Bragança-Miranda: Cáritas acompanha «situação dramática» dos incêndios
O Grupo de Emergências e Catástrofes (GEC) da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda está a acompanhar a “situação dramática” dos incêndios florestais no distrito de Vila Real e na Serra do Marão, em prontidão para apoiar as populações.
“Temos estado a acompanhar a situação dramática, nomeadamente agora o incêndio do Marão e temos estado em articulação com os dois subcomandos”, disse hoje o coordenador do GEC, Hélder Pires, à Agência ECCLESIA, assegurando que estão “completamente” disponíveis, “também do ponto de vista prático e operacional”.
Um fogo em Vila Pouca de Aguiar, que começou segunda-feira, chegou ao concelho de Vila Real, no dia seguinte; no mesmo distrito transmontano, no concelho de Santa Marta de Penaguião, um incêndio atingiu a serra do Marão.
“A nossa resposta é 24 horas por dia, desde que o telemóvel esteja ligado, e que eu acorde. Nós não temos uma sala de comando, não estamos 24 horas por dia acordados, mas o nosso telemóvel está na mesa-de-cabeceira. Ainda ontem uma colega mandava uma mensagem a dizer: ‘eu vou tentar descansar, mas o telemóvel fica ligado, por favor, ligue-me se for preciso sair’, desenvolveu Hélder Pires.
“O modus operandi é: nós vamos lançando os alertas daquilo que está a acontecer e da possibilidade de sermos mobilizados, e as pessoas vão manifestando as suas disponibilidades para poder sair no espaço de 10, 15 minutos. Temos um grupo no WhatsApp, é a forma mais fácil, e vamos lançando os alertas do site fogos.pt, onde vamos acompanhando toda a situação”, explicou, acrescentando que, “normalmente” o ponto de saída é a sede da Cáritas diocesana onde têm o material que precisam.
O GEC da Cáritas de Bragança-Miranda presta apoio psicossocial, têm assistentes sociais e psicólogos, e evitam “a deslocação de uma equipa de psicólogos do INEM do Porto”, uma vez que os seus psicólogos fizeram a formação no âmbito da emergência e catástrofe do Instituto Nacional de Emergência Médica.
“Este apoio, nesta altura e numa situação catastrófica como esta que está a acontecer, é fundamental, manter alguém no terreno, junto das pessoas, para as apoiar na primeira hora em que veem os seus bens a arder, ou na possibilidade de isto vir a acontecer, e é sempre uma situação dramática”, acrescentou Hélder Pires.
O Grupo de Emergências e Catástrofes tem também o material necessário para “montar uma zona de concentração para cerca de 30 pessoas”, com o mínimo de condições para poderem pernoitar, cada um com a sua cama de campanha, a sua manta, que foram adquiridas pelo GEC “com o apoio de alguns municípios” da região.
A Diocese de Bragança-Miranda, que é a área territorial de atuação desta Cáritas diocesana, assenta no Distrito de Bragança, que, com a reforma da Lei de Bases da Proteção Civil, ficou dividida em duas sub-regiões: A sub-região de Trás-os-Montes, sediado em Bragança com nove concelhos, e a sub-região do Douro, sediado em Vila Real que tem “três concelhos” – Freixo de Espada à Cinta, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo – que pertencem à diocese do nordeste português.
“O subcomando do Douro tem 19 concelhos, três deles são da nossa diocese, se o comandante Miguel me pedir para sair da minha Diocese eu não vou dizer que não, tendo em conta que a Cáritas de Vila Real, por exemplo, não tem uma resposta efetiva da emergência”, explicou Hélder Pires.
A Cáritas Portuguesa, em comunicado, informou que está a acompanhar a situação dos incêndios em Portugal, “com natural preocupação e sentido de fraternidade”, e tem “todos os meios da rede nacional” disponíveis para apoiar a “emergência nacional”.
Fonte: Ecclesia