Avelanoso: Agricultores desiludidos com o baixo preço da castanha

Avelanoso: Agricultores desiludidos com o baixo preço da castanha

Os agricultores de Avelanoso, no concelho de Vimioso estão desapontados com o reduzido preço do quilo de castanha pago pelos compradores, apenas 1,20€, um valor que dizem não cobrir as despesas dos trabalhos nos soutos ao longo do ano e por isso indicam a necessidade de uma cooperativa para negociar as colheitas de castanhas a um preço mais justo.

Na aldeia de Avelanoso, Adelaide Gonçalves é proprietária de três soutos de castanheiros e iniciou a apanha da castanha no dia 19 de outubro. Segundo a agricultora, o trabalho na apanha de castanha é diário e deve prolongar-se durante um mês, até meados de novembro.

“A chuva que caiu durante o mês de setembro ainda veio ajudar ao desenvolvimento das castanhas nos ouriços. No entanto, o ideal é que chova em agosto, pois já diz o ditado: “Se chover em agosto, também há magusto!”» – disse.

Questionada sobre o modo como escoa a sua colheita, Adelaide Gonçalves, indicou que vende as castanhas a compradores intermediários, que diariamente passam pela aldeia de Avelanoso.

“São compradores que percorrem as aldeias de Avelanoso, São Martinho de Angueira e outras localidades, para comprar as colheitas de castanha aos agricultores. Este ano, estão a pagar apenas 1,20€ pelo quilograma de castanhas, o que é muito pouco para o trabalho que temos ao longo do ano com as lavras, as limpezas, os adubos e a apanha”, protestou.

Outro modo de comercializar a colheita de castanha é a Feira da Castanha e Produtos da Terra, organizada anualmente pela freguesia de Avelanoso e que este ano vai decorrer nos dias 1 e 2 de novembro.

“Em Avelanoso, esta feira anual é uma maravilha, pois permite aos agricultores locais comercializar os seus produtos como a castanha, a noz, a avelã, o mel, o marmelo e outros produtos, a melhores preços.”, disse.

Outro agricultor de Avelanoso, João Gonçalves, indicou que nos seus soutos a grande quantidade de castanha ainda não caiu dos ouriços, pelo que a apanha está atrasada. Este ano, o agricultor prevê apanhar entre três a quatro mil quilos de castanha.

“Nos meus soutos, a maioria da castanha é a “Cota”, pois é a variedade que tem maior calibre e é a mais procurada no mercado. Tenho também outras variedades como a “Boaventura” e a “Longal”, que sendo de menor calibre é considerada mais saborosa, quer assada, quer cozida. Também já tive a castanha “Judia”, mas é uma variedade que precisa de muitos cuidados, de muito adubo e muita limpeza dos ramos”, explicou.

Sobre o reduzido preço pago pelo quilo de castanhas aos agricultores, João Gonçalves, indicou a necessidade de existir uma cooperativa, de modo a recolher as toneladas de castanhas da região, para assim obter um preço mais justo para todos os agricultores.

“O baixo preço do quilograma de castanhas pago aos agricultores deve-se ao nosso individualismo. Cada agricultor trabalha apenas para si e assim não temos escala e não podemos exigir um preço mais justo aos compradores”, disse.

João Gonçalves referiu-se também às recorrentes doenças que afetam os soutos, como a “tinta dos castanheiros” e ao elevado preço dos tratamentos, pelo que solicitou apoio do município de Vimioso aos agricultores.

“No ano passado tive que arrancar cerca de uma dezena de castanheiros. E este ano vou ter que arrancar outras dez árvores. Na replantação tenho que escolher castanheiros híbridos, pois resistem mais à doença da tinta. Também estou a administrar o tratamento do IPB, mas cada frasco custa 50€ e só dá para meia dúzia de castanheiros. A exemplo do que já se faz em Vinhais e Bragança, seria bem-vindo o apoio do município de Vimioso aos agricultores de castanha” – disse.

Este ano, um dos destaques na IX Feira da Castanha e Produtos da Terra, em Avelanoso é a palestra “Um olhar sobre os castanheiros”. A sessão visa esclarecer os agricultores locais sobre temas como as doenças antigas e emergentes do castanheiro; lavrar ou não os soutos de castanheiros; e a reação do solo e resposta do castanheiro à aplicação de fertilizantes.

