Bragança-Miranda: Diocese precisa de párocos

Bragança-Miranda: Diocese precisa de párocos

O bispo, Dom Nuno Almeida, informou que a diocese Bragança-Miranda necessita de pelo menos mais 10 párocos, para servir as comunidades e adiantou que para suprir esta falta podem chegar à diocese padres vindos do estrangeiro. 

Num encontro com os jornalistas, o bispo Nuno Almeida salientou que as comunidades não se sentem “desligadas ou abandonadas mesmo nas paróquias mais distantes”, mas que nas visitas que tem vindo a fazer, as pessoas dizem que gostariam de ter um pároco mais vezes presente.

“Precisaríamos de constituir em cada arciprestado equipas com mais padres, sobretudo para poderem valorizar a celebração de domingo. Já não conseguimos celebrar o domingo como antigamente, nem em todo o lado. Não havia domingos sem missa”, partilhou com os jornalistas.

Ainda que sem dados concretos sobre as necessidades da diocese, assinalou: “Temos neste momento só 40 párocos. (…) Temos de ter em conta que são mais de 300 paróquias. Portanto, já dá uma ideia das necessidades que teríamos para poder ter uma presença mais próxima”.

A estas equipas, acrescentou, poderiam e têm vindo a juntar-se, como diáconos permanentes, leigos e religiosas, “para que ninguém fique abandonado sem celebrar o domingo”.

Atendendo à demografia atual do distrito de Bragança, o bispo defendeu que não seria preciso um padre por paróquia.

“Neste momento, bastaria termos mais 10 sacerdotes ordenados ou que venham de outros locais. (…) Permitir-nos-ia reorganizar a vida pastoral da nossa diocese”, afirmou Nuno Almeida, referindo que têm vindo a receber padres estrangeiros, como do Brasil e de países de África.

As parcerias para colmatar a falta de padres podem vir a crescer em breve.

“Estou em contacto com o bispo de Sumbe (Angola). Estamos em diálogo telefónico, com a possibilidade de estabelecermos uma espécie de acordo. Porque nós temos a vantagem de termos cá o Instituto Politécnico de Bragança. É possível termos sempre um ou dois padres em formação no politécnico, que trabalhariam nas paróquias, sobretudo ao sábado e domingo (…)”, revelou.

Na Diocese Bragança-Miranda, em julho, será ordenado um novo padre, de 27 anos, natural da aldeia de Carção, no concelho de Vimioso.

“É um ato e um testemunho para que outros jovens não tenham medo de avançar”, considerou o bispo.

Fonte: Lusa; Fotos: HA

Ensino: Professores abraçam “desafio” de ensinar nas prisões

Ensino: Professores abraçam “desafio” de ensinar nas prisões

Quase meio milhar de professores dão aulas em estabelecimentos prisionais, onde surpreendentemente encontram entusiasmo num ambiente desafiante e motivador.

Emerência Teixeira estava familiarizada com os concursos nacionais de professores quando, em 2020, foi apanhada de surpresa pelo resultado da sua candidatura: foi colocada na Escola Secundária de Paços de Ferreira, tinha uma turma de 7.º e outra de 12.º ano, mas também iria dar aulas em dois estabelecimentos prisionais (EP).

“Nunca pensei que pudesse ficar num EP através de um concurso normal de professores”, admitiu a professora de Biologia e Geologia. A secundária de Paços de Ferreira é apenas uma das mais de cem escolas associadas às 48 cadeias onde os reclusos podem voltar a estudar.

A história de Emerência é semelhante à dos quase 500 professores que anualmente ensinam em prisões, assegurou o presidente da Associação Portuguesa de Educação nas Prisões (APEnP), José Alberto Pinto.

“Acontece praticamente com todos. Um dia chegam à escola e dizem-lhe: ‘Agora vais dar aulas num EP’. Este é apenas mais um caso em que são lançados às feras”, contou José Alberto Pinto, que há duas décadas começou a ensinar na prisão de Bragança.

