Miranda do Douro: Gastronomia e música fazem um novo festival
No fim-de-semana de 14 e 15 de setembro, Miranda do Douro é o palco do Festival Meating, um evento gastronómico e musical, cujos destaques são a participação de Chefs conceituados, na confecção de receitas utilizando carnes das raças autóctones e os concertos musicais, que juntam bandas locais e nacionais.
Na gastronomia, o evento vai contar com a participação de cinco chefs portugueses: Óscar Geadas, Diogo Rocha, Michele Marques, Marcelo Dias e Eurico Castro. Os cozinheiros têm a missão de confeccionar receitas, utlizando carnes das raças autóctones, como são a carne de vitela mirandesa, o cordeiro mirandês, o porco bísaro, o cabrito serrano e outros produtos locais como a castanha.
Ainda no âmbito musical, os grupos Quadra, Bardino, Meta e Grand Sun vão realizar concertos “emergentes”. O festival Meating encerra com a atuação do DJ Abel (do mítico Batô, em Matosinhos), que tem a missão de pôr todos a dançar.
Financiado pelo Turismo de Portugal e o Município de Miranda do Douro, o Festival Meating inclui também animação de rua e atividades de entretenimento para todas as idades, como os Jogos do Hélder, Animadixie, L Mardomo Que Sirbe Bersos e Musko.
“Haverá também um mercado criativo que testará a imaginação dos mais novos e dos mais velhos em igual medida”, adianta a organização.
Ambiente: Prémios para alunos do interior criarem projetos sustentáveis nas escolas
A associação ambientalista Zero está a desafiar alunos das escolas secundárias e profissionais do interior do país, a desenvolverem projetos sustentáveis, disponibilizando um financiamento até 1.500 euros para as seis candidaturas vencedoras.
Em causa está o projeto “AtiveLAB: Laboratórios de Ativismo Ambiental”, ao qual podem concorrer até 20 de setembro escolas secundárias e profissionais dos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja.
O objetivo deste projeto, financiado pelo Fundo Ambiental, é apoiar as ideias dos alunos que contribuam para “tornarem as suas escolas e localidades mais sustentáveis”, desenvolvendo-se em três fases.
“Nos laboratórios de cidadania, as escolas aderentes irão formar grupos informais de alunos interessados, que serão desafiados a exercer a sua cidadania ativa e a ativar o seu sentido comunitário como se estivessem no papel de uma associação ambiental”, indica a nota.
Nestes laboratórios, os alunos terão oportunidade de desenvolver as suas “ideias, até à sua estruturação e execução em projetos com objetivos ambientais claros e realistas nas suas escolas, bairros ou comunidades”.
Na última fase do projeto, após o término do período de candidaturas, o júri irá escolher os seis projetos vencedores, que poderão beneficiar de um apoio financeiro até 1.500 euros.
Economia: Portugal disponibiliza 4.680 milhões de euros a concurso
O programa Portugal 2030 (PT2030) conta com cerca de 4.680 milhões de euros, provenientes de fundos europeus, que estão a concurso até agosto de 2025, segundo o plano anual de avisos.
“[…] Está prevista a publicação de 376 avisos de concurso com uma dotação de fundo associada de 4.679.955.480 euros, distribuídos pelas várias regiões do país e pelos diversos objetivos de política do Portugal 2030 nas áreas sociais, da economia, do ambiente, do mar e do território”, lê-se numa nota do programa.
Segundo o documento, estes investimentos têm por objetivo promover a investigação, a competitividade e a internacionalização das empresas.
Depois surgem os programas Sustentável 2030, com 748 milhões de euros e 22 avisos, Norte 2030, com perto de 490 milhões de euros e 66 avisos, Alentejo 2030, com 362 milhões de euros e 47 avisos, Centro 2030, com quase 286 milhões de euros e 42 avisos, e o Algarve 2030, com aproximadamente 214 milhões de euros e 60 avisos.
Por sua vez, o Açores 2030 apresenta uma dotação de 147 milhões de euros e 35 avisos, o Mar 2030 conta com 45 milhões de euros e 58 avisos e o Lisboa 2030 com 37 milhões de euros e 18 avisos.
