Política: Primeiro-ministro promete valorizar os salários e rigor nas contas públicas

Política: Primeiro-ministro promete valorizar os salários e rigor nas contas públicas

O primeiro-ministro defendeu que 2024 foi “um ano de viragem e de mudança” e assegurou que a “nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões” está a ser realizada “com rigor e equilíbrio orçamental”.

Na sua primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro inclui nas prioridades para o futuro a promoção de uma “imigração regulada” e o combate à criminalidade – sem ligar os dois temas -, a par do reforço dos serviços de saúde, educação, transportes e da execução do “maior investimento em habitação pública desde os anos 90”.

O primeiro-ministro considerou que o governo PSD/CDS-PP que lidera desde 2 de abril “trouxe novas prioridades e novas opções”, numa mensagem gravada na residência oficial, em São Bento e transmitida pela RTP.

“Não viemos para olhar ou criticar o passado. Viemos para cuidar do presente e construir o futuro”, afirmou.

Montenegro passou em revista várias decisões do executivo, como a valorização salarial geral e de várias carreiras, medidas específicas para jovens e idosos e deixou uma garantia sobre as contas públicas.

“Esta nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões é realizada com rigor e equilíbrio orçamental. E é um elemento de política económica e social”, referiu.

O primeiro-ministro assegurou que Portugal “é um referencial de estabilidade e um país de oportunidades” num “mundo em convulsão” e “numa Europa apreensiva com a estagnação da Alemanha e o défice e o endividamento da França”.

Na parte mais virada para o futuro, Montenegro afirmou que o Governo pretende “continuar a reforçar os serviços de saúde e a garantir uma escola pública de qualidade, desde a creche até à universidade, sem esquecer o ensino profissional e tecnológico”.

Melhorar os transportes públicos e executar “o maior investimento em habitação pública” desde os anos 90 são outras das promessas, numa mensagem em que também se refere às políticas de imigração e de segurança.

“Vamos promover uma imigração regulada para acolher com dignidade e humanismo aqueles que escolherem viver e trabalhar no nosso país”, referiu Montenegro.

Mais à frente, o primeiro-ministro prometeu o combate à “criminalidade económica, o tráfico de droga e a criminalidade violenta”.

“Somos um dos países mais seguros do mundo, mas temos de salvaguardar esse ativo para não o perdermos”, reiterou.

O chefe do Governo defendeu que “Portugal tem tudo para vencer e criar mais riqueza”, determinante para conseguir “juntar os pais e os avós com os filhos e netos de Portugal em Portugal” e para “continuar a salvar o Estado Social, cumprindo a essência da democracia e da justiça, que é a igualdade de oportunidades”.

Na mensagem em que começou por desejar festas felizes a todos os portugueses, o primeiro-ministro deixou “uma palavra especial” aos que estão sozinhos e desprotegidos, às vítimas de violência – “em particular as muitas mulheres e crianças que vivem ou viveram o terror desumano do ataque à sua dignidade” -, aos doentes, desempregados, presos e aos que vivem em situação de pobreza.

“Saúdo também os que estão a trabalhar nos hospitais, nas forças de segurança, nas instituições sociais, nos bombeiros, na comunicação social e em todas as demais atividades que permitem o bem-estar de todos nestes dias”, disse, reiterando o reconhecimento aos soldados que se encontram ausentes do país e integram as Forças Nacionais Destacadas em missões de paz e segurança.

Montenegro terminou a mensagem recordando várias efemérides que se assinalaram em 2024, como os 500 anos do nascimento de Luís de Camões e da morte de Vasco da Gama, os 50 anos do 25 de Abril e os 90 e 100 anos de nascimento de Francisco Sá Carneiro e Mário Soares, “dois artífices da democracia”.

“O Governo acredita na capacidade de superação de todos vós, no vosso espírito de solidariedade e tolerância. Trabalhamos juntos para não deixar ninguém para trás”, concluiu.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: Matilde e Columba são as novas Monjas Trapistas

Palaçoulo: Matilde e Columba são as novas Monjas Trapistas

A comunidade trapista do Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja, em Palaçoulo, têm duas novas monjas trapistas, as jovens portuguesas Matilde e Columba, que descobriram na vocação religiosa um compromisso, o sentido de pertença e um outro nível de felicidade.

As novas monjas trapistas, Matilde e Columba receberam o hábito, nos dia 24 e 30 de novembro, respetivamente, aquando da solenidade de Cristo Rei e da festa do apóstolo Santo André.

