Política: Hernâni Dias justifica demissão para proteger Governo

Política: Hernâni Dias justifica demissão para proteger Governo

O secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, justificou o pedido de demissão, para proteger a estabilidade do Governo, o primeiro-ministro e a sua família e afirmou estar de “consciência absolutamente tranquila” relativamente às questões levantadas pela comunicação social.

No dia 28 de janeiro, Hernâni Dias apresentou a demissão ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Na carta de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias anunciou ainda que suspenderá o mandato como deputado para ser ouvido no parlamento.

“Estou de consciência absolutamente tranquila. Gostaria de reiterar que a minha demissão nada tem a ver com o receio de esclarecer as questões que têm sido veiculadas pela comunicação social. Bem pelo contrário, renovo a minha vontade e plena disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos às autoridades competentes”, refere.

O governante demissionário acrescenta que vai suspender o mandato de deputado para ser ouvido no parlamento, aguardando a aprovação da sua audição já pedida por vários partidos, para “esclarecimento cabal de todos os assuntos, o mais rápido possível, e encerrar a desinformação que tem sido difundida”.

Hernâni Dias disse estar a ser confrontado com “uma vaga de notícias que contêm falsidades, deturpações e insinuações injustificadas”.

“E apesar de se referirem a situações totalmente desligadas das funções que desempenho, entendo que é minha obrigação proteger a estabilidade do Governo e, em especial, a posição do senhor primeiro-ministro”, justifica.

O antigo autarca considera que “na vida política há que ter a hombridade de assumir” decisões, dizendo que a sua “é pautada pelo entendimento de que, neste momento, a continuidade como secretário de Estado poderia ser vista como um fator negativo, logo prejudicial ao trabalho do Governo”.

“Esta decisão surge, também, da necessidade de proteger a minha família e preservar a sua privacidade e bem-estar, que, em face das atuais circunstâncias, se tornaram vulneráveis”, afirmou.

Na missiva, Hernâni Dias afirma que sempre pautou a sua vida “pelos princípios da legalidade e da transparência, pelos valores da defesa da coisa pública, com elevado sentido de responsabilidade, correção e rigor” e garante que os continuou a praticar enquanto secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território.

“Senhor primeiro-ministro, agradeço profundamente a honra que me deu e a confiança em mim depositada, durante o tempo em que ocupei este cargo”, escreve ainda, desejando a Montenegro “continuação de bom trabalho a favor do país e dos portugueses”.

A RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Num comunicado, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.

Fonte: Lusa

Fiscalidade: Prazos de entrega do IRS

Fiscalidade: Prazos de entrega do IRS

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) informa que de 1 de abril até 30 de junho, os contribuintes devem confirmar o IRS automático ou entregar a declaração modelo 3 de rendimentos.

De 16 a 31 de março de 2025

– Consulte as despesas para dedução à coleta do IRS apuradas pela AT. Caso verifique alguma omissão ou inexatidão reclame as despesas gerais e/ou as faturas.

Até 31 de março de 2025

– Comunique a entidade à qual pretende consignar o IRS ou IVA, ou ambos.

– Também é a data até quando pode atualizar o IBAN para efeitos de reembolso, no Portal das Finanças.

De 1 de abril até 30 de junho de 2025
– Confirme o IRS automático ou entregue a declaração modelo 3 de rendimentos.

Até 31 de julho de 2025

Este é o prazo limite para receber o reembolso, desde que a declaração tenha sido entregue no prazo previsto.

Até 31 de agosto de 2025

– É a data limite para pagar o IRS e o pagamento de imposto adicional ao Estado, se não tiver cumprido os prazos de entrega do IRS.

Em 2024, o prazo médio do reembolso das cerca de seis milhões de declarações liquidadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) até ao dia 1 de agosto, foi de 24,2 dias, tendo este prazo médio sido de 12,9 dias no caso do IRS automático.

Fonte: AT

Vimioso: Projeto Radar Social pretende combater o isolamento das pessoas idosas

Vimioso: Projeto Radar Social pretende combater o isolamento das pessoas idosas

A Câmara Municipal de Vimioso está a implementar o projeto Radar Social, uma iniciativa que visa identificar e apoiar pessoas e famílias, que vivem em situação de vulnerabilidade nas várias localidades do concelho, com especial atenção ao isolamento e solidão das pessoas mais idosas.

O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, informou que o projeto Radar Social é uma iniciativa que surge na sequência de uma candidatura apresentada ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e pretende fortalecer a rede de apoio social no concelho.

“O Radar Social é um projeto que já está a ser desenvolvido no concelho de Vimioso e que tem por finalidade a georeferenciação, isto é a localização e identificação pessoas e famílias que vivem em situações de exclusão social, isolamento e pobreza e que precisam de apoio”, explicou.

O autarca de Vimioso referiu que o projeto Radar Social recebeu um financiamento na ordem de 120 mil euros, o que permitiu à autarquia constituir «equipa técnica multidisciplinar, composta por duas técnicas superioras profissionais, naturais e residentes em Vimioso, que estão a trabalhar na identificação e solução de problemas relacionados com a pobreza e a exclusão social».

Filipa Diz é uma das técnicas superioras de Serviço Social, que está a trabalhar na implementação do projeto Radar Social, no concelho de Vimioso. A jovem vimiosense acrescentou que o trabalho de identificação das pessoas, famílias e grupos que vivem em situações de carência é feito em articulação com outras entidades do concelho, como o gabinete de ação social do município, as juntas de freguesia, o centro de saúde, os lares, os bombeiros e a GNR.

“O nosso trabalho é sinalizar as situações de vulnerabilidade social existentes no concelho de Vimioso. Estamos agora a começar o trabalho no terreno e sabemos desde já que o isolamento das pessoas idosas é um dos maiores problemas sociais que se vivem nas várias localidades do concelho. Há também o problema da pobreza escondida e envergonhada”, indicou.

Entre vários sinais de vulnerabilidade social, a equipa técnica de Vimioso indicou o isolamento/solidão, a dificuldade em realizar a higiene pessoal, a carência económica e alimentar e a necessidade de cuidados de saúde.

“O Radar Social possibilita uma avaliação detalhada das condições de vida das pessoas e famílias e encaminha estas situações para os serviços sociais adequados, de modo a responder às necessidades da comunidade”, informou.

Em Vimioso, o projeto Radar Social iniciou-se em dezembro de 2024, tem a duração de 27 meses e decorre até 31 de março de 2026.

HA



Floresta: Pinheiro-bravo resiste à doença do nemátodo

Floresta: Pinheiro-bravo resiste à doença do nemátodo

Em Portugal, a espécie do pinheiro bravo conseguiu sobreviver em algumas regiões do país, apesar da doença do nemátodo, que desde 1999, tem vindo a dizimar extensas áreas de pinhal.

A conjugação de vários fatores, humanos e naturais, permitiu a sobrevivência de importantes manchas de pinheiro-bravo (‘Pinus pinaster’), com destaque para a região Centro, onde, 25 anos depois, é possível apreciar alguns pinhais de boa saúde.

“Acreditei desde logo que haveria uma reação natural da espécie”, disse o engenheiro florestal José Pais, que trabalhava no concelho da Castanheira de Pera, distrito de Leiria, quando o nemátodo foi detetado em povoamentos de ‘Pinus pinaster’ da Serra da Lousã, em 2008.

Na altura, já se notava que outras resinosas, como o pinheiro-de-casquinha (‘Pinus sylvestris’) e o pinheiro-manso (‘Pinus pinea’) “não eram afetados” pela doença.

“Detetámos alguns núcleos na Castanheira”, recordou, para explicar que o problema incidia sobretudo nos povoamentos de pinheiro-bravo mais antigos, de monocultura ou devastados parcialmente por incêndios.

A doença do Nemátodo da Madeira do Pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus) apresenta como sintomas: agulhas amareladas e murchas, começando pelas mais jovens, que ficam na árvore por longos períodos de tempo. Árvores com a copa total ou parcialmente morta. A extração de resina diminui e os ramos secos são mais quebradiços que o habitual. Murchidão generalizada e súbita. O Nemátodo do pinheiro não é visível a olho nu, apenas podendo ser diagnosticado em laboratório. 

O nemátodo ataca o sistema de circulação da árvore, enfraquecendo-a e tornando-a mais susceptível ao ataque de outras pragas.

O contágio ocorre através de um inseto vetor (em Portugal o longicórnio do pinheiro – Monochamus galloprovincialis, que transporta os nemátodos nas traqueias). A dispersão da doença está limitada à altura, e capacidade de voo dos insetos (entre abril e outubro).

Ataca a generalidade das espécies de pinheiro e outras coníferas, à exceção do género Thuia. Algumas espécies de pinheiro, como o pinheiro-bravo, pinheiro-larício e pinheiro-silvestre são muito suscetíveis.

O adulto do inseto vetor alimenta-se nos raminhos e rebentos de árvores adultas, arrastando consigo estados juvenis do nemátodo, que penetram por estas feridas. O nemátodo coloniza rapidamente os vasos do xilema, bloqueando o seu funcionamento, o que provoca a morte da árvore. Nas árvores mortas o nemátodo alimenta-se dos fungos que provocam o azulamento da madeira (do género Ceratocystis). As árvores debilitadas ou recentemente mortas atraem as fêmeas do inseto vetor, que aí fazem a postura, podendo transmitir igualmente nemátodos. As larvas desenvolvem-se e transformam-se em adultos, os quais são colonizados por nemátodos antes destes abandonarem as árvores atacadas na, primavera seguinte.

Como medidas preventivas recomenda-se utilizar espécies mais resistentes ou não utilizar pinheiros em novas florestações na área onde o nemátodo se encontra.

Aos incêndios e perda de biodiversidade, juntaram-se as alterações climáticas, que “estão a afetar muito” os ecossistemas e equilíbrios ambientais, lamentou o engenheiro florestal.

Nas serranias flageladas por fogos, nemátodo e demais pragas, “devia-se apostar cada vez mais em áreas agrícolas, como o olival, sem ser extensivo e sempre em mosaico”, defendeu, para recomendar ainda a aposta no sobreiral, “nas resinosas de folha miúda e numa silvopastorícia associada aos bosques”.

Também no concelho da Lousã, distrito de Coimbra, “houve uma grande mancha de pinheiro-bravo que acabou por secar” nos baldios da Boavista e do Braçal.

“Uma área de 30% do nosso pinhal foi bastante afetada”, o que abriu caminho à propagação de acácias e outras espécies invasoras, “prejudicial à paisagem e ao ecossistema”, revelou o presidente do conselho diretivo dos Baldios de Serpins, Jorge Baeta.

Nos 1.200 hectares de baldios da freguesia, “os prejuízos são dificilmente contabilizáveis, mas o preço da madeira atacada pela decresceu imenso”, acentuou.

Nas zonas contaminadas que “não tiveram posterior intervenção, surgiram essencialmente invasoras”.

“No Braçal, muito atacado, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) fez uma reflorestação com pinheiro-manso e sobreiro. Foi um trabalho relativamente bem feito, mas insuficiente”, segundo Jorge Baeta.

Entretanto, sublinhou, “o pico do nemátodo está de certa forma dissipado”, não significando isso “que a praga já não exista”.

“O nemátodo matou muitas árvores e houve aqui algum corte raso que se calhar não se justificava”, lamentou, por sua vez, António José Ferreira, um comparte muito ativo na defesa dos Baldios de Serpins.

O da Boavista está “ainda bastante arborizado com pinheiro-bravo, houve muitas árvores que sobreviveram e mostram saúde”, declarou.

Nos Baldios de Vila Nova, uma área superior a 600 hectares, no concelho de Miranda do Corvo, “toda a situação está controlada” ao nível de pragas como o nemátodo e o escolitídeo, afirmou à Lusa a técnica Susana Cortez.

Em 2013, por decisão da nova direção, foram efetuados cortes sanitários e alguns desbastes, além da colocação de armadilhas no verão para controlar o inseto vetor.

Após os trágicos incêndios de 2017, que não chegaram a entrar nas áreas comunitárias de Vila Nova, a zona foi “atacada pelo escolitídeo, que leva também à morte do pinheiro, e foi necessário fazer outra intervenção muito grande”, disse.

A engenheira florestal admitiu que se trata de “uma luta quase inglória” contra “pragas que facilmente se disseminam”.

No caso do nemátodo, chegou à Serra da Lousã em 2008. “A partir daí, foi o caos, com o valor da madeira a cair a pique”, concluiu.

Fonte: Lusa

Apicultura: Protesto contra fraudes nas importações de mel

Apicultura: Protesto contra fraudes nas importações de mel

A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) tem agendado um protesto no dia 28 de janeiro, junto à Representação da Comissão Europeia, em Lisboa, onde vai entregar um manifesto contra as fraudes na importação de mel, em particular do mel vindo da China.