Até agosto de 2025, o programa Madeira 2030 deverá abrir 10 avisos, apresentando uma dotação de 24 milhões de euros, enquanto o FAMI – Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração contará com oito avisos e uma dotação de 14 milhões de euros.
Já o PAT – Programa de Assistência Técnica 2030 deverá ter uma dotação de 500.000 euros para um aviso.
De setembro e até ao final do ano, está prevista a publicação de 238 avisos com 2.600 milhões de euros de fundo associado.
O PT2030 tem uma dotação de 22.995 milhões de euros até 2027.
Economia: Mais de 300 furtos de cortiça registados até agosto – GNR
Até 20 de agosto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) registou mais de 300 furtos de cortiça, sobretudo no distrito de Santarém e três pessoas foram detidas.
Em 2022, foram registados 284 furtos de cortiça e detidos 22 suspeitos, sendo que no ano seguinte verificaram-se 465 furtos e 45 detidos.
Por distritos, este ano, os mais afetados foram Santarém (74), Portalegre (73) e Setúbal (68).
Depois surgem Bragança (seis), Aveiro (três), Guarda (dois), Lisboa (dois), Porto (dois), Viseu (dois) e Leiria (um).
Até agosto, não foram registados furtos de cortiça nos distritos de Coimbra e Vila Real.
Segundo a GNR, as ações de patrulhamento e fiscalização, que decorrem em articulação com várias entidades, permitem que diversas campanhas agrícolas decorram “num clima de segurança, procurando ainda identificar possíveis situações de tráfico de seres humanos”.
O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, disse que estes furtos não são uma novidade, podendo mudar apenas, de ano para ano, os alvos destas práticas.
“Se as vagas de furtos e destruição de postos de transformação de eletricidade e pivôs de rega (para retirada do cobre e posterior revenda) têm sido uma constante ao longo dos anos, atingindo níveis preocupantes e prejuízos avultados (em regiões como Alentejo, Ribatejo ou mais a Norte, por exemplo, na Póvoa do Varzim), já no caso das colheitas, os alvos podem ir mudando, consoante os preços praticados”, apontou.
Por exemplo, na campanha de passada, com a subida do preço da azeitona, a fileira viu o número de roubos a crescer.
O mesmo aconteceu, no Algarve, com a alfarroba, há duas campanhas, quando os preços bateram recordes, enquanto na fileira do pinhão os roubos têm sido frequentes e constantes.
“Já este ano, a fileira da cortiça tem estado particularmente vulnerável a furtos e, entre os produtores, têm sido muitas as dezenas de situações reportadas, que incluem o descortiçamento selvagem de sobreiros, danificando-os e colocando em causa a sua produtividade futura”, ilustrou.
Luís Mira lamentou ainda que as ações de fiscalização sejam apenas pontuais, o que faz com que o seu fator dissuasor perca força.
A CAP exige assim uma ação concertada por parte do Estado para que se aumente a vigilância e se agrave a moldura penal para estes crimes.
Os produtores devem ainda dar conhecimento à GNR dos locais de armazenamento da cortiça, que, quando amontoada ao ar livre, não deve estar junto a locais de fácil acesso, comunicar furtos e potenciais compradores e locais de transformação.
O Ministério da Agricultura assegurou estar a trabalhar com o Ministério da Administração Interna para um reforço policial nos locais mais propensos a furtos.
O Governo tem ainda a intenção de “analisar a possibilidade de usar mecanismos e instrumentos financeiros da União Europeia” para apoiar parte do custo de implementação de sistemas de segurança.
Póvoa: Festa do Naso reuniu milhares de portugueses e espanhóis
Na festa em honra de Nossa Senhora do Naso, o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, presidiu à missa campal, no Domingo, dia 8 de setembro, uma celebração que juntou milhares de portugueses e espanhóis na festa da Natividade da Virgem Santa Maria.
Dado que este ano, o dia 8 de setembro – festa da Natividade da Virgem Santa Maria – coincidiu com um Domingo, a celebração religiosa contou com a participação das comunidades de Alcañices e de Trabazos (Espanha) e também de Constantim, que vieram acompanhados das respetivas imagens de Nossa Senhora de La Salud, Nossa Senhora da Soledad e Nossa Senhora da Luz.