Matilde Santos é natural de Lisboa e conheceu a comunidade das Monjas Trapistas de Palaçoulo, em 2022, numa visita com amigos, ao mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja. Questionada sobre o que gostou na vida religiosa, a jovem portuguesa disse que a atraiu a vida regrada da ordem e a paixão das monjas por Cristo.

Durante os dois anos de postulantado, a jovem Matilde, teve a oportunidade de conhecer o modo de vida das monjas trapistas.

“O postulantado é como num namoro, é um tempo para conhecer a comunidade, antes de assumir um maior compromisso. Ao longo destes dois anos de postulantado tive a oportunidade de conhecer e experimentar os trabalhos e a experiência espiritual das irmãs. No fundo, é um tempo de discernimento para apurar se se quer enveredar por esta vida”, disse.

A seu lado, a irmã Columba, também natural de Lisboa, disse que desde os tempos dos estudos universitários, sempre teve interesse pela vida monástica e o carisma cisterciense. Columba teve uma primeira experiência religiosa num mosteiro beneditino localizado na região da Baviera, na Alemanha.

“Em 2023, a minha abadessa da Alemanha deu-me a oportunidade de fazer uma experiência de três meses, em Portugal, junto da comunidade de monjas trapistas do novo mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo. A adaptação correu bem e hoje estou muito feliz por fazer parte desta comunidade de monjas trapistas. Aqui, sinto-me verdadeiramente em casa!”, disse.

Sobre o dia-a-dia no mosteiro, as monjas trapistas portuguesas disseram apreciar sobretudo a participação diária na Missa e a vida pautada pela oração comunitária. A monjas portuguesas destacaram ainda a relação fraterna com outras irmãs e a dedicação ao trabalho, meios que permitem aprofundar o conhecimento de Deus, seguindo os ensinamentos de São Bento.

Sobre o significado da tomada de hábito, Matilde e Columba responderam que o hábto significa compromisso e pertença a Deus.

“O dia da tomada de hábito de monja trapista foi vivido com muita gratidão. Ao receber o hábito tornei-me mais livre, isto é, agora sei a quem pertenço, a Deus. E qual é a minha vocação, a minha missão neste mundo”, disseram.

Questionadas como descobriram a vocação religiosa, ambas as jovens afirmaram que a vocação é uma graça dada por Deus.

“Para descobrir a vocação, ajuda muito procurar o acompanhamento de um(a) diretor(a) espiritual, como um sacerdote, uma madre ou uma irmã mais experiente, pois isso ajuda-nos a ser mais objetivos e entender a vontade de Deus, que é afinal o que nos faz mais felizes e a decidir bem”, explicaram.

Com a decisão de serem monjas trapistas, Matilde e Columba descobriram um outro nível de felicidade, até então desconhecido!

HA



Palaçoulo: O Natal do Senhor no mosteiro

Palaçoulo: O Natal do Senhor no mosteiro

No Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, a solenidade do Natal, foi celebrada na noite de 24 de dezembro, com uma vigília de oração, que antecedeu a Missa do Natal do Senhor, durante a qual foi sublinhado o papel dos pastores que foram anunciar com alegria o nascimento do Deus Menino.

No mosteiro de Palaçoulo, a vigília de Natal iniciou-se às 22h30, com cânticos de salmos e leituras da Sagrada Escritura, alusivas ao Nascimento de Jesus.

A vigília decorreu até à meia-noite, hora em que se deu início à celebração da Missa do Natal do Senhor. A eucaristia foi presidida pelo padre António Pires, que na homília ensinou que “o Natal, para ser um acontecimento permanente e contínuo na nossa vida, há que fazer como os pastores e subir a Belém”.

“O Nascimento de Jesus veio mudar o mundo! Jesus é o conselheiro Admirável e o Príncipe da Paz! À semelhança dos pastores, não tenhamos medo de conhecer Jesus!”, exortou.

A celebração da Missa de Natal foi presidida pelo padre António Pires.

Referindo-se ao mundo de hoje, o sacerdote afirmou que ainda há muitas pessoas indiferentes, tristes, desanimadas e desorientadas e que esperam pelo anúncio alegre do Evangelho.

“Jesus é o caminho, a verdade e vida! Que neste novo ano jubilar da Esperança, sejamos os pastores que acompanham os outros até ao Deus, que se fez Menino, para nos salvar!”, encorajou.

Na manhã de 25 de dezembro, celebrou-se às 9h00, no Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, a Missa do dia, do Natal do Senhor.

HA

Política: Mensagem de Natal do primeiro-ministro

Política: Mensagem de Natal do primeiro-ministro

Na noite de 25 de dezembro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro dirige a sua primeira mensagem de Natal aos portugueses, quase nove meses depois de tomar posse como chefe do XXIV Governo Constitucional, no dia 2 de abril de 2024.