HA

Palaçoulo: Jornadas Micológicas a 16 de novembro

Palaçoulo: Jornadas Micológicas a 16 de novembro

No dia 16 de novembro, o município de Miranda do Douro, em colaboração com várias associações ligadas ao setor da micologia, promovem a 10.ª edição das Jornadas Micológicas, este ano no território de Palaçoulo.

Em comunicado, o município de Miranda do Douro informa que a iniciativa tem por objetivos a promoção, valorização e preservação dos recursos micológicos da região, bem como a sensibilização dos participantes para a exploração sustentável dos cogumelos silvestres.

As jornadas contemplam a realização de um passeio micológico, almoço convívio, exposição e identificação das espécies recolhidas e um ‘workshop’ sobre truficultura (cultura das trufas).

De acordo com a autarquia, os participantes terão a oportunidade de aprender a colher e identificar diferentes espécies de cogumelos, pois a sua recolha exige um prévio conhecimento e cuidado, dada a toxicidade de várias espécies.

Fonte: Lusa

Ambiente: Recolha de biorresíduos

Ambiente: Recolha de biorresíduos

O Governo vai investir 27 milhões de euros em projetos de recolha de biorresíduos, no âmbito do Fundo Ambiental, anunciou o Ministério do Ambiente e Energia.

Em comunicado, o Ministério tutelado por Maria da Graça Carvalho sublinha que o financiamento do Fundo Ambiental, que representa mais do dobro relativamente ao ano transato (13 milhões de euros), destina-se a 23 Comunidades Intermunicipais (CIM) e às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

“O Governo está a trabalhar, em estreita colaboração com os municípios, comunidades intermunicipais e outros parceiros, para promover a economia circular e reduzir o impacto ambiental dos resíduos. Com estes protocolos estamos a dar passos importantes para uma gestão mais eficiente e responsável dos nossos resíduos, incentivando as autarquias, enquanto nos aproximamos das metas europeias”, justifica a ministra do Ambiente e Energia, citada na nota.

A aquisição de equipamentos para recolha seletiva, a criação de compostagem comunitárias e a implementação de sistemas de monitorização são algumas das ações que serão financiadas pelo Fundo Ambiental.

“Esperamos, com este investimento, permitir aos municípios equiparem as suas infraestruturas, sensibilizarem os cidadãos e promoverem a compostagem, contribuindo para a criação de um círculo virtuoso de gestão de resíduos”, sublinha a governante.

Segundo a tutela, o número de municípios que faz a recolha seletiva de biorresíduos tem vindo a aumentar, estando agora nos 60%, um valor ainda considerado “insuficiente para o cumprimento das metas comunitárias de Preparação para a Reutilização e Reciclagem”.

Fonte: Lusa

Economia: Produtividade, investimento e envelhecimento

Economia: Produtividade, investimento e envelhecimento

O chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou a trajetória económica dos últimos anos em Portugal, no entanto indicou que a baixa produtividade, a falta de investimento e o envelhecimento da população são os maiores desafios para o desenvolvimento económico do país.

“Desde 2019 a média de crescimento de Portugal foi o dobro da média da zona euro, portanto, é um desempenho impressionante”, disse Jean-François Dauphin em entrevista à agência Lusa em Washington, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que terminaram este fim de semana.

Uma parte do desempenho da economia portuguesa está relacionada com as consequências da pandemia, que aumentou a poupança acumulada e a vontade de viajar. Isto, “num contexto em que os mercados de trabalho resistiram muito bem, dando um impulso ao consumo, e o investimento foi facilitado pelos fundos europeus, com a absorção a ser mais rápida em Portugal que noutros países”.

Portugal, em específico, beneficia do aumento do turismo, “que está para ficar e é o resultado da atratividade do país. Mas a questão é como alavancar alguns dos ganhos que estão na base deste desempenho para que Portugal possa crescer mais depressa e convergir mais rapidamente com a União Europeia no padrão de vida e dos rendimentos”.

O país, disse Jean-François Dauphin, melhorou bastante na formação e educação, “mas é preciso olhar para medidas mais abrangentes para aumentar a produtividade, tornar o ambiente empresarial mais fácil e com menos burocracia, e tornar o mercado de trabalho um pouco mais flexível”.