O recinto do santuário do Naso reuniu por isso, milhares de pessoas, para participar na eucaristia presidida pelo bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida e concelebrada pelos padres Manuel Marques, Javier Fresno e Rufino Xavier.
Na homília da missa, o 45º Bispo da diocese de Bragança-Miranda começou por dizer que “neste dia do aniversário de Nossa Senhora, a fé e o amor reuniram um rio de gente do santuário do Naso”.
“De Maria nasceu Jesus Cristo, o Salvador e o Príncipe da Paz. Maria percorreu um caminho de fidelidade à vontade de Deus Pai. Seguindo o exemplo de Maria, sejamos fiéis à vontade de Deus”, exortou.
Referindo-se aos problemas que abalam o mundo, como a violência e as guerras, D. Nuno Almeida, apelou à oração, pois está ao alcance de todos.
“A oração é o nosso clamor a Deus! Não fiquemos indiferentes perante o sofrimento dos outros. Aprendamos com Maria a rezar e a servir”, disse.
O bispo diocesano, que participou pela primeira vez na festa em honra de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa, concluiu a homília com a prece: “Nossa Senhora do Naso fortalece a nossa Esperança”.
A missa concluiu-se com a procissão das imagens de Nossa Senhora do Naso, da Salud, da Soledad e da Luz, acompanhados pela música da Banda Filarmónica Mirandesa e milhares de pessoas.
No final da romaria, o juíz da Confraria em Honra de Nossa Senhora do Naso, Aquilino Ginjo, expressou a sua gratidão a todas as pessoas que visitaram o santuário nos dias da festividade.
“A Festa em honra de Nossa Senhora do Naso é uma romaria feita por todos e para todos. Agradeço a visita do senhor Bispo, o apoio e a colaboração da Câmara Municipal de Miranda do Douro, da GNR e dos bombeiros”, disse.
Por sua vez, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, que também participou na festa, felicitou a confraria do Naso e sublinhou o caráter ibérico desta romaria.
“Este ano, o dia 8 de setembro coincidiu com um Domingo, razão pela qual fomos visitados pelas imagens da Virgem da la Salud (Alcañices), Virgen de la Soledad (Trabazos) e Nossa Senhora da Luz (Constantim). Felicito a confraria pela organização da festa, que juntou milhares de portugueses e espanhóis, para juntos celebrarmos a fé”, disse.
A Festa em honra de Nossa Senhora do Naso decorreu nos dias 6, 7 e 8 de setembro, foi organizada pela confraria e contou com os apoios e a colaboração do município de Miranda do Douro, da freguesia da Póvoa, da AEPGA e da empresa Trazmúsica.
Naso: Burro de Miranda é cada vez mais procurado para o turismo rural
No dia 6 de setembro, realizou-se o V Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, um evento que este ano contou com a participação de 43 criadores e 78 animais e segundo a organização, esta raça autóctone está a ser muito procurada para atividades como a agricultura biológica ou o turismo rural.
O concurso realizou-se no recinto do Santuário do Naso.
O V Concurso da Raça Asinina de Miranda foi organizado pela Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), contou com o apoio do município de Miranda do Douro e teve como principal objetivo homenagear os criadores da raça asinina de Miranda.
Recorde-se que antigamente, pela grande afluência de pessoas à Festa do Naso – que este ano decorreu no fim-de-semana de 6, 7 e 8 de setembro – este evento festivo era uma oportunidade de encontro e de trocas comerciais. E o dia 6 de Setembro estava reservado à compra e venda de animais, entre os quais os burros.
Em 2002, a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) recuperou esta antiga tradição e começou a organizar o concurso, com o intuito de preservação, valorização e divulgação da raça asinina de Miranda.
De acordo com o secretário técnico da raça asinina de Miranda, Miguel Nóvoa, atualmente, há uma média de 100 a 120 nascimentos por ano, o que assegura o futuro desta raça autóctone.
“Este ano, felizmente, há muitas explorações com burras que estão prenhes ou grávidas de seis meses, nove meses, um ano e portanto prestes a parir. Por esta razão, os criadores optaram por não as trazer ao concurso”, disse.
