Opinião: “Eleições antecipadas: incertezas, oportunidades e impacto económico”, por Óscar Afonso

Opinião: “Eleições antecipadas: incertezas, oportunidades e impacto económico”, por Óscar Afonso

A convocação de eleições legislativas antecipadas em Portugal representa um momento crítico para a economia e para a estabilidade do país. Embora a realização de novas eleições seja um mecanismo legítimo e necessário em determinados contextos políticos, não se pode ignorar o impacto que a instabilidade governativa tem na confiança dos investidores, na execução de políticas públicas e no desempenho da economia nacional.

Este tipo de crise política não afeta apenas a classe política e os partidos, mas tem consequências diretas no dia a dia das empresas, dos trabalhadores e dos consumidores. É, por isso, essencial avaliar os riscos e oportunidades desta decisão, bem como as implicações que diferentes desfechos eleitorais podem ter na economia portuguesa nos próximos anos.

A realização de eleições antecipadas introduz um fator de incerteza que pode afetar negativamente a confiança dos investidores e dos mercados. O investimento, tanto público como privado, depende fortemente de um ambiente estável e previsível, onde as regras do jogo sejam claras e as decisões políticas não sejam sujeitas a mudanças bruscas. Com um governo em gestão e uma Assembleia da República dissolvida, o país entra numa fase de menor capacidade de decisão, o que pode levar à suspensão ou adiamento de projetos empresariais e de investimento estrangeiro. Setores que dependem de decisões governamentais para avançar – como a construção, as infraestruturas, a energia e a inovação tecnológica – podem ser particularmente prejudicados.

Com um governo em gestão e uma Assembleia da República dissolvida, o país entra numa fase de menor capacidade de decisão, o que pode levar à suspensão ou adiamento de projetos empresariais e de investimento estrangeiro.

Além disso, a instabilidade política pode ter um impacto significativo no consumo privado. Os consumidores tendem a tornar-se mais cautelosos em momentos de incerteza, adiando grandes decisões de compra e reduzindo o consumo de bens duradouros. Esta retração pode ter efeitos negativos no comércio e nos serviços, travando o crescimento da economia num momento em que o país precisa de dinamismo e confiança para acompanhar as tendências europeias e globais.

Outro aspeto particularmente preocupante é a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um programa de financiamento europeu que representa uma oportunidade única para modernizar a economia portuguesa e reforçar setores estratégicos. A implementação do PRR tem de obedecer a prazos rigorosos definidos pela União Europeia, sendo que qualquer atraso pode comprometer a utilização dos fundos atribuídos a Portugal. Com um governo de gestão e um parlamento inativo, há um risco acrescido de bloqueio na aprovação de reformas estruturais e de medidas necessárias para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos. A comissão que acompanha o PRR já alertou para a possibilidade de atrasos e até para o risco de perda de fundos, caso a crise política se prolongue. A falta de um governo plenamente funcional neste período crítico pode dificultar a tomada de decisões urgentes e a resposta a imprevistos, aumentando a probabilidade de que Portugal não consiga executar integralmente os projetos previstos.

A implementação do PRR tem de obedecer a prazos rigorosos definidos pela União Europeia, sendo que qualquer atraso pode comprometer a utilização dos fundos atribuídos a Portugal.

A instabilidade política pode também ter implicações no mercado de trabalho. Empresas que estavam a planear expandir operações ou contratar novos colaboradores podem adiar essas decisões até que o quadro político seja mais claro. Esta hesitação pode levar a uma desaceleração na criação de emprego e, em alguns casos, a um aumento do desemprego, sobretudo em setores mais expostos à incerteza económica. As pequenas e médias empresas, que já enfrentam desafios significativos devido ao aumento de muitos custos de produção, podem ver-se numa posição ainda mais vulnerável, com a instabilidade interna a somar-se à externa.

No entanto, apesar destes riscos, a realização de novas eleições pode também representar uma oportunidade para reforçar a governabilidade e introduzir mudanças estruturais na política económica do país. Se das eleições resultar um governo com uma maioria parlamentar estável, haverá uma maior capacidade para implementar políticas de longo prazo, promovendo previsibilidade e confiança nos mercados. Um governo coeso e com um mandato claro tem melhores condições para executar reformas fundamentais nas áreas da fiscalidade, da competitividade empresarial, da inovação e da sustentabilidade financeira do Estado.