Questionado sobre as principais ameaças ao crescimento económico de Portugal, que o FMI estima rondar os 2% este ano e no próximo, o economista francês elencou elementos comuns à Europa, como o aumento da tensão geopolítica e as variações súbitas nos preços das matérias-primas que, por sua vez, aumentam a pressão sobre a inflação. Mas salientou que Portugal tem também ameaças específicas.

“No geral, Portugal enfrenta baixa produtividade, insuficiente nível de investimento público e uma população a envelhecer, e a chave para garantir que a economia continua a crescer é lidar com estes três pontos”, apontou o economista francês que é também responsável pela Bélgica e pela Bulgária no departamento europeu do FMI.

Depois da aprovação do programa de ajustamento financeiro “muito difícil” no princípio da década passada, Portugal “fez um trabalho extraordinário” que se revela num número impressionante, acrescentou: “Desde a pandemia da covid-19, a dívida pública em função do PIB desceu mais de 35 pontos percentuais, o que é extraordinário e quase único na Europa, e é um testemunho do grande consenso entre os decisores políticos, e acredito que também na população, da importância da responsabilidade orçamental”.

Fonte: Lusa

Sendim: Frio e chuva não afastaram os feirantes e o público da Feira dos Grazes

Sendim: Frio e chuva não afastaram os feirantes e o público da Feira dos Grazes

Apesar do frio e da chuva, a feira franca dos Grazes de Sendim, registou um número recorde de feirantes e também de muito público, que aproveitou o fim-de-semana de 26 e 27 de outubro, para comprar alguns produtos e artigos para o outono/inverno como as castanhas, nozes, fumeiro, calçado, casacos, guarda-chuvas e as flores para o Dia de Todos os Santos.

Se é verdade que a instabilidade meteorológica verificada em Sendim, com tempo frio e alguma chuva ao longo do fim-de-semana poderá ter dissuadido algumas pessoas de irem à feira, ainda assim o certame foi visitado por muito público.

Uma das visitantes foi a senhora Celeste Ferreira, que sendo natural de Sendim, vive no Porto e aproveitou para regressar à terra natal no fim-de-semana dos Grazes.

“Nesta época do ano, aproveito os Grazes para comprar castanhas, nozes, mel e meias para o inverno”, disse.

Outro visitante dos Grazes, Francisco Bruçó veio com a esposa, de Vimioso, para cumprir a tradição e passear na tarde de Domingo.

“Mesmo com frio e alguma chuva viemos ver a feira e comprar alguns produtos como os alhos e artigos para a estação do inverno, como um casaco e meias”, indicou.

De Fermoselle (Espanha), Isabel Sousa, sendo portuguesa vive do outro lado da fronteira há 41 anos.

“Sempre que posso venho visitar a minha mãe e outros familiares. Todos os anos, a feira dos Grazes é um acontecimento em que faço questão de participar. Com o passar dos anos, constato que há menos gente e menos negócios. Este ano, comprei um casaco, umas sapatilhas, vestuário, chouriças e alheiras”, disse.




Do lado dos feirantes, Luísa Maravilha, dos Viveiros Maravilha, de Macedo de Cavaleiros, que há 34 anos participa na feira dos Grazes, em Sendim, indicou que o negócio das árvores tem vindo a decair ao longo dos anos.

“Por causa de despovoamento há menos pessoas a dedicarem-se à agricultura e o negócio das árvores para plantar também diminui. Ainda assim, em Sendim, conseguimos vender oliveiras, macieiras e amendoeiras”, disse.

Perante as dificuldades demográficas da região, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, informou que o programa da feira dos Grazes foi planeado com o propósito de atrair público à vila de Sendim.

“Os agricultores e artesãos desta região do planalto mirandês deparam-se com sérias dificuldades no escoamento e venda dos seus produtos e artigos, pela falta de público. Conscientes de que a agricultura e o artesanato são duas atividades que fixam a população, a freguesia de Sendim e o município de Miranda do Douro prepararam mais um amo, um programa detalhado com um espaço dedicado aos produtores locais”, disse.

