Sendim: Produtos locais acrescentaram qualidade à feira dos Grazes

Sendim: Produtos locais acrescentaram qualidade à feira dos Grazes

A feira dos Grazes que decorreu na vila de Sendim, de 25 a 27 de outubro, contou este ano, com a participação de 22 produtores locais e regionais, que deram a conhecer produtos hortícolas, azeite, vinho, mel, fumeiro, compotas, doçaria tradicional, frutos secos, licores, artesanato em burel, entre outros produtos e artigos.

Os Pauliteiros de Miranda – Sendim animaram a abertura dos Grazes 2024.

A abertura oficial da feira dos Grazes iniciou-se na tarde do dia 25 de outubro, com os discursos dos representantes da freguesia de Sendim e do município de Miranda do Douro, seguida de uma visita ao espaço dedicado aos produtores da região.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, voltou a referir que o propósito da freguesia é continuar a inovar a feira anual dos Grazes, conciliando a tradição com a modernidade.

“À secular e já tradicional feira franca, introduzimos o espaço dedicado aos produtores locais e regionais, dando-lhes a oportunidade de mostrar e comercializar os seus produtos. Dado que somos uma terra de vinha, olivais e amendoais também faz todo o sentido incluir na feira, a exposição de tratores e maquinaria agrícola”, indicou.

A seu lado, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, felicitou os produtores locais que participaram nos Grazes, afirmando que com o seu trabalho contribuem para o dinamismo económico e social do concelho.

A autarca de Miranda do Douro aproveitou a abertura do certame para anunciar as obras que estão a decorrer e vão realizar na vila de Sendim, como a construção do matadouro.

“Em Sendim, a construção do matadouro deve iniciar-se até ao final do ano. As obras na rua de Nossa Senhora da Conceição já estão a decorrer e vai iniciar-se também a requalificação da rua do Baiunco”, informou a autarca.

Após os discursos, a cerimónia da abertura da feira dos Grazes prosseguiu com uma visita aos 22 produtores locais e regionais, animada pela música e dança dos pauliteiros de Sendim.

Entre os produtores locais, a Agricultora Sendinesa, Vera Conde, afirmou que as vendas de produtos hortícolas (legumes, nabiças, batatas, fruta, frutos secos, azeitona) correram bem, no entanto sugeriu à organização que haja uma melhor divulgação do espaço dedicado aos produtos locais.

“Há muita gente que vem aos Grazes mas acaba por não visitar o espaço dos produtores locais, dado que está um pouco escondido e as pessoas pensam que a tenda se trata apenas do recinto dos espetáculos e da exposição dos tratores”, alertou.

Por sua vez, o responsável pelo Fumeiro Paula Marcos, mostrou-se satisfeito com as vendas de chouriças, butelos, alheiras, que informou quase esgotaram a produção feita para os Grazes.

“É o terceiro ano consecutivo que participámos na Feira dos Grazes, em Sendim. E estamos muito satisfeitos com a oportunidade dada pela freguesia de escoar localmente os nossos produtos”, disse.

No primeiro dia da feira dos Grazes, a animação do certame prosseguiu com o concerto de Quina Barreiros.

A artista Quina Barreiros atuou no espaço dedicado aos produtos locais e regionais.

HA

Agricultura: Colheita de castanha com aumento entre 25 e 30%

Agricultura: Colheita de castanha com aumento entre 25 e 30%

Este ano, a Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) prevê um aumento na colheita de castanhas entre 25 e 30%, avançoui o secretário-geral da organização, José Gomes Laranjo.

“Vamos ter melhor castanha, vamos ter, eventualmente, um pouco mais de castanha do que no ano passado, mais cerca de 25 a 30 por cento”, afirmou José Gomes Laranjo, a propósito da apresentação da Gala da Castanha, no Sabugal (Guarda), evento que se realiza no Porto, em 30 de novembro.

Segundo José Gomes Laranjo, professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a campanha “está a correr melhor do que no ano passado, apesar de algumas incidências negativas que ocorreram”.

“Tínhamos um problema que vinha do ano passado, que era a podridão da castanha [fungo que afeta as castanhas logo nas árvores]”, explicou o dirigente, referindo que em 2023 a doença “deu cabo de cerca de 50% da produção portuguesa de castanha”.

Nesse ano, quando era expectável “uma produção recorde na ordem das 50 mil toneladas”, esta ficou-se por menos de metade, sendo “tudo o resto refugo”, declarou.

Em 2024, a produção poderá atingir as 30 mil toneladas, precisou este responsável.

Reconhecendo que no ano passado se tratou de “um prejuízo tremendo” ao nível da produção e da perda de confiança dos consumidores, José Gomes Laranjo registou ainda a existência de uma “quebra de consumo brutal”.

Face a esta situação, este ano foi “desenvolvido um trabalho no sentido de sensibilizar a produção” de que era “preciso fazer tratamento aos soutos”.

“Pegando nos melhores resultados da investigação que tínhamos dos anos anteriores, criámos um protocolo de tratamento para esta doença e pusemo-lo no terreno a nível europeu. E, em Portugal, ele foi implementado”, esclareceu, admitindo que, “aparentemente, a incidência da podridão vai ser menor, mas com os tratamentos vai ser ainda menor”.

Adiantando que o verão foi “relativamente seco e o período seco do verão afeta a produção em termos do calibre” da castanha, o secretário-geral da RefCast apontou ainda a tempestade Kirk que afetou algumas regiões “com algum significado”, incluindo a queda antecipada de ouriços e o derrube de castanheiros.

“Mas, globalmente, nós vamos ter (…) castanha de muito boa qualidade, com menor incidência de podridão e as zonas tratadas praticamente não têm podridão”, assegurou, esperando que a qualidade da castanha permita recuperar “um pouco a imagem junto dos consumidores, a imagem de segurança que é preciso dar” e para a qual a Associação Portuguesa da Castanha tem estado a trabalhar.

Em Portugal, existem 50 mil hectares de castanheiros. “A grande massa de castanheiros” está nas Beiras e Trás-os-Montes, sendo que “a norte do rio Tejo estarão 95% daquilo que é a área portuguesa da castanha” e “em Trás-os-Montes mais de 80%”, adiantou o dirigente.

“Aquilo que estamos a constatar atualmente, e em função daquilo que é a grande dinâmica de crescimento da fileira, é que as áreas de castanhas estão a expandir-se também em direção ao litoral e hoje o Minho já representa uma área bastante interessante, assim como alguns territórios da Beira Litoral”, acrescentou o investigador.

Fonte: Lusa

Saúde: Mais de 6 mil médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Saúde: Mais de 6 mil médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Perto de 4.800 médicos e mais de 1.300 enfermeiros estrangeiros trabalham atualmente em Portugal, um número que tem aumentado no caso dos clínicos, enquanto nos enfermeiros se mantém estável, segundo dados das respetivas ordens profissionais.

Dados da Ordem dos Médicos (OM) indicam que, em 2021, havia 4.360 médicos estrangeiros a exercer em Portugal, número que subiu para 4.503 em 2022, para 4.730 em 2023 e para 4.770 este ano.

Em 2024, as nacionalidades mais representadas entre esses médicos são: espanhola (35,4%), brasileira (26,9%), italiana (5,7%), ucraniana (3,9%), alemã (3,5%), cubana (3%), angolana (2%), colombiana (1,9%) e, com 1,5% cada, romena, francesa, cabo verdiana e guineense.

Comentando estes dados, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse que para a OM não interessa a nacionalidade dos profissionais, mas sim as suas capacidades e habilitações para exercer a profissão.

“A ordem dos médicos tem inscrito um número crescente de médicos de outras nacionalidades e isso obviamente que é importante”, mas, defendeu, deviam ser dadas condições aos médicos portugueses a exercer no estrangeiro para que regressem ao Serviço Nacional de Saúde.

Anunciou a este propósito, que a OM vai remeter esta semana uma proposta à Assembleia da República, em que defende “condições especiais” de atratividade, além do programa Regressar, para estes médicos regressarem a Portugal.

Carlos Cortes defendeu ainda que há “um conjunto de esforços” que devem ser feitos para captar médicos para o SNS, independentemente da nacionalidade.

Sublinhou que a OM vê “com muito agrado” a presença de médicos estrangeiros em Portugal, mas vincou que têm de ser “médicos diferenciados”, com “as habilitações adequadas”, havendo um conjunto de mecanismos para fazer essa avaliação.

Os dados indicam que, em 2021, 122 médicos inscritos na OM necessitaram de requerer junto de uma universidade portuguesa o reconhecimento do título académico, número que subiu para 220 em 2022 e para 306 em 2023. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram 212.

“Foram realizados 18 exames de especialidade em 2021 (um reprovado), 32 em 2022 (quatro reprovados), 35 em 2023 (quatro reprovados), e nove até ao momento em 2024 (dois reprovados)”, adiantam.

Trabalham também em Portugal 1.311 enfermeiros estrangeiros, a maioria do Brasil (469), seguidos de Espanha, com 294, segundo dados da Ordem dos Enfermeiros.

Há ainda profissionais dos países africanos de língua oficial portuguesa, nomeadamente de Angola (60), Cabo Verde (52), Guiné-Bissau (41), São Tomé (40) e Moçambique (5).

Os dados apontam também a existência de 55 profissionais oriundos da França, 39 da Ucrânia, 30 da Moldávia, 28 da Alemanha, 22 da Roménia, 18 da Inglaterra, 17 da Itália e outros 17 da Venezuela, entre outros países como a Rússia (17), Peru (15), Holanda (15), Polónia (12), Bélgica (8), Canadá (7) e EUA (7).

Em declarações à Lusa, o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira, adiantou que o número de enfermeiros imigrantes se tem “mantido mais ou menos estável nos últimos anos”.

Questionado sobre a importância destes profissionais numa altura em que o SNS se debate com a falta de enfermeiros, o bastonário afirmou que o “mais importante” seria haver uma política de recursos humanos para fixar os enfermeiros portugueses.

“Formamos dos melhores enfermeiros do mundo” que depois emigram à procura de melhores condições de trabalho, lamentou, lembrando que faltam 14.000 enfermeiros no SNS, citando dados oficiais.

Para Luís Barreira, é preciso fazer um levantamento destas necessidades, “que são urgentes”, e delinear um plano de contratação.

“Este assunto tem sido alvo das reuniões pela senhora ministra da Saúde, que está sensibilizada para esta matéria, e espero que no ano de 2025 este levantamento venha a ser feito”, declarou, defendendo também ser necessário melhorar “as condições dos enfermeiros em Portugal” para que os que emigraram retornem.

Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), publicados no documento “Plano de Recursos Humanos na Saúde 2030”, referem que o número de médicos estrangeiros no SNS aumentou de 902 em 2017 para 967 em 2023 (+7,2%) e o de enfermeiros de 515 para 684 (+32,8%).

A ACSS salienta que “o seu contributo pode ser determinante em certas regiões” como maiores dificuldade de recrutamento e da retenção de profissionais de saúde.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Igrejas paroquiais de Sendim e Atenor assaltadas

Miranda do Douro: Igrejas paroquiais de Sendim e Atenor assaltadas

As igrejas paroquiais de Sendim e Atenor, no concelho de Miranda Douro, foram assaltadas na madrugada de 25 de outubro, com recurso ao arrombamento das portas, explicou fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

De acordo com a mesma fonte, os assaltantes arrombaram as portas das duas igrejas paroquiais, o que provocou estragos nas estruturas, tendo sido levado o dinheiro existente nas caixas de esmolas.

“O dinheiro furtado não foi possível de quantificar, já que se trata das caixas de esmolas”, indicou a GNR.

A força de segurança indicou que no caso do assalto à igreja matriz de Sendim, o alerta foi dado pelo pároco local.

“Na sequência desta ocorrência, a GNR por sua iniciativa detetou um segundo assalto na igreja matriz de Atenor”, indicou a autoridade policial.

Estes dois assaltos estão a ser investigados pela GNR e aconteceram em duas localidades que pertencem à mesma União de Freguesias.

Fonte: Lusa

Que eu veja!

XXX Domingo do Tempo Comum

Que eu veja!

Jer 31, 7-9 / Slm 125 (126), 1-6 / Hebr 5, 1-6 / Mc 10, 46-52

Jesus está a sair de Jericó, seguido por uma grande multidão. À beira do caminho está o cego Bartimeu, que quando se apercebe que é Jesus quem passa, começa a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Tentam calá-lo, o que faz com que ele grite ainda mais alto. Ao ouvir os seus gritos, Jesus para no caminho e chama-o. Então, Bartimeu dá um salto, deixa para trás a capa que o cobre e vai até Jesus. Quando este lhe pergunta o que ele quer, Bartimeu diz-lhe com simplicidade: «Mestre, que eu veja». Jesus responde-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Bartimeu fica imediatamente curado da sua cegueira e Jesus segue caminho.