No documento, a FNAP disse que os apicultores portugueses “têm vindo a perder rendimento e competitividade desde 2014”, uma perda que “advém da estagnação do preço do mel, tendo sido especialmente agravada nos últimos quatro anos”.

A Federação aponta a “quebra de consumo com a subida dos preços ao consumidor, consequência da crise” inflacionista “e aumento dos custos de produção”, a que acresce “a diminuição da procura de mel junto dos produtores nacionais, consequência da crescente importação de mel a partir de países terceiros”.

“De facto, Portugal, que já foi um país exportador de mel para outros Estados-membros da UE, é agora importador de mel”, alertou.

Segundo os dados da FNAP, “a China é o principal fornecedor de mel a Portugal, à semelhança do que ocorre no mercado europeu”, mas, referiu, “o domínio das importações a partir da China é mais acentuado no caso de Portugal e está a aumentar de forma consistente – na UE o peso da China nas importações cifra-se em cerca de 40%, enquanto em Portugal é superior a 50% e está a aumentar”.

“Este cenário é deveras preocupante, pois o mel chinês é o de menor valor de mercado (e de mais baixa qualidade), tendo atingido em 2023 um valor médio de 1,40 euros/Kg [quilograma] – dados do Eurostat)”, alertou.

“Portugal não é exceção, verificando-se que o preço médio das importações de mel tem vindo a decrescer para valores muito abaixo do preço pago ao produtor nacional – já de si, muito baixo e incapaz de remunerar de forma justa os apicultores”, o que, segundo a entidade, leva a crer “que se trata de mel de baixa qualidade, ou pior: produto fraudulento”.

A federação, citando dados do INE, diz que desde 2017 que “Portugal exporta mel a preços médios mais baixos do que importa, o que, no entender da FNAP, é uma evidência que muitas das importações são a seguir (re)exportadas”.

Para a entidade, esta situação “distorce o mercado nacional de mel, diminuindo a procura por mel a granel (destino de 70% da produção) e pressionando para baixo os preços pagos ao produtor, que já não acompanham o aumento dos custos de produção”.

“Esta suspeita é consubstanciada pelo facto de a Espanha, o maior produtor europeu de mel e um dos maiores importadores, passar a ter como principal fornecedor de mel Portugal”, assegurou.

“Trata-se de uma evidente situação de triangulação da origem do mel, ou seja, de fraude. Para os apicultores portugueses é evidente que esta fraude é consequência de falhas graves nos controlos fronteiriços”, garantiu.

Para a FNAP é evidente “a necessidade de reforçar os mecanismos de controlo das importações de mel, especificamente a sua rastreabilidade”, sendo que “estes mecanismos são atualmente exigidos aos produtores nacionais sem que exista aparente reciprocidade nos restantes operadores da fileira, como sucede com as regras relativas ao licenciamento dos locais de extração de mel: em Portugal é obrigatório para os produtores nacionais, mas não em Espanha e na Alemanha”.

“A União Europeia e o Governo de Portugal têm que atuar de imediato, reforçando os controlos nas fronteiras e validando os métodos de análises aos méis importados. Só assim se garante total transparência no mercado do mel” assegurou, indicando “também que ao nível da Intervenção Setorial da Apicultura, uma medida de mercado existente no PEPAC, algo pode ser feito a favor da melhoria da competitividade do setor apícola nacional”.

“No entanto, o que se verifica é que o Ministério da Agricultura alterou no final de 2024 as regras deste apoio, a meio da execução das candidaturas, criando ainda mais instabilidade e imprevisibilidade num setor económico com mais de 12.000 explorações 750.000 colmeias, cujos produtos superam os 15 milhões de euros de rendimento, e o serviço de polinização representam cerca de 150 milhões de euros de rendimento a outros agricultores”, criticou a FNAP.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Festival de Sabores Mirandeses abre portas a expositores de outras regiões

Miranda do Douro: Festival de Sabores Mirandeses abre portas a expositores de outras regiões

A cidade de Miranda do Douro acolhe no fim-de-semana de 14 a 16 de fevereiro, o XXVI Festival de Sabores Mirandeses, um certame que este ano vai contar com a participação de produtores e artesãos de outras regiões, avançou a presidente da Câmara Municipal, Helena Barril.

