Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida ordena presbítero e diácono
A 13 de julho, o Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, preside à ordenação presbiteral do diácono Nélson Vale e à ordenação diaconal de frei John Naheten, uma celebração agendada para as 18h00, na Catedral de Bragança.
O diácono Nélson Dias do Vale, 27 anos, é natural de Carção (concelho de Vimioso) e fez a sua formação no Seminário de São José (Bragança), e no Seminário Maior Interdiocesano de São José (Braga).
Completou os estudos teológicos na Universidade Católica Portuguesa tendo defendido, em 2023, a dissertação «O sonho de uma Igreja missionária», no âmbito do mestrado em Teologia.
No caminho de preparação para o sacerdócio, Nélson tem exercido atividade pastoral nas comunidades da Paróquia de S. João Baptista (Bragança), sendo acompanhado pelo Pároco, padre José Bento Soares.
Tem-se dedicado à docência da disciplina de Educação Moral Religiosa Católica, no Agrupamento de Escolas Emídio Garcia (Bragança), e ao Instituto diocesano de Estudos Pastorais. É diretor do Secretariado diocesano das Missões e membro da Comissão diocesana para a Sinodalidade.
Nesta celebração, D. Nuno Almeida também vai ordenar, no diaconado, frei John Ryky Asalu Naheten, franciscano capuchinho, 43 anos, natural de Padiae, no enclave de Oecusse, em Timor-Leste.
Entrou para o Postulantado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em 2005, e fez o ano de Noviciado em Pontianak (Indonésia), em 2010/11 e em agosto de 2011 fez a Profissão Simples, em Laleia (Timor-Leste), nas mãos de Frei Fernando Alberto, e a Profissão Perpétua em agosto de 2016, nas mãos de Frei Hermano Filipe, tornando-se, assim, o primeiro irmão professo perpétuo de Timor-Leste.
Viveu em Portugal, sobretudo na Fraternidade dos Capuchinhos do Amial (Porto), e regressou a Timor-Leste em 2019 para terminar os estudos de Teologia.
Frei John integra a Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado dos Capuchinhos, em Argozelo (Vimioso), desde 30 de janeiro deste ano, e aqui deverá permanecer até 2026.
Economia: Crescimento da construção acelerou para 1,9%
O índice de produção na construção cresceu 1,9% em abril, em termos homólogos, acelerando 0,7 pontos percentuais (p.p.) face ao verificado em março, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o INE, a taxa de variação homóloga dos dois elementos que compõem o índice apresentaram aumentos face a março.
O segmento de construção de edifícios aumentou 2,7%, taxa 0,5 p.p. acima do registado no mês anterior, enquanto a engenharia civil passou de uma redução de 0,2% em março para um crescimento de 0,7% em abril.
Em termos de contributos para a taxa de variação homóloga do indicador, a construção de edifícios representou 1,6 pontos (1,3 pontos em março), enquanto a engenharia civil apresentou um contributo de 0,3 pontos (contributo negativo de 0,1 pontos em março).
Em termos de variação em cadeia, o índice de produção na construção passou de uma regressão de 1,7% em março, para um crescimento de 0,6% em abril, fruto de avanços mensais de 0,6% na construção de edifícios e de 0,7% na engenharia civil.
Em abril, o índice de emprego registou uma variação homóloga de 3,0% (2,7% no mês anterior), enquanto as remunerações aceleraram 2,1 p.p. para uma taxa de crescimento de 10,0%.
A variação mensal do índice de emprego foi 0,4% (0,2% em abril de 2024), enquanto a das remunerações se situou em 0,8% (-1,1% no mesmo mês de 2024), refere o INE.
Política: Cerimónia dos 40 anos de adesão de Portugal à UE
A 12 de junho, Portugal celebra os 40 anos da assinatura da adesão à União Europeia (UE), com uma cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em que participam os presidentes do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu, informou o comissário das celebrações.