Na sua mensagem de Natal do ano passado, ainda como líder da oposição, o presidente do PSD defendeu que a crise política gerada pela demissão do então primeiro-ministro socialista António Costa podia ser encarada como “uma oportunidade” para os portugueses mudarem de Governo e de vida, prometendo “uma ambição nova”.

“Neste Natal, temos uma situação de incerteza e indefinição em Portugal. O primeiro-ministro demitiu-se e o Governo foi demitido. Temos, portanto, uma crise política em cima dos grandes problemas e constrangimentos económicos e sociais que já vivemos”, referia Montenegro, numa mensagem divulgada nas redes sociais do PSD e transmitida num tempo de antena a 22 de dezembro de 2023.

Na altura, o presidente do PSD considerava que a crise política era também uma oportunidade: “Uma oportunidade de mudarmos de Governo, uma oportunidade de mudarmos de vida, uma oportunidade de resolvermos os problemas que efetivamente sentimos em cada dia”, afirmou.

Por outro lado, na última mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, António Costa – agora presidente do Conselho Europeu – afirmou em 2023 que deixava um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, considerando que Portugal estava preparado para enfrentar os desafios com uma população mais qualificada e com menos dívida.

“Nestes oito anos em que tive a oportunidade de conhecer ainda melhor os portugueses e Portugal, só reforcei a minha confiança na nossa pátria. É com esta confiança reforçada em cada um de vós, na nossa capacidade coletiva, em Portugal, que me despeço desejando um feliz Natal, um excelente ano de 2024 e a certeza de que os portugueses continuarão a fazer de cada ano novo um ano ainda melhor”, declarou então.

Costa tinha-se demitido a 7 de novembro de 2023 da chefia do Governo de maioria absoluta do PS por causa de uma investigação judicial – que ainda não teve desenvolvimentos considerados relevantes – e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

O PSD venceu as eleições, já que as duas coligações que liderou – a AD, que concorreu no continente e Açores, e “Madeira Primeiro”, coligação formada nesta região sem o PPM – somaram 1.866.991 votos, 28,83% do total, elegendo 80 deputados, 78 do PSD e dois do CDS-PP, num total de 230.

O PS, partido que desde dezembro do ano passado passou a ter Pedro Nuno Santos no cargo de secretário-geral, foi a segunda força mais votada, com 1.812.443 votos, 27,98% do total, e elegeu 78 deputados. Nas legislativas antecipadas de 2022, tinha alcançado 120 mandatos com 41,37% dos votos.

O Chega, da extrema-direita parlamentar, ficou em terceiro lugar e foi a força política que mais cresceu, subindo de 12 mandatos obtidos em 2022 para uma bancada agora com 50 eleitos (18%).

Na sequência das eleições, Luís Montenegro foi convidado pelo Presidente da República a formar Governo. Constituiu um executivo minoritário PSD/CDS-PP, sem acordos com outras forças políticas, apesar de haver uma maioria de direita no parlamento somando os deputados do PSD, do Chega, da Iniciativa Liberal e do CDS.

No final de novembro, o Governo PSD/CDS-PP viu o seu primeiro Orçamento do Estado viabilizado graças à abstenção do PS, com todos os restantes partidos da oposição a votarem contra.

Fonte: Lusa

Natal: Igreja celebra nascimento de Jesus

Natal: Igreja celebra nascimento de Jesus

A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, inicia-se em todo o mundo, na noite de 24 de dezembro, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma.

A festa do Natal assumiu uma forma definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’, no mesmo dia 25 (VIII Kalendas Januarias: no oitavo dia antes do dia 1 de janeiro), uma data com um simbolismo próprio.

Ainda hoje, na liturgia católica, se recita a chamada “calenda”, como anúncio do nascimento de Jesus, que a oração coloca na época da 194ª Olimpíada e no ano 752 da fundação de Roma, entre outras referências históricas.

Esta não é a primeira festa cristã, dado que as primeiras comunidades celebravam a fé na ressurreição, em volta da Páscoa, mas já no século III Hipólito de Roma, no seu comentário ao livro do profeta Daniel, afirmava que Jesus nasceu a 25 de dezembro, dia em que se celebrava a dedicação do Templo de Jerusalém.

Para afastar os fiéis da prática das festas pagãs, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração de seu nascimento é a solenidade própria para afirmar a fé no mistério da Encarnação, contra as grandes heresias cristológicas dos séculos IV e V, solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla.

A Missa do Galo, celebrada à meia-noite, assinala a hora em que, segundo a tradição, teria nascido Jesus.

