Criminalidade: GNR desmantelou rede organizada de furtos 

Criminalidade: GNR desmantelou rede organizada de furtos

O comandante dos destacamentos da GNR de Moncorvo e  Mirandela, capitão Hugo Torrado, acredita que esta força policial deu um “duro golpe” numa rede de crime organizado que se dedicava à prática de furtos no distrito de Bragança.

“Acreditamos[GNR] ter dado um duro golpe naquela que era a atividade desta rede organizada que se dedicava ao furto em estabelecimentos comerciais, igrejas ou coletividades no mundo rural. Com esta ação, achamos que devolvemos o sentimento de segurança a lugares onde a população é reduzida e na sua maior parte idosa”, informou o oficial da GNR.

No âmbito de uma investigação, que durava há cerca de três meses, por dezenas de crimes de furto ocorridos no distrito de Bragança, os militares da Guarda desenvolveram diversas diligências policiais que permitiram identificar um grupo de suspeitos, residentes no distrito de Vila Real, que, aproveitando o período da noite, arrombavam a portas de igrejas e estabelecimentos de restauração e bebidas, furtando dinheiro, tabaco e outros produtos ou objetos.

No seguimento da operação “Raia Verde”, os militares da Guarda deram cumprimento a cinco mandados de detenção, 14 mandados de busca, cinco domiciliárias e nove em viaturas, que culminaram na detenção de nove homens.

“Estes mandatos foram dirigidos a suspeitos que nos últimos três meses praticaram duas dezenas de furtos. Estes crimes eram efetuados durante a noite, que é sempre um momento mais camuflado, para arrombar portas e assim proceder aos furtos dos bens, principalmente, dinheiro nas igrejas e tabaco e bebidas nos cafés ou associações”, explicou o capitão Hugo Torrado.

Para a GNR, para além do valor de todos os objetos apreendidos que foram furtados, há a salientar “ os valores dos danos que foram causados por estes 17 crimes”.

Da longa lista de objetos furtados constam: 483 isqueiros, 448 maços de tabaco, 249 cartuchos, 200 euros em notas, seis telemóveis, três viaturas, duas pulseiras em ouro, Uma moto roçadora, um computador, objetos em outros e centenas de moedas de diferentes valores.

Os nove detidos foram constituídos arguidos e serão presentes hoje ao iniício da tarde no Tribunal Judicial de Mogadouro, para aplicação de medidas de coação.

Esta operação contou com o reforço Grupo de Intervenção de Ordem Pública (GIOP), das equipas de Intervenção Rápida de Bragança, Vila Real e Viseu, das equipas cinotécnicas de Bragança e Braga, dos Núcleos de Investigação Criminal (NIC) de Mirandela, Miranda do Douro, Bragança e Chaves, das Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPCPC) de Mirandela e Bragança bem como dos Postos Territoriais de Mirandela e Valpaços.

Fonte: Lusa

Meteorologia: Inverno começa a 22 de dezembro

Meteorologia: Inverno começa a 22 de dezembro

O inverno começa às 03:27 de sexta-feira, dia 22 de dezembro, com céu pouco nublado e com temperaturas máximas a variar entre os 7 e os 17 graus Celsius, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA prevê para sexta-feira, dia 22 de dezembro, céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado no nordeste transmontano e na Beira Alta até ao início da tarde e vento fraco a moderado de norte/nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

A previsão aponta ainda para formação de neblina ou nevoeiro matinal, em especial no nordeste transmontano, na Beira Alta e nos vales dos rios, formação de geada, em especial no interior Norte e Centro, acentuado arrefecimento noturno e pequena subida da temperatura máxima.

As temperaturas mínimas na sexta-feira vão oscilar entre os -3 graus Celsius (Bragança) e os 8 (Lisboa e Faro) e as máximas entre s 07 (na Guarda) e os 17 (em Faro).

De acordo com o IPMA, a partir de sexta-feira e até dia 26, Portugal continental vai ser influenciado por um anticiclone localizado a noroeste, que se deslocará gradualmente para a Península Ibérica.

Por isso, estão previstos dias de céu pouco nublado ou limpo, apresentando muita nebulosidade até ao meio da manhã, em especial no interior Norte e Centro, onde em alguns locais poderá persistir ao longo do dia.

Está também previsto vento fraco a moderado de norte/nordeste, por vezes forte nas terras altas, e irá gradualmente rodando para leste/nordeste e enfraquecendo, prevendo-se que a partir do dia 24, véspera de Natal, o vento seja em geral fraco e predominante do quadrante leste.

Até dia 26, o IPMA prevê também a formação de neblina ou nevoeiro matinal, em especial no nordeste transmontano, na Beira Alta e nos vales dos rios, sendo que a partir do dia 24 aumenta a probabilidade de haver persistência ao longo do dia no nordeste transmontano e na Beira Alta com possibilidade de formação de sincelo.

Na véspera e dia de Natal está prevista “uma depressão pouco cavada em altitude centrada junto à Península Ibérica, que poderá condicionar temporariamente o estado tempo com possibilidade de ocorrência de precipitação, mas, neste momento, esse cenário apresenta-se como muito pouco provável”, refere o IPMA em comunicado.

Quanto às temperaturas, o IPMA prevê valores entre 10 a 20 graus, com os valores mais elevados no Alentejo e Algarve, e entre 05 e 10 graus no interior Norte e Centro.

A temperatura mínima deverá registar, de um modo geral, valores entre 02 e 08 graus, com os valores mais elevados no litoral Centro e Sul, e entre -3 e 02 graus no interior Norte e Centro.

A partir de sexta-feira e até dia 26, a agitação marítima será mais intensa na costa ocidental e no início do período, com ondas de noroeste com 2,5 a 3,5 metros, prevendo-se que diminua gradualmente para uma altura significativa inferior a 2 metros a partir de sábado.

Fonte: Lusa e foto Luís Almeida

Vimioso: Agrovimioso promove quatro formações em “Modo de Produção Biológico”

Vimioso: Agrovimioso promove quatro formações em “Modo de Produção Biológico”

De 12 a 29 de dezembro de 2023, a empresa Agrovimioso está a promover quatro ações de formação em “Modo de Produção Biológico”, em Vimioso, para proporcionar aos agricultores da região, a aprendizagem de conhecimentos e técnicas agrícolas mais sustentáveis ambientalmente.

De acordo com o engenheiro agrónomo da Agrovimioso, Daniel Ramos, as ações de formação em “Modo de Produção Biológico” decorrem ao longo de 50 horas, em regime misto (tardes, noites e aos sábados) nas instalações da Agrovimioso, no auditório do pavilhão multiusos e na freguesia de Vimioso.

“Em Vimioso, estão a decorrer quatro formações, com a participação de 76 agricultores dos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e de Bragança. O objetivo é que os agricultores possam conciliar as atividades agrícolas com a formação”, justificou.

Daniel Ramos acrescentou ainda que esta formação é obrigatória de modo a cumprir as condições do programa de financiamento e o regulamento específico n. 6 da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR),

“Em 2024, os agricultores que já iniciaram ou pretendam iniciar a agricultura em modo de produção biológico têm que adquirir formação até dezembro de 2023”, indicou.

A formação é promovida pela Agrovimioso, uma entidade prestadora de serviços aos agricultores do concelho de Vimiso, cujas instalações estão localizadas na rua Abade Baçal, nº 7, R/C esquerdo, sala 2, em Vimioso. Cabe à Regibio, como entidade formadora certificada pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), ministrar a formação em “Modo de Produção Biológico”.

“O ‘Modo de Produção Biológico’ consiste num sistema de práticas agrícolas mais amigas do ambiente, em que se limita ao máximo a utilização de produtos químicos na agricultura e de antibióticos na pecuária», explicou.

Com a aquisição de conhecimentos e competências em agricultura biológica e a posterior implementação destas práticas, os agricultores têm a possibilidade de submeter candidaturas a apoios extraordinários no Pedido Único (PU).

“A produção em agricultura biológica exige a certificação por parte de uma empresa que ateste o cumprimento das normas de qualidade”, adiantou.

O curso é obrigatório para o cumprimento do compromisso de formação específica, homologada para a conversão para a agricultura biológica, no âmbito das Medidas Agro e Silvo Ambientais.

Destinatários

Os destinatários desta formação são os agricultores que pretendam obter formação específica homologada para a conversão para a Agricultura Biológica e outros ativos, empregados e desempregados que, no âmbito da sua formação contínua, pretendam aperfeiçoar/ atualizar conhecimentos e competências nesta temática

Objetivos

Identificar os princípios do modo de produção biológico.
Reconhecer as técnicas aplicadas no modo de produção biológico.
Executar as operações culturais de preparação, manutenção e fertilização do solo, proteção das plantas, rega e colheita, segundo os princípios do modo de produção biológico.
Executar as operações de maneio alimentar, sanidade, bem-estar animal e de produção, segundo os princípios do modo de produção biológico.
Reconhecer as normas de controlo e de certificação.

Conteúdos programáticos

Conservação do solo, da água e da biodiversidade
Fertilidade e fertilização do solo
Introdução ao modo de produção biológico (MPB)
Proteção das plantas
Modo de produção biológico de produtos agrícolas de origem vegetal
Modo de produção biológico de animais e de produtos de origem animal
Acondicionamento e comercialização
Controlo e certificação em MPB
Conversão para o MPB
Avaliação

Requisitos

Idade: ≥18 anos.
Escolaridade mínima obrigatória de acordo com a idade, atestada através do Certificado de Habilitações.
Requisitos de acordo com as condições do programa de financiamento e o regulamento específico n. 6 da DGADR.

Metodologia / Avaliação / Certificação

A metodologia utilizada é ativa, centrada no participante, com recurso a diversas técnicas de formação tais como, exposição dialogada, demonstração, simulação, estudo de caso, trabalho individual e de grupo, privilegiando-se a interação entre o grupo.
A avaliação é realizada mediante atividades que podem assumir a forma de testes, exercícios ou trabalhos individuais e em grupo, a aplicar ao longo do curso.
Entregue Certificado de Formação Profissional emitido através da Plataforma SIGO (Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa), em conformidade com a Portaria nº 474/2010, de 8 de julho aos formandos que concluírem com aproveitamento.

HA

Bragança-Miranda: Diocese promove encontro vocacional

Bragança-Miranda: Diocese promove encontro vocacional

O seminário diocesano de São José, em Bragança acolhe a 20 de janeiro, um encontro vocacional de pré-seminário que tem como tema «Não tenhas medo. Serás pescador de Homens» e destina-se a adolescentes e jovens, rapazes, em idade escolar.

O encontro tem como tema «Não tenhas medo. Serás pescador de Homens» e destina-se à descoberta vocacional.

Após o acolhimento, às 09h30, segue-se um tempo de diálogo.

Depois do almoço vai decorrer um passeio, uma sessão cinematográfica e uma conferência sobre vocação.

A iniciativa é “totalmente gratuita” e termina, às 18h30, com um lanche.

Fonte: Ecclesia

Economia: Pão mais caro em 2024

Economia: Pão mais caro em 2024

No próximo ano, o preço do pão vai voltar a subir devido aos aumentos dos custos de produção, avançou a Associação do Comércio e da Indústria da Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP).

“Terão que ser feitos ajustamentos aos preços de venda, de forma a mitigar os aumentos nos custos dos fatores de produção”, antecipou, em resposta à Lusa, o presidente do Conselho Fiscal da ACIP, Helder Pires, sem precisar valores.

Além do preço das matérias-primas, os custos com os salários têm penalizado o setor, que assinala também dificuldade em contratar mão-de-obra.

Apesar de salvaguardar que ainda não estão disponíveis dados agregados sobre o setor, a associação indicou que este ano se registou um “ligeiro crescimento” das vendas de panificação e pastelaria, justificado pelo aumento do preço.

Para este Natal a ACIP perspectiva vendas em quantidades semelhantes às de 2022, com uma faturação “equivalente ou até superior”.

Fundada em 1975, em Coimbra, a ACIP afirma-se como a mais representativa associação empresarial do país da área da panificação e pastelaria, apoiando projetos e iniciativas socioeconómicas.

Fonte: Lusa

Fiscalidade: Avaliação das barragens está concluída – secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

Fiscalidade: Avaliação das barragens está concluída – secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, disse ter informações da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) de que a avaliação da generalidade das barragens para efeitos de Imposto Municipal dos Imóveis (IMI) já está concluída.

“A última informação que recebi da AT sobre esta matéria […] vai no sentido de ter sido concluída a avaliação da generalidade das barragens”, disse Nuno Santos Félix, que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças na sequência de um requerimento potestativo do PSD.

Esta informação reporta-se à situação relativa ao final de novembro, disse o governante, precisando que os sujeitos passivos visados (concessionárias) e os municípios estarão agora “a exercer os seus direitos de defesa nesta matéria”, designadamente pedindo segundas avaliações ou recorrendo a outros mecanismos de contestação previstos na lei, nomeadamente recorrendo para os tribunais.

A audição, pedida pelo PSD, visa ouvir o secretário de Estado sobre eventual aumento do IMI, tendo os sociais-democratas avançado para um requerimento potestativo após o PS ter chumbado o requerimento original.

O tema da avaliação das barragens foi levado para a audição pelo deputado do PCP Duarte Alves que questionou o secretário de Estado sobre se havia meios para impedir os concessionários das barragens avaliadas de recorrerem aos tribunais arbitrais em caso de contestação da avaliação.

Nuno Santos Félix salientou que o ordenamento jurídico não permite distinguir os contribuintes na utilização dos meios que lhes dá, notando que em termos de valor dos processos, e relativamente aos dados de 2023, a AT venceu em 50,3% dos montantes que estavam a ser disputados em tribunal arbitral.

Já a questão relativa à possibilidade de o processo ser concluído a tempo de ser cobrado o IMI de 2019 e 2020 não teve resposta.

Disse ainda que as estatísticas indicam que não existe grande diferença entre os tribunais judiciais e arbitrais no que diz respeito a processos em que é dada razão à AT.

No início deste mês, o município de Miranda do Douro anunciou que vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma “investigação rigorosa” ao “ilegal comportamento da Autoridade Tributária (AT)” na avaliação das barragens de Miranda e Picote, localizadas no concelho.

“A avaliação das barragens, que seguiu fielmente as instruções ilegais da AT, não é uma avaliação de barragens, ou de centros eletroprodutores como lhe chama a lei”, disse o vereador do município de Miranda Douro Vítor Bernardo.

Segundo o autarca, a Câmara foi notificada do valor da avaliação há poucos dias e o que foi avaliado “não é um prédio, mas uma ficção”, porque é feita uma avaliação de centros de produção hidroelétrica apenas compostos por betão armado e alvenaria, portanto, sem capacidade para produzir energia.

Fonte: Lusa

São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa levaram alegria à comunidade

São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa levaram alegria à comunidade

No Domingo, dia 17 de dezembro, a Festa em honra de Santa Luzia, em São Pedro da Silva, voltou a ser animada com o peditório protagonizado pelo “Velho e a Galdrapa”, duas personagens mascaradas de um antigo ritual, que evoca a celebração do fim das colheitas e a chegada do inverno.

O peditório para a Festa em honra de Santa Luzia é feito pelo Velho e a Galdrapa, acompanhados pelos bailadores e um trio de gaiteiros.

A festa em honra de Santa Luzia, na aldeia de São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro, iniciou-se às 10h30 da manhã de Domingo, dia 17 de dezembro, com a celebração da eucaristia, na igreja paroquial.

Recorde-se que Santa Luzia viveu no fim do século III. O nome de Santa Luzia deriva do latim e significa: portadora da luz. Ela é invocada pelos fiéis como a protetora dos olhos, que são a “janela da alma”, canal de luz.

O cântico final da missa em honra de Santa Luzia, na igreja matriz, em São Pedro da Silva.

Após a celebração religiosa iniciou-se o peditório para a festa, pelas ruas da aldeia, uma tarefa realizada pelas personagens mascaradas o Velho e a Galdrapa.

Segundo o etnógrafo Mário Correia, trata-se de um ritual antigo, que promove a convivência entre as pessoas da aldeia.

“É um ritual de visita, de ir de casa em casa, de celebração comunitária. Esta festa está também relacionada com o ciclo solsticial, isto é, com o tempo circular da natureza. Com a chegada do inverno, celebra-se o fim das colheitas, das vindimas, da apanha da castanha e da azeitona. Depois da azáfama e satisfação pelas colheitas segue-se a festa, com a prova do vinho novo e a matança do porco. Os trabalhos agora são dentro de casa, com a fiação da lã e a preparação dos instrumentos de trabalho para o novo ano agrícola, que vai iniciar-se na primavera”, explicou.

Sobre o significado dos mascarados e travestidos no ritual do “Velho e a Galdrapa”, Mário Correia, disse que representam a inversão normal da sociedade, a recusa do velho e aspiram ao nascimento de algo novo no ciclo da vida.

Na perspectiva do etnógrafo, estas festas de solstício de inverno têm muito potencial para serem inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, mas dependem da preservação e da sua vivência nas comunidades.

“O despovoamento das aldeias é uma séria ameaça à continuidade destas tradições. E em São Pedro da Silva, a comunidade afirma que é difícil encontrar pessoas e sobretudo os jovens para fazer a festa. Por outro lado, o município de Miranda do Douro está muito empenhado em preservar estas festas de solstício de inverno, através da informação e divulgação, pelo que acredito que este legado cultural vai ser protegido”, disse.

Outro perigo apontado pelo etnógrafo é o tratamento superficial que se dá a estas tradições, encarando-as apenas, como uma diversão, uma espécie de “disneylândia”, que reúne uma comunidade de fotógrafos à volta do ritual.

O peditório é animado pela música do trio de gaiteiros e decorre pelas ruas da aldeia.

O Velho tem a missão de dar a beijar uma cruz de cortiça queimada, que depois de beijada tisna a cara das pessoas. Por sua vez, a Galdrapa, que é a mulher do Velho, guarda as esmolas na sua algibeira e numa estaca pendura o fumeiro recebido (e roubado!) das casas das pessoas.

Os dois bailadores têm a missão de dançar e distrair a população, enquanto a Galdrapa entra, sorrateiramente, pelas casas adentro, para “surrupiar” as chouriças e os salpicões.

Segundo Sérgio Ruano, natural de São Pedro da Silva, este ritual foi recuperado após uma interrupção de vários anos, devido à emigração e consequente despovoamento da aldeia.

“Antigamente, as quatro personagens eram interpretadas por jovens rapazes e o peditório demorava mais tempo, dado que havia mais famílias a residir na aldeia. A Galdrapa entrava sorrateiramente nas casas das famílias para tirar alguma peça de fumeiro. Hoje em dia, as pessoas dão sobretudo dinheiro pois há cada vez menos pessoas a fabricar fumeiro”, disse.

Outra habitante de São Pedro da Silva, Glória Fidalgo, acrescentou que antigamente o peditório e as tropelias realizavam-se antes da missa, para que as figuras tivessem oportunidade de pedir perdão durante a celebração religiosa.

“No final da missa realizava-se o leilão do fumeiro e outros pertences que a Galdrapa tirou às escondidas da casa das pessoas”, contou.

O emigrante em França, António Eduardo, regressou a São Pedro da Silva para voltar a participar na Festa em honra de Santa Luzia e acompanhar o ritual do peditório, feito pelo Velho e a Galdrapa.

“Eu, os meus filhos e netos gostamos muito desta tradição”, disse.

Segundo Alfredo Cameirão, natural de São Pedro da Silva e presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesas (ALCM), o ritual do ‘Velho e da Galdrapa’ foi interrompido desde a década de 60 até aos anos 90 e foi recuperado graças ao empenho e dedicação dos habitantes da localidade.

“Provavelmente, esta é uma das festas mais antigas de São Pedro da Silva e por isso é muito importante preservar este ritual do peditório protagonizado pelo L Bielho i la Galdrapa. O dinheiro angariado no peditório serve para pagar as despesas da festa, como a missa, o trio de gaiteiros, o almoço comunitário, etc.”, indicou.

Já o presidente da União de Freguesia de Silva e Águas Vivas, Silvino Silva, destacou que esta festividade, que acontece no período de solstício de Inverno, é a que dá maior visibilidade à localidade de São Pedro da Silva.

“Na festa de Santa Luzia, a freguesia e a população local, num trabalho conjunto com o município de Miranda do Douro estamos a trabalhar para preservar e reavivar esta tradição do “Velho e da Galdrapa”. Após a missa e o peditório, a festa culmina com um almoço convívio para toda a comunidade”, disse.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, também participou na festa de Santa Luzia e acompanhou o peditório protagonizado pelo Velho, a Galdrapa e os Bailadores pelas ruas de São Pedro da Silva.

“Estas tradições têm o poder de aproximar as pessoas e reforçar os laços comunitários. É por isso, com enorme satisfação que estou junto da população de São Pedro da Silva a participar nesta festividade. Este ano, o município de Miranda do Douro decidiu investir na promoção destas festas tradicionais, não só para promover a coesão social das comunidades, mas também para dar a conhecer este património cultural e assim atrair mais curiosos e visitantes ao concelho de Miranda do Douro”, justificou.

A autarca informou ainda do propósito do município de Miranda do Douro de inscrever as festas de solstício de inverno, a saber: Festa de Santa Luzia – L Bielho I La Galdrapa, em São Pedro da Silva; Festa de São João Evangelista – Fiesta dos Moços, em Constantim; e Festa do Menino – Fiesta De L Menino, em Vila Chã da Braciosa – no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

HA

Economia: Preços vão continuar a descer em 2024

Economia: Preços vão continuar a descer em 2024

Vários economistas preveem que a inflação na zona euro e em Portugal deverá continuar a baixar no próximo ano, depois da luta dos bancos centrais, famílias e empresas contra a subida dos preços.

Depois de anos com uma taxa de inflação muito baixa, a reabertura da economia após a pandemia e os preços mais elevados dos produtos energéticos fizeram soar os primeiros alarmes na reta final de 2021.

O fenómeno agudizou-se ao longo de 2022, levando o Banco Central Europeu (BCE) a subir, em julho desse ano, pela primeira vez em 11 anos as taxas de juro, com o objetivo de fazer regressar a taxa de inflação para a meta de 2%.

Apesar da guerra na Ucrânia não dar sinais de ter fim, o impacto sobre a energia e sobre os produtos alimentares atenuaram-se e ao longo de 2022 começaram a surgir os primeiros sinais de que a inflação poderá estar numa rota descendente, que segundo os economistas se deverá confirmar como sustentada em 2024.

“O ritmo de descida da inflação que observamos a partir do verão não deverá ser repetível devido a efeitos de base. Para 2024 há três aspetos importantes a contribuir para uma inflação mais baixa: a política monetária é restritiva, a evolução dos preços da energia e outras commodities é encorajadora e estamos perante um abrandamento da atividade”, explica o presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

No entanto, o economista assinala que “2024 não deverá ser assim tão mau para o consumo já que teremos um alívio nos juros e na inflação, tendo os salários recuperado”.

“Haverá, provavelmente, um acréscimo de rendimento disponível face a 2023 em muitos casos, o que deverá suportar o consumo e impedir uma queda tão pronunciada na inflação. Os preços dos bens deverão subir pouco ou nada, mas enquanto o desemprego não aumentar, os preços dos serviços deverão continuar suportados”, refere.

O economista aponta para um intervalo da inflação média não harmonizada entre 1,8% e 2,3% em Portugal em 2024, acreditando que relativamente à previsão do BCE de uma taxa de 2,7% em 2024 será revista em baixa ao longo do ano.

O economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa também prevê ser “bem provável que a inflação continue a desacelerar em 2024, não sendo mesmo de excluir um período deflacionista se as economias portuguesa e da zona euro entrarem em recessão”.

A taxa de inflação homóloga da zona euro recuou, em novembro, para os 2,4%, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Eurostat.

Este valor, o mais baixo desde julho de 2021 (2,2%), compara-se com o de 2,9% registado em outubro e a de 10,1% de novembro de 2022, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC).

O professor do ISEG António Ascenção Costa considera que “a recente queda da inflação, mais rápida que o esperado, decorre da resolução dos problemas da oferta que estiveram na origem do surto inflacionista inicial”.

“Sem agravamento das tensões geopolíticas, com impactos imprevisíveis na oferta mundial de algumas matérias-primas ou mesmo de bens especializados, a evolução da inflação deverá continuar no sentido da queda”, prevê o economista sobre a evolução no próximo ano.

Um cenário também admitido pelo diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, que assinala que “a guerra no Médio Oriente se mantiver circunscrita, espera-se que a inflação prossiga a sua trajetória descendente”.

Apesar do relativo otimismo, os decisores do BCE têm sublinhado que ainda não é possível “declarar vitória” contra a inflação, alertando que atingir os 2% que pretende pode ainda levar algum tempo.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem repetido apelos para prudência nos aumentos salariais, alertando que a inflação estava agora a ser mais impulsionada por fontes internas do que por fontes externas.

“As pressões salariais, entretanto, permanecem fortes. A nossa avaliação atual é que isto reflete principalmente efeitos de ‘recuperação’ relacionados com a inflação passada, e não uma dinâmica auto-realizável. E esperamos que os salários continuem a ser um factor-chave que impulsiona a inflação interna”, disse.

O coordenador do NECEP – Católica-Lisbon Forecasting Lab, João Borges de Assunção, considera que “há o risco das subidas de salários acima” da meta de 2%, entre 2022 e 2024, poderem dificultar o trabalho do BCE.

Na última projeção em outubro, o NECEP apontava para um ponto central para a inflação na zona euro em 2024 entre 3% e 5% e um pouco mais baixo em Portugal, entre 2,5% e 4,5%.

“Os dados da inflação de outubro e novembro, porém, saíram bastante bons, o que torna os valores na parte inferior dos intervalos de projeção mais verosímeis”, explica.

Para o economista, “a evolução das taxas de juro é a partir de agora mais incerta”, já que “os que defendem que a subida dos juros já foi suficiente para combater a inflação têm agora argumentos”, mas “quem teme que as subidas de salários se repercutam em aumentos permanentes de preços, particularmente nos serviços, também têm argumentos”.

“Provavelmente o BCE quererá ver muitos meses com a inflação mensal, expurgada das componentes voláteis, consistente com uma inflação anual de 2% antes de considerar que o problema deste episódio de inflação entre 2021 e 2023 ficou resolvido”, conclui.

Fonte: Lusa

Sociedade: Estrangeiros em Portugal duplicaram em 10 anos – Pordata

Sociedade: Estrangeiros em Portugal duplicaram em 10 anos – Pordata

No ano 2022, o número de estrangeiros a residir em Portugal era de 800 mil pessoas, o dobro comparativamente com 2012, tendo sida atribuída a nacionalidade portuguesa a meio milhão de pessoas, nos últimos 15 anos.

Num retrato da “população estrangeira e dos fluxos migratórios em Portugal”, por ocasião do Dia Internacional das Migrações que se assinala a 18 de dezembro, a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, procurou avaliar o número e as condições de vida dos imigrante ou a evolução das concessões de nacionalidade e de títulos de residência.

O estudo concluiu que 76% dos estrangeiros são originários de países extracomunitários, com uma taxa de desemprego mais do dobro da média nacional, ganhando, em 2021, uma estimativa de “menos 94€ mensais do que a média nacional”.

Só em 2022, “entraram em Portugal 118 mil imigrantes, o valor mais alto desde que há registo”, tendo saído 31 mil para fora, “menos 23 mil (- 43%) do que o registado no ano marcado pelo maior número de saídas, em 2013”.

No ano passado, viviam em Portugal 798.480 cidadãos estrangeiros em situação legal ou em regularização pelos serviços, representando 7,6% do total da população.

“Nos últimos 15 anos, a nacionalidade portuguesa foi atribuída a cerca de meio milhão de estrangeiros (468.665), residentes e não residentes em Portugal”, refere o Pordata, salientando que essa concessão foi dada maioritariamente a cidadãos não residentes no país nos últimos dois anos e, em 2022, um terço das atribuições de nacionalidade destinaram-se a descendentes de judeus sefarditas portugueses.

O número de imigrantes diminuiu entre 2010 e 2015 mas, desde então tem havido um aumento muito grande e, como exemplo, entre 2018 e 2019, o crescimento foi de mais de 110 mil estrangeiros.

“Em comparação com a população portuguesa, a população estrangeira em Portugal tem uma proporção superior de homens e é mais jovem”, com uma idade mediana de 37 anos, menos sete que os valores dos portugueses.

“As nacionalidades mais representativas em Portugal são a brasileira (29,3%), britânica (6%), cabo-verdiana (4,9%), italiana (4,4%), indiana (4,3%) e romena (4,1%)”, pode ler-se no relatório do Pordata.

Este aumento da população estrangeira reflete-se no sistema de ensino, com o número de imigrantes inscritos a duplicar em cinco anos, passando para 105.955 no ano letivo de 2021/22.

No 1.º ciclo, uma em cada 10 crianças é estrangeira e um terço dos doutorandos é imigrante.

No plano laboral, segundo o Eurostat, citado pelo Pordata mais de terço têm contrato de trabalho temporário (a média é de 16% entre os trabalhadores portugueses) e Portugal é o quarto país da União Europeia com maior precariedade laboral entre os estrangeiros.

No que respeita à pobreza ou exclusão social, 31% dos estrangeiros residentes em Portugal estão nesse patamar, 11 pontos acima da média da população portuguesa, com esse problema a ser particularmente sentido entre quem vem de fora da Europa (34%).

“Desde 2019 que o número de imigrantes é três vezes maior do que o de emigrantes, contribuindo para os saldos migratórios positivos”, mas o número de emigrantes continua a ser relevante, refere o Pordata, que faz também uma análise do tema.

“Em 2022, saíram de Portugal 31 mil emigrantes, menos 23 mil do que o registado no ano marcado pelo maior número de saídas, em 2013” e, entre o perfil, destaca-se o facto de dois terços serem homens, com quase metade (47,6%) com o ensino superior.

Entre os que saíram no ano passado, 51% foram para outro Estado-membro e, numa análise aos anos anteriores, o Pordata concluiu que “em 2016, 2018, 2019 e 2021, saíram mais emigrantes com ensino superior do que com o ensino básico”.

Fonte: Lusa

Bragança-Miranda: Alunos e professores de EMRC promovem campanha «Natal Solidário»

Bragança-Miranda: Alunos e professores de EMRC promovem campanha «Natal Solidário»

O Secretariado de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), da Diocese de Bragança-Miranda, conjuntamente com os professores e os alunos desta disciplina, nas escolas e agrupamentos do território da Diocese, estão a desenvolver a iniciativa “Natal Solidário EMRC Bragança-Miranda”.

Esta ação, focada nos valores da solidariedade e partilha, que o Natal de Jesus inspira e desafia, destina-se a apoiar a “Associação Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

As comunidades educativas estão convidadas, até 20 de dezembro, a participar de forma “a tornar um pouco mais feliz a vida destas crianças, adolescentes e jovens”.

“Esta iniciativa é para nós muito significativa pois decorre da identidade própria da EMRC, isto é, a educação pela ação e pelo exemplo no entendimento da vida como um dom, que se mantém aberto à esperança e à certeza de que a bondade, a gratuidade, a generosidade e a responsabilidade ética fecundam o significado dos encontros inter-humanos”, salienta Jorge Novo, diretor do Secretariado diocesano de EMRC.

Fonte: Ecclesia