Para além dos negócios, Nuno Rodrigues referiu-se ainda à convivência social que a feira anual dos Grazes proporciona, entre as gentes de Sendim e o público vindo de todo o concelho de Miranda do Douro e dos concelhos vizinhos de Mogadouro, Vimioso e também da vizinha Espanha.

No final da feira dos Grazes, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, lamentou o frio e a chuva que se fizeram sentir na vila de Sendim, ao longo do fim-de-semana. Não obstante, o jovem autarca, afirmou que a animação cultural conseguiu atrair a vinda de público ao certame, com destaque para as atuações dos Pauliteiros locais, na abertura dos Grazes e do Rancho Folclórico e Etnográfico de Sendim, no encerramento.

“Apesar de alguma chuva, no sábado e Domingo, as ruas da vila de Sendim encheram-se de feirantes e o público também não ficou em casa e decidiu visitar a feira. Agradeço o apoio financeiro e logístico do município de Miranda do Douro, que permitiu preparar um programa atrativo para os visitantes”, disse.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, referiu-se também ao mercado dos agricultores e artesãos locais, que possibilita ao público ter acesso direto a produtos frescos e de qualidade.

“Este ano, a feira contou com 22 produtores locais e regionais, que com os seus produtos e artigos trouxeram maior variedade aos Grazes. Com este mercado local, pretende-se estreitar os laços entre os produtores e o público, dando a oportunidade de comercializarem os seus produtos e artigos de qualidade”, concluiu.


Todos os anos, a feira dos Grazes, na vila de Sendim, acontece no último fim-de-semana de outubro, antecedendo o Dia de Todos os Santos, de 1 de novembro.

O concerto de Saúl encerrou os Grazes 2024.

HA

Sendim: Produtos locais acrescentaram qualidade à feira dos Grazes

Sendim: Produtos locais acrescentaram qualidade à feira dos Grazes

A feira dos Grazes que decorreu na vila de Sendim, de 25 a 27 de outubro, contou este ano, com a participação de 22 produtores locais e regionais, que deram a conhecer produtos hortícolas, azeite, vinho, mel, fumeiro, compotas, doçaria tradicional, frutos secos, licores, artesanato em burel, entre outros produtos e artigos.

Os Pauliteiros de Miranda – Sendim animaram a abertura dos Grazes 2024.

A abertura oficial da feira dos Grazes iniciou-se na tarde do dia 25 de outubro, com os discursos dos representantes da freguesia de Sendim e do município de Miranda do Douro, seguida de uma visita ao espaço dedicado aos produtores da região.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, voltou a referir que o propósito da freguesia é continuar a inovar a feira anual dos Grazes, conciliando a tradição com a modernidade.

“À secular e já tradicional feira franca, introduzimos o espaço dedicado aos produtores locais e regionais, dando-lhes a oportunidade de mostrar e comercializar os seus produtos. Dado que somos uma terra de vinha, olivais e amendoais também faz todo o sentido incluir na feira, a exposição de tratores e maquinaria agrícola”, indicou.

A seu lado, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, felicitou os produtores locais que participaram nos Grazes, afirmando que com o seu trabalho contribuem para o dinamismo económico e social do concelho.

A autarca de Miranda do Douro aproveitou a abertura do certame para anunciar as obras que estão a decorrer e vão realizar na vila de Sendim, como a construção do matadouro.

“Em Sendim, a construção do matadouro deve iniciar-se até ao final do ano. As obras na rua de Nossa Senhora da Conceição já estão a decorrer e vai iniciar-se também a requalificação da rua do Baiunco”, informou a autarca.

Após os discursos, a cerimónia da abertura da feira dos Grazes prosseguiu com uma visita aos 22 produtores locais e regionais, animada pela música e dança dos pauliteiros de Sendim.

Entre os produtores locais, a Agricultora Sendinesa, Vera Conde, afirmou que as vendas de produtos hortícolas (legumes, nabiças, batatas, fruta, frutos secos, azeitona) correram bem, no entanto sugeriu à organização que haja uma melhor divulgação do espaço dedicado aos produtos locais.

“Há muita gente que vem aos Grazes mas acaba por não visitar o espaço dos produtores locais, dado que está um pouco escondido e as pessoas pensam que a tenda se trata apenas do recinto dos espetáculos e da exposição dos tratores”, alertou.