Miguel Nóvoa informou ainda que, atualmente, os Burros de Miranda são muito procurados em todo o país para fins como a agricultura biológica, o turismo rural, os passeios de carroça e pedestres, entre outras atividades.
Sobre o concurso, o secretário técnico da AEPGA, informou que tem por objetivo avaliar o estado atual da raça asinina de Miranda e proporcionar aos criadores a oportunidade de mostrarem os seus animais.
O município de Miranda do Douro é um dos promotores do Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda. O vice-presidente, Nuno Rodrigues, informou que o município apoia os criadores com os tratamentos da sanidade animal, na desparazitação e no incentivo à reprodução.
“Em 2023, o município de Miranda do Douro começou a atribuir prémios à reprodução ou recria dos asininos. Com este incentivo, pretendemos aumentar o número de animais desta raça, que é uma marca cultural e turística da nossa região”, informou o vice-presidente do município, Nuno Rodrigues.
Tendo em consideração a idade avançada da maioria dos criadores, Nuno Rodrigues, sublinhou a importância de incentivar os jovens a dedicarem-se à atividade pecuária e mais concretamente à criação de Burros de Miranda.
“Na visita ao V Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, anunciou um investimento de dois milhões de euros para as raças autóctones”, referiu.
Marco Meirinho Esteves, natural da aldeia da Granja, foi o grande vencedor no V Concurso da Raça Asinina de Miranda. Na sua exploração, o criador cuida de nove burros, que no dia-a-dia se alimentam-se de feno, palha e aveia.
“A criação dos burros de Miranda é uma herança familiar. Estes animais são mansos, dóceis e continuam a ser uma preciosa ajuda em trabalhos agrícolas, como nas lavras da horta, da vinha e produzem o estrume que é um ótimo fertilizante para a agricultura”, disse.
O V Concurso Nacional de Asininos de Miranda, que decorreu no recinto da feira do Naso, recebeu a visita de muito público. Maria João Gonçalves veio acompanhada da família e expressou admiração pela beleza do mundo rural e em particular pelas raças autóctones.
“Este concurso mostra que o interior de Portugal, para além da beleza das paisagens, tem coisas muito giras e interessantes para ver como é o Burro de Miranda”, disse.
O V Concurso Nacional de Asininos de Miranda foi uma iniciativa conjunta da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e do Município de Miranda do Douro, sob a orientação técnica da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Pecuária: DGAV deteta 347 casos de doença hemorrágica
Desde 17 julho, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) registou a existência 347 casos de doença hemorrágica epizoótica e a morte de 18 animais, em 171 exploração de gado.
De acordo com o último relatório da DGAV, a região mais afetada é o Norte, com destaque para o distrito de Bragança, que contabiliza 121 explorações afetadas, 288 animais contaminados pela doença hemorrágica epizoótica (DHE) e 18 mortes registadas, onde sobressaem os concelhos de Vinhais, Bragança e Miranda do Douro.
O primeiro foco de DHE referente a 2024, foi detetado no concelho de Vinhais, no distrito de Bragança, em 17 de julho.
Segue-se o distrito de Vila Real com 20 explorações com casos positivos para DHE e 22 bovinos afetados, com destaque para os concelhos de Boticas, Mondim de Basto, Montalegre, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real
Já o distrito de Braga apresenta 18 explorações afetadas e 22 casos. Viana do Castelo tem cinco explorações afetadas com um total de cinco casos positivos para DHE.
Também no distrito de Leiria foi registada a morte de uma vaca contaminada com o vírus da DHE.
No distrito de Bragança há ainda uma exploração de veados afetada, com o registo de três animais contaminados, visto que a DHE também ataca os cervídeos.
O relatório de casos de infeção ou morte por DHE é atualizado todas as semanas, por norma no último dia útil.
A diretora-geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo, disse que a DHE apareceu pela primeira vez em 2023 e como é transmitida por um vetor [mosquito] está muito associada às altas temperaturas que se têm feito sentir.
“Este ano temos uma situação [epidemiológica] diferente, relativamente ao ano passado porque a indústria farmacêutica disponibiliza uma vacina autorizada pela DGAV para utilização temporária pelo prazo de um ano, cuja data de comercialização teve início na passada quinta-feira” 05 de setembro, indicou.