“Este ano o Festival de Sabores Mirandeses, para além da habitual participação dos produtores e artesãos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso vai contar também com expositores de outras regiões. Uma das condições para a admissão destes novos expositores é que não façam concorrência aos produtores da região”, explicou Helena Barril.

Como novos expositores, a autarca mirandesa indicou, por exemplo, os produtores de queijo e os artesãos em curtumes, ofícios menos comuns no planalto mirandês.

O certame este ano apresenta-se com cerca de 90 expositores, segundo a autarca as inscrições tiveram de ser canceladas devido à procura.

“Como o convite foi alargado a outros expositores registámos mais inscrições que o previsto e em alguns casos tivemos mesmo de devolver o dinheiro destinado ao pagamento do espaço”, indicou Helena Barril.

Segundo Helena Barril, o Festival de Sabores Mirandeses tem vindo a crescer, ano após ano, “havendo uma forte promoção em Espanha e nas áreas do Grande Porto e Lisboa”.

Este certame terá ainda um espaço de promoção da raça autóctones como é o caso da vitela mirandesa ou o cordeiro mirandês, animais que serão colocados numa tenda para os visitantes apreciarem estes animais.

No campo gastronómico, este tipo de carnes certificadas poderão ser degustadas em qualquer uma dos restaurantes do concelho de Miranda do Douro.

“Não queremos fazer concorrência aos restaurantes, já que o Festival de Sabores atraía muitos visitantes, sendo esta uma oportunidade de negócio”, vincou Helena Barril.

No decurso do certame haverá várias demonstrações culinárias para dar a conhecer a forma de confecionar estes produtos agropecuários “que serão feitas por ‘chefs’ de cozinha de renome”, disse.

O Festival de Sabores Mirandeses vai presentear o público com as marcas identitárias do concelho como são a língua e cultura mirandesa, a música dos gaiteiros e danças dos pauliteiros e as danças mistas da Terra de Miranda.

O certame vai decorrer no Jardim dos Frades Trinos, junto à antiga Sé de Miranda do Douro e nesta XXVI edição tem como artistas convidados Cláudia Pascoal e Buba Espinho.

Fonte: Lusa

Turismo: Pauliteiros de Miranda, Termas de Vimioso e Lagos do Sabor promovidos em Madrid

Turismo: Pauliteiros de Miranda, Termas de Vimioso e Lagos do Sabor promovidos em Madrid

De 22 a 26 de janeiro, os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso marcaram presença na 45.ª FITUR – Feira Internacional de Turismo de Madrid (Espanha), onde promoveram alguns dos seus valores como as danças dos pauliteiros de Miranda, as Termas de Vimioso e os Lagos do Sabor.

A participação dos municípios transmontanos neste evento internacional inseriu-se na congregação de esforços da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), com o objetivo de promover conjuntamente a região transmontana.

Num espaço comum, os nove municípios de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais promoveram os produtos turísticos e as experiências de referência da região, como são, por exemplo, as Danças dos Pauliteiros de Miranda, as Termas de Vimioso e os Lagos do Sabor.

Nos primeiros três dias, a feira foi destinada exclusivamente aos profissionais do setor turístico. Depois, no fim de semana de 25 e 26 de janeiro, foi a vez do público visitar e conhecer as ofertas turísticas.

Ao longo dos cinco dias, a FITUR contou com a participação 156 países e atraiu cerca de 250 mil visitantes.

“A Feira Internacional de Turismo de Madrid é um fórum único para quem quer promover e conhecer novos produtos e destinos. Simultaneamente, este certame é um ponto de encontro privilegiado para reuniões de negócios entre os líderes da indústria mundial do turismo”, indicou a organização.

HA

Viticultura: Candidaturas para reconversão das vinhas

Viticultura: Candidaturas para reconversão das vinhas

As candidaturas ao regime de restruturação e conversão das vinhas (VITIS), com um apoio global de 60 milhões de euros, encerram no final de janeiro, segundo um aviso do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).

Na campanha 2025-2026, a submissão de candidaturas decorre até às “17:00 do dia 31 de janeiro de 2025”, indicou o IVV.

Do valor total, cinco milhões de euros destinam-se à reestruturação e reconversão das vinhas em modo biológico.

As candidaturas têm de ser submetidas na página ‘online’ do IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas e a decisão é comunicada até 30 de junho.

Nesta campanha, foi estabelecida, de forma excecional, um apoio específico para a reestruturação e reconversão das vinhas nas freguesias afetadas pelos incêndios em agosto e setembro de 2024 em Portugal continental.

A Norte, a lista inclui freguesias dos concelhos de Alfândega da Fé, Alijó, Amarante, Arcos de Valdevez, Arouca, Baião, Barcelos, Braga, Bragança, Cabeceiras de Baixo, Caminha, Celorico de Basto, Chaves, Cinfães, Espinho, Fafe, Felgueiras, Freixo de Espada à Cinta, Gondomar, Guimarães, Lamego, Lousada, Macedo de Cavaleiros, Marco de Canaveses, Melgaço, Mesão Frio, Miranda do Douro, Mirandela, Monção, Montalegre, Murça, Oliveira de Azeméis, Paços de Ferreira, Paredes e Paredes de Coura.

Integram ainda esta listagem freguesias dos concelhos de Penafiel, Peso da Régua, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Resende, Ribeira de Pena, Santa Maria da Feira, Santa Marta de Penaguião, Santo Tirso, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Terras de Bouro, Vale de Cambra, Valença, Valpaços, Viana do Castelo, Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Flor, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Vila Verde, Vimioso e Vinhais.

Já na região Centro são abrangidas algumas freguesias dos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Aguiar da Beira, Arganil, Carregal do Sal, Castelo Branco, Castro Daire, Celorico da Beira, Coimbra, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Ílhavo, Mangualde, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Sátão, Seia, Sever do Vouga, Tábua, Vila Nova de Paiva e Viseu.

Fonte: Lusa

Bragança-Miranda: Diocese precisa de párocos

Bragança-Miranda: Diocese precisa de párocos

O bispo, Dom Nuno Almeida, informou que a diocese Bragança-Miranda necessita de pelo menos mais 10 párocos, para servir as comunidades e adiantou que para suprir esta falta podem chegar à diocese padres vindos do estrangeiro. 

Num encontro com os jornalistas, o bispo Nuno Almeida salientou que as comunidades não se sentem “desligadas ou abandonadas mesmo nas paróquias mais distantes”, mas que nas visitas que tem vindo a fazer, as pessoas dizem que gostariam de ter um pároco mais vezes presente.

“Precisaríamos de constituir em cada arciprestado equipas com mais padres, sobretudo para poderem valorizar a celebração de domingo. Já não conseguimos celebrar o domingo como antigamente, nem em todo o lado. Não havia domingos sem missa”, partilhou com os jornalistas.

Ainda que sem dados concretos sobre as necessidades da diocese, assinalou: “Temos neste momento só 40 párocos. (…) Temos de ter em conta que são mais de 300 paróquias. Portanto, já dá uma ideia das necessidades que teríamos para poder ter uma presença mais próxima”.

A estas equipas, acrescentou, poderiam e têm vindo a juntar-se, como diáconos permanentes, leigos e religiosas, “para que ninguém fique abandonado sem celebrar o domingo”.

Atendendo à demografia atual do distrito de Bragança, o bispo defendeu que não seria preciso um padre por paróquia.

“Neste momento, bastaria termos mais 10 sacerdotes ordenados ou que venham de outros locais. (…) Permitir-nos-ia reorganizar a vida pastoral da nossa diocese”, afirmou Nuno Almeida, referindo que têm vindo a receber padres estrangeiros, como do Brasil e de países de África.

As parcerias para colmatar a falta de padres podem vir a crescer em breve.

“Estou em contacto com o bispo de Sumbe (Angola). Estamos em diálogo telefónico, com a possibilidade de estabelecermos uma espécie de acordo. Porque nós temos a vantagem de termos cá o Instituto Politécnico de Bragança. É possível termos sempre um ou dois padres em formação no politécnico, que trabalhariam nas paróquias, sobretudo ao sábado e domingo (…)”, revelou.

Na Diocese Bragança-Miranda, em julho, será ordenado um novo padre, de 27 anos, natural da aldeia de Carção, no concelho de Vimioso.

“É um ato e um testemunho para que outros jovens não tenham medo de avançar”, considerou o bispo.

Fonte: Lusa; Fotos: HA

Ensino: Professores abraçam “desafio” de ensinar nas prisões

Ensino: Professores abraçam “desafio” de ensinar nas prisões

Quase meio milhar de professores dão aulas em estabelecimentos prisionais, onde surpreendentemente encontram entusiasmo num ambiente desafiante e motivador.