Por sua vez, o responsável pelo Fumeiro Paula Marcos, mostrou-se satisfeito com as vendas de chouriças, butelos, alheiras, que informou quase esgotaram a produção feita para os Grazes.

“É o terceiro ano consecutivo que participámos na Feira dos Grazes, em Sendim. E estamos muito satisfeitos com a oportunidade dada pela freguesia de escoar localmente os nossos produtos”, disse.

No primeiro dia da feira dos Grazes, a animação do certame prosseguiu com o concerto de Quina Barreiros.

A artista Quina Barreiros atuou no espaço dedicado aos produtos locais e regionais.

HA

Agricultura: Colheita de castanha com aumento entre 25 e 30%

Agricultura: Colheita de castanha com aumento entre 25 e 30%

Este ano, a Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) prevê um aumento na colheita de castanhas entre 25 e 30%, avançoui o secretário-geral da organização, José Gomes Laranjo.

“Vamos ter melhor castanha, vamos ter, eventualmente, um pouco mais de castanha do que no ano passado, mais cerca de 25 a 30 por cento”, afirmou José Gomes Laranjo, a propósito da apresentação da Gala da Castanha, no Sabugal (Guarda), evento que se realiza no Porto, em 30 de novembro.

Segundo José Gomes Laranjo, professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a campanha “está a correr melhor do que no ano passado, apesar de algumas incidências negativas que ocorreram”.

“Tínhamos um problema que vinha do ano passado, que era a podridão da castanha [fungo que afeta as castanhas logo nas árvores]”, explicou o dirigente, referindo que em 2023 a doença “deu cabo de cerca de 50% da produção portuguesa de castanha”.

Nesse ano, quando era expectável “uma produção recorde na ordem das 50 mil toneladas”, esta ficou-se por menos de metade, sendo “tudo o resto refugo”, declarou.

Em 2024, a produção poderá atingir as 30 mil toneladas, precisou este responsável.

Reconhecendo que no ano passado se tratou de “um prejuízo tremendo” ao nível da produção e da perda de confiança dos consumidores, José Gomes Laranjo registou ainda a existência de uma “quebra de consumo brutal”.

Face a esta situação, este ano foi “desenvolvido um trabalho no sentido de sensibilizar a produção” de que era “preciso fazer tratamento aos soutos”.

“Pegando nos melhores resultados da investigação que tínhamos dos anos anteriores, criámos um protocolo de tratamento para esta doença e pusemo-lo no terreno a nível europeu. E, em Portugal, ele foi implementado”, esclareceu, admitindo que, “aparentemente, a incidência da podridão vai ser menor, mas com os tratamentos vai ser ainda menor”.

Adiantando que o verão foi “relativamente seco e o período seco do verão afeta a produção em termos do calibre” da castanha, o secretário-geral da RefCast apontou ainda a tempestade Kirk que afetou algumas regiões “com algum significado”, incluindo a queda antecipada de ouriços e o derrube de castanheiros.

“Mas, globalmente, nós vamos ter (…) castanha de muito boa qualidade, com menor incidência de podridão e as zonas tratadas praticamente não têm podridão”, assegurou, esperando que a qualidade da castanha permita recuperar “um pouco a imagem junto dos consumidores, a imagem de segurança que é preciso dar” e para a qual a Associação Portuguesa da Castanha tem estado a trabalhar.

Em Portugal, existem 50 mil hectares de castanheiros. “A grande massa de castanheiros” está nas Beiras e Trás-os-Montes, sendo que “a norte do rio Tejo estarão 95% daquilo que é a área portuguesa da castanha” e “em Trás-os-Montes mais de 80%”, adiantou o dirigente.

“Aquilo que estamos a constatar atualmente, e em função daquilo que é a grande dinâmica de crescimento da fileira, é que as áreas de castanhas estão a expandir-se também em direção ao litoral e hoje o Minho já representa uma área bastante interessante, assim como alguns territórios da Beira Litoral”, acrescentou o investigador.

Fonte: Lusa

Saúde: Mais de 6 mil médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Saúde: Mais de 6 mil médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Perto de 4.800 médicos e mais de 1.300 enfermeiros estrangeiros trabalham atualmente em Portugal, um número que tem aumentado no caso dos clínicos, enquanto nos enfermeiros se mantém estável, segundo dados das respetivas ordens profissionais.

