Barrocal do Douro: XVIII Encontro de Barrocalenses reúne os antigos “Barragistas”
A povoação do Barrocal do Douro, no concelho de Miranda do Douro, acolhe este sábado, dia 26 de julho, o XVIII Encontro de Barrocalenses, uma iniciativa anual que visa proporcionar o convívio entre a população local e os antigos habitantes desta localidade, construída na década de 1950, para albergar os trabalhadores da Barragem de Picote.

Odete Pinto, da organização do Encontro dos Barrocalenses, informou que este convívio anual insere-se na festa religiosa em honra da padroeira do Barrocal do Douro, Santa Bárbara.
“No sábado, a festa começa às 18h00 com a celebração da missa solene em honra de Santa Bárbara, seguida da procissão. Às 20h30 há um jantar convívio e ao serão está programada animação musical com o grupo NV3”, informou.
No Barrocal do Douro, a organização do XVIII Encontro de Barrocalenses é feita por quatro mulheres: Alda Carvalho, Avelina Pala, Marta Pala e Odete Pinto, sendo que já estão inscritas cerca de 170 pessoas.
“Há barrocalenses que vivem no Alentejo, Madeira, Porto, Lisboa. Braga, Régua, entre outras localidades do país. As pessoas e famílias que vêm participar neste encontro anual ficam alojadas nas suas casas, na casa de familiares ou na pousada do Barrocal do Douro, indicou.
O XVIII Encontro dos Barrocalenes conta com os apoios institucionais do Município de Miranda do Douro, da Freguesia de Picote e da empresa Movhera, concessionária da barragem de Picote.
O presidente da Freguesia de Picote, Jorge Lourenço, informou que atualmente, vivem no Barrocal do Douro cerca de 40 pessoas. Sazonalmente, aos fins-de-semana e/ou nas férias, outros barrocalenses regressam a esta localidade edificada junto à Barragem de Picote.
“O empreendimento hidroelétrico de Picote foi o primeiro a ser construído no Douro Internacional, durante o processo de eletrificação do país. Para albergar os cerca de quatro mil trabalhadores (e suas famílias) que participaram na construção da barragem de Picote, entre 1953 e 1958, foi também construída uma nova aldeia, denominada Barrocal do Douro”, contou o autarca.
Naquela época, esta nova localidade foi pioneira já que oferecia infraestruturas e serviços, inacessíveis à maioria da população. Entre estas infraestruturas e serviços destaque para as habitações para os operários, casas para os engenheiros e funcionários administrativos, posto médico, centro comercial, padaria, cineteatro, igreja, piscina e uma pousada.
Dado o elevado valor arquitetónico destes edifícios, considerados um extraordinário exemplo de urbanismo e arquitetura modernistas portugueses dos anos 50, o completo habitacional de Picote ficou conhecido por “Moderno Escondido”.