As comemorações iniciam-se a 12 de junho e prolongam-se até 2026, com o objetivo de destacar que a adesão ao bloco europeu foi “uma aposta bem-sucedida”, mas também para “lançar as sementes do futuro”, afirmou o ex-eurodeputado do PSD Carlos Coelho, comissário das celebrações.
“Nós olhamos para o passado com orgulho, porque nestes 40 anos Portugal cresceu e desenvolveu-se também graças à ajuda da União Europeia”, considerou Carlos Coelho.
Para o comissário, “a aposta estratégica que Portugal fez foi bem-sucedida e consensual”.
“Não foi motivo de fratura partidária em Portugal, com exceção de pequenas forças que tinham uma atitude mais distante, mas o grande arco democrático esteve sempre unido à volta do projeto europeu”, afirmou o responsável, que destacou o “grande consenso nacional” relativamente à União Europeia.
“Estes 40 anos foram 40 anos de sucesso”, defendeu Carlos Coelho, que destacou ainda o propósito de “sobretudo olhar para futuro, ou seja, deixar sementes de futuro”.
O primeiro grande momento das comemorações é a cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, o local onde há 40 anos foi assinado o tratado de adesão de Portugal às Comunidades Europeias, por Mário Soares (primeiro-ministro), Rui Machete (vice-primeiro-ministro), Jaime Gama (ministro dos Negócios Estrangeiros) e Hernâni Lopes (ministro das Finanças).
Estão previstas intervenções da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e do presidente do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro português António Costa, além do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesta cerimónia é apresentada a Declaração de Lisboa, que será assinada pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República, na qual “Portugal reconhece o contributo da Europa para o seu desenvolvimento, mas ao mesmo tempo assinala qual a Europa que devemos continuar a construir: a Europa da coesão, a Europa que diminui as assimetrias, a Europa que protege os seus valores, a Europa que reforça a segurança e a defesa”.
O momento contará com momentos musicais, com fado e cante alentejano, “para acentuar que a participação de Portugal na Europa é também um momento de valorização da identidade nacional, porque não é só a Europa que ajuda Portugal”, disse Carlos Coelho, que sublinhou: “Portugal ajudou a carrear para a Europa relações, identidade, língua, projeção internacional”.
As comemorações nos próximos meses incluem várias iniciativas envolvendo entidades públicas, como as comissões de coordenação e desenvolvimento regional, câmaras municipais e freguesias.
Em 1 de janeiro de 2026 assinalam-se os 40 anos da entrada de Portugal na UE, estando ainda previstas comemorações para o Dia da Europa, 9 de maio, do próximo ano.
Picote: XX Encontros da Primavera dedicados à ecologia
De 12 a 15 de junho, a aldeia de Picote, no concelho de Miranda do Douro é o palco dos Encontros da Primavera, um evento cultural e científico, que nesta vigésima edição tem como tema “Impulsos Artísticos, Matérias e Pessoas Criativas” e cujos destaques são a apresentação das obras dos artistas, Evgnénia Emets e Gonçalo Mota.
De acordo com a Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, promotora do evento, os Encontros da Primavera reúnem anualmente nesta localidade do concelho de Miranda do Douro, artistas e investigadores, com o propósito criar obras artísticas, a partir da relação entre a natureza e a comunidade local.
O presidente da FRAUGA, Jorge Lourenço, sublinhou que este ano, a organização preparou um programa especial para assinalar o 20º aniversário dos Encontros da Primavera.
«Este evento procura envolver a comunidade local com os artistas e investigadores. Este ano, os convidados para as residências artísticas em Picote são Evgnénia Emets, artista e poeta ucraniana, cujo trabalho se centra na ecologia e vai apresentar trabalhos de recuperação da floresta, em áreas ardidas. Esta intervenção consiste na plantação de espécies vegetais autóctones e na recolha de saberes e conhecimentos científicos sobre a flora local”», indicou.
