Dia do Trabalhador: Igreja Católica evoca São José Operário
Desde 1955, a Igreja Católica celebra a 1 de maio, a festa litúrgica de São José Operário, como forma de associar-se à comemoração mundial do Dia do Trabalhador.
A celebração litúrgica de São José operário foi instituída no dia 1 de maio de 1955, pelo Papa Pio XII, diante de milhares de trabalhadores italianos: “Longe de despertar discórdia, ódios e violência, o 1º de maio é e será um recorrente convite à sociedade moderna a realizar aquilo que ainda falta à paz social”.
São José foi desde cedo apresentado pela Igreja Católica como símbolo e exemplo de pai e de trabalhador; foi declarado patrono da Igreja universal em 1870, por Pio IX.
A 8 de dezembro de 2021, o Papa Francisco assinalou no Vaticano o final do Ano de São José, que convocou para assinalar o 150º aniversário da sua declaração como padroeiro da Igreja Universal.
Foi nesse dia, em 2020, que Francisco proclamou o Ano de São José com a carta apostólica ‘Patris corde’, com o objetivo de ajudar as pessoas a redescobrir esta “extraordinária figura”.
A carta do Papa apresentava “algumas reflexões pessoais” sobre São José, destacando que “depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício”, ligado também ao mundo laboral.
“Neste nosso tempo em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes, mesmo em países onde se experimentou durante várias décadas um certo bem-estar, é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo”, sustentou Francisco.
Futebol: Bragança e Vinhais jogam a final da Taça Distrital
Na tarde de Domingo, dia 5 de maio, o estádio José Aires, em Torre de Moncorvo, é o recinto da final da Taça Distrital de Futebol, num jogo que vai opor o já campeão, Bragança, ao segundo classificado no campeonato distrital, o FC Vinhais.
Nesta final, o Grupo Desportivo de Bragança (GDB) procura fazer a dobradinha, depois da recente conquista do campeonato distrital.
Para chegarem à final da Taça, os brigantinos eliminaram nos quartos de final, o Argozelo: 0-1 na 1ª mão; e 7-1, na 2ª mão. Na meia-final, o GD Bragança superiorizou-se ao Macedo de Cavaleiros por 3-1, na 1ª mão; e 4-1, no segundo jogo.
Do outro lado, o Futebol Clube de Vinhais (FCV) volta a participar numa final depois de em 2018 terem conquistado o troféu, com uma vitória por 2-1, frente aos Estudantes Africanos.
Nesta edição, a equipa de Vinhais ultrapassou na primeira eliminatória o G.D. Mirandês, com duas vitórias por 0-2 e 3-1. Nos quartos de final, o FC Vinhais venceu duas vez o Carção, por 0-1 e 2-0. E nas meias-finais, o Vinhais superou o Rebordelo com duas vitórias por 3-1 e 2-0.
Com a final em Torre de Moncorvo, agendada para as 16h00, no estádio José Aires, a Associação de Futebol de Bragança (AFB) continua a apostar na descentralização e a levar a final da Taça Distrital a todos os concelhos do distrito.
Recorde-se que as anteriores finais da Taça Distrital realizaram-se em Macedo de Cavaleiros (2015), Miranda do Douro (2016 e 2022), Bragança (2017, 2018 e 2023) e Mirandela (2019).
Política: Cerca de 110 milhões de euros para o nordeste transmontano
No passado dia 24 de abril, a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) assinaram um Contrato para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, no valor de cerca de 110 milhões de euros, para realizar investimentos em áreas como os apoios à iniciativa privada, eficiência energética, promoção do turismo, entre outras iniciativas.
A cerimónia de assinatura do contrato teve lugar na vila de Penedono, no distrito de Viseu, onde estiveram presentes o Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, a Autoridade de Gestão do NORTE 2030, as Comunidades Intermunicipais (CIM) da Região Norte e a Área Metropolitana do Porto(AMP).
