Santulhão: Apresentação da 31.ª revista “A Santulhana”

Santulhão: Apresentação da 31.ª revista “A Santulhana”

No âmbito das Festas de Santulhão, que decorrem de 2 a 11 de agosto, foi apresentada uma nova edição da revista “Santulhana”, uma publicação redigida pelas gentes locais e que este ano tem como tema os 50 anos de democracia em Portugal e os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.

De acordo com a a Comissão de Festas de Santulhão – 2024, a revista “Santulhana” tem 32 anos de história e resulta de uma “tradição editorial amadora e apaixonada das suas gentes, por uma publicação periódica anual e analógica, muito acarinhada pela população”.

“ A 31ª revista Santulhana é publicada num ano particularmente importante para o país, pelo meio século de liberdade conquistada com o 25 de Abril de 1974. E pela comemoração do nascimento, em 1524, do nosso poeta maior, Luís Vaz de Camões, autor incontornável, no levantar da nossa língua, história e cultura”, lê-se no comunicado.

Fonte: Comissão de Festas de Santulhão

Vimioso: Feira de São Lourenço e David Carreira são os destaques da festa

Vimioso: Feira de São Lourenço e David Carreira são os destaques da festa

A vila de Vimioso está em festa de 7 a 12 de agosto, num programa que a par das celebrações religiosas, inclui a feira de São Lourenço no feriado municipal, o concerto do artista David Carreira e o Festival de Folclore.

As festividades em Vimioso começam a 7 de agosto, com um jantar convívio e o concerto do grupo Triângulo.

Na quinta-feira, dia 8, iniciam-se as celebrações religiosas com a missa em honra de Nossa Senhora dos Remédios, seguida da procissão. Ao serão, um dos destaques é o concerto de Receção ao Emigrante, interpretado pela Banda Filarmónica da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso (A.H.B.V.V.).

Na sexta-feira, dia 9, a festa é dedicada a Nossa Senhora da Saúde, num programa que começa com a procissão de velas e a missa solene. À noite, o arraial é animado pelo grupo Republika e os DJ’s Danion e Lectrum.

Dia 10 de agosto é feriado municipal e realiza-se em Vimioso, a Feira anual de São Lourenço. Neste dia, outro destaque é o Concurso Concelhio de Bovinos Mirandeses, seguido das Chegas de Touros. Para o serão, está programado o concerto do artista David Carreira.

Domingo, dia 11 de agosto, a festa em Vimioso recomeça com o peditório animado pela Banda Filarmónica da A.H.B.V.V.. A missa celebra-se às 17h00, no santuário de Nossa Senhora da Visitação. E à noite, realiza-se o XXVII Festival de Foclore de Vimioso.

As festividades na vla de Vimioso encerram ao final da tarde de 12 de agosto, com a missa em honra de Santa Bárbara.

HA

Mogadouro: Festas de Nossa Senhora do Caminho entre 15 e 26 de agosto

Mogadouro: Festas de Nossa Senhora do Caminho entre 15 e 26 de agosto

A vila de Mogadouro celebra as festas em honra de Nossa Senhora do Caminho, de 15 a 26 de agosto, com um cartaz musical onde constam nomes como Sara Correia, Quinta do Bill, The Gift e Quim Barreiros.

As festas da vila de Mogadouro, para além das atividades lúdicas e musicais, contam com uma forte componente religiosa, que nesta altura junta à população residente, os emigrantes mogadourenses que vivem e trabalham noutros países.

“As festividades são feitas com uma espírito de voluntariado, onde uma Comissão, ao longo de todo ano trabalha, com sentido de missão, através de diversas atividades, todo o montante necessário para pagar todo o cartaz festivo”, explicou o presidente da Comissão de Festas, Francisco Mendes.

De acordo com a organização, o programa das festividades em honra de Nossa Senhora de Caminho está orçado em cerca de 200 mil euros.

PRR: Portugal recebe 714 milhões de euros

PRR: Portugal recebe 714 milhões de euros

A Comissão Europeia atribuiu a Portugal 714 milhões de euros, no âmbito do pedido de pagamento da terceira e quarta parcelas, do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em dezembro de 2023 e após uma avaliação negativa, que levou à suspensão de 810 milhões de euros brutos, o executivo comunitário concluiu, no passado mês de junho, que “os objetivos intermédios e a meta pendentes foram cumpridos de forma satisfatória” no que respeita às reformas do setor da saúde e uma meta sobre a reforma das profissões reguladas.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), atribui a Portugal 22,2 mil milhões de euros, dos quais 16,3 mil milhões de euros em subvenções e 5,9 mil milhões de euros em empréstimos.

Na sequência da crise sem precedentes causada pela pandemia de COVID-19, o PRR de Portugal respondeu à necessidade urgente de promover uma recuperação forte, tornando simultaneamente a economia e a sociedade portuguesas mais resilientes e preparadas para o futuro.

Em resposta à perturbação do mercado da energia causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a Comissão lançou o plano REPowerEU.

Fonte: Lusa

Ensino: Matemática com média negativa na 2.ª fase

Ensino: Matemática com média negativa na 2.ª fase

Na 2ª fase dos exames nacionais do ensino secundário, a média das classificações foi negativa em três das 24 disciplinas avaliadas, incluindo a Matemática A.

De acordo com os dados do Júri Nacional de Exames (JNE), divulgados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, na 2.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário foram realizadas 76.886 provas em 24 disciplinas.

As classificações médias foram positivas na esmagadora maioria, mas houve três disciplinas em que as notas não chegaram aos 10 valores.

Matemática A foi também uma das provas mais concorridas, realizada por 11.726 alunos, além de Física e Química A (12.027 provas), Português (12.702 provas) e Biologia e Geologia (17.052 provas).

Entre as disciplinas com, pelo menos, 1.000 provas realizadas, foi a Inglês que os alunos tiveram melhor nota, alcançando uma média de 15,1 valores, seguida de Desenho A (14,5 valores) e Economia A (11,7 valores).

Em comparação com a 2.ª fase do ano passado, as classificações melhoraram significativamente a Português, Inglês, História A, Matemática Aplicada às Ciências Sociais e Desenho A, com diferenças de entre nove e seis pontos.

Por outro lado, pioraram a Física e Química A, Geometria Descritiva A, Biologia e Geologia e Economia A, entre 10 e sete pontos.

“Na 2.ª fase, a avaliação da componente de produção e interação orais dos exames nacionais de línguas estrangeiras envolveu 1.882 avaliações da componente oral, das quais 1.566 a Inglês, 161 a Espanhol, 58 a Espanhol, 49 a Alemão, 47 a Francês e 1 na disciplina de Italiano”, refere a nota do JNE.

Foram também publicados os resultados das 6.230 provas finais de 9.º ano, realizadas em 1.219 escolas.

Neste caso, refere a tutela, a 2.ª fase destinou-se aos alunos que conseguiram concluir o 3.º ciclo, “naturalmente, os alunos que demonstraram maiores dificuldades ao longo do ano letivo”.

Em relação à 1.ª fase, as classificações médias foram mais baixas, fixando-se nos 44 pontos a Portugês, numa escala de 0 a 100 e nos 25 pontos a Matemática.

Fonte: Lusa

Sendim: Festival Ibérico de Pauliteiros encheu a praça da vila

Sendim: Festival Ibérico de Pauliteiros encheu a praça da vila

No serão de Domingo, dia 4 de agosto, a praça central da vila de Sendim encheu-se de gente, para assistir ao X Festival Ibérico de Pauliteiros, um evento cultural que este ano se realizou ao serão, num palco instalado no centro da praça, onde dançaram sete grupos portugueses e espanhóis.

As Pauliteiras de Sendim foram as primeiras a dançar no X Festival Ibérico de Pauliteiros.

Este ano, o Festival Ibérico de Pauliteiros, em Sendim, apresentou várias novidades, como a realização do evento ao serão, uma mudança que permitiu evitar o calor da tarde e proporcionar um espetáculo mais agradável para os dançadores e para o público.

Deste modo, o X Festival Ibérico de Pauliteiros iniciou-se com a receção aos grupos espanhóis, vindos de Valladolid, León e Barcelona, no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Ainda na cidade, seguiu-se uma visita à Concatedral, ao Museu da Terra de Miranda e ao miradouro das Arribas.

Chegados a Sendim, os grupos visitantes foram presenteados com uma degustação de produtos regionais, na cooperativa Ribadouro. Seguiu-se um jantar convívio entre todos os grupos participantes.

O X Festival Ibérico de Pauliteiros teve início às 22h00, com o desfile e as danças dos sete grupos: Pauliteiras de Sendim, Paloteu de Berrueces (Valladolid), Colla Bastonera los Romanes (Barcelona), Pauliteiros de Constantim, Paloteu de Villamandos (Leon), Colla Bastoners de Grácia (Barcelona) e Pauliteiros de Sendim.

Entre as atuações, destacaram-se ainda as intrepretações de Mini-Mirandês e Mini-Mirandesa e do conceituado músico espanhol, Luís Pedraza.

No final do festival, foram entregues lembranças e agradecimentos a todos os grupos participantes.

Em Sendim, o X Festival Ibérico de Pauliteiros deu início às festas em honra de Santa Bárbara, festividades que decorrem até ao dia 11 de agosto.

De Valladolid (Espanha) veio até Sendim, o grupo Paloteu de Berrueces, para participar no X Festival Ibérico de Pauliteiros.

HA

Sendim: Festival Intercéltico trouxe música de qualidade e público

Sendim: Festival Intercéltico trouxe música de qualidade e público

O 23º Festival Intercéltico, que decorreu nos dias 2 e 3 de agosto, voltou a trazer muito público à vila de Sendim, no concelho de Miranda do Douro, para acompanhar os concertos de música folk e conhecer de perto a beleza natural e cultural do planalto mirandês.

Os galegos “Lenda Ártabra / pandeireteiras” foram o primeiro grupo a atuar no 23º Festival Intercéltico, em Sendim.

Na apresentação do festival, o diretor do Centro de Música Tradicional Sons da Terra, Mário Correia, assinalou a longevidade deste evento musical e cultural, que teve a sua primeira edição no ano 2000.

“Ao longo destas 23 edições, pelos palcos do Intercéltico de Sendim passaram grupos e artistas de Portugal e de todo o mundo. Foram 146 concertos em palco principal e 72 em palcos secundários”, indicou.

No decorrer da apresentação do 23º Festival Intercéltico de Sendim foram homenageadas personalidades e instituições que contribuíram para o êxito e a longevidade deste evento musical e cultural.

Em representação do município de Miranda do Douro, a presidente, Helena Barril, destacou que este festival consegue atrair muito público à região e por isso, é importante continuar a apoiar este projeto.

“Dado o retorno que este festival traz para a região e em particular para a vila de Sendim, o município de Miranda do Douro pretende contribuir para o sucesso deste festival, através de apoio financeiro e logístico”, indicou.

Com o propósito de dinamizar ainda mais o festival, a autarca de Miranda do Douro apelou à união de esforços entre vários intervenientes, para reintroduzir no programa do Intercéltico, a antiga tradição do Burro e do Gaiteiro.

“Para consolidar o sucesso e a longevidade do Intercéltico, estou convencida que temos de cooperar e trabalhar em conjunto. Assim como o município tem procurado preservar e valorizar os símbolos culturais do território, como os pauliteiros, também neste âmbito da música a ação conjunta vai permitir desenvolver e dar maior projeção ao Festival Intercéltico”, disse.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, quando questionado sobre a mais valia do Festival Intercéltico, para a vila de Sendim, destacou, desde logo, a grande qualidade musical dos concertos.

“Todos os anos, participam no festival grupos de inquestionável qualidade musical, o que só por si, atrai a Sendim, público vindo de todo o país e também do estrangeiro. A visita e estadia destas pessoas ao longo do fim-de-semana é uma mais valia económica, cultural, turística e social para Sendim”, disse.

Este ano, o 23º Festival Intercéltico de Sendim, de entrada livre, contou com a atuação de grupos portugueses e espanhóis, vindos das regiões de Castela e Leão, Astúrias e Galiza.

No serão de sexta-feira, dia 2 de agosto, coube aos Gaiteiros Mirandeses e aos galegos “Lenda Ártabra / pandeireteiras” abrir o festival, que registou a afluência de muito público.

Paralelamente aos concertos, realizou-se a Feira do Livro e do Disco, tendo sido apresentados o livro “Cantos para calar silêncios e povoar ausências” e o disco “Modas Stramuntanas”.

O 23ª Festival Intercéltico de Sendim foi organizado pelo Centro de Música Tradicional Sons da Terra e contou com os apoios da Fundação INATEL, do Município de Miranda do Douro e da União de Freguesias de Sendim e Atenor.

HA

Picote: “Cristo é o Santo dos santos” – Monsenhor Adelino Paes

Picote: “Cristo é o Santo dos santos” – Monsenhor Adelino Paes

A localidade de Picote, no concelho de Miranda do Douro concluiu no Domingo, dia 4 de agosto, a Festa em honra do Divino Santo Cristo, com a celebração da missa, presidida pelo picotês, Monsenhor Adelino Paes, que realçou a importância de Cristo ao longo da vida.

A missa e a procissão celebraram-se na Capela do Divino Santo Cristo, em Picote.

A celebração religiosa foi presidida por Monsenhor Adelino Paes e na homília, o sacerdote natural de Picote, começou por dizer que “Cristo é o Santo dos Santos”.

“Nesta Festa em que celebramos Cristo, estamos a agradecer a Sua presença e companhia ao longo da nossa vida. Cristo é o companheiro de todas as horas, as boas e as menos boas”, disse o sacerdote.

Monsenhor Adelino Paes prosseguiu dizendo que Cristo sacia a vida de sentido.

“Ele é o caminho, a verdade e a vida!” – disse.

Sobre o modo de encontrar a Deus no dia-a-dia, o celebrante disse que Ele está presente no meio de nós, através do Espírito Santo e indicou o modo privilegiado do sacramento da Eucaristia.

“Cristo faz-se alimento para nós, no pão e vinho da Eucaristia. Também nós devemos amar-nos, alimentarmo-nos e fortalecermo-nos uns aos outros”, disse.

Em Picote, a celebração religiosa concluiu-se com a procissão da imagem do Divino Santo Cristo, acompanhada pela assembleia e o grupo de pauliteiros da associação FRAUGA.

Adelino Fernando Paes nasceu a 11/01/1947, em Picote, no concelho de Miranda do Douro.

Licenciou-se em Teologia pela Faculdade de Teologia de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa.

Foi ordenado sacerdote a 9 de fevereiro de 1975, em Bragança e estudou também pastoral na Universidade Pontifícia de Salamanca, Espanha.

Na Diocese de Bragança exerceu o cargo de vice-reitor do Seminário de São José e Pároco das Paróquias dos Santos Mártires e Santo Condestável, na cidade de Bragança. Durante o ministério pastoral de D. José Cordeiro, nesta diocese, foi vigário geral.

Até à nomeação de D. Nuno Almeida, como 43º Bispo de Bragança Miranda, Monsenhor Adelino Paes desempenhou a tarefa de administrador diocesano.

No próximo ano de 2025, Monsenhor Adelino Paes celebra 50 anos de vida sacerdotal.

As danças dos Pauliteiros animaram a Festa em honra do Divino Santo Cristo, em Picote.

HA

Cultura: «Encontrar um bom livro para ler é um oásis» – Papa Francisco

Cultura: «Encontrar um bom livro para ler é um oásis» – Papa Francisco

O Papa Francisco escreveu uma carta sobre “O papel da leitura na educação” onde apela a ler “romances e poemas” no “tédio das férias” para “ultrapassar a obsessão dos ecrãs” e as linguagens que aprisionam a “liberdade da Palavra”.

“Muitas vezes, no tédio das férias, no calor e na solidão dos bairros desertos, encontrar um bom livro para ler é um oásis, afastando-nos de outras escolhas que são nocivas”, afirma o Papa.

Numa carta divulgada pela Sala de Imprensa da Santa sé, Francisco lembra que nos momentos de “cansaço, irritação, desilusão, fracasso” um bom livro ajuda “a enfrentar a tempestade” e a encontrar “um pouco mais de serenidade.

“Antes da omnipresença dos media, das redes sociais, dos telemóveis e de outros dispositivos, esta era uma experiência frequente, e quem a viveu sabe bem do que estou a falar. Não se trata de algo ultrapassado”, indica o Papa.

O Papa lembrou que o leitor “é muito mais ativo quando lê um livro” do que quando está diante dos meios audiovisuais, onde “o produto é mais completo, e a margem e o tempo para ‘enriquecer’ a narrativa ou para a interpretar são geralmente reduzidos”.

Uma obra literária é, portanto, um texto vivo e sempre fértil, capaz de falar de novo e de muitas maneiras, capaz de produzir uma síntese original com cada leitor que encontra”

O Papa valorizou o facto de, no ambiente de alguns seminários, “se ultrapassar a obsessão dos ecrãs”, dedicando-se “tempo à literatura, a momentos de leitura serena e livre, a falar dos livros que, novos ou antigos, continuam a dizer-nos tanto”.

Francisco rejeita quem considera a leitura como “forma de passatempo” ou “como algo não essencial” e afirma que se trata de uma atitude que “está na origem de uma forma de grave empobrecimento intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes, que ficam assim privados de um acesso privilegiado, precisamente através da literatura, ao coração da cultura humana e, mais especificamente, ao coração do ser humano”.

A carta sobre “O papel da leitura na educação” foi escrita a pensar na “formação sacerdotal”, mas o Papa começa por dizer que sublinhar o valor da leitura “pode ser dito, de modo semelhante, em relação à formação de todos os agentes pastorais e de qualquer cristão”.

A respeito do valor da leitura pelo seminaristas, o Papa afirma que ajuda a “adquirir um vocabulário mais vasto”, a “desenvolver vários aspetos da sua inteligência”, “estimula também a imaginação e a criatividade”, e “permite que as pessoas aprendam a exprimir as suas narrativas de uma forma mais rica”.

Para o Papa, a leitura “melhora também a capacidade de concentração, reduz os níveis de deficit cognitivo e acalma o stress e a ansiedade”.

“Ao ler, mergulhamos nas personagens, nas preocupações, nos dramas, nos perigos, nos medos de pessoas que acabaram por ultrapassar os desafios da vida, ou talvez, durante a leitura, demos às personagens conselhos que mais tarde nos servirão a nós mesmos”, afirma o Papa.

Francisco considera que “é necessário recuperar formas hospitaleiras e não estratégicas de relacionamento com a realidade” e “quebrar os ídolos das linguagens autorreferenciais”.

A literatura ajuda o leitor a quebrar os ídolos das linguagens autorreferenciais, falsamente autossuficientes, estaticamente convencionais, que por vezes correm o risco de contaminar até o nosso discurso eclesial, aprisionando a liberdade da Palavra”.

Na carta sobre “O Papel da Leitura na Educação”, o Papa afirma que a palavra “põe a linguagem em movimento” e força espiritual da literatura recorda “a primeira tarefa confiada por Deus ao homem: a tarefa de “dar nome” aos seres e às coisas”.

Francisco conclui sublinhando a “afinidade entre o sacerdote e o poeta”, que se manifesta na “misteriosa e indissolúvel união sacramental entre a Palavra divina e a palavra humana”.

Fonte: Ecclesia

Agricultura: Tratamento do cancro em 50 mil castanheiros

Agricultura: Tratamento do cancro em 50 mil castanheiros

A Câmara Municipal de Bragança lançou um concurso público para a aquisição de serviços de tratamento contra o cancro do castanheiro, no valor de 749 mil euros, em 50 mil árvores.

Em 2024 e 2025, vão ser tratadas 50 mil castanheiros no concelho de Bragança, numa área de intervenção de 10 mil hectares, precisou Miguel Abrunhosa, vereador do município.

O concurso, publicado esta semana em Diário da República, visa a aquisição do produto e da sua aplicação no terreno.

A ação resultou de uma candidatura no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, que inclui o combate, além do cancro, à tinta e à vespa da galha.

O procedimento concursal foi lançado inicialmente no ano passado, mas ficou deserto.

“Tivemos de pedir uma reformulação da candidatura ao PDR2020. Reduzimos o número de árvores a tratar, de 60 para 50 mil, para conseguirmos ter um valor per capita superior”, justificou Miguel Abrunhosa, detalhando ainda que, tal como noutros setores, a subida generalizada dos preços se refletiu no valor do produto usado para o tratamento do cancro do castanheiro, bem como na subida dos encargos com a mão de obra. 

O presidente da Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana (Arbórea), Abel Pereira, explicou à Lusa que o cancro do castanheiro é “uma doença crónica”, que foi detetada na região em 1989, ou seja, há 35 anos.

“É uma doença que está instalada e que é de tratamento obrigatório todos os anos. Este tipo de projetos permite fazer um tratamento em grande escala. Estamos a falar de um fungo que tem dispersão com as chuvas e os ventos e que passa de uns soutos para os outros”, disse Abel Pereira.

O custo para tratar cada árvore ronda, segundo Abel Pereira, os 10/15 euros, sendo que alguns agricultores o fazem e outros não. Este tipo de aplicações em massa pode levar a uma diminuição da presença da doença.

O cancro do castanheiro é uma doença que ataca o tronco das árvores. O fungo parasita instala-se, impede a circulação da seiva e acaba por levar à morte de parte da planta ou da sua totalidade.

O tratamento a adquirir pelo município de Bragança prevê a utilização de estirpes hipovirulentas de Cryphonectria parasíticas.

Anualmente, de acordo com os dados fornecidos pelo dirigente da Arbórea, o ataque do cancro do castanheiro afeta entre 10 a 15% das árvores. As perdas efetivas no povoamento de plantas andam entre os 18 a 20%.

Quanto às baixas na produção, variam consoante as campanhas.

No concelho de Bragança existem perto de 3 mil agricultores que se dedicam à castanha, sendo que a produção representa por ano 15 milhões de euros, valor que sobe para os 100 milhões, segundo números da autarquia, e que inclui a indústria e a exportação. 

O vereador da câmara de Bragança adiantou ainda que no combate à vespa da galha já foram feitas 903 largadas de parasitóides, outras vespas que diminuem a presença do invasor, através da luta biológica.

“A candidatura previa apenas 337, com um financiamento de cerca de 81 mil euros. Isso significa que da parte do município já houve um esforço adicional (…), porque fomos percebendo que havia uma evolução crescente desta praga”, afirmou Miguel Abrunhosa, garantindo que a câmara está atenta a outras doenças emergentes em que possam intervir para mitigar. 

Fonte: Lusa