Segundo o programa, a artista convidada vai exibir o filme “As vozes dos guardiães da terra”, na tarde de sexta-feira, dia 13 de junho. Depois, na manhã de sábado, dia 14, Evgnénia Emets, apresenta na junta de freguesia de Picote, a obra “Eternal Forest Picote”.
O outro artista convidado é o português, Gonçalo Mota, que estudou Antropologia, em Miranda do Douro (UTAD) e desenvolve trabalhos nas áreas do cinema, artes performativas, antropologia e ecologia vai inaugurar a exposição “Pandorga”, no Ecomuseu Terra Mater.
“O programa do XX Encontros da Primavera começa no serão de quinta-feira, dia 12 de junho, com a apresentação do trabalho “L Cantar d l’arado”, do artista João Meirinhos, natural do concelho de Miranda do Douro”, indicou.
Ao longo de quatro dias, o programa da XX edição dos “Encontros da Primavera” tem previstas outras atividades, como uma mesa redonda dedicada à relação entre a antropologia e a arte; cinema; sessão de contos; observação astronómica; música; e uma visita ao Centro de Interpretação do Burro de Miranda, em Atenor.
Encontros da Primavera
Os Encontros da Primavera foram concebidos em 2006, na cidade de Miranda do Douro, quando aí era lecionado o curso de antropologia, no pólo da UTAD. Em 2010, com o encerramento do polo universitário, os Encontros da Primavera passaram a ser promovidos pelo Museu da Terra de Miranda, onde foram desenvolvidos vários projetos expositivos. Posteriormente, em 2014, a Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote associou-se de forma definitiva ao projeto e desde então os Encontros da Primavera passaram a realizar-se em Picote.
Anualmente, os Encontros da Primavera são promoviidos pela FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote e contam com os apoios do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Freguesia de Picote, do Município de Miranda do Douro, Família Kolping Picote, Movhera e CCDR-Norte.
Igreja: Vaticano apresenta documentário sobre vida do Papa Leão XIV
Os meios de comunicação do Vaticano apresentaram o trailer de uma produção audiovisual sobre a vida do Papa Leão XIV, quando era missionário e bispo no Peru.
“Com um itinerário entre Chiclayo, Chulucanas, Callao, Lima e Trujillo, q revela a figura do pontífice agostiniano através das vozes e testemunhos daqueles que o conheceram, colaboraram com ele ou receberam a sua ajuda como missionário e pastor”, refere o portal ‘Vatican News’.
Robert Francis Prevost, religioso da Ordem de Santo Agostinho, foi enviado para trabalhar na missão de Chulucanas, Piura, Peru (1985-1986); em 1988 seguiu para a missão de Trujillo como diretor do projeto de formação comum para os aspirantes agostinianos dos Vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.
Enquanto religioso foi prior de comunidade (1988-1992), diretor de formação (1988-1998) e professor (1992-1998); na Arquidiocese de Trujillo foi vigário judicial (1989-1998), professor de Direito Canónico, Patrística e Moral no Seminário Maior “São Carlos e São Marcelo”.
Em 1999, foi eleito prior provincial da Província Mãe do Bom Conselho (Chicago) e, dois anos e meio depois, o capítulo geral ordinário escolhe-o como responsável mundial da Ordem de Santo Agostinho, que exerceu durante 12 anos (2001-2013).
O Papa Francisco nomeou-o administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru) a 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar; foi ordenado bispo a 12 de dezembro de 2014, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, na Catedral da sua diocese.
Francisco nomeou-o membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020, ano em que foi designado administrador apostólico da Diocese de Callao.
“A produção é fruto de uma viagem ao Peru que segue os passos de Robert Francis Prevost, hoje Papa Leão XIV, reconstruindo os anos que ele passou no país latino-americano”, adianta o Vaticano.
O trabalho foi realizado pelos jornalistas Salvatore Cernuzio, Felipe Herrera-Espaliat e Jaime Vizcaíno Haro, passando por cidades pequenas e grandes, vilas, distritos, subúrbios, paróquias, colégios e casas religiosas.