Se das eleições resultar um governo com uma maioria parlamentar estável, haverá uma maior capacidade para implementar políticas de longo prazo, promovendo previsibilidade e confiança nos mercados.

O impacto económico das eleições dependerá, em grande medida, do cenário político que emergir do ato eleitoral. A continuação da Aliança Democrática (AD) no governo poderá trazer benefícios ao nível da continuidade das políticas públicas e da estabilidade institucional, garantindo uma maior previsibilidade para os investidores e para os agentes económicos. No entanto, essa continuidade pode também implicar uma resistência à adoção de novas abordagens políticas que possam ser necessárias para modernizar o país e responder a desafios emergentes. A vitória do Partido Socialista (PS) sem maioria absoluta poderá representar uma oportunidade para a introdução de políticas diferentes, mas enfrenta também o desafio da governabilidade, uma vez que um executivo minoritário teria de negociar constantemente com outras forças políticas para garantir a aprovação de medidas essenciais. Este cenário pode conduzir a bloqueios e atrasos na implementação de reformas estruturais, prejudicando a economia.

Por outro lado, a formação de um governo de coligação, seja à esquerda ou à direita, pode trazer maior representatividade e facilitar a construção de consensos, mas pode também resultar em concessões políticas que tornem mais difícil a implementação de políticas eficazes. Além disso, as coligações governamentais estão sempre sujeitas ao risco de instabilidade interna, sobretudo se houver divergências significativas entre os partidos que a compõem, o que pode levar a crises políticas frequentes e comprometer a confiança dos investidores.

Por outro lado, a formação de um governo de coligação, seja à esquerda ou à direita, pode trazer maior representatividade e facilitar a construção de consensos, mas pode também resultar em concessões políticas que tornem mais difícil a implementação de políticas eficazes.

Perante este contexto, é fundamental que o período eleitoral seja conduzido de forma responsável e que os partidos políticos apresentem propostas concretas e realistas para garantir a estabilidade económica e a continuidade de investimentos estratégicos. O futuro governo terá de estar preparado para enfrentar desafios significativos, desde a execução mais célere do PRR até à necessidade de reforçar a competitividade da economia portuguesa num cenário global cada vez mais exigente.

Portugal enfrenta um momento crucial, em que as decisões tomadas terão impacto duradouro no rumo da economia nacional. A prioridade deve ser assegurar que a transição política não comprometa a recuperação económica, a execução dos fundos comunitários e a criação de condições para um crescimento sustentável. O desafio que se coloca aos líderes políticos é garantir que o país não fica paralisado por um impasse governativo, mas antes encontra soluções que reforcem a estabilidade, a confiança e a prosperidade a longo prazo.

Portugal enfrenta um momento crucial, em que as decisões tomadas terão impacto duradouro no rumo da economia nacional.

*Óscar Afonso é Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Professor Catedrático e sócio fundador do OBEGEF

Solidariedade: Governo e setor social assinam “maior aumento” nas comparticipações sociais

Solidariedade: Governo e setor social assinam “maior aumento” nas comparticipações sociais

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, apresentou o “maior aumento de sempre nas comparticipações” do Estado para o setor social, no valor de 220 milhões.

Um valor que, disse a ministra, contrasta com os 61,5 milhões anteriores. Esta atualização das comparticipações sociais é resultado de um estudo do valor das respostas sociais.

Segundo a ministra, o setor dos lares teve uma atualização de 12%, as creches um aumento de 8,7% e o pré-escolar atingiu uma atualização de 16%.

Ainda de acordo com a responsável, que falava numa cerimónia em S. Bento (Lisboa) com os representantes do setor social e solidário, que assinaram o documento, o setor dos centros de dia foi atualizado em 6,1% e os centros de atividade e capacitação para a inclusão em 6%.

A cerimónia, além do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e de Maria do Rosário Palma Ramalho, teve a presença de outros membros do Governo e dos representantes do setor social e solidário, Lino Maia, Manuel Lemos, Luís Alves e Francisco Pequicho.