Dados da Ordem dos Médicos (OM) indicam que, em 2021, havia 4.360 médicos estrangeiros a exercer em Portugal, número que subiu para 4.503 em 2022, para 4.730 em 2023 e para 4.770 este ano.

Em 2024, as nacionalidades mais representadas entre esses médicos são: espanhola (35,4%), brasileira (26,9%), italiana (5,7%), ucraniana (3,9%), alemã (3,5%), cubana (3%), angolana (2%), colombiana (1,9%) e, com 1,5% cada, romena, francesa, cabo verdiana e guineense.

Comentando estes dados, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse que para a OM não interessa a nacionalidade dos profissionais, mas sim as suas capacidades e habilitações para exercer a profissão.

“A ordem dos médicos tem inscrito um número crescente de médicos de outras nacionalidades e isso obviamente que é importante”, mas, defendeu, deviam ser dadas condições aos médicos portugueses a exercer no estrangeiro para que regressem ao Serviço Nacional de Saúde.

Anunciou a este propósito, que a OM vai remeter esta semana uma proposta à Assembleia da República, em que defende “condições especiais” de atratividade, além do programa Regressar, para estes médicos regressarem a Portugal.

Carlos Cortes defendeu ainda que há “um conjunto de esforços” que devem ser feitos para captar médicos para o SNS, independentemente da nacionalidade.

Sublinhou que a OM vê “com muito agrado” a presença de médicos estrangeiros em Portugal, mas vincou que têm de ser “médicos diferenciados”, com “as habilitações adequadas”, havendo um conjunto de mecanismos para fazer essa avaliação.

Os dados indicam que, em 2021, 122 médicos inscritos na OM necessitaram de requerer junto de uma universidade portuguesa o reconhecimento do título académico, número que subiu para 220 em 2022 e para 306 em 2023. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram 212.

“Foram realizados 18 exames de especialidade em 2021 (um reprovado), 32 em 2022 (quatro reprovados), 35 em 2023 (quatro reprovados), e nove até ao momento em 2024 (dois reprovados)”, adiantam.

Trabalham também em Portugal 1.311 enfermeiros estrangeiros, a maioria do Brasil (469), seguidos de Espanha, com 294, segundo dados da Ordem dos Enfermeiros.

Há ainda profissionais dos países africanos de língua oficial portuguesa, nomeadamente de Angola (60), Cabo Verde (52), Guiné-Bissau (41), São Tomé (40) e Moçambique (5).

Os dados apontam também a existência de 55 profissionais oriundos da França, 39 da Ucrânia, 30 da Moldávia, 28 da Alemanha, 22 da Roménia, 18 da Inglaterra, 17 da Itália e outros 17 da Venezuela, entre outros países como a Rússia (17), Peru (15), Holanda (15), Polónia (12), Bélgica (8), Canadá (7) e EUA (7).

Em declarações à Lusa, o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira, adiantou que o número de enfermeiros imigrantes se tem “mantido mais ou menos estável nos últimos anos”.

Questionado sobre a importância destes profissionais numa altura em que o SNS se debate com a falta de enfermeiros, o bastonário afirmou que o “mais importante” seria haver uma política de recursos humanos para fixar os enfermeiros portugueses.

“Formamos dos melhores enfermeiros do mundo” que depois emigram à procura de melhores condições de trabalho, lamentou, lembrando que faltam 14.000 enfermeiros no SNS, citando dados oficiais.

Para Luís Barreira, é preciso fazer um levantamento destas necessidades, “que são urgentes”, e delinear um plano de contratação.

“Este assunto tem sido alvo das reuniões pela senhora ministra da Saúde, que está sensibilizada para esta matéria, e espero que no ano de 2025 este levantamento venha a ser feito”, declarou, defendendo também ser necessário melhorar “as condições dos enfermeiros em Portugal” para que os que emigraram retornem.

Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), publicados no documento “Plano de Recursos Humanos na Saúde 2030”, referem que o número de médicos estrangeiros no SNS aumentou de 902 em 2017 para 967 em 2023 (+7,2%) e o de enfermeiros de 515 para 684 (+32,8%).