De acordo com o presidente do Conselho da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), Jorge Fidalgo, a celebração deste contrato, no valor de cerca de 110 milhões de euros, prevê o financiamento de investimentos nos nove concelhos que compõem a CIM-TT: Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
“Este contrato foi celebrado no âmbito do Programa NORTE 2030 e o valor atribuído aos nove concelhos que compõem a CIM-TT é de 109.578,690€. Deste valor vão ser alocadas verbas a cada um dos nove municípios, para realizar um conjunto de investimentos geradores de maior desenvolvimento e coesão territorial”, explicou, Jorge Fidalgo.
Sobre os investimentos a realizar, o presidente da CIM-TT, adiantou que os municípios terão verbas para desenvolver projetos em âmbitos, como a digitalização e modernização dos serviços aos cidadãos e às empresas; apoios à iniciativa privada; investimentos na eficiência energética da administração regional e local; financiamentos para a Proteção Civil; promoção do sucesso escolar; água e saneamento; mobilidade urbana sustentável; requalificação de equipamentos escolares, desportivos, de saúde e habitação social; e promoção do turismo cultural e património.
“São os nove municípios da CIM-TT, quem vai decidir em que domínios quer alocar a sua verba vinda do Contrato de Desenvolvimento e Coesão Territorial”, especificou.
Jorge Fidalgo acrescentou que o quadro comunitário Portugal 2030, não se limita ao Contrato de Desenvolvimento e Coesão Territorial e há outros fundos que ainda não estão contratualizados, mas que os municípios ou a comunidade intermuniucipal poderão candidatar-se aquando da abertura dos avisos.
Quanto ao valor da verba do Contrato de Desenvolvimento e Coesão Territorial, atribuída aos nove municípios da CIM-TTM, Jorge Fidalgo, relembrou que apesar da vasta extensão geográfica deste território, que ocupa ¼ da região norte, o critério utilizado para a atribuição de dinheiro é a densidade populacional.
“Por causa do reduzido número de habitantes não beneficiamos das mesmas condições que outras regiões”, disse.
Perante esta circunstância, o combate ao despovoamento continua a ser o grande desafio dos nove municípios que integram a CIM-TT.
Segundo o também presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, a estratégia para agir contra o despovoamento consiste em proporcionar melhores serviços de educação, de saúde, de acesso à habitação e sobretudo de apoio à criação de empresas e postos de trabalho.
“A criação de empregos é determinante para a fixação de pessoas. Se foram criados mais empregos não só se evita o êxodo dos que cá vivem, como também se atrai a vinda de novos habitantes. No Contrato de Desenvolvimento e Coesão Territorial há, por exemplo, verbas destinadas às incubadoras de empresas e associações de base local”, disse.
O autarca de Vimioso disse ainda que a coesão territorial exige uma mudança de paradigma na atribuição dos fundos comunitários às regiões.
“Os municípios que sofrem com o despovoamento deveriam ter direito a uma maior comparticipação no acesso aos fundos comunitários. Em vez dos atuais 85%, deveriam beneficiar de 95%. Para quê? Para tornar os nossos municípios rurais mais competitivos e atrativos para a fixação de novas empresas e pessoas.”, defendeu.
Na perspectiva do autarca vimiosense, os municípios urbanos veem-se confrontados com o problema de excesso de população e por conseguinte com a falta de habitação, as listas de espera no acesso à saúde, o desemprego, etc..
“Se houver uma mudança nas regras de atribuição de fundos para investir no interior, acredito que haverá uma melhor distribuição populacional por todo o país”, disse.
O programa NORTE 2030 apoia, como programa financiador, o Plano de Ação do Investimento Territorial Integrado acordado com cada Entidade Intermunicipal, com uma dotação global de fundo que se reparte entre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e o Fundo Social Europeu Mais (FSE+).
Agricultura: Governo vai publicar portaria que beneficia mais 100 mil agricultores
O Governo vai publicar brevemente uma portaria que facilita a vida a mais de 100 mil agricultores, simplificando as regras da Política Agrícola Comum (PAC), anunciou o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.
A publicação da portaria, referiu o ministro, resulta na remoção de barreiras, simplificação das regras da condicionalidade e retirada de sanções, é “o primeiro passo” das medidas a adotar “nos próximos dois meses”, no âmbito das alterações à PAC e que beneficiarão “mais de 100 mil pequenos e médios agricultores”.
Em declarações à margem da reunião do Conselho de ministros da Agricultura da União Europeia (UE), no Luxemburgo, José Manuel Fernandes divulgou ainda haver uma série de investimentos previstos, no âmbito do plano do executivo para a água.
“Não podemos andar sempre atrás do prejuízo”, referiu, anunciando estar a ser acelerado investimento no regadio “, garantindo que qualquer decisão será a favor dos agricultores, dando-lhes “previsibilidade e estabilidade” no que se refere ao armazenamento e abastecimento da água.
José Manuel Fernandes, que se reuniu com os seus homólogos europeus, no Luxemburgo, adiantou que até 10 de maio haverá uma reunião da seca, para avaliar ações a fazer no imediato.
Finanças: MCTM exorta novo Governo a liquidar os impostos das barragens
O Movimento Cultural da Terra Miranda (MCTM) exortou o novo Governo a liquidar os impostos devidos pelo negócio das barragens, alertando para o perigo de caducidade do IMI de 2020 e de 100 milhões de euros de Imposto de Selo.
Numa carta aberta dirigida ao Governo liderado por Luís Montenegro, o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) exorta “o novo Governo da República para que liquide e cobre imediatamente todos os impostos devidos pelo negócio das barragens, bem como o IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] das respetivas construções, como a lei determina”.
“Advertimos o Governo que está em grave risco a caducidade, não só do IMI de 2020, mas também dos mais de 110 milhões de euros do Imposto do Selo e do IMT do negócio das barragens, cujo prazo geral de caducidade termina no final deste ano. O comportamento da administração pública no negócio das barragens e na recusa de liquidação do IMI e dos restantes impostos é uma vergonha e um atentado ao Estado de Direito, que pensávamos impossível depois do 25 de Abril”, escreve o MCTM.
Este movimento lembra “que, passados mais de três anos sobre esse negócio, pode parecer estranho este pedido, mas a verdade é que nenhum desses impostos foi ainda sequer apurado, apesar de todos serem devidos, como sempre disse”.
O movimento garante que cabe ao Governo garantir essa liquidação, como órgão de cúpula do poder executivo, acrescentando tratar-se de uma obrigação legal e não de uma faculdade.
Por outro lado, este movimento solicita igualmente ao Governo que promova uma auditoria rigorosa e independente a todo o desempenho da administração pública nesta matéria, incluindo a Agência Portuguesa do Ambiente, a Parpública, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças e a Autoridade Tributária.
Em 20 de novembro, o MCTM garantia que o direito à liquidação de IMI sobre o negócio da venda das seis barragens transmontanas referente a 2019 caducaria, perdendo-se 22 anos de receitas deste imposto.
O movimento recordava ainda que passaram 18 já anos desde que um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) estabeleceu, com caráter vinculativo, que as barragens devem pagar IMI.
O movimento explicava que a AT só pode liquidar o IMI relativamente aos quatro anos anteriores, pelo que a partir de 31 de dezembro já não o poderá fazer relativamente ao ano 2019.
Segundo o MCTM, a impossibilidade de liquidação do imposto até ao final do ano de 2023 advém de as avaliações das barragens ainda não terem sido efetuadas e que essas têm ainda de ser notificadas às concessionárias e aos municípios, sendo que será ainda necessário esperar 30 dias para que as entidades notificadas possam apresentar reclamação.
Para o MCTM, quando uma empresa está consciente de que tem um imposto a pagar e põe em ação uma estratégia destinada a furtar-se a esse pagamento, pratica um crime de fraude fiscal e quando essa empresa envolve nessa estratégia algum funcionário da administração fiscal, esse crime é de fraude fiscal agravada.
O movimento já havia acusado no início de novembro os dirigentes da AT e da Agência Portuguesa do Ambiente de pretenderem beneficiar a EDP na venda de barragens e em meados de outubro já tinha pedido a demissão da diretora-geral da AT, Helena Borges.
Garante ainda que não se calará “até que todos os impostos sejam pagos, tanto o IMI como o Imposto do Selo, o IMT e todos os demais que incidem sobre o negócio das barragens, que a AT tem negligenciado há mais de três anos”.
A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.
Europeias: 17 partidos e coligações concorrem às eleições
Um total de 17 partidos e coligações concorrem às eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho, o mesmo número que em 2019, havendo no entanto quatro forças partidárias reconhecidas pelo Tribunal Constitucional que não irão a votos.
De acordo com as listas afixadas no Tribunal Constitucional (TC), concorrem às eleições europeias, de 9 de junho: a Aliança Democrática (coligação composta pelo PSD, CDS e PPM), PS, Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, CDU (coligação PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.
No total, são duas coligações (AD e CDU) e 15 partidos. Dos 24 partidos reconhecidos pelo Tribunal Constitucional, só quatro não vão a votos: Aliança, PCTP/MRPP, Juntos Pelo Povo (JPP) e (A)TUA (antigo PRPP).
No que se refere à candidatura do MAS, o Tribunal Constitucional emitiu um acórdão em que se lê que foram apresentadas duas listas em nome do partido.
Nesse acórdão, o TC sublinha que a apresentação de candidaturas “cabe aos órgãos competentes dos partidos políticos” e refere que só aceitou a lista submetida pelo mandatário João Carlos de Gouveia Pascoal, sem especificar o nome de quem apresentou a outra lista.
A lista da AD é encabeçada pelo antigo jornalista e comentador televisivo Sebastião Bugalho, seguido do vice-presidente do PSD Paulo Cunha, enquanto a do PS é liderada pela ex-ministra da Saúde Marta Temido e tem como número dois o ex-líder parlamentar socialista Francisco Assis.
O Chega aposta no diplomata Tânger Correia como número um, enquanto a Iniciativa Liberal escolheu o seu antigo presidente João Cotrim Figueiredo como cabeça de lista. Também o Bloco de Esquerda apostou num ex-líder para encabeçar a sua candidatura às europeias, apresentando Catarina Martins.
A CDU (coligação integrada pelo PCP e pelo PEV), apostou no antigo líder parlamentar João Oliveira como cabeça de lista e o Livre no investigador Francisco Paupério, que concorrerá pela primeira vez a eleições. Já o número um do PAN às europeias é o dirigente do partido Pedro Fidalgo Marques.
Terminado o prazo de apresentação de candidaturas, o Tribunal Constitucional (TC) realiza a 30 de abril, o sorteio das listas, para lhes atribuir uma ordem no boletim de voto.
Às últimas eleições europeias, em 2019, tinham concorrido 17 partidos e coligações, o maior número de sempre neste tipo de sufrágio, equivalente ao deste ano. O PS tinha ganho as eleições, com 33,38%, elegendo nove eurodeputados. O PSD ficou em segundo, obtendo seis mandatos, seguido do BE e CDU, ambos com dois eurodeputados, e do CDS e PAN, que elegeram os dois um representante.
Constantim: “Nossa Senhora é Luz porque trouxe Jesus ao mundo” – Padre Manuel Marques
No Domingo, dia 28 de abril, a ermida de Nossa Senhora da Luz, em Constantim, voltou a ser o local de encontro de milhares de portugueses e espanhóis, que celebraram juntos a missa campal e depois visitaram a feira franca instalada na fronteira luso-espanhola.
A celebração religiosa iniciou-se às 14h00, de Domingo, com a procissão das imagens de Nossa Senhora da Luz e de São Marcos, seguida da missa campal, presidida pelo padre Manuel Marques e concelebrada pelo pároco de Moveros (Espanha), o padre Pablo Cisneros.
Dirigindo-se aos milhares de portugueses e espanhóis presentes no recinto da capela da Luz, o padre Manuel Marques alertou para a importância de concretizar a fé em obras.
“Cada um de nós tem a responsabilidade de fazer o bem e assim contribuir para uma sociedade mais justa. E se fizermos bem as pequenas coisas do dia-a-dia, como saúdar as outras pessoas, já estamos a construir uma sociedade melhor”, disse.
Inspirado pelo Evangelho do V Domingo da Páscoa, segundo o qual Jesus se define como a videira e os discípulos são os ramos, o sacerdote português explicou que para dar frutos (de bondade, generosidade, honestidade, justiça, alegria, paz, paciência, etc.) é imprescindível permanecer em Deus.
“Para permanecer em Deus há que dedicar tempo à oração, ao silêncio, à escuta, à leitura e meditação da Palavra de Deus. Pois é esta Palavra, são estes ensinamentos que vão formar a nossa consciência, para depois agirmos com retidão”, explicou.
O padre Manuel Marques sublinhou ainda a importância fundamental da participação na vida sacramental, com destaque para a Eucaristia e a Reconciliação.
“Viver a fé em comunidade é uma graça! E esta vida comunitária não exige que pensemos todos da mesma maneira. Pelo contrário, a Igreja deve valorizar a riqueza que é a diferença de carismas e a diversidade de pessoas.”, destacou.
No decorrer da homília, o sacerdote português alertou para o engano do individualismo e da autosuficiência na vivência da fé e indicou que o caminho da felicidade é o serviço aos outros.
“Nós somos uns para os outros! Esta é a razão da nossa vida! Ninguém vive para si próprio. Vivemos sim para nos ajudarmos uns aos outros.”, disse.
No final da sua intervenção, o pároco de Constantim, deu o exemplo de Nossa Senhora, que não viveu para si, mas abriu-se à vontade de Deus e aceitou ser mãe de Jesus, a “Luz” que veio iluminar o mundo.
“Peçamos, insistentemente, a intercessão de Nossa Senhora da Luz, para que as nossa famílias cristãs, infelizmente tantas vezes divididas e de costas voltadas, aprendam a arte do encontro, do diálogo e da construção da paz”, concluiu.
A missa campal em honra de Nossa Senhora da Luz terminou com a procissão, acompanhada pela música da Banda Filarmónica Mirandesa.
Durante a tarde de Domingo, os milhares de portugueses e espanhóis que vieram até ermida da Luz aproveitaram para realizar algumas compras na feira internacional, onde os produtos mais procurados este ano foram as cebolas para plantar na horta, utensílios agrícolas e o bacalhau.
Ao final da tarde realizou-se a procissão de regresso à igreja matriz de Constantim, com imagem de Nossa Senhora da Luz.
O serão na aldeia encerrou com o concerto do grupo Midnes e o arraial de fogo de artifício.
Agricultura: Colheita de cereja com redução de 40%
A Cooperativa agrícola de Alfândega da Fé avançou com uma previsão de redução de cerca de 40% na colheita de cereja, devido ao frio e à chuva nos primeiros meses do ano.
“Prevemos uma quebra de produção de cereja neste território da Terra Quente Transmontana, que poderá variar entre os 30 a 40% da produção. Estas quebras estão a ser verificadas nas variedades temporãs e que começam a ser colhidas em meados de maio”, indicou o presidente desta estrutura agrícola, Luís Jerónimo.
De acordo com o dirigente agrícola, as quebras foram verificadas durante a floração das árvores em que o “vingamento” ficou condicionado devido ao frio e às chuvas registadas no primeiro trimestre deste ano.
“Devidos às condições climatéricas adversas, a flor acabou por ficar na própria árvore, não dando lugar ao fruto”, vincou.
Luís Jerónimo acrescentou ainda que, na produção de cereja de meia estação e de final de estação, também haverá quebras, mas ainda não podem ser quantificadas.
“Para já, é um pouco cedo para quantificar estas quebras na produção de cereja nas variedades mais tardias no território de Alfândega da Fé, para que possam ser quantificadas”, disse o dirigente.