A ministra destacou a valorização pelo Governo do setor social e solidário, que vê como um parceiro estratégico, e disse que o acordo hoje assinado reforça a relação de confiança e “previne o risco iminente de fecho de várias instituições que prestam serviço social”.

“Ao mesmo tempo que dá maior previsibilidade a estas instituições e aos seus profissionais, que correspondem também a um setor muito importante do ponto de vista laboral, uma vez que nós já temos mais de 300 mil trabalhadores neste setor”, afirmou.

A ministra recordou a criação de um grupo de trabalho que fez um “estudo inédito” das necessidades sociais e o custo atualizado das resposta sociais, em conjunto com os parceiros do setor, e lembrou um primeiro apoio do Governo ao setor social e solidário em outubro passado, para um aumento do apoio do Estado nas respostas mais deficitárias.

O compromisso assinado, disse também, foi concebido para o início do ano e teve em conta que as instituições tiveram de aumentar o salário mínimo em janeiro, e referiu que a maioria das respostas sociais foi atualizada em 4,9%, através de uma fórmula consensualizada.

Os representantes do setor social e solidário elogiaram o acordo hoje assinado, desde logo Joaquim Pequicho, pela Confederação Cooperativa Portuguesa, ou Luís Alberto Silva, da União das Mutualidades, que destacou o “papel crucial” do setor social e solidário mas também a “coragem do Governo em alterar o paradigma da cooperação”, o que faz com que as instituições se concentrem no mais importante, “apoiar quem precisa”.

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, destacou a importância da estabilidade política e agradeceu o empenho de Luís Montenegro no processo para chegar ao acordo de hoje.

E o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Lino Maia, disse haver ainda passos a dar, no setor das crianças e jovens entre outros e disse que o acordo era um bom acordo.

“Este setor é um importante pilar do Estado social, e sem essas 5.565 instituições de solidariedade o país estaria muito pior”, disse, acrescentando que no período de crispação em que o país vai entrar este setor é um “importante amortecedor social”.

Fonte: Lusa

Ensino: Termina o prazo de inscrição nos exames nacionais

Ensino: Termina o prazo de inscrição nos exames nacionais

Os estudantes do ensino secundário têm até ao final de 19 de março, para se inscreverem na primeira fase dos exames nacionais, que se iniciam a 17 de junho.

A inscrição é feita na Plataforma de Inscrição Eletrónica em Provas e Exames, disponível em jnepiepe.dge.mec.pt.

Os alunos têm que realizar obrigatoriamente o exame de Português e podem escolher outras duas disciplinas na avaliação final.

Além dos exames nacionais do ensino secundário, termina também o prazo para os alunos autopropostos inscreverem-se nas provas finais do 9.º ano, através da mesma plataforma.

Neste caso, os alunos internos não precisam de fazer qualquer inscrição.

Os exames nacionais estão marcados para entre 17 e 30 de junho. As provas do 9.º ano realizam-se a 20 e 25 de junho.

Fonte: Lusa

Igreja: Dia do Pai

Igreja: Dia do Pai

Na mensagem para o Dia do Pai, a Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), da Igreja Católica em Portugal, convida a redescobrir «presença de Deus, origem e fonte de toda a paternidade» e evoca os pais “caídos nas guerras”.

“Não podemos deixar de entregar nas mãos de Deus tantos pais caídos nas guerras deste mundo e tantas famílias que não têm nem espaço nem tempo nem modo de celebrar tão belo dia”, refere o documento intitulado ‘É um dia belo o dia-do-pai com vistas para Deus’.

O Dia do Pai celebra-se a 19 de março, data da solenidade litúrgica de São José, no calendário católico.

A mensagem convida a redescobrir “o mistério da presença de Deus, origem e fonte de toda a paternidade”.

“Salta à vista que celebrar o pai é reunir a família, pais e filhos, avôs e netos, e avivar o mistério da vida e do amor, da paz, do pão, do vinho e da alegria, pautas novas que tanta falta fazem ao nosso mundo indiferente, violento e salitrado, em que muitas vezes não se vê nenhum céu azul ou estrelado”, indica a CELF.

Os responsáveis católicos apresentam uma reflexão sobre o amor que está “no princípio de tudo”.

