Economia: Crescimento dos salários abranda

Economia: Crescimento dos salários abranda

Mesmo com a inflação, os rendimentos dos portugueses estão a crescer, mas há um abrandamento no ritmo das melhorias salariais, continuando a existir proximidade entre o salário médio e mínimo.

Segundo os dados revelados pelo INE, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 6,4%, para 1.640 euros no segundo trimestre, face ao período homólogo. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação, a subida foi de 3,6%.

Este número representa um abrandamento face ao trimestre anterior, terminado em março, quando a subida real foi de 4,2% relativamente ao período homólogo.

Para o economista João César das Neves, “ainda é cedo para falar de tendências” e afirmar se este abrandamento vai continuar, mas a evolução “mostra uma conjuntura pouco segura”, indica.

Já Gonçalo Pina, professor associado de economia internacional na ESCP Business School, em Berlim, acredita que esta evolução “é mais um sinal do abrandamento em curso”, ainda que seja “natural depois de uns trimestres acima do esperado”.

“O mais crucial é mesmo perceber a que nível o crescimento dos salários vai estabilizar, ou seja, quais as perspetivas de médio longo prazo da economia portuguesa”, defende o economista, já que ainda é incerto, mas “provavelmente será abaixo dos valores do último ano”.

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, já tinha sinalizado que não se contenta que exista “um grande nível de contratos sem termo, se esses contratos correspondem a um nível remuneratório muito baixo”.

“Não me contento que tenhamos todos direito ao salário mínimo, quando a diferença face ao salário médio em Portugal é muito pequena. Isto não devia ser assim”, afirmou, numa apresentação no Centro de Relações Laborais.

Se olharmos para a remuneração bruta base mensal média por trabalhador, que apenas diz respeito ao vencimento base, esta aumentou 6,4%, passando de 1.142 euros em junho de 2023 para 1.214 euros em junho de 2024.

Comparando este número com o salário mínimo, que atualmente é de 820 euros, a diferença é de 394 euros. Desta forma, o salário mínimo corresponde a cerca de 67% do salário médio em Portugal, sendo que tanto em 2023 como 2022 foi de 66%.

Existem também diferenças entre os vários setores de atividade, sendo que em alguns o valor é bastante próximo do mínimo. Segundo os dados do INE para o 2.º trimestre, na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, a remuneração base média foi de 810 euros, enquanto nas atividades administrativas e dos serviços de apoio foi 841 euros.

De destacar ainda o alojamento, restauração e similares, cuja remuneração bruta base média foi de 872 euros, bem como a construção, onde o valor base médio foi de 971 euros.

No extremo oposto encontra-se o setor da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio, cuja remuneração bruta base foi de 2.545 euros, seguindo-se as atividades dos organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais, com um valor base de 2.117 euros.

A estes valores base ainda acrescem depois valores como os subsídios de alimentação, que variam consoante as empresas.

De acordo com os dados mais recentes disponíveis, de 2023, cerca de um quinto dos trabalhadores em Portugal recebia o salário mínimo.

Já o valor do salário mínimo para o próximo ano é ainda incerto, sendo que o previsto no acordo plurianual de valorização dos rendimentos é uma subida para 855 euros, mas está marcada para setembro uma reunião do Governo com os parceiros sociais para discutir este tema.

Fonte: Lusa

Incêndios: Agosto é já o mês com mais área ardida em 2024

Incêndios: Agosto é já o mês com mais área ardida em 2024

O mês de agosto que ainda não terminou, já é o mês com mais área ardida em 2024 e duplicou os valores de julho, segundo os dados avançados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

De acordo com o relatório provisório divulgado, de 1 a 15 de agosto arderam 3.484 hectares, enquanto no mês anterior os incêndios tinham consumido uma área de 1.582 hectares. A área ardida nestas primeiras duas semanas corresponde a 44% do total da área ardida este ano em Portugal continental e que é de 7.949 hectares.

A expressão do impacto das chamas nas últimas duas semanas foi sobretudo visível em áreas de mato (1.676 hectares), além dos povoamentos (1.175) e de zonas agrícolas (633), alterando o cenário que se tinha verificado no mês anterior, no qual tinha ardido uma área superior nos povoamentos (732) relativamente ao mato (475) ou à agricultura (331).