Susana Pombo acrescentou ainda que a DGAV já atualizou o seu Edital, sendo que “esta vacina é de aplicação voluntária por parte dos produtores pecuários. A vacina está disponível nos distribuidores nacionais”.
A responsável pela DGAV disse ainda que “qualquer médico veterinário com cédula profissional ativa pode prescrever a vacina contra a DHE e de acordo com as condições sanitárias que apresentem, entenda que os animais possam ser mais protegidos”.
Susana Pombo apelou ainda à utilização de desinsetização já que o veículo transmissível da doença é um mosquito.
“Os animais devem ser vistos todos os dias, porque a doença tem tratamento, mas quanto mais depressa se atuar melhor”, vincou.
A responsável alertou ainda que a DHE só afeta animais e não é transmissível a humanos, sendo “importante que as pessoas tenham essa noção”.
“Atualmente a vacina existente está rotulada em espanhol, mas o próximo lote a chegar a Portugal, e que será brevemente, já virá rotulado em português”, disse.
A DGAV informou ainda através de Edital que os animais com sinais clínicos de DHE não podem ser movimentados.
Os principais sintomas da DHE registados nos bovinos são coxeia, falta de apetite e úlceras na boca, uma situação que provoca a degradação do estado de saúde dos bovinos, que os pode “levar à morte”, indicou o secretário técnico da Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, Válter Raposo.
Este responsável já havia alertado na quinta-feira para o regresso do vírus DHE ao Nordeste Transmontano, estando a afetar animais e a deixar os produtores apreensivos.
Valter Raposo acrescentou que se previa “uma certa imunidade”, mas há animais que estão a repetir a doença pelo segundo ano consecutivo.
“Provavelmente há uma estirpe diferente deste vírus hemorrágico.”, disse.
A DHE é uma doença de etiologia viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão vetorial (por mosquito), que está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Miranda do Douro: Governo investe na preservação das raças autóctones
Em Miranda do Douro, o Governo anunciou um investimento de dois milhões de euros, para a criação de um banco de material genético, com o propósito de assegurar o futuro das raças autóctones existentes em Portugal.
“Nós vamos lançar a verdadeira Arca de Noé das raças autóctones. Atualmente o que existe na preservação do material genético das espécies animais são gâmetas masculinos [espermatozoides], não há nada mais. Isto significa que gâmetas masculinos sozinhos não conseguem garantir a continuidade das espécies”, disse o secretário de Estado da Agricultura, João Moura.
O governante acrescentou ainda que o que se pretende fazer através do investimento de dois milhões de euros resultantes da reprogramação do Plano Estratégico da PAC 2023-2027 (PEPAC) é dar uma valorização para que seja possível conservar embriões de todas as espécies autóctones existentes em Portugal.
“Estes embriões que vamos conservar para sempre vão ser em quantidade regionalizada. A titulo de exemplo, o burro de Miranda vai ter a conservações de um conjunto de embriões, para sempre, no seu território”, vincou João Moura.
Outros dos objetivos é a criação de um amplo espaço na Fonte Longa, no distrito de Santarém, para mostra das espécies autóctones, de modo a que possam ser apreciadas por todos, desde as crianças aos adultos ou até visitantes de outra nacionalidade.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, a criação desta verdadeira “Arca de Noé” é uma “ forte aposta do Governo”, porque se trata de um projeto emblemático já que as raças autóctones fazem parte da história e acompanham a evolução de Portugal, nas suas regiões e tradições.
“A iniciativa já está no terreno e procuram-se agora pacotes financeiros para implementar estas medidas”, disse.
Este projeto denominado “ Arca de Noé” terá de estar concluído até 2025, devido à reprogramação dos fundos europeus.
O governante prometeu ainda apoios aos criadores das raças autóctones, sem especificar valores, para que o aumento do efetivo seja uma realidade.
João Moura falava no Naso, no concelho de Miranda do Douro, onde se realizou a feira anual do burro de Miranda, uma antiga tradição que atrai dezenas de criadores e comerciantes.