Liturgicamente, a solenidade é caracterizada por três missas: a da Meia-Noite (‘in galli cantu’), que remontará ao Papa Sisto III, por ocasião da reconstrução da basílica liberiana no Esquilino (Santa Maria Maior), depois do concílio de Éfeso, em 431; a da Aurora (‘in aurora’), originariamente em honra de Santa Anastácia, que tinha um culto celebrado com solenidade em Roma no século VI e, na liturgia atual, conserva ainda uma oração de comemoração; a do dia (‘in die’), a que primeiro foi instituída, no séc. IV.

Para lá desta ligação histórica original a Roma, o Natal é uma festa culturalmente muito marcada pela tradição medieval do presépio e do Menino Jesus.

Na carta apostólica ‘Admirabile Signum’ (sinal admirável), sobre o significado e valor do presépio, publicada a 1 de dezembro de 2019, o Papa diz que “armar o Presépio nas nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém”.

“Nascendo no presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos, como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado”, escreve Francisco, num texto divulgado na localidade italiana de Greccio, cerca de 100 quilómetros a norte de Roma.

Este foi o local em que São Francisco de Assis fez a primeira representação do nascimento de Jesus, um presépio vivo, em 1223.

Fonte: Ecclesia

Política: Rui Rio acusa de hipocrisia a não cobrança de impostos pelas barragens

Política: Rui Rio acusa de hipocrisia a não cobrança de impostos pelas barragens

O ex-líder do PSD, Rui Rio, defendeu em Miranda do Douro que a não cobrança dos impostos relativos à concessão de seis barragens transmontanas é uma atitude “totalmente hipócrita”, por parte dos sucessivos governos e da Autoridade Tributaria (AT).

“Eu acho que estamos perante uma situação totalmente hipócrita, quando nós sabemos que os diversos governos e AT são absolutamente implicáveis a cobrar os imposto das pessoas e, neste caso concreto [concessão da barragens], parece que a AT e poder político foram, em muitas circunstâncias, advogados de defesa de uma contribuinte [EDP], de o mesmo não pagar impostos”, disse Rui Rio, à margem dos trabalhos da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, onde marcou presença.

Para o também ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, esse contribuinte é só a maior empresa do país: EDP. “E quando o poder tributário, seja pelo lado político ou pelo lado AT, ‘aperta’ todos os contribuintes o mais que pode para pagarem os muitos imposto que há para pagar, e quando estão avultadas verbas e não são tomadas a devidas providências para a cobrança desses valores em causa, há hipocrisia”, considerou.

Rui Rio lembrou terem passado quatro anos “sem resolver um problema” e disse ainda ter sido feita uma “engenharia financeira” para “fugir ao pagamento dos impostos devidos pela concessão das barragens”.

A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida há quatro anos, na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.

Para Rui Rio, as notícias que davam conta da emissão de notas de liquidação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), por parte da AT, é positiva, mas nada tem a ver com o negócio feito pela EDP e a Engie.

“O IMI é um imposto que será pago pela existência da barragem. Quanto ao negócio em causa, tem a ver com o Imposto do Selo, IRC, IMT. Este passo que foi dado é positivo, vamos ver agora, neste emaranhado de confusão [fiscal], se o dinheiro aparece ou se vai haver mais mil e uma maneiras de continuar a empurrar para a frente um pagamento que é devido”, explicou Rio.

Questionado quanto à alegada caducidade do Imposto do Selo no prazo de uma semana, tornada pública no domingo pelo Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), Rui Rio disse que não era fiscalista, mas adiantou que, na sua opinião, “a situação iria beneficiar o infrator”.

“O que está a faltar neste processo é a falta de coragem e, acima de tudo, vontade de cumprir o interesse público, coletivo e fazer uma afronta, no sentido positivo da palavra, a quem é forte. É muito fácil ser-se forte com os fracos e fraco com os fortes”, enfatizou Rui Rio.

Por outro lado, o representante legal dos municípios de Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, o advogado António Preto, disse que em dívida estão 120 milhões de euros de sede IMI, só nestes quatro municípios do distrito de Bragança.

Autarcas dos concelhos de Miranda do Douro, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães reuniram-se no dia 20 de dezembro, com a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais e garantem que receberam indicações por parte da governante de que foram emitidas notas de liquidação de IMI relacionadas à transação das barragens.

O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães disse que a governante deixou a indicação de que foram emitidas notas de liquidação em sede do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Segundo o autarca, a liquidação corresponde ao de 2020 e subsequentes.

O Movimento de Terra de Miranda alertou no domingo que o direito do Estado de exigir 110 milhões de euros do Imposto do Selo pela concessão das seis barragens transmontanas por parte da EDP à francesa Engie, caduca numa semana.