Mas as “feras” não são os reclusos. As “feras” é a falta de preparação para lecionar em ambiente prisional, esclareceu. Emerência, por exemplo, sabia apenas que iria dar uma formação em saúde.

O seu horário ditava que, duas vezes por semana, dava aulas de manhã na secundária e, depois do almoço, seguia ora para a prisão de Paços de Ferreira ora para a de Vale de Sousa.

“Tinha um catálogo nacional de qualificações e dali era eu que escolhia o que iria lecionar. Não ia minimamente preparada, mas contei com alunos muito interessados”, recordou.

Confrontados com a ideia de dar aulas a reclusos, os professores imaginam que vão estar fechados com “pessoas diabólicas que lhes vão fazer mal”, disse José Alberto Pinto.

Nas salas de aula, “existe um pouco de tudo”, desde os habituais traficantes de droga, a “violadores, pedófilos, assaltantes, homicidas,…”. Mas nas prisões também há “muito respeito pelos professores”, afiançou o presidente da APEnP.

A ideia é corroborada por todos os docentes com quem a Lusa falou. Carlos Fernandes, Paulo Serra, Sandra Mesquita e Emerência Teixeira garantem nunca terem sido maltratados. Muito pelo contrário.

No entanto, antes do primeiro contacto com a turma, há sempre receios. A Emerência, foi o diretor da escola quem a descansou: “Disse-me que tinha lá colegas há mais de uma década, alguns há 20 anos, e nenhum queria deixar o EP”, recordou.

Na prisão de Castelo Branco existem histórias semelhantes. O atual coordenador do ensino daquela cadeia, Carlos Fernandes, é um desses casos. Trabalha ali há três décadas. Chegou em 1995 confiante de que só ficaria dois anos, mas já não se imagina a trabalhar noutro sítio.

“Dar aulas na prisão é desafiante e motivador. É completamente diferente do que se passa no ensino regular”, contou à Lusa, explicando que ali partilham-se histórias de vida difíceis, mas também pequenas vitórias.

Sem dados oficiais, José Alberto Pinto acredita que “99,9% dos professores estão num EP porque gostam”. A sua experiência começou na prisão de Bragança, seguiu-se a de Izeda e depois Chaves: “Primeiro estranhei, mas depois adorei”.

No entanto, hoje há menos docentes em prisões, segundo as contas da APEnP. No ano passado, eram cerca de 470, “mas em 2019, por exemplo, eram 529”, contou o presidente, explicando que a falta de professores também se reflete nas cadeias, porque “primeiro são atribuídos horários nas escolas”.

Emerência Teixeira deu aulas em prisões apenas dois anos letivos e gostava de repetir. “Era contratada entre 1 setembro a 31 de julho e não havia possibilidade de haver recondução. Se houvesse, acho que teria pedido, porque sentimos que estamos a contribuir para que algo de melhor aconteça nas vidas destas pessoas e saímos com a sensação de deixar muita coisa por fazer”.

José Alberto Pinto acrescenta, a este relato, depoimentos daqueles que se sentam do outro lado da sala e veem os professores como os “corajosos que aceitam ali trabalhar”.

Fonte: Lusa; Foto: APAR

A Palavra de Deus dá sentido vida!

III Domingo do Tempo Comum / Domingo da Palavra de Deus / 1.º Dia da Semana do Consagrado

A Palavra de Deus dá sentido à vida!

Ne 8, 2-4a.5-6.8-10 / Slm 18 (19) 8-10.15 / 1 Cor 12, 12-30 / Lc 1, 1-4; 4, 14-21

O terceiro domingo do Tempo Comum é denominado «Domingo da Palavra de Deus». Redescobrir em Jesus Cristo a Palavra que é viva, traz um sentido especial ao Ano Santo que estamos a celebrar em 2025.

A vivência da comunidade em redor da Palavra de Deus é-nos apresentada na Leitura do Livro de Neemias. Estamos nos séculos V/IV a.C., no regresso do Exílio da Babilónia, por ordem do rei da Pérsia, Ciro. Para os habitantes de Jerusalém, este regresso é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade sem muralhas, mas contemporaneamente um tempo de esperança pelo regresso a casa. Com o templo reconstruído, faz-se a leitura solene da Lei e restabelece-se o culto. Deus fala pelos acontecimentos e nem sempre pelos melhores. Quando parece que tudo corre mal e se navega em tempestade de alto-mar, a Palavra de Deus torna-se uma oportunidade de reconstruir os muros da fé.

Uma outra leitura deste episódio diz-nos que Deus fala através da comunidade. Quando regressa do exílio e se volta a reunir no templo de Jerusalém, a escutar a Palavra de Deus, o povo de Israel reúne «homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender». Unidos em comunidade na escuta da Palavra, compreendemos a vida de Jesus e fortalecemos a esperança. Neste sentido, diz São Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios que somos membros de um único Corpo e que é Jesus quem nos une, «judeus e gregos, escravos e homens livres», num só corpo, porque batizados «num só Espírito», onde cada um exerce uma função diferente, de acordo com os dons e qualidades. A Igreja é o «corpo místico de Cristo» que continua a construir o reino de Deus entre «todos, todos, todos», como dizia o Papa Francisco na JMJ Lisboa 2023.

Este percurso pela meditação e pelo acolhimento da Palavra de Deus tem o seu ponto culminante em Jesus Cristo. Recorda São Lucas que Jesus, ao entrar na sinagoga de Nazaré, abriu o livro do profeta Isaías e cumpriu em si a profecia. Jesus materializa a promessa de Deus de curar as nossas feridas, de nos libertar do que nos aprisiona e torna dependentes, de abrir o nosso entendimento à verdade e de nos oferecer caminhos de paz.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Ifanes: Na festa de São Sebastião canta-se e leiloa-se o ramo

Ifanes: Na festa de São Sebastião canta-se e leiloa-se o ramo

A aldeia de Ifanes, no concelho de Miranda do Douro celebra esta sexta-feira e sábado, dias 24 e 25 de janeiro, a festa em honra de São Sebastião, uma festividade que se distingue pela confecção das claras (roscos), o cantar do ramo e a celebração da missa e procissão.

A festa em Ifanes inicia-se esta sexta-feira, dia 24 de janeiro, com o baile animado pelo grupo musical Paulo Fernandes & Chama Música.

No sábado, a festa recomeça às 6h00 da manhã, com a alvorada pelas ruas da localidade, uma ronda animada com a música de um trio de gaiteiros.

Ao início da tarde (14h00), a eucaristia é antecedida pela tradição do cantar do ramo e a celebração religiosa termina com a procissão em honra de São Sebastião.

No largo a Igreja e junto à fogueira, segue-se o leilão dos roscos e do pão, uma receita que se destina a pagar as despesas da festa.

Em Ifanes, a festa continua até à noite de sábado, com o baile animado musicalmente pelo grupo Albatroz.

A festa em honra de São Sebastião é organizada pela comissão de festas, conta com os apoios do Município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Ifanes e Paradela e com os patrocínios de várias empresas e outros donativos.

HA

São Sebastião

A festa em honra de São Sebastião celebra-se na data do seu martírio: 20 de janeiro.

Para os católicos, a vida de São Sebastião é um exemplo de como a fé ajuda a ultrapassar os obstáculos da vida e o amor de Deus é mais forte que tudo.

Descendente de uma família nobre, terá nascido em Narbona, sul de França, em meados do século III. Segundo a maioria dos estudiosos, os seus pais eram de Milão, onde cresceu até se mudar para Roma.

Em nome da religião enveredou por uma carreira militar, para desse modo defender os cristãos que sofriam uma terrível perseguição.

As suas qualidades são amplamente elogiadas: figura imponente, prudência, bondade, bravura, era estimado pela nobreza e respeitado por todos.

De Milão, o jovem soldado deslocou-se para Roma, onde a perseguição era mais intensa e feroz, para testemunhar a fé e defender os cristãos.

O imperador Diocleciano, reconhecendo nele a valentia e desconhecendo a sua religião, nomeou-o capitão general da Guarda Pretoriana.

Animava os condenados para que se mantivessem firmes e fiéis a Jesus Cristo.Primeiro cai nas graças do imperador, logo a defesa da fé cristã e a intercessão pelos cristãos perseguidos desencadeiam a sua morte.

Cada novo mártir que surgia tornava-se um alento e um desafio para Sebastião.

Foi denunciado por Fabiano, então Governador Romano. Diocleciano acusou-o de ingratidão. Foi cravado por flechas.

Na iconografia, São Sebastião é representado com o corpo pejado com várias setas e preso a um tronco de árvore.

Fonte: Diocese de Lamego

Bragança – Miranda: D. Nuno Almeida faz balanço de ano e meio na diocese em encontro com jornalistas

Bragança – Miranda: D. Nuno Almeida faz balanço de ano e meio na diocese

O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, assinala esta sexta-feira, dia 24 de janeiro, o Dia Mundial das Comunicações Sociais, num encontro com os jornalistas, na primeira edição do «Um Café com D. Nuno Almeida».

“Nesse encontro será abordado e explicado o Ano Jubilar, far-se-á um balanço do primeiro ano e meio de episcopado, haverá um momento para perguntas livres e a ação termina com a apresentação do novo investimento da Diocese: a plantação de 500 oliveiras nos terrenos do Seminário”, refere um comunicado da diocese.

O encontro «Um café com D. Nuno Almeida», a decorrer a partir das 09h30 no Seminário de S. José, pretende congregar os profissionais da comunicação social, no dia em que a Igreja católica assinala o Dia Mundial das Comunicações Sociais e é apresentada a mensagem do Papa Francisco para este dia.

“No dia 26 de janeiro, domingo, às 18h00, haverá uma eucaristia, na Sé, com a participação de profissionais da comunicação social. Na celebração serão lembrados todos aqueles que deram contributos para a comunicação da Igreja e da região”, indica ainda a informação.

De 24 a 26 de janeiro, milhares de jornalistas e comunicadores peregrinos vão estar em Roma para atravessar a Porta Santa, encontrar-se com o Papa e participar em várias iniciativas religiosas e culturais.

O diretor Secretariado das Comunicações Sociais da diocese de Bragança-Miranda assinala o quão “fulcral” é a comunicação da Igreja e o seu papel na evangelização e indica a responsabilidade “diária” nessa missão: “Da catequese, à liturgia, do turismo à saúde, a comunicação valoriza e enriquece todas as pastorais bem como as relações entre os seus agentes”.

‘Peregrinos de Esperança’ é o tema que conduz o Jubileu do Ano Santo, característica que se tem procurado manifestar no “trabalho e nas vivências sociais e pastorais” da diocese.

“Perante o despovoamento e o envelhecimento da população, a dinâmica dos arciprestados e das unidades pastorais trouxe rasgos de esperança, a qual aumentou, agora, com a criação dos grupos ‘Semeadores da Alegria e da Esperança’”, indica.

O Secretariado das Comunicações Sociais da diocese pretende, ao logo do ano jubilar, visitar redações de órgãos de comunicação nos distritos de Bragança e de Vila Real.

O responsável indica ainda que a “partilha de boas práticas cristãs das comunidades, desde as mais pequenas até aquelas provenientes de locais mais distantes, são uma prática regular que queremos manter com o imprescindível auxílio do clero e dos muitos e bons leigos que colaboram” no território.

“Acredito que o desafio de comunicar o Evangelho com tranquilidade e paciência seja mais árduo no interior da Igreja, onde ainda se faz caminho sinodal”, finaliza.

Fonte: Ecclesia

Cultura: Celina Pinto reconduzida como diretora do Museu da Terra de Miranda

Cultura: Celina Pinto reconduzida como diretora do Museu da Terra de Miranda

Na sequência de concursos públicos, quatro diretores de museus e palácios sob alçada da entidade Museus e Monumentos de Portugal foram reconduzidos dos cargos, entre as quais Celina Pinto, como diretora do Museu da Terra de Miranda.

Em comunicado, a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) revelou que e Celina Pinto se mantém na direção do Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro; José Alberto Ribeiro continua como diretor do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa; Odete Paiva no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu; e Sandra Leandro no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.

A única nova nomeação, dos cinco resultados anunciados, é a de Maria de Jesus Monge para o Museu Rainha D. Leonor, em Beja, que era dirigido por Deolinda Tavares desde 2022.

Maria de Jesus Monge é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Museologia pela Universidade de Évora, tendo sido conservadora do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança desde 1996 e assumido a direção daquele equipamento em 2000, segundo a biografia disponível no ‘site’ da secção portuguesa do Conselho Internacional de Museus, a que presidiu entre 2020 e 2023.

Maria de Jesus Monge foi vogal da MMP aquando da fundação da empresa pública, em outubro de 2023, e até à substituição da administração pelo atual Governo, em maio do ano passado.

De acordo com uma biografia patente no ‘site’ de um colóquio, em 2024, dedicado a Frei Manuel do Cenáculo, onde Monge e Deolinda Tavares apresentaram uma comunicação intitulada “O projeto de requalificação do Museu Rainha D. Leonor e a herança de Frei Manuel do Cenáculo”, Maria de Jesus Monge já desempenhava funções no Museu Rainha D. Leonor.

Os mandatos dos cinco diretores agora anunciados vão até 2027, em regime de comissão de serviço.

No total, foram recebidas 27 candidaturas para os cinco cargos, de acordo com o mesmo comunicado da MMP.

Os concursos para os cincos equipamentos foram abertos em diferentes momentos. O concurso lançado há mais tempo, dos resultados divulgados, foi o do Palácio Nacional da Ajuda, que aconteceu em setembro.

Segundo o aviso, que abrangia ainda as direções para o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Etnologia e Museu de Arte Popular, o Museu Nacional do Teatro e da Dança, o Museu Nacional do Traje, e para o Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, a “decisão e nomeação” dos novos diretores teria de acontecer até 2 de janeiro de 2025, estando a data de início de funções definida para 15 de janeiro.

Dessa lista, falta apenas conhecer-se a escolha para o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

No início de 2024, entrou em vigor a nova orgânica do património cultural em Portugal, com a extinção da Direção-Geral do Património Cultural e a entrada em funções de duas novas entidades: a empresa pública MMP e o instituto público Património Cultural.

De acordo com o decreto-lei que criou a MMP, publicado em setembro de 2023, a empresa teria até junho de 2024 para lançar os concursos internacionais para as direções dos equipamentos que gere, apesar de, em vários casos, estas terem sido alvo de concursos recentemente.

Fonte: Lusa

Vimioso: Atraso nas obras de requalificação do Tribunal

Vimioso: Atraso nas obras de requalificação do Tribunal

O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, mostrou-se indignado com o “grande atraso” verificado nas obras de requalificação do edifício que alberga o Tribunal, apontando responsabilidades ao Ministério da Justiça.

“O que está mal, penso eu, é a falta de exigência por parte do Ministério da Justiça e fazer executar a obra. O que todos os dias temos apreciado é que não há recursos humanos suficientes para trabalhar, bem como a falta de materiais de construção, estando as obras com grandes atrasos”, explicou António Santos.

De acordo com o autarca vimiosense “há uma clara percepção todos os dias que esta obra não avança”.

“Esta obra foi entregue [ao empreiteiro] em outubro de 2023. Estamos em janeiro de 2025 e a obra está a meio da sua conclusão, passados mais de 15 meses. O prazo estipulado para a conclusão desta obra era de 150 dias”, observou António Santos. 

O autarca reitera que o responsável por estes atrasos é o dono da obra, que é o Ministério da Justiça, através do Instituto de Gestão Financeira da Justiça.

“Não sei se houve adiamentos às obras, mas, se os houve, foram consentidos pelo Ministério do Justiça”, vincou.

O autarca de Vimioso disse ainda que as pessoas que trabalham neste edifício fazem-no “em condições desumanas, porque são ferramentas a fazer barulho de uma lado, atendimento ao público do outro lado, há por todos os lados poeiras  e os equipamentos informáticos estão quase inoperacionais”.

O investimento previsto nas obras do Tribunal de Vimioso ronda um montante de mais de 491 mil euros, resultantes do Plano Plurianual de Investimentos (PPI) na área da Justiça para o quadriénio 2023-2027.

De acordo com uma nota do Ministério da Justiça, de 8 de janeiro de 2024, as obras de beneficiação do imóvel, incidiam, essencialmente, nas áreas da eficiência energética, conforto térmico, reabilitação das fachadas e acessibilidades.

A obras de requalificação do Tribunal de Vimioso estava incluídos num pacote de 1,2 milhões de euros para tribunais localizados em Trás -os – Montes, através de fundos do PPI e onde contavam igualmente Tribunal de Miranda do Douro com investimento de cerca de 190 mil euros e para o tribunal de torre de Moncorvo a requalificação do Palácio da justiça ficará na casa dos 455 mil euros, como lançou na altura o Ministério da Justiça.

A agência Lusa pediu esclarecimentos ao Ministério da Justiça, mas não obteve respostas.

Fonte: Lusa

Algoso: “A formação bíblica visa um maior conhecimento e comunhão com Deus” – Frei Hermano Filipe

Algoso: “A formação bíblica visa um maior conhecimento e comunhão com Deus” – Frei Hermano Filipe

No âmbito da visita pastoral do bispo, Dom Nuno Almeida, à Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação está a realizar-se em Algoso, de 21 a 24 de janeiro, uma formação bíblica, orientada pelo franciscano capuchinho, frei Hermano Filipe.

A formação dedicada ao estudo da Bíblia decorre na sede da freguesia de Algoso, entre as 16h00 e as 18h00 e reune diariamente cerca de 30 pessoas das localidades de Algoso, Vale de Algoso, Campo de Víboras, Uva e Mora.

O formador, Frei Hermano Filipe, da ordem dos Franciscanos Capuchinhos explicou que a Sagrada Escritura, isto é, a Bíblia é a principal fonte da revelação de Deus. Sobre a pertinência da formação bíblica nas comunidades rurais, o religioso indicou que toda a formação cristã visa ajudar os crentes a uma maior comunhão com Deus.

“Esta formação não é apenas uma apreensão intelectual de conteúdos sobre a Bíblia. É também um meio para que, através da leitura e meditação dos livros da Bíblia, os crentes possam aprofundar o conhecimento de Deus e da própria vida”, justificou.

Sobre o programa do curso bíblico, Frei Hermano Filipe, revelou que esta formação é uma introdução à Bíblia e ao longo das quatro sessões vai ser feito um percurso histórico desde o Antigo até ao Novo Testamento.

“A Bíblia é o livro do povo de Deus e é um livro que nos ajuda a conhecer o Filho de Deus, Jesus Cristo. Com o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica concluiu que a Bíblia não é um património exclusivo dos padres e religioso(a)s, mas deve estar ao alcance e compreensão de todos os cristãos”, disse.

Dado que neste ano ano jubilar, a liturgia é marcada pelos textos do Evangelho segundo São Lucas, na terceira sessão, a 23 de janeiro, a formação é dedicada a este evangelista.

No quarto e último dia do curso bíblico, Frei Hermano Filipe, vai ensinar os participantes em Algoso, a fazer uma leitura orante da Bíblia.

“Com os textos de São Lucas, vamos aprender a rezar individualmente, em grupo e em família. O desejo do senhor bispo, Dom Nuno Almeida, é que cada pessoa, grupo paroquial e família sejam assíduos leitores orantes da Bíblia. Num contexto de paróquia, o ideal seria formar um grupo, com reuniões quinzenais ou mensais, para rezarem juntos a partir da Bíblia e partilharem as suas vivências, reflexões e propósitos para o dia-a-dia, na sua família, paróquia e comunidade”, disse.

Em Algoso, Eduarda Oliveira é uma das participantes na formação bíblica e justificou a sua participação pelo desejo em continuar a aprofundar o conhecimento de Deus.

“Sou uma pessoa religiosa e já havia participado numa formação similar. Neste curso bíblico, aqui em Algoso, fiquei a compreender melhor o percurso histórico do povo de Deus e os livros do Antigo e do Novo Testamento”, disse.

Durante a visita pastoral de Dom Nuno Almeida, à Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação, os Frades Capuchinhos orientam cursos bíblicos em Vimioso, Algoso e Caçarelhos.

HA

Palaçoulo: Produtores pecuários alertados para a doença da língua azul

Palaçoulo: Produtores pecuários alertados para a doença da língua azul

Na tarde de 22 de janeiro, os produtores pecuários dos concelhos de Miranda do Douro e de Vimioso, participaram numa sessão de esclarecimento sobre a doença da Língua Azul, uma enfermidade provocada pela picada de um mosquito (género Culicoides) que provoca dificuldade respiratória, lesões na língua e outros sintomas entre os quais a morte dos animais.

A sessão de informação decorreu nas instalações da Cooperativa Agrícola de Palaçoulo e foi ministrada pelos técnicos da Organização de Produtores para a Sanidade Animal (OPSA).

“A língua azul (orbivírus) é uma doença viral, infeciosa, não contagiosa e não transmissível aos humanos. Esta doença já existe há 20 anos, mas recentemente surgiram outras variantes do vírus, mais infeciosas”, começou por dizer a OPSA.

Esta organização informou os criadores do planalto mirandês que a doença da língua azul é transmitida por mosquitos (género Culicoides), à semelhança do que acontece com a doença hemorrágica epizoótica.

“As espécies de animais mais afetados pelas picadas dos mosquitos são os ruminantes como os ovinos, os bovinos e alguns cervídeos”, indicaram.

Relativamente aos sintomas da doença, os técnicos da OPSA informaram que entre a picada dos insetos e o aparecimento dos sintomas, há um período de incubação do vírus de 5 a 20 dias.

“Os sintomas da doença da língua azul são a hipetermia, dificuldade respiratória, lesões na língua, salivação excessiva, corrimento nasal e crostas ao redor das narinas e lábios, manqueiras, abortos e a mortalidade”, alertou a OPSA.

No caso de surgimento da doença na região, os médicos veterinários indicaram que para controlar o vírus, as medidas a implementar são a delimitação da área geográfica (150 quilómetros), restrições à movimentação animal, plano de vigilância clínica e programa de vacinação.

Sobre o modo de prevenir o aparecimento da doença da língua azul, a organização sanitária recomendou o controlo dos mosquitos através da aplicação de repelentes nos animais, nos estábulos e com a drenagem frequente das águas paradas (bebedouros e charcas).

“Outro modo de proteger os animais é a vacinação preventiva. A vacina é fornecida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) às organizações de produtores pecuários. A administração da vacina é feita pelos médicos veterinários. A vacina é obrigatória para os ovinos e facultativa para os bovinos”, informaram.

Em 2024 e face ao surto da doença que afetou as explorações pecuárias na região do Alentejo, o Ministério da Agricultura disponibilizou um milhão de euros para as organizações pecuárias vacinarem os seus animais.

“Atualmente, estima-se que o custo da vacina é de 2,20 euros para os ovinos e 4 eutros para os bovinos”, indicou a OPSA.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pescas, entre 13 de setembro e 28 de outubro de 2024, foram contabilizadas em Portugal continental 41 explorações de bovinos infetadas pelo vírus (com 102 animais afectados e sem mortalidade) e 238 explorações de ovinos afectadas (com 11.934 animais afectados e 1775 animais mortos).

Os distritos com mais explorações de ovinos infetadas, com a doença da língua azul, foram Évora, Beja, Setúbal e Portalegre.

HA

Cultura: Morreu Adriano Vasco Rodrigues investigador do judaísmo

Cultura: Morreu Adriano Vasco Rodrigues investigador do judaísmo

O investigador, historiador e antropólogo Adriano Vasco Rodrigues, que desenvolveu trabalhos na área dos estudos judaicos, morreu no Porto, aos 96 anos.

O anúncio da morte foi comunicado pelo município de Torre de Moncorvo, que definiu Adriano Vasco Rodrigues como “investigador profícuo sobre a presença judaica em Portugal”, recordando que “em Moncorvo, existe um centro com o seu nome, em homenagem ao seu legado, o Centro de Estudos Judaicos Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues”.

Na opinião de Nuno Gonçalves, atual deputado da Aliança Democrática (AD), “Adriano Vasco Rodrigues era uma das pessoas mais sábias da cultura judaica em Portugal”.

“Adriano Vasco Rodrigues foi um dos grandes vultos da cultura nacional e da cultura moncorvense”, disse Nuno Gonçalves, lembrando que o historiador e sua mulher, Maria da Assunção Carqueja, estão associados à criação do Centro de Estados Judaicos, instalado num antiga sinagoga em Torre de Moncorvo.

Adriano Vasco Rodrigues nasceu na cidade da Guarda em 4 de maio de 1928, tendo casado com Maria da Assunção Carqueja, natural do concelho de Torre de Moncorvo.

O investigador era licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, doutorou-se em História de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e deixa uma extensa bibliografia em áreas como arqueologia, história e etnografia.

Adriano Vasco Rodrigues, ao longo do seu percurso, fez especializações e graduações nas Universidades de Santiago de Compostela, em Espanha, de que foi bolseiro, e na Universidade de Bona, na Alemanha, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou em vários seminários e colóquios em universidades portuguesas e estrangeiras.

Foi diretor da Schola Europaea, na Bélgica, professor associado da Universidade Portucalense, vereador da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia do Porto, director-geral do Ensino Particular e Cooperativo (1983-86), governador civil da Guarda (1982-83) e ainda deputado independente eleito pelo CDS, no círculo do Porto (1976-82).

O Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, recorda o trabalho do investigador em Angola, nos anos de 1960-70, com o Instituto Superior de Investigação Cientifica e em prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e no deserto do Namibe.

Adriano Vasco Rodrigues é autor, coautor, coordenador ou colaborador de obras como “De Cabinda ao Namibe”, “Judeus, judiarias e cristãos-novos na Beira Interior”, “Provérbios de origem sefardita no interior da Beira e em Trás-os-Montes”, “Gente de nação além e aquém do Côa : Judeus Sefarditas”, “A fortificação das fronteiras na estratégia da expansão portuguesa”, “O retábulo flamengo da igreja matriz de Torre de Moncorvo”, “História breve da engenharia civil : pilar da civilização ocidental”, “Terras da Meda : natureza, cultura e património”, “Monografia artística da cidade da Guarda”, “Almeida : da pré-história aos nossos dias”, “Os Lusitanos : mito e realidade”, “Arqueologia da Península Hispânica: Do Paleolítico à Romanização”, “Celorico da Beira e Linhares. Monografia Histórica e Artística”, “As terras da Beira nas invasões francesas” e da “História Geral da Civilização”, em dois volumes, publicada em 1973-74, pela Porto Editora.

Em 1994, foi condecorado com a Medalha de Ouro pela Câmara Municipal do Porto. Dois anos mais tarde, recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

Fonte: Lusa