O impacto da pandemia de Covid-19, o trabalho com as pessoas mais desfavorecidas e junto das vítimas de inundações são retratados na produção.
Dia de Portugal: “Temos o dever de nos recriar e cuidar melhor da nossa gente” – Presidente da República
Na cerimónia do 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que há o dever de recriar Portugal, que está num novo ciclo da sua História e de cuidar melhor das pessoas, sobretudo dos mais pobres.
“Este recriar Portugal é a nossa obrigação primeira neste novo ciclo da nossa História, 50 anos depois de termos chegado à democracia e à liberdade”, declarou o chefe de Estado, na cerimónia militar comemorativa do 10 de Junho, em Lagos, no distrito de Faro.
Na sua última intervenção como Presidente da República no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que durou cerca de 10 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa começou por recordar o passado.
“Mas recordar é também recriar. Temos o dever de nos recriar, de nos ultrapassar, cuidar melhor da nossa gente, para que seja mais numerosa, mais educada, mais atraída a ficar nesta pátria feita de um retângulo e dois arquipélagos, se quiser ficar, ou a partir para voltar, e nunca perder a saudade da terra, se quiser partir”, defendeu, em seguida.
Segundo o Presidente da República, é preciso “cuidar mais do que puder e dever ser feito, produzido, inovado, investido, exportado e sobretudo proporcionado a quem é nela a viver”.
“Cuidar dos que já ficaram para trás ou estão a ficar. E são sempre entre dois e três milhões, e são muitos há muito tempo, regime após regime, situação após situação, intoleravelmente são muitos, são de mais”, prosseguiu, condenando a pobreza que persiste no país.
O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas apelou também a que se cuide dos emigrantes portugueses, “compatriotas que todos os dias criam Portugal por todo o mundo”, e “do mar, dos oceanos”.
“[Há que] cuidar da fraternidade com os povos e os estados que como nós falam português e fazem do português uma grande língua mundial. Cuidar da nossa pertença na Europa, unida, aberta, que acredita em valores humanos, de dignidade, respeito pelas pessoas, seus direitos e deveres, sua pluralidade de cultura e de vida”, acrescentou.
O prazo para a entrega da declaração anual do IRC (Modelo 22) foi prolongado até 30 de junho e o da declaração da Informação Empresarial Simplificada (IES) até 25 de julho, informou o Ministério das Finanças.
Este prolongamento do prazo foi decidido na sequência ainda do impacto do ‘apagão’ de energia elétrica registado no final de abril, nomeadamente tendo em conta a avaliação dos efeitos no cumprimento das obrigações fiscais pelos contribuintes.
“Tal como anunciado, logo no dia 29 de abril, na sequência da interrupção geral de fornecimento de energia elétrica que afetou toda a Península Ibérica, o Governo tem vindo a avaliar os respetivos efeitos para o cumprimento das obrigações fiscais, procedendo aos ajustamentos do calendário fiscal que se justificam”, refere uma anota emitida pelo Ministério das Finanças.
Apesar de até ao dia 4 de junho já terem sido entregues mais de 380 mil declarações Modelo 22, “o Governo constatou que, ainda assim, só tinham sido entregues cerca de 60% das declarações apresentadas no ano passado”, adianta o comunicado.
Perante estes dados, o Governo decidiu prorrogar o prazo para a entrega desta declaração anual do IRS até dia 30 de junho. Num primeiro momento, após os constrangimentos causados pelo ‘apagão’, o prazo para a entrega da Modelo 22 tinha sido prolongado até ao dia 16 de junho.
Também a entrega da IES pode ser feita até ao dia 25 de julho, segundo adianta o mesmo comunicado do Ministério das Finanças, dando assim mais 10 dias às empresas para o cumprimento desta obrigação declarativa.
Ensino: Mais de 160 mil estudantes inscritos nos exames do secundário
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que estão inscritos nos exames finais nacionais, mais de 160 mil estudantes do ensino secundário, sendo que 88.637 alunos pretendem concorrer ao ensino superior.
De acordo com os dados, 160.680 alunos inscreveram-se para exames nacionais do ensino secundário, estando prevista a realização de um total de 342.674 exames.
Dos 160.680 alunos inscritos, 88.637 declararam que iriam fazer o curso para concorrer ao ensino superior.
Do conjunto total de inscritos, 56% são do sexo feminino e a esmagadora maioria surgem de cursos científico-humanísticos (86%), seguindo-se os cursos profissionais (9%).
A primeira fase dos exames finais nacionais do ensino secundário decorre entre 17 e 30 de junho, com provas previstas de Português (inclui Português Língua Segunda e Português Língua Não Materna), Mandarim, Espanhol, Alemão, Italiano, Geografia, História da Cultura e das Artes, Biologia e Geologia, Francês, História A, Inglês, Geometria Descritiva A, Economia A, Física e Química A, Literatura Portuguesa, Desenho A, Filosofia, Matemática A, Matemática B, História B e Latim.
A afixação das pautas será a 15 de julho e a segunda fase dos exames decorre entre 18 e 24 de julho, com a publicação das pautas a 5 de agosto.
A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) convidou a aproveitar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a 10 de junho, para reforçar o diálogo e conhecer culturas de novas comunidades presentes em território nacional.
“Se calhar podíamos aproveitar este dia para pôr em prática aquela orientação pastoral da promoção do encontro, seja ela a nível cultural, gastronómico, debate de ideias, é muito, muito importante nós sabermos, conhecermos, conversarmos com quem são os nossos atuais vizinhos”, afirmou Eugénia Quaresma à Agência ECCLESIA.
A responsável dá o exemplo de organismos como as Cáritas Diocesanas e os secretariados diocesanos, que já estão despertos para esta realidade e de paróquias que já fazem esta experiência, desafiando todos a seguir esse caminho.
“É importante caminhar para aí, não nos fecharmos no nosso medo, no medo do desconhecido, mas, de facto, avançar nesta escuta de outras histórias, de outras culturas”, destacou.
A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações realça que os portugueses “já viajaram bastante pelo mundo todo” e que agora estão a receber migrantes: “É possível uma sã convivência se estivermos disponíveis, se estivermos de coração aberto”.
Eugénia Quaresma e Francisco Peixoto, chefe de delegação de Portugal na Universidade de São José (Macau, China) olham, no Programa ECCLESIA (RTP2) de hoje, para a presença da identidade portuguesa pelo mundo.
Falando no exemplo de Macau, o entrevistado deu conta que todas as universidade têm, de alguma forma, “alguma ligação ao mundo da lusofonia” e que todos os ciclos de educação estão presentes em Língua Portuguesa, indicando que, embora o ensino na Universidade de São José seja em inglês, a instituição tem “matriz portuguesa”.
O português é uma das línguas oficiais de Macau e permanecerá até 2049, explica Francisco Peixoto, que acrescenta que qualquer lusófono que se desloque à cidade se “sente muito confortável”, embora a maioria da população não fale o idioma.
“É uma situação que é difícil de explicar em palavras, mas que se sente verdadeiramente esse conforto, porque sentimos que estamos num sítio que tem esta sensação, este sabor português”, descreve.
O chefe de delegação de Portugal na Universidade de São José destaca a religiosidade “como elemento de inclusão social”, assinalando que existe uma enorme comunidade filipina, em Macau, “extremamente religiosa”, tal como a comunidade macaense.
“Nós vivemos isto com as peregrinações, a Nossa Senhora de Fátima, mas também com outras festas, com outras dimensões. E eu acho que é importante continuarmos a dar sinais de que é possível conviver a partir da raiz cristã. Conviver e dialogar com outros”, referiu Eugénia Quaresma.
Atualmente, Francisco Peixoto relata que o Portugal em Macau “olha essencialmente para o futuro”, evidenciando projetos e iniciativas ao nível do empreendedorismo que ligam Macau e o sudeste asiático ao país das quinas e à Europa.
“Os portugueses em Macau estão por todas as áreas sociais”, acentua.
Falando na nova diáspora de portugueses, que está “muito mais móvel”, “não está tão precisada da língua, porque já vai com a bagagem do inglês”, Eugénia Quaresma refere a dificuldade de a Igreja se aproximar nestes casos, apontando como foco a evangelização.
“Há aqui uma ponte a ser feita, estamos na era em que chegamos à conclusão que temos que trabalhar em rede, temos que operar com vista à comunhão e, portanto, é a hora de cruzar com outros setores da pastoral e ver como atuar, nomeadamente a pastoral juvenil, a catequese e a educação cristã, o mundo do trabalho e portanto somos chamados a trabalhar cada vez mais em rede para podermos responder a esta nova diáspora”, assume.
Na cerimónia militar do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, marcada para as 11:00, na Avenida dos Descobrimentos, irão intervir o Presidente da República e a escritora e conselheira de Estado Lídia Jorge, natural de Loulé, no Algarve, que preside à comissão organizadora destas comemorações.
Estão previstas as presenças em Lagos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do presidente do Chega, André Ventura, e do presidente e secretário-geral interino do PS, Carlos César, entre outros convidados.
Marcelo Rebelo de Sousa escolheu esta cidade algarvia como palco das suas últimas comemorações do 10 de Junho em território nacional, que já celebrou em Lisboa e no Porto, em Ponta Delgada, em Portalegre, no Funchal, em Braga, no Peso da Régua e, no ano passado, em três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017 – Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera – e em Coimbra.
Este Dia de Portugal acontece na semana seguinte à posse dos membros do XXV Governo Constitucional, o segundo executivo chefiado por Luís Montenegro, que foi entre quinta e sexta-feira, na sequência das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, que a AD (PSD/CDS-PP) venceu, sem maioria absoluta e em que o Chega passou a ser a segunda maior força parlamentar.
Há um ano, na sua intervenção na cerimónia militar do Dia de Portugal, em Pedrógão Grande, que durou cerca de dez minutos, o chefe de Estado pediu um futuro mais igual e menos discriminatório para todas as terras do país, do litoral ao interior, sem novas tragédias como os incêndios de 2017.
Pecuária: «Os bovinos de raça mirandesa são um dos símbolos identitários de Tó» – Ricardo Marcos
A aldeia de Tó, no concelho de Mogadouro, acolheu no Domingo, dia 8 de junho, o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, uma iniciativa do município de Mogadouro que teve como objetivo premiar os criadores pela dedicação e preservação desta raça autóctone e símbolo do planalto mirandês.
No Concurso Concelho de Bovinos de Raça Mirandesa participaram 45 animais.
O presidente do município de Mogadouro, António Pimentel, referiu que a agricultura e e a pecuária são duas das atividades económicas predominantes no concelho, razão pela qual a autarquia apoia a realização de eventos como o concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa.
“Para ancorar este setor e tendo em consideração a preponderância da agropecuária para o concelho de Mogadouro, decidimos avançar para a construção do matadouro municipal. Simultaneamente, já apoiamos os criadores de gado com o pagamento da sanidade animal e concedemos outros apoios”, disse o autarca mogadourense.
Com o objetivo de fomentar ainda mais a criação animal no concelho de Mogadouro, António Pimentel, avançou que está em estudo uma nova medida municipal e o regulamento destinado à vedação de terrenos para novas explorações pecuárias.
“Com vista à criação de ovinos e caprinos vamos apoiar os criadores na vedação de área de terrenos para esse fim. O município de Mogadouro entende que para rentabilizar o novo matadouro precisamos aumentar a produção de carne, para depois encontrar nichos de mercado e escoar essa produção ”, adiantou.
Para o presidente da Freguesia de Tó, Ricardo Marcos, a realização do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa assume uma tripla importência: em primeiro lugar, porque nesta localidade do concelho de Mogadouro a agropecuária é uma atividade com uma longa tradição. Em segundo lugar, porque ele próprio é criador de bovinos de raça mirandesa. E em terceiro lugar, porque Ricardo Marcos exerce a profissão de médico-veterinário.
“Os símbolos da bandeira da freguesia de Tó são a raça bovina, o cereal e os sinos das capelas de São Pedro e do Senhor da Piedade. Ou seja, a nossa história está ligada ao cultivo dos cereais e a criação de bovinos de raça mirandesa e à religiosidade cristã. Por isso, é com enorme orgulho que a freguesia continua a organizar esta bonita tradição do concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa, um dos símbolos identitários de Tó”, justificou.
Em Tó, António Marcos, tem uma exploração pecuária com 24 bovinos adultos de raça mirandesa. A criação destes animais vem da tradição familiar, tendo sido passada de geração em geração. Sobre o dia-a-dia de um agricultor, António Marcos, referiu que há sempre muito trabalho para efetuar e nesta altura do ano, para além do maneio dos animais há que recolher o feno e fazer a silagem. A isto acresce ainda o trabalho da horta, da vinha e dos olivais.
“O Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa é uma dia de festa e de confraternização entre os criadores. É claro que no concurso gostamos de apresentar os melhores animais e por isso existe uma competição saudável entre os nós, os criadores de bovinos mirandeses”, disse.
Na aldeia da Castanheira, no concelho de Mogadouro, Francisco Pimentel, é proprietário de uma exploração pecuária com 55 bovinos adultos de raça mirandesa. Sobre esta raça autóctone, o criador mogadourense destacou a beleza física e a qualidade da carne.
“Antigamente, na exploração tínhamos bovinos para produção de leite, mas como não era rentável, passamos a criar unicamente os bovinos de raça mirandesa”, informou.
O irmão e médico veterinário, Afonso Pimentel, realçou que esta raça é um símbolo cultural do planalto mirandês, razão pela qual os concursos concelhios atraem também a visita de criadores de outros concelhos.
“Estes concursos atraem multidões para ver os animais e para confraternizar com os criadores. Na minha família, sempre houve a tradição de criar animais e também por isso decidi enveredar pela profissão de médico veterinário ”, disse.
Com a chegada do verão e questionado sobre o risco da doença hemorrágica epizoótica, o médico veterinário prevê que a doença não afete mais os bovinos.
“Após o surto da doença, penso que a partir de agora haja uma imunidade natural à doença, no solar da raça mirandesa. Já quanto à doença da língua azul, que afeta sobretudo os ovinos, mas também os bovinos, prevejo que possam ocorrer alguns sintomas, porque ainda não estão vacinados todos os animais”, indicou.
Na aldeia de Tó, entre os visitantes do concurso estavam criadores de bovinos de raça mirandesa, de outros concelhos, como foi o caso de Elias Gonçalves, de Malhadas, do concelho de Miranda do Douro.
“Dada a enorme afeição por esta raça de bovinos, acompanho sempre os concursos nos concelhos do solar da raça e por isso vim hoje até Tó, no concelho de Mogadouro. Venho ver os melhores animais deste concelho. Aproveito também para conviver com os amigos criadores”, disse.
Sobre o atual momento do setor agropecuário, os criadores confirmam que se trata de um ano ótimo na recolha de forragens como a erva, palha, feno e grão para a alimentação dos animais. No entanto, os agricultores queixam-se do constante aumento das rações, dos combustíveis e equipamentos agrícolas.
Em Tó, o Concurso de Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa decorreu ao longo do dia 8 de junho, tendo começado com a exibição e avaliação dos animais, a entrega de prémios, o almoço-convío e as chegas de touros.
Anualmente, o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa é organizado pelo município de Mogadouro e conta com as colaborações da freguesia de Tó, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM).
Em Tó, as chegas de touros encerraram o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa.