Vilar Seco: Lobos matam três ovelhas e ferem outras sete com gravidade
A 21 de outubro, ocorreu mais um ataque de lobos a um rebanho de ovelhas na aldeia de Vilar Seco, no concelho de Vimioso, que causou a morte a três ovelhas, ferimentos “muito graves” noutros sete animais, indicou o pastor e proprietário da exploração pecuária, Isidro Fernandes.

“Verifiquei que no terreno lavrado havia pegadas de pelo menos quatro lobos”, descreveu o pastor, Isidro Fernandes, de Vilar Seco, acrescentando que os predadores “saltaram a vedação e entraram no local onde estavam as ovelhas que estavam prenhas”.
O pastor disse não ter dúvidas que “os lobos atacaram durante o dia e muito próximo da aldeia” a cerca de cem metros da sua casa.
“Os ataques têm acontecido com muita frequência nos concelhos de Vimioso e Miranda do Douro. Há que fazer alguma coisa para evitar estas tragédias”, reclamou.
Segundo o pastor, o ataque aconteceu entre as seis da manhã e as seis da tarde de terça-feira, dia 21 de outubro.
“Os lobos voltaram na madrugada de hoje mas não atacaram, porque deveriam ter sentido alguma coisa e fugiram”, indicou.
Segundo Isidro Fernandes, o ataque foi comunicado à GNR e ao Instituto da Conservação da Natureza e Floresta (ICNF).
Em pouco mais de um mês, este é o quinto ataque de lobos registado no concelho de Miranda do Douro. O último ataque de lobos registado aconteceu em 5 de outubro, em Águas Vivas, no concelho de Miranda do Douro.
Em 19 de setembro, ICNF indicou que, desde 2024, foram registados 32 ataques de lobos, nos concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso.
A falta de alimentos provocada pelos incêndios e o facto de o lobo ser um animal “territorial”, foram algumas das razões avançadas para os ataques, por especialistas.
As proximidades dos ataques dos lobos às aldeias também estão a sobressaltar os produtores de ovinos e caprinos deste território transmontano.
Segundo o ICNF, o lobo ibérico possui em Portugal o estatuto de espécie em perigo, que lhe confere o Estatuto de Espécie Protegida.
Em julho, foi apresentado o Programa Alcateia 2025-2035, de proteção do lobo ibérico, que tem para este ano um orçamento de 3,3 milhões de euros e contempla a revisão das indemnizações por ataques de lobos a gado, aproximando-as dos valores de mercado.
Segundo a direção do ICNF, indemnizações podem atingir valores de, por exemplo, 60 ou 70 euros por animal, quando no mercado seria de 170 ou 180 euros, realçando que não se acompanha completamente o valor do mercado, mas há uma aproximação.
Fonte: Lusa | Foto: PA