Este mês caminha também para um novo máximo no número de incêndios rurais em 2024, uma vez que na primeira quinzena houve 722 ocorrências, já não muito longe do total de 1.031 fogos registados em julho. Em termos anuais, houve já 3.485 incêndios rurais.

“Comparando os valores do ano de 2024 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 58% de incêndios rurais e menos 87% de área ardida relativamente à média anual do período”, realçou o ICNF, sublinhando: “O ano de 2024 apresenta, até ao dia 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o valor mais reduzido de área ardida, desde 2014”.

As estatísticas para as causas dos incêndios entre janeiro e a primeira quinzena de agosto deste ano revelam que o incendiarismo é a causa isolada mais frequente entre as 2.474 ocorrências investigadas (das quais 1.843 com investigações conclusivas), sendo responsável por 27% dos incêndios rurais – um número superior aos 24% que se observavam no final de julho.

No entanto, agregando os diferentes tipos de queimadas e usos do fogo alcança-se um total de 38% nas causas de incêndios, mas abaixo dos 42% que constavam do relatório até 31 de julho.

Entre as outras causas destacam-se também os incêndios rurais com origens acidentais (17%), provocados por outras causas não especificadas (10%), os reacendimentos (4%), a realização de fogueiras (2%) e os fogos causados por razões naturais, como a queda de raios (2%).

A nível regional, o distrito de Bragança passou a ser o que regista maior área ardida desde o início do ano, com 2.764 hectares (quase 35% do total nacional), ultrapassando Viana do Castelo, que liderava no final do mês passado com apenas 712 hectares e que é agora o segundo com mais hectares consumidos pelo fogo (846), seguido de Beja, com 779.

Para esta situação pesou decisivamente o grande incêndio que deflagrou na região de Vimioso na semana passada e que consumiu mais de dois mil hectares de terreno.

Já no número de incêndios rurais sobressaem os distritos do Porto (594), Viana do Castelo (328) e Braga (288). Em sentido inverso, Bragança, que é o distrito com mais área ardida, é simultaneamente o que regista o número mais baixo de ocorrências, 66, a par de Coimbra.

Fonte: Lusa

Algoso: “Bailarico no Castelo” deliciou os visitantes e emigrantes

Algoso: “Bailarico no Castelo” deliciou os visitantes e emigrantes

Dando continuidade às festas da aldeia, a freguesia de Algoso organizou a 18 de agosto, o evento “Há Bailarico no Castelo”, com os propósitos de promover turisticamente o monumento do século XII e presentear os muitos emigrantes que regressaram à aldeia para gozar uns dias de férias, neste mês de agosto.

No decorrer do concerto, o grupo Trasga interpretou vários temas em língua mirandesa.

O evento cultural, gastronómico e musical “Há Bailarico no Castelo” iniciou-se na tarde de Domingo, com a realização de sete Chegas de Touros Mirandeses, que mais uma vez juntaram centenas de pessoas, nas Eiras de São Roque, em Algoso.

De acordo com a presidente de freguesia, Cristina Miguel, as chegas de touros são também um modo de homenagear os criadores desta raça autóctone.

“A decisão de introduzir as chegas de touros no programa deveu-se à intenção de homenagear os criadotres e simultaneamente dar a conhecer aos nossos emigrantes uma das tradições mais antigas da região. Recordo que a criação dos bovinos de raça mirandesa era uma atividade muito comum nas famílias de Algoso, que viviam da agricultura e da pecuária”, justificou.

Nas eiras de São Roque, disputaram-se sete lutas de touros de raça mirandesa.

Depois das lutas, o evento “Há Bailarico no Castelo” prosseguiu ao serão, no Castelo de Algoso, onde foram instaladas tabernas gastronómicas que serviram petiscos e bebidas, para jantar.

Do lado do público, Luís Ferreira, veio de Mogadouro, na companhia de amigos, para assistir aos concertos musicais e expressou muita satisfação pelo que encontrou no castelo de Algoso.