“Este amor vem de mais longe do que todas as formas particulares do amor que conhecemos. É deste amor original que recebem consistência tanto o amor do homem e da mulher, como o amor do pai e do filho, do amigo e de outro amigo, e assim por diante, dentro da comunidade humana”, pode ler-se.

Todo o amor é novo, e é sempre novo, tão novo o dos pais como o dos filhos. O amor é a vida em si mesma, diferente da vida da carne, mas que habita a carne”.

Num olhar sobre a paternidade, a CELF refere que “nada, sobre a terra, fala mais de Deus do que o nascimento de uma criança e do amor que a envolve”.

“Gerar é realizar o ato de esperança mais radical que se possa realizar. Seguramente nos atravessará um calafrio sempre que nos apercebemos que a humanidade transmite, de idade em idade, na linha do tempo, de pais para filhos, algo de eterno. Amor eterno, tão terrivelmente ameaçado de idade em idade”, indica o texto.

A mensagem para o Dia do Pai realça que “todo o nascimento traz consigo um imenso mistério”.

Fica patente e latente, evidente, que, para nascer um bebé, não basta gerá-lo e dá-lo à luz. Quando nasce um bebé, é também Deus que bate à nossa porta, é também Deus que entra em nossa casa, é também Deus que se senta à nossa mesa, é também Deus que nos visita”.

A Comissão Episcopal do Laicado e Família é um órgão da Conferência Episcopal Portuguesa e tem como finalidade o acompanhamento das associações de fiéis na área do Apostolado dos Leigos (Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades, Obras de Apostolado, etc.) e a promoção da pastoral nas áreas da família, da juventude e do ensino superior.

Fonte: Ecclesia

Vimioso: Empresas recebem apoio à criação de emprego

Vimioso: Empresas recebem apoio à criação de emprego

Até 15 de abril de 2025, as micro e pequenas empresas do concelho de Vimioso têm a possibilidade de candidatar-se ao programa “Apoio à Criação de Emprego e Microempreendedorismo”, que com uma taxa de financiamento de 75%, pretende promover a modernização da atividade empresarial e apoiar a criação de novos postos de trabalho.

Em Vimioso, a sessão de apresentação do programa decorreu na tarde de 18 de março, na sala de formação da Casa da Cultura e foi ministrada pela CoraNE – Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina.

A coordenadora da CoraNE, Luísa Pires, explicou que esta medida destina-se às micro e pequenas empresas que tenham a contabilidade organizada, não estejam com salários em atraso, entre outras condições que podem ser consultadas no aviso.

As empresas elegíveis para este programa são: o comércio; alojamento e restauração; construção; educação; atividades de saúde e apoio social; indústrias transformadoras; indústrias extrativas; e as atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas.

«O programa de “Apoio à criação de Emprego e Microempreendedorismo” visa incentivar a criação de emprego permanente e a tempo inteiro, fomentando a inclusão de grupos desfavorecidos e contribuir para a coesão territorial, com um enfoque especial em territórios de baixa densidade populacional, como são os concelhos da Terra Fria Transmontana”, pode ler-se.

O programa “Apoio à criação de Emprego e Microempreendedorismo” prevê uma taxa de financiamento de 75%.

Na criação de novos postos de trabalho, os destinatários elegíveis são: as pessoas que se encontrem à procura de emprego à data da celebração do contrato, desde que celebrado após a submissão da candidatura; os jovens; os desempregados de longa duração ou pessoas inativas ; e as pessoas que se queiram deslocar para os territórios de baixa densidade populacional para trabalhar.

Segundo o aviso do programa, na criação de novos postos de trabalho, os contratos devem ser sem termo e a tempo inteiro, associados à expansão de empresas já existentes; são também elegíveis, os contratos sem termo e a tempo inteiro, em entidades da economia social. Em ambos os casos, são elegíveis até três contratações de recursos humanos.

As empresas que pretendam saber mais sobre o programa e apresentar uma candidatura devem contatar a CoraNE – Associação de Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina, através do email: terrafria@corane.pt; telefone: 273 332 925.

A CoraNE intervém nos concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Vimioso e Vinhais, a designada região da Terra Fria Transmontana.

