos é relativa a serviços médicos, paramédicos e outros serviços de saúde não hospitalares.

“A análise aqui apresentada revela que os idosos em Portugal apresentam uma grande desproteção financeira para despesas em saúde”, alerta o relatório.

As mulheres, os idosos que vivem sozinhos, e os idosos de menores rendimentos e nível de escolaridade são relativamente mais afetados pelas despesas diretas em saúde, já que alocam uma maior percentagem do seu rendimento líquido a estas despesas, acrescenta.

Os investigadores Pedro Pita Barros e Carolina Santos consideram também que a desproteção financeira dos idosos para acomodar essas despesas diretas implica que, perante estes gastos, se “regista um agravamento da situação de pobreza, bem como um aumento da pobreza e de risco de pobreza na população idosa”.

De acordo com o relatório, os indicadores de desproteção financeira para despesas diretas em saúde apenas revelam uma parte das dificuldades que a população enfrenta no acesso a cuidados de saúde.

“Efetivamente, o facto de alguns agregados familiares não reportarem despesas diretas em saúde, por exemplo, não significa necessariamente que o Estado está a conseguir dar resposta às suas necessidades e que, por isso, as suas despesas diretas em saúde são nulas”, indica o relatório.

De acordo com o documento, estes resultados revelam que, se o objetivo da sociedade for diminuir ou corrigir a “atual regressividade das despesas diretas em saúde, então é necessário reforçar a proteção financeira dos idosos para despesas em saúde, por exemplo através do alargamento dos apoios existentes para o acesso de grupos socioeconómicos mais desfavorecidos a cuidados de saúde”.

O estudo analisa ainda a “pandemia da solidão”, cujo impacto na saúde e custos associados “requerem que os sistemas de saúde priorizem estratégias de combate ao flagelo”.

“Estima-se que um indivíduo de 50 anos que sofra de solidão frequentemente tem uma esperança de vida 0,37 anos (aproximadamente quatro meses) inferior à de um indivíduo que quase nunca sente solidão”, refere o relatório.

Já para uma pessoa com 80 anos, é estimado que um sentimento de solidão frequente se traduza em menos 0,23 anos (aproximadamente três meses) de vida, adianta ainda o relatório, ao referir que o “impacto negativo da solidão extrema pode ser comparado ao de uma doença como o cancro ou a doença pulmonar obstrutiva crónica”.

Fonte: Lusa

Ensino: Melhores escola públicas estão no norte do país

Ensino: Melhores escolas públicas estão no norte do país

As escolas públicas com melhores resultados médios nos exames nacionais situam-se maioritariamente no norte do país, sendo que a melhor classificada ficou em 39.º lugar, numa tabela liderada pelo Colégio Efanor, em Matosinhos.

Numa lista que ordena os 500 estabelecimentos de ensino público e privado, com mais de 100 provas realizadas no ano passado, os colégios voltam a ocupar os primeiros lugares, tendo em conta a média obtida nos exames nacionais do secundário.

A média dos exames dos alunos do Colégio Efanor, em Matosinhos, foi de 16,15 valores, colocando o colégio em primeiro lugar, numa tabela elaborada com base em dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).

É preciso descer até ao 39.º lugar para encontrar a primeira escola pública com melhores resultados nacionais. São quase três valores e uma hora de carro que separam o Colégio Efanor da Secundária de Vouzela, a escola na vila da Beira Alta com uma média de 13,23 valores nos 119 exames realizados.

Vouzela volta a quebrar a tendência de os primeiros lugares das escolas públicas serem ocupados por estabelecimentos situados no centro das grandes cidades, em bairros onde quase não existem alunos carenciados.

Este ano, a secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, volta a aparecer em 2.º lugar com uma média de 13 valores, uma escola que já ficou no topo da tabela vários anos ao longo das mais de duas décadas de rankings.

No top 10 das escolas públicas, a maioria fica no norte do país: Em 3.º lugar surge a secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia (média de 12,97 valores); seguindo-se a Tomaz Pelayo, em Santo Tirso (12,96 valores); a Dr. Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis, e a secundária Alves Martins, em Viseu.

Há apenas um outro estabelecimento de ensino no centro do país nesta curta lista que reúne os 10 melhores resultados nacionais, que é a secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro, que surge em 7.º lugar graças à média de 12,89 valores dos 587 exames realizados.

Segue-se a secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, e em 9.º lugar volta a aparecer uma escola que não fica no norte do país: A secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, que já por várias vezes encimou a lista das escolas públicas com melhores resultados, surge agora com uma média de 12,85 valores.

Em 10.º lugar aparece a Escola Secundária da Lixa, Felgueiras, com uma média de 12,83 valores dos 277 exames realizados. No ranking que junta as 500 escolas públicas e privadas, a secundária da Lixa surge em 51.º lugar.

O top 5 do ranking geral é encimado pelo Colégio Efanor (Matosinhos), ao qual se seguem os colégios Nossa Senhora do Rosário e Grande Colégio Universal, ambos no Porto, D. Diogo de Sousa, em Braga, e Rainha Santa Isabel, em Coimbra.

No final da tabela geral, com as médias mais baixas, surgem oito escolas públicas e duas privadas, nove das quais situadas na área metropolitana de Lisboa. A exceção é uma secundária nos Açores, na Povoação.

Olhando para as médias por distrito, volta a ser no norte que se encontram os melhores resultados: Viana do Castelo surge no topo da tabela (12,25), seguindo-se o Porto (12,20), Viseu (12,06), Braga (12,01) e Aveiro (11,82).