“Sou da opinião que temos que promover cada vez mais e melhor a nossa região, pois aqui existem coisas lindas. Este evento em Algoso é um ótimo exemplo de como é possível promover o território, juntando a gastronomia, a música e o património histórico”, disse.

Nas tabernas gastronómicas, Luís Martins, cozinheiro e proprietário do restaurante “O Baraço”, em Azinhoso, no concelho de Mogadouro, foi um dos expositores no evento e estava radiante com a adesão e o agrado do público.

“Com a minha participação no evento em Algoso o objetivo era promover o restaurante “O Baraço”, através da divulgação de receitas com produtos da região, como os croquetes de javali, o escabeche de corço e uma salada de tomate com figo”, indicou.

Na perspectiva deste chef mogadourense, estes eventos de valorização do património histórico são “importantíssimos para divulgar o território e atrair novos visitantes e turistas”.

“Felicito o município de Vimioso e em particular, a presidente da freguesia de Algoso e a comunidade local, porque organizou um evento muito giro. Faço votos de que esta inciativa inspire outras aldeias a organizar iniciativas semelhantes”, disse.


Em Algoso, o primeiro concerto do “Há Bailarico no Castelo”, iniciou-se às 21h30, com o grupo ADÉLIA . Trata-se de um projeto de música tradicional portuguesa, que se dedica à recolha e reinterpretação de cantares tradicionais, bem como à composição de temas originais.

Às 23h30, foi a vez do grupo Trasga presentar o público com um repertório de música folk, em língua mirandesa.

No final do evento, a presidente de freguesia de Algoso, Cristina Miguel, afirmou que a afluência de público superou as expetativas da organização.

“Foi a primeira vez que organizámos um evento cultural nas imediações do castelo de Algoso. Foram instaladas tabernas e mesas para que o público pudesse degustar petiscos típicos da nossa região. E contratámos dois grupos para proporcionar dois concertos musicais, tendo como cenário real o castelo do século XII”, disse.

Dada a recetividade do público, Cristina Miguel, mostrou-se convicta de que o evento tem potencial para crescer e atrair mais visitantes ao castelo e à localidade de Algoso.

Fátima Afonso, emigrante em Pamplona (Espanha) mostrou-se maravilhada com o evento cultural, musical e gastronómico organizado na sua aldeia-natal.

“Algoso tem um património histórico único com o castelo, o pelourinho, a antiga câmara municipal, a fonte santa e a ponte românica. Para nós, emigrantes, que desde crianças conhecemos estes locais, é maravilhoso ver surgir eventos que dão ainda mais valor à aldeia e atraem gente de outras localidades”, disse.

O evento “Há Bailarico no Castelo” foi promovido pela Freguesia de Algoso e contou com o apoio logístico do município de Vimioso.

HA

Campo de Víboras: Antigos alunos agradecem em livro formação recebida nos seminários da Boa Nova

Campo de Víboras: Antigos alunos agradecem em livro formação recebida nos seminários da Boa Nova

Os ex-alunos dos seminários da Boa Nova, do distrito de Bragança, realizaram um novo encontro no Domingo, dia 18 de agosto, na aldeia de Campo de Víboras, no concelho de Vimioso, durante o qual apresentaram o livro “Padrão Missionário da Boa Nova – Os seminários e a sua importância no teu percurso de vida”.

O encontro dos ex-seminaristas iniciou-se às 10h00, com a celebração da eucaristia, na igreja matriz de Campo de Víboras. Esta celebração foi presidida pelo missionário, padre Angusto Farias e concelebrada pelo antigo superior geral da SMBN, padre Albino dos Anjos e pelo pároco local, o padre Rufino Xavier.

Na homília, o padre Augusto Farias, agradeceu à Associação Regina Mundi (ARM), a oportunidade do reencontro entre os missionários e os antigos alunos dos seminários das missões, um momento que permite “fazer memória do bem recebido nos seminários das Missões”.

Sobre o Evangelho, o missionário que celebrou 53 anos de sacerdócio, afirmou que “Jesus é pão porque é dom, é dádiva para o homem”.

“Sempre que tomamos o Corpo e Sangue de Jesus, no sacramento da Eucaristia, recebemos o próprio Deus e tornamo-nos divinos. E ser divino é ser diferente.”, disse.