O MCTM considera ainda que a caducidade deste imposto é “uma traição” à Terra de Miranda, que abrange os concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro e Vimioso.

Fonte: Lusa

Meteorologia: Natal com sol

Meteorologia: Natal com sol

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê um Natal com sol e pouco frio, para os próximos dias em Portugal continental.

“Estes próximos dias até ao Natal, vamos ter um cenário de tempo seco com céu pouco nublado ou limpo” e, nalguns locais, preveem-se mesmo “temperaturas máximas até acima da média para a época do ano”, declarou à agência Lusa uma meteorologista do IPMA.

As temperaturas máximas deverão “variar sensivelmente entre os 12/14° e os 16/17°C, eventualmente nalguns locais do litoral, em particular do litoral sul, portanto na Costa sul do Algarve teremos temperaturas máximas até um pouco superiores, a variar sensivelmente entre os 17 e os 20°C”.

No nordeste transmontano e na Beira Alta as temperaturas máximas poderão chegar aos 12/13 graus.

“As noites serão de alguma forma frias, embora não com temperaturas muito baixas para a época do ano” e as temperaturas mínimas “deverão variar sensivelmente entre os 4 e os 7°C”, sendo que a faixa costeira da região sul e o litoral da região de Lisboa poderão ter “temperaturas mínimas um pouco superiores da ordem dos 7 a 10°C”.

Temperaturas mínimas “da ordem dos 0 a 2/4°C” estão previstas para o nordeste transmontano e Beira Alta, sendo “provável que em alguns locais do interior norte e centro haja formação de geada”.

Nestas regiões, a partir do dia 26, “é provável a formação de nebulosidade baixa, neblinas e nevoeiros”, adiantou a especialista.

Em relação ao vento, as previsões do IPMA indicam que até dia 25 deverá ser “fraco a moderado predominando de nordeste, soprando temporariamente forte nas terras altas”.

Fonte: Lusa

Futsal: Mirandeses isolaram-se no primeiro lugar do campeonato

Futsal: Mirandeses isolaram-se no primeiro lugar do campeonato

O jogo grande da 9ª jornada do campeonato distrital de futsal, opôs os dois primeiros classificados, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) que recebeu a visita do Sporting de Moncorvo e num jogo que não começou bem, os mirandeses acabaram por vencer por convincentes 6-3 e isolaram-se no 1º lugar da prova.

O mirandês, Léo, foi o homem do jogo ao apontar um hat-trick.

O jogo realizou-se no serão de sexta-feira, dia 20 de dezembro, no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, onde os visitantes começaram melhor. Logo aos 10 segundos de jogo, numa transição rápida, o moncorvense, Hugo, inaugurou o marcador (0-1) uma recarga ao segundo poste, após um primeiro centro remate de um companheiro de equipa.

O Sporting de Moncorvo fez o 0-1, logo no início do jogo.

Aos 10 minutos, os moncorvenses distanciaram-se ainda mais no marcador, através de uma boa combinação coletiva e um remate rasteiro e cruzado, fazendo assim o 0-2.

Os mirandeses responderam aos 14 minutos, através de Leo, o mais inconformado da sua equipa, numa recarga dentro da área adversária, reduzindo a desvantagem para 1-2.

O brasileiro do CDMD, Léo, reduziu para 1-2.

O golo animou a equipa liderada por Vitor Hugo e passados três minutos, chegaram ao empate (2-2), através de um remate forte e colocado de Diogo.

No entanto, os moncorvenses responderam na jogada seguinte e adiantaram-se novamente no marcador (2-3), levando esta vantagem para o intervalo.

Na segunda parte do jogo, os mirandeses entraram mais agressivos sobre a a bola e o inconformado Leo, aos 22 minutos restabeleceu a igualdade (3-3), num remate inesperado junto à linha final que surpreendeu tudo e todos.

No minuto seguinte, Leo operou a reviravolta para os mirandeses e fez o seu hat-trick, ao concluir no ar, uma assistência do companheiro, Nickas. Este golo animou a equipa e pôr ao rubro, os adeptos em Miranda do Douro.

A vitória mirandesa começou a consolidar-se aos 29 minutos, quando na sequência de um canto, Miguel Diz, em cima da linha de baliza fez o 5-3.

No minuto seguinte, Vitor Hugo, faz o 6-3 final, ao aproveitar uma perda de bola adversária e na transição rápida rematou rasteiro e cruzado para o fundo da baliza do Moncorvo.

Aos 30 minutos de jogo, o mirandês Vitor Hugo fez o resultado final de 6-3.

Com a vitória, o Clube Desportivo de Miranda do Douro isolou-se no comando do campeonato distrital de futsal, somando nove vitórias e os correspondentes 27 pontos.

Já o Sporting de Moncorvo ocupa agora o 2º lugar no campeonato, com oito vitórias e uma derrota.

Equipas

Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD): Guilherme, Vitor Hugo, Castro, Ricky , Leo, Couto (cap.), Finha, Pina, Diogo, Nickas, Dylan, Pedro Alves, Miguel Diz, David e Renato.

Treinador: Nélson Moreira

“Entrámos mal no jogo e não conseguimos pôr em prática a nossa estratégia nos minutos iniciais. A partir dos dez minutos, conseguimos assentar e creio que fomos mais dominadores e consistentes na procura do golo. Ainda assim até ao intervalo, o Moncorvo foi mais eficaz do que nós e levou a vantagem de um golo para o descanso. Na segunda parte, corrigimos alguns detalhes e conseguimos marcar quatro golos sem resposta, o que nos deu uma vitória robusta e sem contestação. Estamos felizes pela vitória e por terminar o ano civil isolados no primeiro lugar do campeonato. No entanto, ainda falta muito campeonato para jogar e esta é apenas mais uma vitória na nossa caminhada” – Vitor Hugo

Sporting de Moncorvo: Quim, Rúben Eugénio, Portela, Marco, Rúben Leal, Faneca, Asen, Grilo, Bata, Hugo, Fábio e Carlos Esperto (cap.)

Treinador: Jorge Paiva

“Entrámos muito bem no jogo e o nosso golo madrugador deu-nos confiança e chegámos ao 0-2, por mérito nosso. Depois, penso que fomos muito permissivos ao consentir o empate a 2-2. Fizemos o 2-3 e acho que na primeira parte fomos superiores ao adversário. Na segunda parte, não conseguimos impor o nosso jogo e ritmo. Com a reviravolta do 4-3 a favor do Miranda, a minha equipa não soube reagir, fisicamente estivemos pior do que o adversário e isso derrotou-nos. Foi um bom jogo de futsal, parabéns ao CDMD pela vitória.” – Jorge Paiva

HA

São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa animaram a Festa de Santa Luzia

São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa animaram a Festa de Santa Luzia

A população de São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro, recriou no Domingo, dia 22 de dezembro, o tradicional peditório para a Festa em honra de Santa Luzia, que consiste num antigo ritual protagonizado pelos mascarados “O Velho e a Galdrapa”, cuja missão é ir de casa em casa, recolher as dádivas e convidar as pessoas a festa.

A festa em honra de Santa Luzia, com o ritual do Velho e da Galdrapa é uma das festas de solstício de Inverno, no concelho de Miranda do Douro.

Para o presidente da União de Freguesias de Silva e Águas Vivas, Silvino Silva, a Festa de Santa Luzia, animada com o ritual do peditório é uma marca identitária da aldeia que importa preservar e promover.

“A freguesia de Silva, em conjunto com a associação cultural e recreativa local e o município de Miranda do Douro, estamos a trabalhar para preservar e promover esta festa de solstício de inverno, na região e no país. Para isso, procuramos envolver a população local, convidando todos a participar na festa e a conviver no almoço comunitário. Simultaneamente, estamos a trabalhar para tornar a festa mais interessante e apelativa para quem nos visita. E este ano, inauguramos o mural com os mascarados do “Velho e a Galdrapa” e foi apresentado um livro de contos sobre estas festas de mascarados na região”, indicou.

Em representação do município de Miranda do Douro, o vereador, Vitor Bernardo, felicitou a população de São Pedro da Silva, pela recuperação desta antiga tradição, que vem enriquecer o património cultural do concelho.

“A festa de Santa Luzia, com o ritual do Velho e a Galdrapa, em conjunto com as festas de solstício de Inverno das aldeias de Constantim (27 a 29 de dezembro) e de Vila Chã da Braciosa (1 de janeiro) são um património cultural valiosíssimo, que importa preservar e dar a conhecer. Para o município de Miranda do Douro, a cultura é um importante fator de desenvolvimento turístico, social e económico, em particular nestes meses de dezembro e janeiro”, justificou.

Sobre a candidatura apresentada pelo município de Miranda do Douro, das Festas de Solstício de Inverno, ao Inventário do Património Cultural Imaterial, o etnógrafo, Mário Correia, indicou que as três festividades estão a ser analisadas separadamente.

“Acredito que a Festa de Santa Luzia ou do Velho e a Galdrapa, em São Pedro da Silva; a Festa de São João Evangelista ou Fiesta dos Moços, em Constantim; e a Festa do Menino – Fiesta De L Menino, em Vila Chã da Braciosa, lá para meados de 2025, vão ser aprovadas e inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, indicou.

De acordo com Alfredo Cameirão, da Associação Cultural e Recreativa de Silva, a tradição do peditório para a Festa em honra de Santa Luzia, feito pelos mascarados do Velho e da Galdrapa, foi desaparecendo a partir da década de 1960, devido ao êxodo populacional provocado pela emigração para França e para as ex-colónias, em África.

“Na década de 1990, houve uma primeira tentativa de recuperar esta antigo ritual da festa de Santa Luzia. Mas foi a partir de 2013, com exceção dos dois anos da pandemia, que conseguimos voltar a realizar, ininterruptamente, o peditório encenado pelas figuras mascaradas do Velho, e Galdrapa e os Bailadores”, explicou.

Matilde Anes, emigrante em Pamplona, Espanha, aproveitou esta altura do ano para regressar à aldeia natal e participar no ritual do Velho e da Galdrapa. Disse recordar-se desta tradição desde a sua infância, tempos em que as famílias ainda matavam o porco para depois fazer o fumeiro.

“Naquele tempo, o peditório para a festa em honra de Santa Luzia era realizado por estas figuras mascaradas, o Velho e a Galdrapa, que nas visitas às famílias, entravam pela casas adentro e sorrateiramente roubavam chouriças, alheiras e salpicões, para no final fazer um leilão no adro da igreja. Durante tarde, a festa continuava com um baile”, recordou.

Teodoro, outro ex-emigrante, decidiu regressar definitivamente a São Pedro da Silva, após 50 anos de trabalho, em França. Ao receber em sua casa, a visita das figuras mascaradas do Velho e e Galdrapa, ofereceu-lhes uma chouriça e um salpicão.

“Regressei a Portugal, há dois anos, para me instalar em São Pedro da Silva, onde estou criar cavalos. Gosto muito de viver na aldeia e dou os parabéns à organização pela recuperação desta antiga tradição na festa de Santa Luzia”, disse.

Victor Diez e Rosa Villace, vieram de Léon (Espanha), para conhecer e participar na festa do Velho e da Galdrapa, em São Pedro da Silva. O casal de espanhóis disse interessar-se pelo património cultural imaterial comum nos dois lados da fronteira.

“Estamos a documentar todo o saber que está na origem destas festas de inverno, no nordeste transmontano”, disseram.

Este ano, a festa de solstício de inverno, em São Pedro da Silva, teve como novidades a inauguração do mural dedicado aos mascarados “O Velho e a Galdrapa” e a apresentação do livro de contos “Pretérito Imperfeito”.



HA

Cultura: Mascaradas solsticiais são uma marca identitária

Cultura: Mascaradas solsticiais são uma marca identitária

No Norte e Centro do país, as festas das máscaras, associadas ao Solstício de Inverno, estão a ganhar uma nova identidade, graças ao cuidado das populações na preservação destas tradições ancestrais.

“Há um ressurgimento do orgulho pela identidade cultural”, disse o investigador Roberto Afonso, colecionador de máscaras populares. “Possivelmente, isso acontece em tempos de crise e, nos últimos anos, na atual conjuntura, levou a que as pessoas se apegassem às suas tradições, àquilo com que realmente as identificam e é seu. Estas tradições são tão nossas e da nossa terra, que podem ter ajudado neste reencontro”.

Segundo o investigador, as festas do solstício quase desapareceram com a emigração e a Guerra Colonial, e com ações posteriores, de alguns setores da sociedade, que procuraram impor ou seguir hábitos mais sofisticados, tidos como “de maior nível”.

“Esta tipo de manifestação cultural era considerada por alguns intelectuais como provincianas e para contrariar esta corrente, as populações meteram mãos à obra e fizeram ressurgir estas iniciativas e manter o seu orgulho neste legado que foi passando ao longo de gerações”, vincou Roberto Afonso.

As gerações mais novas são as responsáveis por este regresso das mascaradas portuguesas, “porque são elementos distintivos do país, onde o Nordeste Transmontano se destaca”, disse.

Das 45 mascaradas que atualmente se realizam em Portugal, 36 decorrem nos distrito de Bragança, onde o concelho do Mogadouro conta seis rituais, seguindo-se Bragança, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Vinhais, Torre de Moncorvo, Mirandela e Alfândega da Fé.

De acordo com o investigador Roberto Afonso, as mascaradas portuguesas de inverno têm o seu arranque no dia 31 de outubro, na povoação de Cidões, Vinhais, com a Festa da Cabra e do Canhoto.

Seguem-se, em dezembro, a partir do dia 13, dia de Santa Luzia, as festas do Velho e da Galdrapa, em São Pedro da Silva (Miranda do Douro), prosseguindo depois, durante o ciclo dos 12 dias entre o Natal e a Epifania, as festas nos concelhos de Bragança (Aveleda, Grijó, Parada, Pinela, Rebordãos e Varge), Macedo de Cavaleiros (Arcas), Miranda do Douro (Constantim e Vila Chã de Braciosa), Mirandela (Torre de Dona Chama), Mogadouro (Bemposta, Bruçó, Tó, Vale de Porco, Valverde e Vilarinho dos Galegos) e Vinhais (Ousilhão, Rebordelo, Travanca e Vale das Fontes).

Neste período, de 26 de dezembro a 6 de janeiro, o período do solstício em que as máscaras assumem maior protagonismo, a maior parte das manifestações – sem sacrifício de outras evocações – é dedicada a Santo Estêvão, primeiro mártir do cristianismo, dito padroeiro dos rapazes.

Os festejos com mascarados prosseguem depois durante o Carnaval, em diversas localidades do país, sendo alguns mais mediatizados e turísticos, como é o caso do Entrudo Chocalheiro de Podence, em Macedo de Cavaleiros, reconhecido Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 2019, e que já constitui um dos principais cartazes turísticos da região.

Outras manifestações, apesar da sua escala mais local, distinguem-se também pelas tradicionais máscaras, transgressoras e indiferenciadas entre si, e pelos trajes usados nos seus rituais.

“Sem tecer quaisquer considerações relativamente aos carnavais urbanos que assumiram já uma massiva dimensão comercial e mediática – Loulé, Madeira, Sesimbra, Torres Vedras, Ovar, Funchal, entre outros -, merecem especial menção algumas manifestações que vão acontecendo espontaneamente em diversas localidades e que mantêm traços de ancestralidade e genuinidade”, prosseguiu Roberto Afonso.

O investigador dá como exemplo os entrudos de Castro Laboreiro (Melgaço, Viana do Castelo, protagonizado por Farrangalheiros, mulheres que tapam a cara com rendas e usam um ‘garruço’ em forma de cone e tiras de papel coloridas), das Aldeias de Xisto (Góis, Coimbra), de Ílhavo (Aveiro), de Lagoa de Mira (Coimbra), de Lazarim (Lamego), o Entrudo Lagarteiro de Vilar de Amargo (Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda), e os entrudos de Sambade (Alfândega da Fé), de Lagarelhos (Vinhais), de Vila Boa (Vinhais), de Vinhais, de Cardanha (Moncorvo) e de Santulhão (Vimioso).

As festividades deste período do ciclo de inverno culminam na quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, dia em que a Morte e os Diabos saem à rua em Bragança, Edrosa (Vinhais) e Vinhais.

Fora do Solstício de Inverno acontece, atualmente, uma única festa com mascarados em Portugal, a 24 de junho, Dia de São João, na localidade de Sobrado (Valongo, Porto), designada de Bugiada e Mouriscada.

O investigador Antero Neto, responsável pelo ressurgimento de várias destas tradições no Planalto Mirandês, é da opinião de que há muitas destas mascaradas não será possível recuperar, alertando para o cuidado de não se cair em tentações de inventar.

“Não se pode cair na tentação ridícula de inventar, porque são [tradições] genuínas”, disse à Lusa o autor de diversas obras nos domínios histórico, antropológico e etnográfico do planalto mirandês. “A recuperação deste tipo de iniciativas tem de ser verdadeiramente documentada. Sou crítico destas atitudes que estão ser tomadas por algumas coletividades que apresentam este tipo de tradições adulteradas e não estudadas”, frisou o autor de “As Festas de Inverno e os Mascarados de Valverde”.

Para Antero Neto, a tradição oral das populações é o verdadeiro legado para a recuperação destas tradições milenares.

António Pinelo Tiza, membro da Academia da Máscara Ibérica, disse à Lusa haver igualmente um trabalho na região de fronteira para preservar estes ritos ancestrais ligados às máscaras solsticiais.

“As ‘mascadas’ na Península Ibérica estão vivas e reúnem à sua volta muitas pessoas, desde investigadores a grupos de mascarados, estando mesmo em curso um processo de reconhecimento a nível mundial destas tradições”, enfatizou.

Em Mogadouro, está patente, até ao próximo dia 23 de fevereiro, a exposição itinerante “Máscaras Rituais de Portugal – Coleção de Roberto Afonso”, ordenada cronologicamente, que estabelece um roteiro das mascaradas em Portugal.

Fonte: Lusa