Lisboa, o distrito com mais alunos e mais de 50 mil exames realizados, desce dois lugares em relação ao ano passado ficando em 9.º lugar (11,57 valores).

Mais uma vez, as médias dos alunos que estudam nas escolas portuguesas no estrangeiro foram as mais baixas (10,37 valores).

Entre os distritos com piores resultados, voltam a destacar-se Setúbal, Portalegre e Beja. Notando-se uma melhoria da média dos alunos das ilhas dos Açores, que costuma ser a pior do país e agora regista uma subida de quase um valor (10,9 valores no ano passado para 11,41 valores).

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Música “Bida de Pastor” venceu o XXXIV Festival da Canção Mirandesa

Miranda do Douro: Música “Bida de Pastor” venceu o XXXIV Festival da Canção Mirandesa

A música “Bida de Pastor”, do grupo “Rachó Lato” foi a grande vencedora do XXXIV Festival de Música Mirandesa, um evento que decorreu no âmbito do 479º aniversário da cidade de Miranda do Douro e teve como objetivo incentivar a escrita, a composição e a interpretação de músicas em mirandês.

O grupo “Rachó Lato” escreveu, compôs e interpretou em mirandês, a música “Bida de Pastor”.

Após vários anos de interregno, o festival regressou a Miranda do Douro, onde atuaram sete grupos musicais, para as centenas de pessoas que encheram a praça Dom João III.

Nesta 34ª edição do festival, o júri constituído por Mário Correia (Sons da Terra), Alcides Meirinhos (ALCM), António Mourinho (Historiador), Alcino Ramos (AEMD) e Luís Pedraza (Músico), decidiram premiar como a Melhor Música em Mirandês, “Bida de Pastor” do grupo “Rachó Lato”.

O segundo lugar foi atribuído ao grupo “Amplitude”, pela Melhor Letra em Mirandês, na canção “Biba l’Mirandês”.

O prémio de terceiro lugar coube ao grupo “La Crau”, pela Melhor Interpretação no tema “Ampecei a namorar”.

Os 4º, 5º, 6º e 7º lugares foram atribuídos, respetivamente, aos grupos; La Crau (pela música Trabas de l’ Soalho); L’s Madrugadores (Somos de Miranda); Ls Resistentes (Bibir Eiqui) e Tuna Universidade Sénior (Luç de Miranda).

O XXXIV Festival da Canção Mirandesa foi organizado pela Casa da Música Mirandesa e de acordo com o seu responsável, o professor Paulo Meirinhos, a música é um ótimo recurso para aprender e divulgar a língua mirandesa.

“A música é um meio muito importante para a preservação e a divulgação do mirandês. No dia-a-dia, constamos que há muito gente que conhece e canta músicas em mirandês, mas não comunica nesta língua. Por isso, queremos incentivar as pessoas a cantar e a falar, cada vez mais, em mirandês”, justificou.

Para a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, a recuperação do Festival da Canção Mirandesa é uma mais valia cultural para o concelho.

“Após vários anos de interrupção, o Festival da Canção Mirandesa regressou com o propósito de salvaguardar e promover, simultaneamente, a música e a língua mirandesas. A música é um pretexto para nos expressarmos em mirandês e é um ótimo veículo de divulgação da língua dentro e fora da nossa terra”, disse.

Recorde-se que a língua mirandesa foi reconhecida oficialmente, em 17 de setembro de 1998, quando foram aprovados na Assembleia da República, os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

HA

Vimioso: Termas organizam caminhada dedicada à saúde oral

Vimioso: Termas organizam caminhada dedicada à saúde oral

No sábado, dia 13 de julho, as Termas de Vimioso voltam a organizar mais uma “Caminhada com o Médico”, uma atividade que consiste num passeio pela natureza, acompanhados por um profissional de saúde, que desta vez vai esclarecer os participantes sobre os cuidados a ter na saúde oral.

O diretor das Termas de Vimioso, Francisco Bruçó, explicou que o propósito desta iniciativa é promover junto do público um estilo de vida saudável, informar sobre saúde preventiva e os benefícios dos tratamentos termais.

Sobre a importância das caminhadas, os profissionais de saúde das Termas de Vimioso afirmam que são uma das atividades que mais benefícios traz para a saúde e previnem várias doenças.

Entre os benefícios das caminhadas destacam-se: a melhoria da capacidade cardiovascular, respiratória e da circulação sanguínea; a diminuição da massa gorda e maior tonicidade muscular; o maior controle dos níveis de glicemia; a redução do stress; o alívio das dores articulares; e a melhoria do humor.

“No que concerne à saúde oral, as Termas de Vimioso realizam tratamentos de otorrinolaringologia, como a irrigação nasal para desobstruir as vias respiratórias, a vaporização de água termal e a ionização da água para tratar a faringe, laringe, traqueia e os alvéolos pulmonares”, indicou Francisco Bruçó.

Segundo investigações hidrológicas realizadas às águas da Terronha, em Vimioso, foram comprovados os efeitos terapêuticos destas águas nos sistemas músculo-esquelético, dermatológico, reumático, no aparelho respiratório (ORL) e na saúde oral.

Em Vimioso, o período de maior afluência aos tratamentos termais ocorre nos meses de julho e agosto, com a chegada e a estadia dos emigrantes.

Quem pretenda participar na atividade “Caminha com o Médico”, agendada para as 9h00 da manhã, do dia 13 de julho, deve realizar a prévia inscrição (gratuita), através do endereço de email: termasdevimioso@cm-vimioso.pt

HA