As quebras podem chegar a várias toneladas de cereja, numa altura em que a produção deveria chegar às 30 toneladas.
Com estes condicionalismos, a previsão de colheita será de 15 a 20 toneladas na produção de cereja no espaço da cooperativa, indicou Luís Jerónimo.
O dirigente da Cooperativa de Alfândega da Fé aponta para impactos no rendimento da cooperativa, justificando que os gastos são os mesmos e a produção é bem menor.
“Os gastos são os mesmos ao nível de aplicação de produtos fitossanitários, que são mais caros, porque a nossa produção faz-se em modo biológico e não vamos ter o devido retorno financeiro para poder superar os custos de produção”, rematou.
A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé tem uma área de produção de 30 hectares de cerejal, em modo biológico.
As alterações climáticas preocupam, também, os produtores de cereja da Terra Quente Transmontana, em particular no concelho de Alfândega da Fé, onde está concentrada a maior quantidade de pomares deste fruto, no distrito de Bragança.
Ensino: D. Nuno Almeida exortou os finalistas a exercer a liberdade com responsabilidade
O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida presidiu à Missa de Bênção dos Finalistas, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), desafiando os jovens a associar ao “exercício da liberdade um grande sentido de responsabilidade”.
“Queridos jovens, vós sois a geração que pode juntar ao exercício da liberdade um grande sentido de responsabilidade. Tendes as ferramentas científicas e tecnológicas mais avançadas, mas, é preciso evitar a armadilha das visões parciais”, afirmou D. Nuno Almeida na homilia.
O bispo convidou os estudantes a não esquecer de que todos precisam “de uma ‘ecologia integral’”, “de ouvir o sofrimento do planeta ao lado do sofrimento dos pobres”; “de colocar o drama da desertificação ao lado do drama dos refugiados, a questão da migração ao lado da diminuição da natalidade”; “de tratar a dimensão material da vida dentro de uma dimensão espiritual”.
“[Tudo isto] não para criar polarizações, mas para criar visões globais”, defendeu.
A reflexão do bispo partiu de uma frase da poetisa Sophia Mello Breyner Andresen que referiu que “gostaria de ver justiça social, a redução das diferenças entre ricos e pobres”, em resposta à pergunta “O que gostaria de ver realizado em Portugal neste novo século?”, numa entrevista.
“Remeto esta questão para vós. Caros finalistas, que mudanças, que transformações? E como é que podemos contribuir para isso?”, questionou.
“Celebrámos os 50 anos do 25 de abril. Seja qual for a leitura política ou histórica que façamos da Revolução dos Cravos, há um consenso alargado quanto a um dos seus mais belos frutos: a conquista da liberdade: de pensamento, de debate, de confronto, de opinião, de expressão, de religião”, assinalou D. Nuno Almeida.
Na celebração, em que estiveram presentes centenas de estudantes e respetivas famílias, o bispo de Bragança-Miranda sublinhou ainda as palavras do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, quando disse aos jovens para arriscarem e serem “protagonistas de uma ‘nova coreografia’ que coloca a pessoa humana no centro”.
O bispo congratulou ainda os jovens pela finalização desta etapa, ressaltando que “o diploma, conquistado e merecido, não pode ser visto apenas como uma licença para construir o bem-estar pessoal, mas como um mandato” para se dedicarem “a uma sociedade mais justa, mais fraterna, ou seja, mais desenvolvida, mais humana!”.
“Caros finalistas do IPB de vários lugares da lusofonia e do mundo, vós recolheis a chama das mãos dos mais velhos (vossos pais e família, professores e comunidade académica e social de Bragança) e vivereis na globalização, «na hora das mais gigantescas transformações» desta profunda mudança de época. Sede protagonistas de uma nova humanidade! Nunca esqueçais o encontro com Jesus Cristo, bênção e Luz que ilumina o vosso futuro!”, concluiu.
A celebração contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Paulo Xavier, de representantes do IPB, e de outras entidades do concelho.
Ensino: Proibir telemóveis nas escolas não é solução – especialistas
A proibição dos telemóveis nas escolas sem ouvir os alunos é criticada por alguns especialistas, que defendem que os jovens podem ajudar a encontrar as melhores soluções para os manter ligados tanto à escola como à internet.
A propósito da Semana do Bem-Estar Digital, que decorre de 28 de abril a 4 de maio, o especialista em uso de tecnologias de informação por crianças e jovens e fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net, Tito de Morais, considerou que o melhor é sempre ouvir os jovens primeiro, antes de qualquer decisão, até para os responsabilizar e levar a cumprir a decisão.
Também Cristiane Miranda, que tem mais de 20 anos de experiência nesta área e é mentora do projeto Teen On Top – Coaching para Jovens, defende: “achamos que [proibir] não é melhor solução”.
“Não é a melhor solução dizer que o Estado tem de vir regulamentar e proibir pura e simplesmente o uso do telemóvel nas escolas”, afirmou a especialista, acrescentando: “quando vamos às escolas e falamos com os alunos, eles têm muito para dizer e têm soluções”.
E explica: “Cada escola é soberana para decidir o que deve fazer, mas ouvindo todos os intervenientes, desde os professores, pessoal docente, pessoal não docente e os próprios alunos e ver quais são as melhores soluções”.
A especialista contou ainda uma das conversas com um dos jovens de uma escola que o projeto visitou. “Perguntámos se devia ser proibido e o jovem respondeu: ‘depende do tempo. Quando está sol, podemos estar lá fora, correr, jogar à bola e fazer outras coisas, mas quando chove temos de ficar dentro do pavilhão e não podemos falar, temos de ficar aqui sentados e ninguém nos deixa fazer nada e aí temos de usar os telemóveis’”.
nsiste que, quando os jovens são envolvidos na solução, “aceitam-na melhor e aderem para cumpri-la”.
Além disso, afirma, “se apenas proibirmos também não os ensinamos a usar bem estas tecnologias”.
Este tema vai ser alvo de discussão na conferência internacional que decorre nos dias 03 e 04 de maio na Fundação Cupertino de Miranda (Porto), no âmbito da Semana do Bem-Estar Digital (https://www.bemestardigital.pt).
O debate sobre o uso dos telemóveis nas escolas contará com a presença de representantes da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), da Confederação Nacional das Associações de Pais e da autora de Mónica Pereira, autora de uma petição que pede o fim dos telemóveis nos recreios do 5.º e do 6.º ano e que já foi assinada por mais de 22 mil pessoas.
Uma escola de Lourosa, em Santa Maria da Feira, foi a primeira do país a proibir o uso de telemóveis em todo o recinto, há sete anos. Desde então, a limitação já se estendeu a outras, como, por exemplo, a Escola Básica EB 2,3 General Serpa Pinto, em Cinfães, no distrito de Viseu, as escolas básicas do Alto de Algés e de Miraflores, ambas em Oeiras, os agrupamentos de escolas Gil Vicente (Lisboa) e Infanta D. Mafalda (Gondomar), além agrupamentos de escolas de Almeirim (Santarém).
A polémica levantada pelo tema levou o Ministério da Educação a pedir, no ano passado, um parecer ao Conselho de Escolas, que considerou que a solução para responder aos impactos negativos do uso dos telemóveis em contexto escolar não passa por proibir a sua utilização, mas defendeu que devem ser os próprios agrupamentos a decidir.
Apesar dos impactos negativos e das “questões complexas de disciplina, designadamente a captação indevida de imagens ou o cyberbullying” que se levantam com o uso generalizado dos telemóveis, sobretudo a partir do 2.º ciclo, os diretores sublinham que existem, por outro lado, aspetos positivos.
Em sala de aula, afirmam, os ‘smartphones’ podem constituir “recursos ao dispor de alunos e professores para favorecer as aprendizagens” e permitem “potenciar o desenvolvimento de competências essenciais de acordo com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”.