Quantas vezes nos sentimos à beira do caminho, longe de Jesus, como quem não vê? O que nos rouba a vista é o nosso desamor. As nossas cegueiras fazem de cada um de nós pedintes, pessoas pobres de amor. Magoamo-nos, porque não reconhecemos o amor. Magoamos outros, porque não somos amor. Vivemos magoados, porque nos sentimos desprezados e que ninguém nos vê verdadeiramente. Nós precisamos de ser encontrados pelo amor. Nós precisamos de nos deixar encontrar pelo amor.

Chamemos por Jesus nos momentos de grande perturbação interior. Não receemos incomodá-lo. Mesmo que os nossos pensamentos – ou outras pessoas – nos digam que não devemos incomodar o Mestre com os nossos problemas, peçamos o seu auxílio e a sua atenção. É Jesus quem pode curar as nossas cegueiras e não há nada que Ele deseje mais do que curar-nos. Ele irá chamar-nos.

Tal como Bartimeu, ao ouvirmos Jesus chamar-nos, devemos atirar fora o que é velho, a capa de pedinte, juntamente com os nossos ressentimentos e todos os pesos que nos prendem ao chão. Devemos levantar-nos de um salto, largar a beira do caminho e entrar no caminho. Aí, ao contrário dos nossos receios, encontraremos uma multidão de santos que nos irão encorajar e levar até Jesus.

E uma vez diante de Jesus, peçamos para ver. Ver o mundo como é, lugar bom, criado por Deus. Ver os outros como irmãos e não como rivais. E se a vista se turva novamente devido ao pecado, o próprio ou o dos irmãos, pedir a Jesus para ver como Ele vê, com compaixão, odiando o pecado, mas amando o pecador, desprezando o mal e recordando que cada um de nós é um filho muito amado por Deus.

Tal como João na última ceia, nós devemos inclinar-nos sobre o peito de Jesus para ver como Ele vê, a partir do seu coração, e desejar o que Jesus deseja: que todos reconheçam o Pai e o seu amor, que todos conheçam o seu perdão, que todos encontrem o caminho do amor.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

«Dilexit nos»: Nova encíclica do Papa denuncia mundo sem «coração», preso ao consumo e à violência

«Dilexit nos»: Nova encíclica do Papa denuncia mundo sem «coração»

O Papa Francisco publicou a quarta encíclica do pontificado, ‘Dilexit nos’ (amou-nos), em que alerta para um mundo sem “coração”, preso ao consumo e à violência.

“Hoje tudo se compra e se paga, e parece que o próprio sentido da dignidade depende das coisas que se podem obter com o poder do dinheiro. Somos instigados a acumular, a consumir e a distrairmo-nos, aprisionados por um sistema degradante que não nos permite olhar para além das nossas necessidades imediatas e mesquinhas”, escreve Francisco, num texto dedicado à devoção ao Coração de Jesus.

O Papa sublinha que o amor de Cristo está “fora desta engrenagem perversa”, abrindo lugar para o “amor gratuito” e contrariando a lógica da violência.

“Assistindo a sucessivas novas guerras, com a cumplicidade, a tolerância ou a indiferença de outros países, ou com simples lutas de poder em torno de interesses de parte, podemos pensar que a sociedade mundial está a perder o seu coração”, adverte.

“Ver as avós a chorar sem que isso se torne intolerável é sinal de um mundo sem coração”, acrescenta o Papa.

Além dos ensinamentos de vários pontífices, a encíclica cita Homero ou Dostoievski, reflexões de teólogos, místicos e filósofos, além de pensadores contemporâneos como Han Byung-Chul.

“O algoritmo que atua no mundo digital mostra que os nossos pensamentos e as decisões da nossa vontade são muito mais padronizados do que pensávamos. São facilmente previsíveis e manipuláveis. Não é o caso do coração”, indica a encíclica.

Na era da inteligência artificial, não podemos esquecer que a poesia e o amor são necessários para salvar o humano”.

Num texto com 220 pontos, divididos por cinco capítulos, uma introdução e uma conclusão, Francisco aponta o dedo a “uma sociedade cada vez mais dominada pelo narcisismo e pela autorreferencialidade”, falando numa “sociedade anticoração”, sem capacidade para “relações saudáveis”.