A ACSS salienta que “o seu contributo pode ser determinante em certas regiões” como maiores dificuldade de recrutamento e da retenção de profissionais de saúde.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Igrejas paroquiais de Sendim e Atenor assaltadas

Miranda do Douro: Igrejas paroquiais de Sendim e Atenor assaltadas

As igrejas paroquiais de Sendim e Atenor, no concelho de Miranda Douro, foram assaltadas na madrugada de 25 de outubro, com recurso ao arrombamento das portas, explicou fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

De acordo com a mesma fonte, os assaltantes arrombaram as portas das duas igrejas paroquiais, o que provocou estragos nas estruturas, tendo sido levado o dinheiro existente nas caixas de esmolas.

“O dinheiro furtado não foi possível de quantificar, já que se trata das caixas de esmolas”, indicou a GNR.

A força de segurança indicou que no caso do assalto à igreja matriz de Sendim, o alerta foi dado pelo pároco local.

“Na sequência desta ocorrência, a GNR por sua iniciativa detetou um segundo assalto na igreja matriz de Atenor”, indicou a autoridade policial.

Estes dois assaltos estão a ser investigados pela GNR e aconteceram em duas localidades que pertencem à mesma União de Freguesias.

Fonte: Lusa

Que eu veja!

XXX Domingo do Tempo Comum

Que eu veja!

Jer 31, 7-9 / Slm 125 (126), 1-6 / Hebr 5, 1-6 / Mc 10, 46-52

Jesus está a sair de Jericó, seguido por uma grande multidão. À beira do caminho está o cego Bartimeu, que quando se apercebe que é Jesus quem passa, começa a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Tentam calá-lo, o que faz com que ele grite ainda mais alto. Ao ouvir os seus gritos, Jesus para no caminho e chama-o. Então, Bartimeu dá um salto, deixa para trás a capa que o cobre e vai até Jesus. Quando este lhe pergunta o que ele quer, Bartimeu diz-lhe com simplicidade: «Mestre, que eu veja». Jesus responde-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Bartimeu fica imediatamente curado da sua cegueira e Jesus segue caminho.

Quantas vezes nos sentimos à beira do caminho, longe de Jesus, como quem não vê? O que nos rouba a vista é o nosso desamor. As nossas cegueiras fazem de cada um de nós pedintes, pessoas pobres de amor. Magoamo-nos, porque não reconhecemos o amor. Magoamos outros, porque não somos amor. Vivemos magoados, porque nos sentimos desprezados e que ninguém nos vê verdadeiramente. Nós precisamos de ser encontrados pelo amor. Nós precisamos de nos deixar encontrar pelo amor.

Chamemos por Jesus nos momentos de grande perturbação interior. Não receemos incomodá-lo. Mesmo que os nossos pensamentos – ou outras pessoas – nos digam que não devemos incomodar o Mestre com os nossos problemas, peçamos o seu auxílio e a sua atenção. É Jesus quem pode curar as nossas cegueiras e não há nada que Ele deseje mais do que curar-nos. Ele irá chamar-nos.

Tal como Bartimeu, ao ouvirmos Jesus chamar-nos, devemos atirar fora o que é velho, a capa de pedinte, juntamente com os nossos ressentimentos e todos os pesos que nos prendem ao chão. Devemos levantar-nos de um salto, largar a beira do caminho e entrar no caminho. Aí, ao contrário dos nossos receios, encontraremos uma multidão de santos que nos irão encorajar e levar até Jesus.

E uma vez diante de Jesus, peçamos para ver. Ver o mundo como é, lugar bom, criado por Deus. Ver os outros como irmãos e não como rivais. E se a vista se turva novamente devido ao pecado, o próprio ou o dos irmãos, pedir a Jesus para ver como Ele vê, com compaixão, odiando o pecado, mas amando o pecador, desprezando o mal e recordando que cada um de nós é um filho muito amado por Deus.

Tal como João na última ceia, nós devemos inclinar-nos sobre o peito de Jesus para ver como Ele vê, a partir do seu coração, e desejar o que Jesus deseja: que todos reconheçam o Pai e o seu amor, que todos conheçam o seu perdão, que todos encontrem o caminho do amor.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa