Ambiente: GNR registou 1.912 crimes de incêndio florestal
Este ano, a Guarda Nacional Republicana (GNR) registou até 18 de agosto, 1.912 crimes de incêndio florestal, mais de metade do que os 3.299 de todo o ano passado e efetuou 24 detenções, avançou fonte oficial desta força de segurança.
Segundo a investigação, até 18 de agosto, foram ainda identificados 326 suspeitos, informou a porta-voz da Guarda Nacional Republicana (GNR), Mafalda Gomes de Almeida.
No ano de 2023, acrescentou, foram “detidas 57 pessoas e identificadas 803”.
A porta-voz da GNR referiu, por outro lado, que, no âmbito da Operação Floresta Segura 2024, a GNR “realizou 6.139 ações de sensibilização, tendo alcançado 99.419 pessoas com o objetivo de evitar comportamentos de risco, sensibilizar para a importância de adoção de medidas de autoproteção e uso correto do fogo, por parte da comunidade”.
Nessa ação, foram realizadas 33.986 ações de patrulhamento e empenhados “mais de 86.516 militares em todo o território nacional” até 18 de agosto, mas as ações de fiscalização vão prosseguir.
Os trabalhos teriam de estar concluídos até 31 de maio e a fiscalização decorreu também, entre 01 e 30 de junho, nas faixas entre cinco e 10 metros das redes viárias, ferroviárias e de transporte de energia elétrica e de gás natural, da responsabilidade das respetivas entidades.
“Temos as equipas já preparadas para fazer a abordagem às 991 freguesias prioritárias”, assegurou, no final de maio, Ricardo Vaz Alves, da direção do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna) da GNR, explicando que o plano de fiscalização iria “implicar com alguns meios” alocados à fiscalização que simultaneamente estavam associados ao combate, caso necessário.
No que diz respeito à falta de gestão de combustíveis, até 31 de maio, a GNR registou um total de 10.252 sinalizações por falta de limpeza dos terrenos, com base numa primeira verificação dos militares, que não deu origem à aplicação de contraordenações.
Os distritos com mais sinalizações este ano, com base nos dados da GNR, foram Leiria (2.441), Viseu (1.233), Coimbra (837), Santarém (788) e Castelo Branco (711), enquanto os menos sinalizados foram Portalegre (71), Évora (85), Porto (230), Lisboa (246) e Guarda (257).
Após o fim do prazo para os proprietários limparem os terrenos, a GNR aplicou até 18 de agosto 1.708 contraordenações, das quais 272 no distrito de Santarém, 188 em Braga, 177 em Castelo Branco, 124 em Faro, 122 em Beja e 116 em Coimbra.
Nos distritos com menos contraordenações estão Bragança (28), Guarda (30), Portalegre (32), Viana do Castelo (40) e Lisboa (41), mas este ‘ranking’ ainda pode sofrer alterações este ano, uma vez que as ações de fiscalização prosseguem.
Nos aglomerados populacionais inseridos ou confinantes com espaços florestais, é obrigatória a gestão de combustível numa faixa exterior não inferior a 100 metros, distância também prevista para parques de campismo ou industriais e aterros sanitários.
“A proteção de pessoas e bens, no âmbito dos incêndios rurais, continua a assumir-se como uma das prioridades estratégicas da GNR, sustentada numa atuação preventiva e num reforço de patrulhamento nas áreas florestais”, frisou Mafalda Gomes de Almeida.
Considerando que “a maioria das ocorrências de incêndio se devem ao uso negligente do fogo”, a GNR recomenda que “nas atividades agroflorestais sejam utilizados métodos alternativos à queima de sobrantes de exploração” – estilhaçamento e incorporação no solo.
Os municípios, além de terem de ser informados das coimas de entidades externas, podem notificar os proprietários para a limpeza ou, posteriormente, realizar os trabalhos e serem ressarcidas das despesas.
Fonte: Lusa