O sacerdote que foi missionário em Angola e atualmente é o diretor da Editorial Missões e da Escola Tipográfica, em Cucujães, prosseguiu dizendo que a missão de cada cristão é ser dom para os outros, nos vários espaços da realidade: na sociedade, na política, na cultura, no desporto, na família, no trabalho e na igreja.

“Por isso devemos interrogar-nos se a minha vida influencia a realidade à minha volta? O cristão tem que ser uma presença visível de Deus e fermento junto dos outros! Para que também os outros encontrem a caminho da felicidade plena que é Deus”, disse.



Após a celebração, seguiu-se a apresentação do livro ”Padrão Missionário da Boa Nova – Os seminários e a sua importância no teu percurso de vida”, da autoria de António Padrão.

“Na sequência da inauguração em 2023, do monumento aos Missionários da Boa Nova, no Campo de Víboras, decidi reunir testemunhos de vários ex-seminaristas. O propósito deste livro é fazer memória e agradecer a formação humana e espiritual recebida nos seminários das missões de Cucujães, Cernache do Bonjardim, Tomar, Fátima e Valadares”, explicou.

António Padrão recordou que durante o século XX, os seminários eram uma das poucas oportunidades que existiam para prosseguir os estudos, razão pela qual havia um grande interesse e afluência de jovens.

O livro inclui uma mensagem do bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida e reúne 15 testemunhos de personalidades que estudaram nos seminários da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), entre os quais Artur Nunes, Quim Alves, António Padrão, António Emílio Pires, Francisco Costa Andrade, entre outros.

“A terceira parte do livro é da autoria do bispo emérito de Bragança-Miranda, D. António Moreira Montes e consiste num artigo científico sobre a história dos seminários em Portugal”, destacou.

O livro “Padrão Missionário da Boa Nova – Os seminários e a sua importância no teu percurso de vida”, inclui ainda uma listagem dos 599 alunos do distrito de Bragança que estudaram nos seminários da Boa Nova, entre os anos 1923 e 1996.

Na apresentação da obra literária, o missionário e padre, Augusto Farias, voltou a sublinhar a importância de recordar a história, para depois trabalhar na construção do presente e do futuro.

“Este livro também é um compromisso. Os ex-alunos da SMBN têm a missão de pôr-se ao serviço da sociedade e da igreja, na promoção do bem-comum, da justiça, da solidariedade entre os povos e na construção do Reino de Deus.”, exortou.

Os missionários da Boa Nova constituem uma Sociedade Missionária de Padres e Irmãos, fundada em Portugal, em 1930 pelo Papa Pio XI, dando-lhe o nome de Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas.

Atualmente, esta comunidade de padres e irmãos missionários chama-se Sociedade Missionária da Boa Nova e trabalha em Portugal, Angola, Moçambique, Brasil e Japão.

HA

Bragança-Miranda: Bispo evoca irmã Maria de São João Evangelista como «mística»

Bragança-Miranda: Bispo evoca irmã Maria de São João Evangelista como «mística»

O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, destacou que a Irmã Maria João Evangelista, fundadora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS), “era uma mística”, na abertura do inquérito diocesano da Causa de beatificação e canonização.

“A Irmã São João era uma mística. Muitas pessoas que a conheceram e com ela conviveram registam numerosos factos que as edificaram e sentem enorme gratidão pelas graças que, com a sua oração, obteve de Deus”, disse D. Nuno Almeida, na intervenção conclusiva da sessão, realizada durante a tarde, na Igreja de Santa Maria Mãe da Igreja, em Macedo de Cavaleiros.

Nascida a 4 de abril de 1888, na aldeia de Pereira, em Mirandela, Alzira da Conceição Sobrinho “distinguiu-se, desde muito jovem, por uma ardente devoção da Eucaristia”, assinalou o bispo diocesano, que ressalta que “o seu amor levou-a à oferta total da sua vida”.