Emerência Teixeira estava familiarizada com os concursos nacionais de professores quando, em 2020, foi apanhada de surpresa pelo resultado da sua candidatura: foi colocada na Escola Secundária de Paços de Ferreira, tinha uma turma de 7.º e outra de 12.º ano, mas também iria dar aulas em dois estabelecimentos prisionais (EP).

“Nunca pensei que pudesse ficar num EP através de um concurso normal de professores”, admitiu a professora de Biologia e Geologia. A secundária de Paços de Ferreira é apenas uma das mais de cem escolas associadas às 48 cadeias onde os reclusos podem voltar a estudar.

A história de Emerência é semelhante à dos quase 500 professores que anualmente ensinam em prisões, assegurou o presidente da Associação Portuguesa de Educação nas Prisões (APEnP), José Alberto Pinto.

“Acontece praticamente com todos. Um dia chegam à escola e dizem-lhe: ‘Agora vais dar aulas num EP’. Este é apenas mais um caso em que são lançados às feras”, contou José Alberto Pinto, que há duas décadas começou a ensinar na prisão de Bragança.

Mas as “feras” não são os reclusos. As “feras” é a falta de preparação para lecionar em ambiente prisional, esclareceu. Emerência, por exemplo, sabia apenas que iria dar uma formação em saúde.

O seu horário ditava que, duas vezes por semana, dava aulas de manhã na secundária e, depois do almoço, seguia ora para a prisão de Paços de Ferreira ora para a de Vale de Sousa.

“Tinha um catálogo nacional de qualificações e dali era eu que escolhia o que iria lecionar. Não ia minimamente preparada, mas contei com alunos muito interessados”, recordou.

Confrontados com a ideia de dar aulas a reclusos, os professores imaginam que vão estar fechados com “pessoas diabólicas que lhes vão fazer mal”, disse José Alberto Pinto.

Nas salas de aula, “existe um pouco de tudo”, desde os habituais traficantes de droga, a “violadores, pedófilos, assaltantes, homicidas,…”. Mas nas prisões também há “muito respeito pelos professores”, afiançou o presidente da APEnP.

A ideia é corroborada por todos os docentes com quem a Lusa falou. Carlos Fernandes, Paulo Serra, Sandra Mesquita e Emerência Teixeira garantem nunca terem sido maltratados. Muito pelo contrário.

No entanto, antes do primeiro contacto com a turma, há sempre receios. A Emerência, foi o diretor da escola quem a descansou: “Disse-me que tinha lá colegas há mais de uma década, alguns há 20 anos, e nenhum queria deixar o EP”, recordou.

Na prisão de Castelo Branco existem histórias semelhantes. O atual coordenador do ensino daquela cadeia, Carlos Fernandes, é um desses casos. Trabalha ali há três décadas. Chegou em 1995 confiante de que só ficaria dois anos, mas já não se imagina a trabalhar noutro sítio.

“Dar aulas na prisão é desafiante e motivador. É completamente diferente do que se passa no ensino regular”, contou à Lusa, explicando que ali partilham-se histórias de vida difíceis, mas também pequenas vitórias.

Sem dados oficiais, José Alberto Pinto acredita que “99,9% dos professores estão num EP porque gostam”. A sua experiência começou na prisão de Bragança, seguiu-se a de Izeda e depois Chaves: “Primeiro estranhei, mas depois adorei”.

No entanto, hoje há menos docentes em prisões, segundo as contas da APEnP. No ano passado, eram cerca de 470, “mas em 2019, por exemplo, eram 529”, contou o presidente, explicando que a falta de professores também se reflete nas cadeias, porque “primeiro são atribuídos horários nas escolas”.

Emerência Teixeira deu aulas em prisões apenas dois anos letivos e gostava de repetir. “Era contratada entre 1 setembro a 31 de julho e não havia possibilidade de haver recondução. Se houvesse, acho que teria pedido, porque sentimos que estamos a contribuir para que algo de melhor aconteça nas vidas destas pessoas e saímos com a sensação de deixar muita coisa por fazer”.

José Alberto Pinto acrescenta, a este relato, depoimentos daqueles que se sentam do outro lado da sala e veem os professores como os “corajosos que aceitam ali trabalhar”.

Fonte: Lusa; Foto: APAR