O Papa recorda que, na piedade católica, se recorre ao símbolo do coração para “exprimir o amor de Jesus Cristo”.

“Há quem se interrogue se isto tem atualmente um significado válido. Porém, é necessário recuperar a importância do coração quando nos assalta a tentação da superficialidade, de viver apressadamente sem saber bem para quê, de nos tornarmos consumistas insaciáveis e escravos na engrenagem de um mercado que não se interessa pelo sentido da nossa existência”, observa.

O nome da encíclica vem de uma passagem da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8, 37), sobre o amor de Cristo.

O coração, recorda Francisco, é apresentado, desde a antiguidade, como “centro unificador” do ser humano, nas suas várias dimensões.

“Neste mundo líquido, é necessário voltar a falar do coração”, indica.

A encíclica aponta à “verdade íntima de cada pessoa”, muitas vezes “escondida debaixo de muita superficialidade”, impedindo que se coloquem as “perguntas decisivas” da existência.

Movemo-nos em sociedades de consumidores em série, preocupados só com o agora e dominados pelos ritmos e ruídos da tecnologia, sem muita paciência para os processos que a interioridade exige”.

O Papa pede espaço para o diálogo, nas comunidades, com um coração “capaz de compaixão” para promover gestos de fraternidade e solidariedade.

A encíclica encerra-se com uma oração do Papa, para que o mundo, “que sobrevive entre guerras, desequilíbrios socioeconómicos, consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, recupere o que é mais importante e necessário: o coração”.

‘Dilexit nos’ surge depois das encíclicas ‘Lumen fidei’ (2013), que recolhe reflexões sobre a fé iniciadas por Bento XVI; ‘Laudato si’ (2015), documento que propõe uma ecologia integral, abordando questões sociais e ligadas ao meio ambiente; e ‘Fratelli tutti’ (2020), que recolher as reflexões de Francisco sobre a fraternidade e a amizade social.

A palavra ‘encíclica’ vem do grego e significa ‘circular’, carta que o Papa enviava às Igrejas em comunhão com Roma, com um âmbito universal, onde empenha a sua autoridade primeiro responsável pela Igreja Católica.

O Papa mais prolífico neste tipo de cartas é Leão XIII, com 86 encíclicas – embora muitos desses textos fossem, nos nossos dias, classificados como cartas apostólicas ou mensagens; São João Paulo II escreveu 14 encíclicas e Bento XVI três.

A encíclica é uma forma muito antiga de correspondência eclesiástica, dado que na Igreja os bispos enviavam frequentemente cartas a outros bispos, para assegurar a unidade entre a doutrina e a vida eclesial.

Bento XIV (1740-1758) reavivou o costume, enviando “cartas circulares” a outros bispos, abordando temas de doutrina, moral ou disciplina que diziam respeito a toda a Igreja; com Gregório XVI (1831-1846), o termo encíclica tornou-se de uso geral.

Fonte: Ecclesia

Exportações: Portugal comercializa lã não lavada para a China

Exportações: Portugal comercializa lã não lavada para a China

Após a assinatura do protocolo, Portugal já pode retomar a exportação de lã não lavada para a República Popular da China.

“Foi rubricado pela DGAV [Direção-Geral de Alimentação e Veterinária] e pela GACC [Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China] o protocolo para a exportação de lã não lavada para a República Popular da China”, lê-se numa nota da DGAV.

Com a assinatura deste protocolo é retomada a exportação deste produto para a China.

A GACC realizou uma visita de trabalho a Portugal, no âmbito da qual teve uma reunião no Ministério da Agricultura e Pescas, em Lisboa.

Nesta reunião, em que foi assinado o referido protocolo, estiveram presentes representantes da secretaria de Estado da Agricultura, da DGAV, do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP).

Para Andrea Cortinhas, administradora da Cooperativa de Ovinos Mirandeses, CRL., sediada em Malhadas, no concelho de Miranda do Douro, a assinatura deste protocolo pode ser “um modo de escoar este subproduto animal e assim resolver um grave problema dos criadores de ovinos, que atualmente têm muita dificuldade em desfazer-se da lã”.

Fonte: Lusa | Foto: ACOM

Mogadouro: Abertura de pólo do Hospital Terra Quente

Mogadouro: Abertura de pólo do Hospital Terra Quente

Em 2025, Mogadouro vai contar com um polo do Hospital Terra Quente, o que vai evitar a deslocação dos seus habitantes a outras regiões para realizarem consultas médicas e/ou exames complementares de diagnóstico, informou a autarquia.

“Esta unidade de saúde vai evitar deslocações dos utentes a localidades como Bragança, Vila real ou Mirandela para consultas de especialidade ou exames complementares de diagnostico”, disse o administrador do Hospital Terra Quente, Manuel Lemos

 Para o efeito foi assinado um protocolo entre o Hospital Terra Quente e o município de Mogadouro, que prevê a disponibilização do edifício da antiga cantina escolar e do terreno envolvente, no centro da vila de Mogadouro, para instalação desta unidade de saúde privada.

Esta unidade ficará dotada de diversas valências de clínica e consultórios médicos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, salas de enfermagem e tratamentos.

Para 2025, está prevista a instalação de equipamentos como ecógrafo, RX, análises clínicas, eletrocardiograma, ecocardiograma, entre outros.

 Manuel Lemos disse ainda que a escolha de Mogadouro para a construção deste polo foi baseada na posição estratégica do concelho, geograficamente em contacto com outros seis concelhos vizinhos.

 “O projeto para instalação da nova estrutura prevê três fases de implementação: A primeira arrancará em janeiro de 2025 e contempla a remodelação do edifício existente, para que os serviços possam iniciar em junho ou julho. As outras duas fases serão de expansão das infraestruturas e, paralelamente, dos serviços disponibilizados”, indicou o responsável.

 Segundo Manuel Lemos, o investimento em obras de remodelação do edifício municipal e os equipamentos para operacionalizar esta unidade serão assumidas, na sua totalidade, pelo Hospital Terra Quente.

Para já ainda não há valor real porque será necessário equacionar o estado real do edifício agora cedido pelo município de Mogadouro.

 Já o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, indicou que se trata de um projeto importante para o concelho, que vai funcionar em complementaridade com os serviços de saúde públicos e privados, que já se encontram a trabalhar no território.

O autarca mogadourense acrescentou que de forma a salvaguardar os interesses das empresas e habitantes locais, o protocolo tem uma cláusula que compromete o Hospital Terra Quente a “ ter em observação um critério de preferência e prioridade em benefício de recursos humanos, fornecedores, parceiros comerciais ou prestadores de serviços, que estejam estabelecidos no concelho de Mogadouro, quando em circunstâncias de igualdade, e de acordo com o legalmente permitido.”

O Hospital Terra Quente tem a sua sede social em Mirandela.

Fonte: Lusa | Fotos: Município de Mogadouro

Palaçoulo: Mosteiro “é um sonho de Deus concretizado”

Palaçoulo: Mosteiro “é um sonho de Deus concretizado”

O Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, foi inaugurado no dia 23 de outubro, numa cerimónia que teve como momento alto, a celebração da eucaristia presidida pelo arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, que neste regresso à diocese de Bragança-Miranda afirmou que a conclusão do mosteiro trapista “é um sonho de Deus concretizado!”.

O arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, recordou a fundação do mosteiro trapista no arciprestado de Miranda.

Na igreja abacial do novo mosteiro coube ao bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, dar as boas vindas aos convidados, às autoridades eclesiásticas e civis, entre as quais o arcebispo de Braga, D. José cordeiro, considerado “cofundador” deste novo mosteiro trapista na diocese transmontana.

“Este mosteiro representa um novo impulso para a diocese de Bragança-Miranda. É um sonho de Deus concretizado! E a vocação monástica aponta sempre para o essencial, isto é, para Deus. Aprendamos com esta comunidade de monjas trapistas a olhar para o alto, para Deus e também para quem vive ao nosso lado, procurando viver em comunhão com os irmãos”, disse o prelado.

A celebração da missa foi presidida pelo arcebispo de Braga, Dom José Cordeiro, que na homília agradeceu a Deus a edificação do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo.

“Os sonhos fazem-nos voar alto!”, começou por dizer.

O anterior bispo de Bragança-Miranda, recordou a história da fundação deste novo mosteiro trapista em Portugal e a escolha do silêncio no planalto mirandês.

“O silêncio e a Palavra de Deus são caminhos de evangelização. Santa Maria Mãe da Igreja e também São José, seu esposo, são exemplos de silêncio. Este novo mosteiro pretende ser um oásis de silêncio e de encontro com Deus”, disse.

Referindo-se à comunidade das monjas trapistas de Palaçoulo, D. José Cordeiro, afirmou que “transmitem a esperança de quem é autenticamente feliz”.

“Deus lhes conceda a paz e a alegria das novas vocações. A oração, o trabalho e o estudo marcam o ritmo do seu dia-a-dia”, acrescentou.

Na homília, o arcebispo de Braga revelou que na igreja abacial do Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, existem relíquias de São Paulo VI e São Bartolomeu dos Mártires.

No final da celebração religiosa, coube à Madre Abadessa do Mosteiro de Vitorchiano (Itália) e à Madre Superiora das Monjas Trapistas de Palaçoulo, Giusy Maffini, agradecerem a presença, a proximidade e a ajuda de tantas pessoas desde a sua chegada a Portugal, em 2018.

A cerimónia de inauguração do mosteiro prosseguiu com um frugal almoço convívio na hospedaria. Seguiu-se depois uma visita aos espaços regulares do novo Mosteiro da Santa Maria Mãe da Igreja e a oração das vésperas.

Outra novidade em Palaçoulo é o asfaltamento da estrada que liga a localidade ao mosteiro trapista. De acordo com o município de Miranda do Douro, esta obra teve um custo de 168 mil euros.

Para a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, o mosteiro representa um “enorme” investimento no concelho, que já está a contribuir para o desenvolvimento económico e social do planalto mirandês.

“O Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja é uma obra que veio para ficar e já está a atrair grupos e pessoas no âmbito do turismo religioso, o que por conseguinte beneficia outros setores de atividade como o comércio, a restauração e a hotelaria”, indicou a autarca.

HA



Agricultura: Trás-os-Montes precisa de investimentos na gestão da água

Agricultura: Trás-os-Montes precisa de investimentos na gestão da água

O presidente da Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros mostrou-se expectante quanto à gestão da água e alertou que Trás-os-Montes precisa de mais investimentos para reter este recurso.

Manuel Cardoso falou a propósito das reuniões regionais do grupo de trabalho ‘Água que Une’, criado pelo Governo, em julho, para elaborar uma nova estratégia nacional para a gestão da água.

“Estamos para ver o que nos vai ser apresentado no dia 31 [de outubro] aqui para a nossa região. Vamos ter a reunião em Vila Real. É com alguma expectativa que iremos perceber como é que, no terreno, se irá aplicar essa ideia, que é excelente, dado que faz todo o sentido que o assunto água seja trabalhado em rede”, disse Manuel Cardoso, acrescentando que não vê sentido em que o recurso seja gerido por unidades individuais.

Apesar de ver com bons olhos a gestão em rede dos recursos hídricos do país, o dirigente da associação responsável pelo aproveitamento hidroagrícola da Albufeira do Azibo, no distrito de Bragança, alertou para a necessidade de mais investimento na região.

“Os agricultores em Trás-os-Montes precisam de muitos investimentos em água. A região precisa de reter e armazenar muitíssimo mais água do que o que acontece. Precisa de poder partilhar a água que existe nas barragens hidroelétricas também, que possa servir para utilização na agricultura”, afirmou Manuel Cardoso, que revelou que já foram feitas várias reuniões com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o ministério da tutela e entidades competentes do setor para discutir o futuro do regadio na região.

O presidente da organização transmontana disse ainda não considerar que os empreendimentos existentes estejam subaproveitados.

“Em parte, isso foi verdade. O Estado teve a sua quota-parte de responsabilidade nisso. Deveria ter dirigido mais investimento para estimular a agricultura de regadio nessas zonas”, disse Manuel Cardoso, que garantiu que, hoje em dia, esta premissa já não aparece “tão evidente”.

“Há muita iniciativa privada. No Azibo, por exemplo, este ano regámos mais área utilizando menos água. Significa que há uma maior eficiência”, partilhou Manuel Cardoso.

A campanha de rega fechou no dia 18 de outubro. Dados ainda provisórios apontam que os regentes da associação gastaram menos um milhão de metros cúbicos de água em relação ao ano passado. 

A Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros tem atualmente cerca de 1.200 beneficiários, sendo que são “menos de 200” os que fazem um uso mais intensivo e mais moderno do recurso, segundo Manuel Cardoso, sendo que a esmagadora maioria se dedica à agricultura de subsistência.

Fonte: Lusa