“Pela sua vida de oração profunda e intenso amor a Jesus, pela sua caridade, espírito de sacrifício e incondicional obediência continua a ser hoje para nós um incentivo a fazer da vida, com Jesus, uma Eucaristia permanente”, salientou, informa a diocese de Bragança-Miranda numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo o bispo diocesano, “o místico cristão é alguém que experimenta uma profunda relação de amor com Jesus Cristo” e “esta ‘relação de amor’ afeta todos os aspetos da sua vida”.

“O místico faz uma experiência tão forte e envolvente de Deus que não a pode guardar somente para si. O místico recebe um carisma, que é um dom do Espírito Santo dado a uma pessoa para o bem de todos. Tudo isto nós podemos ver na biografia da Irmã São João”, enfatizou.

Citando os místicos cristãos que dizem que “o amor verdadeiro nunca poderá ser uma relação privada e ‘doce’” entre o Eu e Deus, pelo contrário, que este se vê sempre no “amor sofrido pelos outros”, D. Nuno Almeida evidenciou que “assim aconteceu com a Irmã Maria de São João Evangelista”.

“Os místicos ensinam-nos a nunca separarmos os dois mandamentos que Jesus uniu: o do amor a Deus e do amor ao próximo! Assim foi com a Irmã São João”, frisou.

O bispo diocesano deseja que o testemunho da fundadora das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado ajude todos “a crescer na experiência de fé, que é mística ou não tem qualidade, ou seja, viver na mais alta contemplação e caminhar lado a lado com todos, especialmente os mais pecadores, os mais frágeis e sofredores”.

D. Nuno Almeida agradeceu a presença das autoridades religiosas e civis, dos consagrados e consagradas, saudando especialmente a Irmã Emília Seixas, superiora geral e religiosas das SFRJS, os familiares, os amigos e simpatizantes da Irmã Maria de São João Evangelista.

“Um obrigado especial a todos quantos já muito trabalharam e vão trabalhar na Causa que hoje estamos a iniciar na sua fase diocesana. Sem esquecer todos os que mais discretamente irão colaborar, de tantos modos, na Causa de beatificação e canonização da Serva de Deus Irmã Maria de São João Evangelista”, referiu.

A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado foi fundada em 1950 e Alzira da Conceição Sobrinho entrou como religiosa, assumindo o nome de Irmã Maria de São João Evangelista.

A religiosa acabou por falecer em Chacim, em Macedo de Cavaleiros, a 10 de junho de 1982, aos 94 anos, sendo sepultada em Pereira.

Na Igreja Católica, a canonização representa a confirmação que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

Este é um ato reservado ao Papa, desde o século XII, a quem compete inscrever o novo Santo no cânone.

Fonte: Ecclesia

Fauna: GNR inicia ações de fiscalização ao exercício da caça

Fauna: GNR inicia ações de fiscalização ao exercício da caça

A Guarda Nacional Republicana (GNR) iniciou a 18 de agosto, as ações de fiscalização ao exercício da caça, que vão decorrer até 28 de fevereiro de 2025, para prevenção, deteção, repressão e investigação de situações em desconformidade com as normas legalmente definidas.

Denominada Operação Artémis, a intervenção da GNR é de planear, coordenar e executar, “em todo o território nacional”, as ações de fiscalização ao exercício dos atos venatórios, à semelhança do trabalho realizado em 2023.

Em comunicado, a GNR reforçou que a caça é um recurso natural renovável que, de acordo com a legislação atual, é objeto de uma política específica e de medidas especiais de proteção e conservação, visando a gestão dos recursos cinegéticos.

A operação de fiscalização vai ser realizada através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), que integra a GNR na qualidade de polícia ambiental, e tem como objetivo “observar o respeito pelas medidas de proteção e conservação dos recursos cinegéticos, tendo em vista a sua gestão sustentável”.

De acordo com a GNR, esta operação caracteriza-se pela realização de ações de sensibilização e cooperação no âmbito das atividades relacionadas com o ato venatório, bem como ações de fiscalização ao exercício da caça.

“Na abertura da caça no terreno ordenado é necessário ter uma especial atenção às espécies cinegéticas, meses e limite diário de abate, elencadas no Calendário Venatório Época Venatória 2024-2025”, avisou esta força de segurança.

Conforme previsto na legislação, a época venatória nos terrenos ordenados inicia-se no terceiro domingo de agosto, pelo que este ano será dia 18 de agosto, terminando a 28 de fevereiro de 2025.

“A época venatória de espécies cinegéticas de caça maior, tais como, o javali, veado, gamo, corço e muflão, em terrenos ordenados, iniciou a 1 de junho de 2024, terminando em 31 de maio de 2025”, informou a GNR.

Nos terrenos não ordenados, o calendário previsto é de 06 de outubro a 29 de dezembro deste ano.

Através do SEPNA, a GNR tem como prioridade estratégica a defesa dos valores naturais e ambientais numa perspetiva de “alcançar uma melhor segurança e bem-estar para os seres humanos e biodiversidade”.

Fonte: Lusa

Saúde: Doentes internados em casa aumentaram quase 20%

Saúde: Doentes internados em casa aumentaram quase 20%

Quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.

Os dados foram avançados pelo Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, Delfim Rodrigues.

Nos primeiros seis meses do ano foram avaliados 14.049 doentes, mais 8,7%, e internados em casa 5.882, mais 19,5%.

“Com mais segurança e qualidade as equipas conseguiam reduzir a demora média de internamento para 9,2 dias, menos 4,9%” e os dias de internamento realizados e poupados aos hospitais totalizaram 54.135, mais 14,5%, salientou Delfim Rodrigues.

Fazendo um balanço do programa lançado em 2018, que já permitiu o internamento de 41.305 doentes em casa (considerando a fase piloto), disse que tem revelado “uma grande consistência” no seu desenvolvimento, fundamentalmente, em torno de três variáveis: Acesso, qualidade e segurança, eficiência.

Em termos do acesso, “o número de doentes observados, tratados, tem subido”, e, relativamete à qualidade e segurança, diminuiu a taxa de mortalidade expectável para 1,8%, bem como das taxas de infeção e de internamento quando comparado com os internamentos hospitalares.

“A eficiência significa que tratamos mais doentes, com mais acesso, mais qualidade e segurança e com menos despesa para o SNS, e, por conseguinte, para os contribuintes”, salientou.

Delfim Rodrigues assinalou o aumento do número de doentes admitidos nos serviços de urgência dos hospitais com hospitalização domiciliária que são encaminhados diretamente para o internamento no domicílio (19,1%).

Os internados em casa provenientes da consulta externa representam 36% e mais de 32% foram admissões diretas, sem passar pelo hospital, com referência dos médicos de Medicina Geral e Familiar.

Os doentes estão permanentemente vigiados e monitorizados (telemonitorização, telemedicina, contacto telefónico), sendo que se ocorrer algum problema, o doente ou familiar pode contactar imediatamente a equipa.

“Em cerca de 3.300 das situações, os médicos e os enfermeiros tiveram que se deslocar ao domicílio do doente fora do horário de rotina”, representando um aumento de 9%.

Já o número de visitas da equipa a casa dos doentes totalizou 70.997 e os contactos não presenciais 32.940.

Segundo Delfim Rodrigues, o número de camas de hospitalização domiciliária também subiu: “É como se tivéssemos construído de raiz um hospital de 352 camas”, o que representaria uma despesa de investimento de cerca de 450 milhões euros, enquanto neste modelo o investimento é de cerca de 20 milhões de euros.

Todos os hospitais do país têm unidades de hospitalização domiciliária, à exceção de Braga e Beja que deverão arrancar em setembro, sendo o “grande objetivo” conseguir, em 2026, internar em casa 50 mil doentes (cerca de 5% do total de doentes hospitalizados).

Cerca de 90% dos doentes são candidatos a esta forma de tratamento, “com menos custos, mais qualidade, mais segurança e mais acessibilidade, porque pode não haver cama no hospital, mas as pessoas, independentemente da qualidade da casa, da qualidade da cama, têm sempre cama em casa”.

Até final de junho, a taxa de eficiência, na relação receita custos diretos, correspondeu a 51,2%, cerca de 9,5 milhões de euros, valor que os hospitais que têm autonomia e capacidade podem aplicar “em termos de investimento como entenderem”.