HA

Miranda do Douro: Alunos participaram no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos

Miranda do Douro: Alunos participaram no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos

No dia 14 de março, Dia Internacional da Matemática e o Dia do Pi (π), alunos da Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro participaram, pela primeira vez, na grande final do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, que se realizou na Universidade de Aveiro (UA).

O professor Nelson Pires, do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), explicou que neste agrupamento existe um Clube da Matemática, que funciona em colaboração com a Associação Álvaro Gonçalves e tem como principal finalidade fomentar nas crianças e jovens, o gosto pela Matemática.

Em Aveiro, a 18ª edição do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos reuniu mais de 1800 alunos vindos de todo o país, dos Ensinos Básico e Secundário.

Ao longo de todo o dia, a nave multiusos da Universidade de Aveiro (UA), foi palco das competições, sendo que as eliminatórias aconteceram de manhã e as finais da parte da tarde.

O professor Nélson Pires, dinamizador do Clube de Matemática no AEMD, indicou que no campeonato, os alunos de Miranda do Douro participaram em cinco jogos (Rastros, Produto, Dominório, Atari Go e Nex), distribuídos por três categorias, correspondentes ao segundo ciclo, terceiro ciclo e Secundário.

“A participação dos nossos alunos foi marcada pelo entusiasmo e a sua presença no evento representou não só um momento de competição, mas também uma experiência enriquecedora. Na fase das eliminatórias, dois dos nossos alunos obtiveram o segundo e terceiro lugar na sua mesa. Mas o mais importante, nesta nossa primeira participação não é apenas ganhar, mas sim o desenvolvimento do pensamento matemático e o espírito de equipa que estes desafios proporcionam”, realçou o docente do AEMD.

Em paralelo com as competições, o XVIII Campeoanto Nacional de Jogos Matemáticos ofereceu aos alunos um diversificado programa de atividades, experiências, shows, palestras, jogos e workshops que proporcionaram aos alunos de todo o país, momentos lúdicos, interativos e científicos.

“Desta experiência levamos um balanço muito positivo e os alunos de Miranda do Douro já olham para a próxima edição do campeonato, motivados para continuar a explorar o fascinante mundo da Matemática”, adiantou o docente do AEMD.

Anualmente, o Campeoanto Nacional de Jogos Matemáticos é promovido desde 2004, pela Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática, a Sociedade Portuguesa de Matemática e a Agência Ciência Viva.

Pelo terceiro ano consecutivo, a organização foi assegurada pela Universidade de Aveiro (UA).

Fonte: AEMD

Saúde: Municípios investem em parcerias privadas para prestar cuidados de saúde

Saúde: Municípios investem em parcerias privadas para prestar cuidados de saúde

Vários municípios de todo o país estão a investir em parcerias com entidades privadas, para prestar cuidados de saúde aos seus habitantes, numa tentativa de compensar a falta de resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na região Norte, o município de Miranda do Douro implementou um seguro municipal de saúde há cerca de um ano meio, ao qual já aderiram 2.197 munícipes que procuram, assim, um complemento ao SNS.

Até agora, foram efetuadas ao abrigo do seguro 1.154 consultas de clínica geral e familiar no Serviço Municipal de Saúde e 191 ecografias, entre outras valências medicas, números que a presidente da autarquia, Helena Barril, vê como positivos.

“Vai ser feita uma análise profunda aos números, analisando quais as melhorias que podem ser efetuadas, podendo manter este serviço a toda a população, aumentando as valências, as especialidades, bem como a possibilidade de realização de consultas de especialidades num consultório em Miranda do Douro”, indicou.

A Câmara de Porto de Mós, no distrito de Leiria, disponibiliza desde julho de 2022 um plano de saúde aos munícipes, em parceria com uma empresa da especialidade, ao qual já aderiram mais de metade dos habitantes do concelho.

Dois anos e meio após a entrada em funcionamento do plano, em 31 de janeiro passado, 14.298 munícipes tinham já aderido ao plano, num concelho com cerca de 23.200 habitantes, distribuídos por 10 freguesias.

O presidente da Câmara, Jorge Vala, explicou que a iniciativa não visa substituir o SNS, mas é “um complemento importante aos cuidados de saúde primários, nomeadamente ao nível da resposta de algumas especialidades a que habitualmente o SNS responde muito tardiamente, e que permite às pessoas, a um custo relativamente baixo, poderem ter acesso a estes serviços”.

Em Óbidos, também no distrito de Leiria, a Câmara tem em vigor, desde 2024, um plano de saúde gratuito para os habitantes do concelho, onde cerca de 82% da população não tem médico de família.

O “Óbidos + Saúde” dá acesso a uma rede de mais de 35 mil prestadores de cuidados de saúde, exames complementares de diagnóstico a preços convencionados, cuidados médicos durante cinco horas por dia em quatro dias da semana e 40 horas semanais de serviços de enfermagem.

No ano passado, 5.931 habitantes beneficiaram do programa, que a autarquia prevê alargar este ano a cerca de sete mil pessoas.

No Bombarral, concelho do mesmo distrito, o município firmou um acordo com a Santa Casa da Misericórdia local, envolvendo também a Unidade Local de Saúde do Oeste, para garantir consultas médicas.

O presidente da Câmara, Ricardo Fernandes, disse que a autarquia assegura despesas sobretudo com deslocações e alojamento dos médicos.

Em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, foi adjudicado em janeiro um seguro municipal de saúde, prevendo-se que os serviços sejam prestados pela Casa de Saúde de São Mateus, sediada em Viseu.

Já em Penela, no distrito de Coimbra, a Câmara contratou um plano de saúde para que, a partir deste ano, os 5.400 habitantes do concelho tenham descontos no acesso a serviços complementares ao SNS.

Em Penamacor, no distrito de Castelo Branco, a população começa este mês a beneficiar de um serviço municipal com um médico e um enfermeiro, em permanência, através de uma empresa privada.

Um pouco mais a sul, em Mafra, no distrito de Lisboa, uma parceria da Unidade Local de Saúde de Santa Maria e do município com a Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro permite garantir o funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente e reforçar as consultas médicas a utentes sem médico de família no Centro de Saúde de Mafra. A autarquia comparticipa parte dos custos, segundo o protocolo, a que a Lusa teve acesso.

No Alentejo, a Câmara de Nisa, no distrito de Portalegre, tem em curso desde 2023 um seguro de saúde municipal denominado “éNisa Saúde”, que permite aos munícipes o acesso a consultas, tratamentos e análises clínicas, entre outras áreas.

Este seguro é destinado a residentes no concelho, recenseados, à data da proposta de adesão, há pelo menos dois anos na região, e com uma idade igual ou superior a 18 anos.

Na Madeira, a Câmara Municipal de Santa Cruz dispõe de três programas de apoio aos munícipes na área da saúde, nos quais já investiu mais de um milhão de euros, abrangendo um total de 3.534 utentes carenciados.

O município criou, em 2018, o programa de Apoio à Medicação e em 2019 avançou com o programa de Apoio à Realização de Pequenas Cirurgias e com o Banco de Local de Ajudas Técnicas.

Até dezembro de 2024, 230 munícipes beneficiaram do Apoio às Pequenas Cirurgias, um programa único ao nível das autarquias da região autónoma. Um total de 2.860 utentes tiveram acesso ao Apoio à Medicação e 444 beneficiaram de Ajudas Técnicas no setor.

Em Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, a Câmara criou o serviço “Transporte Social Médico”, que assegura aos utentes do SNS e residentes no concelho o transporte para consultas, exames, tratamentos e outros atos médicos nos estabelecimentos de saúde para os quais estão referenciados, nos distritos de Vila Real, Porto, Braga e Viseu.

Desde que entrou em vigor, em abril de 2023, o programa assegurou 1.521 pedidos. Em 2024 foram assegurados 916 pedidos, o que representou, nesse ano, um investimento de 33 mil euros para o município.

“O Transporte Social Médico tem vindo a desempenhar um papel crucial na garantia do acesso de pacientes a serviços de saúde, especialmente para aqueles em situações de vulnerabilidade”, realçou o presidente da autarquia, Bruno Ferreira.

O serviço apoia idosos em situação de carência económica comprovada ou sem retaguarda familiar, utentes portadores de deficiência, doença crónica ou mobilidade reduzida comprovada por relatório médico e ainda doentes oncológicos.

Fonte: Lusa

Sociedade: Residências sénior custam entre 1.315 e 1.675 euros/mês

Sociedade: Residências sénior custam entre 1.315 e 1.675 euros/mês

Em Portugal, os preços nas residências sénior têm vindo a aumentar, com médias mensais entre 1.315 euros e 1.675 euros, devido, sobretudo, à falta de oferta, de acordo com um estudo divulgado.

Assim, o 3.º Retrato das Residências Sénior em Portugal, realizado pela plataforma sobre esta oferta, Via Sénior, e pela BA&N Research Unit, concluiu que “a pressão da procura se reflete num aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”.

De acordo com um comunicado, que dá conta das conclusões do estudo, “em dezembro de 2024, apenas 11% das residências sénior em Portugal tinham vagas disponíveis para receber novos utentes”, indicando que as taxas de ocupação de 100% estendem-se “a mais de 67% das unidades existentes em Portugal”.

Segundo o estudo, que pretende traçar um retrato do setor, que abrange 2.700 infraestruturas que representam mais de 105 mil camas, “o número de camas em residências sénior em Portugal está muito aquém das necessidades”.

Em dezembro de 2024 cerca de 70% das instituições apresentavam taxas de ocupação de 100%, 22,2% tinham taxas de ocupação entre os 91% e os 99% e apenas 11,1% reportaram vagas, com a generalidade da ocupação a situar-se nos 80%”, indicou.

“Considerando os cerca de 2,5 milhões de residentes em Portugal com mais de 65 anos, a cobertura é pouco superior a 4%, subindo para 8,7% se considerarmos a população idosa com mais de 75 anos”, referem. 

De acordo com o estudo, “a pressão da procura reflete-se num aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”, sendo que “o preço médio ponderado de alojamento em quarto individual ronda os 1.675 euros, enquanto um quarto duplo custa 1.375 euros e um triplo 1.315 euros”.

Segundo o mesmo comunicado,” incapaz de responder ao aumento da procura devido à evolução demográfica e à crescente esperança média de vida, o setor continua sob forte pressão com os valores de alojamento a refletirem também os investimentos associados à melhoria dos serviços prestados aos idosos”.

O estudo lembrou que “a população europeia continua a envelhecer a um ritmo acelerado”, destacando que, segundo os dados do Eurostat em janeiro de 2025, mais de um quinto da população europeia (21,6%) tinham 65 anos ou mais e Portugal ocupa o terceiro lugar no ‘ranking’ da União Europeia em termos da proporção de pessoas com mais de 80 anos, apenas atrás de Itália e Alemanha.

O Retrato das Residências Sénior em Portugal foi realizado através de um inquérito online, sendo que este ano, o universo é representado por cerca de 2.700 Residências Sénior que, no global, são responsáveis por mais de 105.000 camas. Foi realizado entre 01 de dezembro de 2024 e 15 de janeiro de 2025.

Fonte: Lusa

Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida destaca papel da Cáritas na diocese despovoada e envelhecida

Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida destaca papel da Cáritas na diocese despovoada e envelhecida

O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, destacou o papel da Cáritas Diocesana num contexto de despovoamento e envelhecimento populacional, na região e confiou à instituição a coordenação da Pastoral Social na diocese.

“Qual a ação da Caritas no interior, em zonas de acelerado despovoamento? O despovoamento está à vista. Há menos pessoas, mais idosas e mais sós! Como manter uma rede de proximidade para combater a solidão e o abandono? Como colocar estabelecer laços entre os jovens e idosos?”, questiona D. Nuno Almeida.

O texto, publicado na Semana Nacional Cáritas 2025, que decorre até domingo, dia 23 de março, anuncia que a instituição vai ser coordenadora da Pastoral Social da Diocese de Bragança-Miranda.

“Pedimos à Caritas Diocesana que coordene a Pastoral Social na nossa Diocese. Reúna e coloque em diálogo sinodal todos os diferentes organismos que atuam na pastoral social, para que se trabalhem em rede e se ofereça a todos formação”, adianta.

Precisamos de lutar por um Grupo Cáritas em cada Unidade Pastoral, que seja agregador de todas as realidades da Pastoral Social. Grupo que poderá ser ponte e observatório social permanente. Formar estes grupos, acompanhá-los e oferecer-lhes formação permanente, poderá ser um importante trabalho para os próximos anos. Tudo isto faz com que a Cáritas seja verdadeiramente diocesana”.

A Cáritas celebra, entre os dias 16 e 23 de março, a sua Semana Nacional, com diversas iniciativas, entre elas o Peditório Nacional, que leva milhares de voluntários às ruas e que também vai ser realizado online, sob o lema ‘Envolva-se’.

“Há novas pobrezas que a atual situação do nosso mundo acentua. Cresce o número daqueles que têm de enfrentar as inevitáveis provas e tempestades da vida sem uma espiritualidade, sem uma religião, sem uma fé, sem experimentarem a força que nos transcende e que vem do Alto, como dom, graça e luz”, indica D. Nuno Almeida.

O bispo de Bragança-Miranda alude ao aumento do “número de pessoas que vivem no vazio espiritual e de sentido da vida”.

“Cheios de coisas, de riquezas, de conhecimentos, de tecnologia e pobres de razões para viver, de causas, de esperança”, assinala.

Precisamos de recursos espirituais que nos abram caminhos de esperança, ou seja, abertos ao horizonte do sentido. Sentido para o que temos de enfrentar e sentido para encontrarmos o rumo certo para a nossa vida!

A Cáritas celebra, entre os dias 16 e 23 de março, a sua Semana Nacional, com diversas iniciativas, entre elas o Peditório Nacional, que leva milhares de voluntários às ruas e que também vai ser realizado online.

D. Nuno Almeida diz que esta é “uma bela ocasião para valorizar e agradecer o testemunho de todos os que trabalham como voluntários e/ou profissionais” da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda e na rede Cáritas em Portugal, que “realizam uma dimensão essencial da missão da Igreja na ação social”.

Anualmente, a Cáritas presta apoio a cerca de 120 mil pessoas, através das Cáritas Diocesanas e dos grupos paroquiais que fazem parte da rede nacional.

Fonte: Ecclesia

Vimioso: Município vai atribuir 5 mil euros por cada posto de trabalho

Vimioso: Município vai atribuir 5 mil euros por cada posto de trabalho

Com os objetivos de incentivar a criação de emprego e a fixação de população no concelho de Vimioso, o município agora liderado pelo presidente António Santos, elaborou uma proposta de Regulamento de Apoio à Criação de Emprego, que prevê a atribuição de 5 mil euros, por cada posto de trabalho criado.

Segundo a proposta do regulamento, que se encontra em apreciação pública até ao dia 14 de abril, o incentivo financeiro atribuido pelo município de Vimioso destina-se a cada posto de trabalho criado, na modalidade de contrato sem termo, com a obrigação da manutenção do posto de trabalho, pelo período mínimo de cinco anos.

O regulamento, que pode ser consultado no site do município de Vimioso, indica que são elegíveis ao apoio financeiro, as atividades económicas em áreas como o comércio, indústria, prestação de serviços, turismo, agricultura e outras atividades que contribuam para o desenvolvimento do concelho de Vimioso.

As empresas, para beneficiarem do incentivo monetário, devem assumir uma das seguintes formas jurídicas: empresários em nome individual; sociedades; cooperativas; instituições particulares de solidariedade social; e pessoas coletivas de utilidade pública.

“O apoio financeiro destina-se exclusivamente a entidades promotoras cuja sede ou centro de operações estável se localize no concelho de Vimioso, sendo condição incontornável que a iniciativa empresarial a desenvolver e o posto de trabalho a criar desenvolva-se fisicamente no concelho de Vimioso”, pode ler-se.

Segundo a proposta do município de Vimioso, excluem-se as situações de criação do próprio emprego; contratação de ascendentes e descendentes; e contratação entre cônjuges.

A proposta de Regulamento de Apoio à Criação de Emprego está em discussão pública até ao dia 14 de abril.

O regulamento entra em vigor após a sua publicação em Diário da República (D.R.).

HA