De acordo com o Governo, Portugal possui uma enorme riqueza de recursos genéticos animais, traduzida no elevado número de raças autóctones atualmente reconhecidas. Contudo, a maioria destas raças encontra-se em risco de extinção, o que confere uma responsabilidade acrescida em assegurar a sua conservação a longo prazo.
Neste sentido, importa promover a preservação das raças autóctones pelos criadores, bem como o desenvolvimento de programas de conservação de germoplasma que permitam a salvaguarda do património genético ameaçado.
Política: Hernâni Dias reeleito presidente da distrital do PSD
O secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, foi reeleito para o segundo mandato como presidente da Distrital de Bragança do PSD, em eleições com lista única.
O antigo autarca brigantino, que deixou o cargo em abril para integrar o Governo, foi reconduzido com 575 votos favoráveis. Registaram-se 180 votos em branco e 16 nulos. Nos cadernos eleitorais constaram para este sufrágio 905 inscritos.
O mesmo número de inscritos tinha a Comissão Política da Secção de Bragança, que elegeu como novo presidente Alex Rodrigues, com 403 votos, que encabeçava a Lista B.
O também presidente da junta de freguesia de Pinela teve como adversário Telmo Afonso, presidente da junta de freguesia de Sé, Santa Maria e Meixedo, que arrecadou 345 votos. Houve ainda 13 votos em branco e 10 nulos.
Alex Rodrigues sucede a António Batista, que atingiu o número de mandatos permitidos.
Jorge Nunes, antigo presidente da câmara de Bragança, é o novo presidente a Mesa da Assembleia Distrital, com 405 votos da Lista B contra 347 da Lista A, liderada por Maria Gracinda Amaro, que se rencadidatava ao cargo. Onze votaram em branco e houve oito nulos.
Além de Bragança, também decorreram neste dia eleições para as lideranças das distritais de Aveiro, Braga, Porto, Santarém e Beja, e de muitas concelhias, em simultâneo com as 12.ªs eleições diretas no PSD e a eleição dos delegados ao 42.º Congresso Nacional.
XXIII Domingo do Tempo Comum | Natividade da Virgem Santa Maria
A cura da surdez
Is 35, 4-7a / Slm 145 (146), 7-10 / Tg 2, 1-5 / Mc 7, 31-37
O Evangelho de hoje leva-nos com Jesus até terras onde não se acredita no Deus dos judeus, algo que liga essa realidade ao mundo ocidental de hoje. Nestes contextos pagãos, não é surpreendente encontrar pessoas surdas à palavra de Deus, pois há demasiadas vozes e ruídos que competem pela atenção dos seus habitantes. Então como hoje, são necessárias a desintoxicação e a cura, algo para o qual este Evangelho nos oferece um guião.
Jesus começa por afastar o surdo-mudo da multidão, como quem nos diz que ela é parte do problema; o vociferar da multidão impede a escuta de Deus. Jesus leva-o a um lugar apartado e deseja fazer o mesmo connosco.
Nós somos curados da nossa surdez ao deixar-nos guiar por Ele até à sua Igreja, ao mergulhar no ritmo da liturgia, ao escutar a Escritura, ao entrar em contato com a nossa tradição, ao conhecer as vidas dos santos, ao viver imersos na beleza da arte e arquitetura sacras. É aqui que se pode dar a desintoxicação do ruído dos nossos dias.
Depois de conduzir o surdo- -mudo a um lugar afastado, Jesus toca a sua língua, coloca os dedos nos seus ouvidos, olha o céu e suspira «Effathá», que quer dizer «abre-te» em aramaico. Há um toque, há a voz de Jesus e há uma cura, um sinal eficaz da graça. O que será isto senão um sacramento de salvação, desejável não só para que o surdo-mudo passe a falar, mas para que «fale bem», como afirma o Evangelho? Que outra cura podemos esperar do que aquela que nos é oferecida pelos sacramentos?
O relato do milagre que hoje escutamos é uma catequese que nos aponta a Igreja e os seus sacramentos. Peçamos ao Senhor que nos cure, como a este surdo-mudo. Deixemo-nos guiar por Ele até um espaço partilhado, onde nos reconhecemos queridos e amados por Deus, e alimentemo-nos dos sacramentos. Peçamos ao Senhor que nos abra à verdadeira vida e aceitemos seguir a sua voz.