“O programa tem revelado enorme sucesso, fruto da elevada qualidade técnica e humana de todos os profissionais envolvidos. É o único programa do SNS que de forma constante consolida níveis de oferta cada vez superiores de atividade, aliviando num período particularmente difícil, a atividade interna dos hospitais”, rematou.

Fonte: Lusa

A amizade, a bondade e o amor alimentam-nos

XX Domingo do Tempo Comum | Último Dia da Semana Nacional de Mobilidade Humana

A amizade e a bondade alimentam-nos

Prov 9, 1-6 / Slm 33 (34), 2-3.10-15 / Ef 5, 15-20 / Jo 6, 51-58

Sentar-se à mesa com outros é muito mais do que comer. Partilhar mesa é reconhecer que há laços que nos unem, que há cumplicidade. Por isso era tão comum que as alianças, entre pessoas ou nações, se consumassem com refeições. Os jantares de Estado e os copos de água são hoje resquícios desta cultura da mesa.

Quando Jesus nos convida a estar com Ele, pede-nos que nos sentemos à mesa com Ele e que o comunguemos, algo que parece uma loucura. Pede-nos que acreditemos que Deus nos ama de tal forma que se faz alimento palpável. Pede-nos que nos sentemos a uma mesa que não é para os puros e sábios, onde há lugar para os que sabem pouco ou quase nada, como nos diz o Livro dos Provérbios na primeira leitura. É para os que andam perdidos que o Senhor vem e se faz alimento.

Nós alimentamo-nos de muito mais do que comida. A presença bondosa e benquerente de outros é também alimento. É por isso que na segunda leitura ouvimos São Paulo apelar a que façamos boas escolhas, que não nos percamos pelo caminho dos prazeres imediatos, mas que dediquemos a nossa vida a dar graças a Deus em todo o lugar, a aproveitar bem o tempo que nos é dado, pois é daqui que brota a vida.

O alimento que desce do Céu, Jesus Cristo, alimenta para sempre. A amizade, a bondade, o amor, o agradecimento, estes alimentos ficam. Tudo o resto acaba por passar, não dura mais que um instante e uma vez digerido, precisamos de mais. Uma palavra bondosa, um sorriso levam em si uma graça sem fim, que nos pode alimentar e consolar toda uma vida.

Para alguns de nós, é difícil reconhecer Jesus no dia a dia. Mas Ele está presente e não cessa de se dar. Guardemos o final dos nossos dias para reconhecer a luz recebida nesse dia, todos os gestos de bondade. E preparemos o nosso coração para o acolher, este domingo, no nosso interior, pedindo, no momento em que comungamos, que Ele sacie as nossas fomes de reconhecimento e sedes de prazer, que nos sacie com o seu Amor e nos envie ao mundo como alimento para os outros.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Cinema: “Podia ter esperado por agosto” no miniauditório

Cinema: “Podia ter esperado por agosto” no miniauditório

No sábado e Domingo, dias 17 e 18 de agosto, o filme “Podia ter esperado por agosto”, que retrata as peripécias numa aldeia no interior do país e é realizado pelo humorista, César Mourão, vai ser exibido no miniauditório, em Miranda do Douro.

Nesta comédia romântica, César Mourão interpreta a personagem Xavier, um sacristão nas horas vagas que ajuda a mãe a distribuir bolos e que está apaixonado por Laura (Júlia Palha).

Xavier guarda o número de telemóvel de Laura num pedaço de papel. Mas em vez de mandar uma mensagem de WhatsApp à sua amada, para averiguar se é correspondido ou não, desabafa com o seu companheiro de sacristia, Julião (Kevin Dias), o sofrimento que é ter de esperar pelo mês de agosto, para reencontrar Laura, que ao longo do ano vive em Lisboa e só vai à aldeia no verão, para visitar o avô Armindo (Manuel Cavaco).

Com a ajuda de Julião, Xavier decide cometer uma loucura por amor e espalham pela aldeia que o avô de Laura morreu, o que obriga Laura a antecipar a sua vinda até à aldeia…

O filme tem uma duração de 120 minutos.

HA

Cultura: CCDR-N financia projeto de promoção da Língua Mirandesa

Cultura: CCDR-N financia projetos de promoção da Língua Mirandesa

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) vai aplicar 300 mil euros em projetos e atividades culturais de agentes não profissionais ou profissionais não apoiados pelo Estado, entre os quais três iniciativas de promoção da língua mirandesa, promovidas por associações locais de Miranda do Douro.

Em comunicado, a CCDR-N explica estar em causa o programa Norte Pontual, “aprovado em 100% para 2024” e relativamente ao quais “os financiamentos serão executados integralmente até final do ano”.

“De um total de 304 candidaturas, são contemplados apoios diretos, de vocação complementar, a 132 projetos culturais e apoios indiretos a 54 bandas filarmónicas ou de música tradicional (correspondentes, neste caso, ao financiamento do valor de IVA pago na aquisição de equipamentos)”, descreve aquela entidade.

Nos projetos apoiados, destacam-se as áreas disciplinares da música (40 candidaturas aprovadas), do livro e leitura (24), das artes visuais (12), do teatro (12), do cinema e multimédia (11) e da cultura popular (10), descreve a CCDR-N.

Na literatura, “estão apoiados projetos de reedição da obra de Teixeira de Pascoaes e da edição da poesia inédita do poeta vimaranense Guilherme de Faria (1907-1929), um dos mais desconhecidos dos poetas neoromânticos lusitanistas, promovidas pela editora independente Officium Lectionis”.

Nesta área, é ainda apoiada “a publicação inédita de “Camilo Castelo Branco visto pelos seus Contemporâneos”, da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

A isto, soma-se o apoio a “um livro infantojuvenil sobre o Alto Douro Vinhateiro Património Mundial, da autoria de Eduarda Freitas”.

Entre os projetos contemplados, estão “três iniciativas vocacionadas para a promoção da língua mirandesa, promovidas por associações locais de Miranda do Douro, e um para a valorização dos rituais ancestrais de Bemposta, em Mogadouro, da Maschocalheiro”.

Na música, são apoiadas as iniciativas “com luz verde” a organização do MUMI – Músicas do Minho de 2024, a realizar na Eurocidade Tui – Valença.

O mesmo acontece ao laboratório musical “Guimarães Choral Lab 2024”.

Ambos têm lugar em setembro, assim como a gravação dos novos trabalhos discográficos do coletivo musical Mão Morta, “Viva La Muerte, no contexto dos 40 anos da banda, e do jovem cantautor transmontano BIÉ”.

No domínio do cinema e da fotografia, serão apoiadas, entre outras, as produções de filmes documentais sobre a Mina da Borralha, em Montalegre, e sobre uma aldeia da serra de Montemuro, bem como os encontros “RE.VER 03 – fotografia e expansão” da associação alto-minhota de animação audiovisual Ao Norte.

Nas artes plásticas e visuais, há financiamento para “uma intervenção original de arte pública na Quinta de São Gens (sede da Unidade de Cultura da CCDR NORTE), em Matosinhos, proposto pelo coletivo RUÍDO”.

No teatro, o apoio é atribuído ao LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias, iniciativa do barcelense Teatro de Balugas.

“O conjunto dos projetos selecionados neste concurso dá-nos uma imagem muito expressiva da vitalidade e diversidade culturais e criativas surpreendentes do Norte, garantidas por um extenso tecido de entidades independentes, emergentes ou tradicionais, muito pouco apoiadas”, refere o vice-presidente da CCDR-N para a Cultura, Jorge Sobrado, citado na nota de imprensa.

O responsável notou que, apesar do aumento do montante colocado a concurso (uma subida de cerca de 100 mil euros relativamente a 2023), seria de “reconhecer que o setor cultural e artístico do Norte justifica maior suporte no futuro”.

O Norte Pontual apoia projetos em todos os espaços intermunicipais da Região Norte: 38 por cento dos projetos apoiados concentram-se na Área Metropolitana do Porto, 15 por cento no Douro, 14 por cento em Trás-os-Montes, 10 por cento no Cávado e outro tanto no Ave, seguidos Tâmega e Sousa, Alto Minho e Alto Tâmega.

O concurso para 2025 será lançado até novembro deste ano.

Fonte: Lusa