Economia: Remessas dos emigrantes aumentam para 2,104 mil milhões de euros

Economia: Remessas dos emigrantes aumentam para 2,104 mil milhões de euros

As remessas dos emigrantes subiram 0,14% no primeiro semestre deste ano, para 2.104 milhões de euros, enquanto as verbas enviadas pelos estrangeiros em Portugal para os seus países de origem, aumentaram mais de 8%, para 452,8 milhões de euros.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, o valor enviado pelos emigrantes portugueses nos primeiros seis meses deste ano superou apenas em 0,14% os 2.101,21 milhões enviados no primeiro semestre do ano passado.

Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram mais 8,56%, face aos ao valor de 417,16 milhões enviados no período homólogo de 2024.

Relativamente aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), os portugueses que ali vivem enviaram 134,62 milhões de euros para Portugal, mostrando uma subida de 4,53% face aos 128,78 milhões de euros enviados no período homólogo do ano passado.

Em sentido inverso, os africanos lusófonos a trabalhar em Portugal enviaram 57,73 milhões de euros no mesmo período, o que revela uma subida de 20,5% face aos 47,89 milhões enviados no primeiro semestre do ano passado.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Incêndios: 22 pessoas condenadas por crime de incêndio

Incêndios: 22 pessoas condenadas por crime de incêndio

Em Portugal, há 22 pessoas condenadas pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa, que estão obrigadas a permanecer em casa com pulseira eletrónica, entre os meses de julho e setembro.

De acordo com os dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), há 105 pessoas com pena de prisão suspensa por crime de incêndio florestal e, deste total, “22 têm a condição de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica no período de maior incidência de risco de fogos florestais, decretado pela proteção civil”.

O período de maior incidência de risco de fogo foi definido pela proteção civil e estabelece os meses de julho, agosto e setembro como os mais críticos.

A possibilidade de determinar que uma pessoa condenada pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa fique com pulseira eletrónica durante os meses de maior calor está prevista na lei há oito anos.

Desde 2017, ano em que o país ficou marcado pelos incêndios de Pedrógão e de outubro, que o tribunal pode decidir pela obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica “para o período coincidente com os meses de maior risco de ocorrência de fogos”, lê-se na respetiva lei.

A 18 de agosto, o PAN entregou um projeto de lei na Assembleia da República para que, através da alteração do Código Penal, todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo os dados provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Incêndios: Medidas de apoio às populações

Incêndios: Medidas de apoio às populações

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, convocou um Conselho de Ministros extraordinário para esta quinta-feira, dia 21 de agosto, para aprovar medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios florestais.

De acordo com a mesma fonte, a reunião do executivo vai decorrer durante a tarde em Viseu, um dos distritos atingidos pelos incêndios nas últimas semanas.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, que já provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

A morte mais recente, conhecida hoje, foi a de um homem de 65 anos que morreu na terça-feira à noite atropelado pela máquina de rasto que operava no combate ao incêndio em Mirandela, distrito de Bragança.

Numa publicação na rede social ‘X’, o primeiro-ministro manifestou condolências aos familiares e amigos desta vítima mortal, sublinhando que o “esforço inexcedível dos muitos operacionais envolvidos no combate a esta guerra contra os incêndios é credor de toda a gratidão do país”.

A atuação do chefe do Governo no combate aos fogos tem sido alvo de críticas da oposição, principalmente pela realização da Festa do Pontal, do PSD, durante o período de incêndios.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou Montenegro de andar alheado do país, entre férias e uma festa, enquanto o país enfrentava incêndios, e o presidente do Chega, André Ventura, lamentou a realização da Festa do Pontal, argumentando que “o primeiro-ministro é eleito para governar e não para fazer festas”.

Também a ministra da Administração Interna (MAI), Maria Lúcia Amaral, tem sido acusada de falta de esclarecimentos sobre os problemas operacionais sentidos no combate aos incêndios.

O Presidente da República afirmou que “nem sempre quem está em situações de sufoco é capaz de perceber a importância de responder e esclarecer” a opinião pública.

Foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.

Fonte: Lusa | Foto: HA

Miranda do Douro: PS candidata-se à Câmara, Assembleia Municipal e apenas duas freguesias

Miranda do Douro: PS candidata-se à Câmara, Assembleia Municipal e apenas duas freguesias

Para as eleições autárquicas de 12 de outubro foram entregues no tribunal de Miranda do Douro, as listas dos candidatos aos órgãos autárquicos do concelho, com o PSD a apresentar candidatos a todos os órgãos, o Partido Socialista (PS) a apresentar candidaturas à câmara, assembleia municipal e apenas duas freguesias e a novidade de dois grupos de cidadãos candidatarem-se às freguesias de Genísio e de São Martinho.

De acordo com as listas afixadas na porta do edifício do tribunal de Miranda do Douro, o Partido Social Democrata (PPD/PSD), Partido Socialista (PS), Chega e CDU (Coligação Democrática Unitária) apresentaram candidaturas à Câmara Municipal de Miranda do Douro e à Assembleia Municipal de Miranda do Douro.

Na candidatura às 13 Assembleias de Freguesia do concelho de Miranda do Douro, o PSD apresentou candidatos a todas as freguesias; o PS apresentou somente duas candidaturas: freguesia da Póvoa e à União de Freguesias de Constantim e Cicouro; a CDU formalizou uma candidatura à freguesia de Miranda do Douro; o grupo de cidadãos “Juntos por Genísio e Especiosa ((JPGE)” candidata-se à freguesia de Genísio e Especiosa; e o grupo de cidadãos “Terra, Confiança e Compromisso (TCC), vai candidatar-se à Freguesia de São Martinho.

A 19 de agosto realizou-se no tribunal de Miranda do Douro, o sorteio da ordenação das listas para o boletim de voto das eleições autárquicas. agendadas para o dia 12 de outubro, cuja ordem é a seguinte: 

1- Partido Socialista (PS);
2- CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV);
3- Partido Social Democrata (PPD/PSD);
4- Chega (CH).

Decorre agora um período de cinco dias para que o juiz analise a conformidade das listas com a lei e para que os partidos ou movimentos de cidadãos possam impugnar a regularidade do processo ou a elegibilidade de qualquer candidato.

Após este passo, iniciam-se procedimentos de retificação e até 1 de setembro, as listas retificadas que forem aceites serão afixadas à porta do edifício do tribunal, embora possam ainda ser admitidos vários recursos da decisão do juiz, que podem seguir até ao Tribunal Constitucional.

As listas candidatas podem desistir do ato eleitoral até 48 horas antes das eleições (9 de outubro).

A 12 de outubro, os eleitores vão votar para eleger os executivos e as Assembleias Municipais de 308 municípios e as 3.259 Assembleias de Freguesia.

HA

Malhadas: Festa em honra de Santa Bárbara

Malhadas: Festa em honra de Santa Bárbara

Após 12 dias de atividades recreativas e culturais, as festas em honra de Santa Bárbara, na aldeia de Malhadas, no concelho de Miranda do Douro, culminam esta quarta-feira, dia 20 de agosto, com a celebração da missa, animada pela Banda Filarmónica Mirandesa e os pauliteiros e pauliteiras locais.

As festividades em Malhadas inciaram-se a 8 de agosto e ao longo de quase duas semanas, a comissão de festas organizou diversas atividades recreativas e culturais.

Entre estas atividades destaque para o torneio de futebol inter-ruas, os insufláveis e pinturas faciais para as crianças, o 9º Festival de Folcore, os Jogos Tradicionais, o Caga a Vaca, os jantares-convívio e os concertos musicais.

Neste dia 20 de agosto, a festa em honra de Santa Bárbara culmina com a celebração da Missa, às 15h00, animada pela Banda Filarmónica Mirandesa e os Pauliteiros e Pauliteiras de Malhadas. Para o serão, está programado o concerto musical da Orquestra Panorama e a atuação do DJ M&M.

Santa Bárbara

Santa Bárbara viveu no final do século III, na atual Turquia. 

Bárbara encontrou em Cristo o sentido mais profundo da vida e converteu-se a Deus de todo coração. Esta conversão transformou-a numa jovem fervorosa e cheia de virtudes.

No entanto, por causa da fé cristã sofreu muito e foi martirizada.

Santa Bárbara é considerada a protetora contra as tempestades, raios e trovões. É também a padroeira dos artilheiros, dos mineiros e das pessoas que trabalham com o fogo.
HA

Cinema: “O Pátio da Saudade” já é o filme português mais visto do ano

Cinema: O Pátio da Saudade” já é o filme português mais visto do ano

O filme “O Pátio da Saudade” do realizador mirandês, Leonel Vieira, registou 15 mil espectadores em apenas quatro dias de exibição desde a estreia, a 14 de agosto, o que o tornou no filme português mais visto do corrente ano.

O filme acumulou 101 mil euros de receita, de acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

“Depois de ‘O Pátio das Cantigas’ — o filme português mais visto de sempre nos cinemas —, Leonel Vieira regressa ao grande ecrã com uma nova comédia que celebra a tradição e a identidade nacional”, referiu, em comunicado, a NOS Audiovisuais, responsável pela distribuição do filme.

No ‘ranking’ de fim de semana, “O Pátio da Saudade” foi apenas superado pelos norte-americanos “Hora do Desaparecimento”, de Zach Cregger, e “Os Mauzões 2”, de Pierre Perifel e JP Sans, ambos acima dos 16 mil espectadores entre 14 e 17 de agosto.

“No centro da narrativa está Vanessa (Sara Matos), uma atriz de televisão que herda um antigo teatro em ruínas no Porto. Contra as recomendações do seu agente para vender o espaço, Vanessa decide lutar pela recuperação do teatro, reunindo amigos para montar um espetáculo capaz de devolver-lhe a glória de outros tempos. Mas rapidamente se vê em confronto com um proprietário rival que tudo fará para travar este sonho”, pode ler-se na sinopse do filme.

O elenco de “O Pátio da Saudade” conta com nomes como Ana Guiomar, Manuel Marques, José Pedro Vasconcelos, José Raposo, Gilmário Vemba, José Martins, Alexandra Lencastre, José Pedro Gomes, Aldo Lima e Carlos Cunha.

O filme português mais visto este ano, até agora, era “On Falling”, de Laura Carreira, que acumulou mais de 13 mil espectadores desde a estreia, no final de março.

O antecessor do mais recente filme de Leonel Vieira, a versão de 2015 de “O Pátio das Cantigas”, é o filme português mais visto desde o começo dos registos do ICA, em 2004.

O filme acumulou 608 mil espectadores e 3,1 milhões de euros em receitas em perto de 15 mil sessões.

Fonte: Lusa

Economia: Preço do vinho pode aumentar 30% para o consumidor

Economia: Preço do vinho pode aumentar 30% para o consumidor

A ViniPortugal alertou para a possibilidade de os consumidores sofrerem um aumento de 30% no preço do vinho, em resultado da tarifa de 15% imposta pelos EUA.

A ViniPortugal foi uma das associações recebidas pelo Governo, numa reunião para avaliar o impacto da política tarifária norte-americana e do acordo alcançado com Bruxelas.

A tarifa de 15% pode ser muito danosa, uma vez que “pode implicar uma subida para o consumidor de 30%”, afirmou, o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, em declarações à Lusa.

Ao confirmar-se, os segmentos mais baixos serão os mais penalizados, esperando-se uma redução do consumo.

Frederico Falcão disse ainda que a União Europeia (UE) fica numa situação mais desvantajosa face a países como o Chile e a Argentina, que receberam uma tarifa de 10%.

Por outro lado, conforme apontou, há o risco de muitos importadores forçarem os produtores a baixarem o preço do vinho, de modo a reduzir o impacto da política tarifária.

“Baixar 15% não é fácil e, muitas vezes, os nossos produtores não têm essa margem”, apontou.

Ainda assim, assegurou que o setor consegue ter agora alguma estabilidade, uma vez que, desde março, a administração dos EUA falou em tarifas com diversas ordens de grandeza.

Por outro lado, disse que as reuniões de negociação ainda estão a decorrer com alguns setores, mantendo assim a esperança de que o vinho possa vir a ser taxado a 0%.

O Governo, através dos ministérios da Economia e da Agricultura, reuniu com mais de 40 associações e confederações dos setores exportadores.

Citado em comunicado, o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, defendeu que estas reuniões são importantes para auscultar os principais setores e avaliar como “estão a absorver as medidas que foram desenhadas para responder ao impacto das tarifas sobre os produtos portugueses”.

Em abril, o Governo aprovou o programa Reforçar, um pacote de mais de 10.000 milhões de euros, que integra medidas como linhas de crédito e garantias bancárias, para apoiar as empresas nacionais face ao impacto das tarifas.

A ViniPortugal lembrou que muitas medidas, quando aplicadas no terreno, não são eficazes, devido ao excesso de burocracia.

“O que precisávamos mesmo é que as negociações terminassem com tarifas zero. Não acontecendo isso, vamos ter que continuar a trabalhar para encontrar soluções”, concluiu Frederico Falcão.

Fonte: Lusa | Foto: Ribadouro

Criminalidade: Mensagens fraudulentas via Whatsapp sobre alegadas dívidas ao SNS

Criminalidade: Mensagens fraudulentas via Whatsapp sobre alegadas dívidas ao SNS

A Procuradoria-Geral da República (PGR) alertou para a recepção de mensagens fraudulentas, sobre alegadas dívidas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), enviadas por ‘Whatsapp’, por remetentes identificados como ‘SNS24’.

“Estas mensagens não são remetidas pelo SNS – Serviço Nacional de Saúde, nem por qualquer outra entidade por ele autorizada a fazê-lo. Embora aleguem ter origem naquela entidade pública, essa menção é falsa e tem como único propósito convencer vítimas a efetuarem pagamentos indevidos a terceiros – de cujos montantes estes últimos se apoderarão indevidamente”, alertou a PGR, através do seu Gabinete de Cibercrime.

De acordo com a nota divulgada pelo Ministério Público, o esquema de burla visa “destinatários indiscriminados” através da “expedição massiva” de mensagens pela plataforma ‘Whatsapp’, que invocam dívidas ao SNS e apresentam referências Multibanco para pagamento num curto espaço de tempo, de cinco dias.

Segundo a nota publicada, “com esta formulação, pretendem os agentes criminosos levar à reação urgente a esta mensagem, precipitando o pagamento impulsivo e pouco refletido da quantia nela referida”.

“Para o efeito são usados cartões telefónicos de redes nacionais, frequentemente com o número chamador oculto, ou cartões telefónicos pré-pagos. O respetivo remetente vem sempre referenciado apenas como ‘SNS24’”, explicou ainda a PGR.

As referências Multibanco apresentadas para os pagamentos “são solicitados pelos criminosos a entidades financeiras disponíveis no mercado, que prestam tais serviços a terceiros”, tendo sido identificado neste esquema um intermediário financeiro sediado nos Países Baixos, a sociedade ‘MediaMedics B.V.’.

“O propósito dos autores destes factos criminosos é enganar vítimas menos atentas, convencendo-as a efetuar pagamentos que não são devidos. É recomendável que se avaliem cautelosamente as mensagens eletrónicas desta natureza que sejam recebidas. Não deve responder-se às mesmas, devendo antes tais mensagens ser comunicadas ao Ministério Público ou aos órgãos de polícia criminal. Para lá disso, mensagens deste tipo devem ser ignoradas, sem se lhe dar qualquer sequência”, alertou o Ministério Público.

Fonte: Lusa

Ambiente: Incêndio provocou destruição no Douro Internacional

Ambiente: Incêndio provocou destruição no Douro Internacional

O incêndio que deflagrou em Freixo de Espada à Cinta provocou um rasto de destruição ambiental na área protegida do Douro Internacional e avultados prejuízos em várias culturas agrícolas como olival, amendoal e floresta.

Localidades como Lagoaça, Fornos, Mazouco, Poiares e Freixo de Espada à Cinta, no concelho como mesmo nome, a que se juntam Carviçais e Mós, no concelho de Torre de Moncorvo, e Estevais, Meirinhos e Quintas das Quebras, já no concelho de Mogadouro, viram os seus territórios pintados de negro por um incêndio que galgou terreno a alta velocidade, empurrado pelos fortes ventos que se fizeram sentir, o que dificultou o controlo das chamas por parte dos bombeiros.

Abílio Cordeiro, da aldeia de Lagoaça, apontou a paisagem desoladora vista do miradouro do Carrascalinho, um verdadeiro santuários para a avifauna rupícola na área protegida do Douro Internacional, em Freixo de Espada à Cinta, e disse à Lusa que há muitos prejuízos em olival, amendoal, vinha e laranjal.

“O fogo deixou muitos prejuízos, mas muitos mesmo. Foi no amendoal, no olival, na vinha, no laranjal e na floresta. Isto é uma miséria”, indicou enquanto olhava para a paisagem desoladora que via à frente dos olhos.

Já Fernanda Alves acrescentou que “tudo isto é uma tristeza”.

“A gente vê o campo todo negro. Aqui a este miradouro do Carrascalinh, vem aqui muita gente para ver a paisagem e agora veem a escuridão ”, vincou

Saindo do Carrascalinho, em direção a Mazouco, os cenários eram idênticos e desoladores, com o coração da área protegida do Douro Internacional atingido de morte pela devastação do seu ecossistema, num parque que é o segundo maior em Portugal.

Arménio Vilaça disse que as chamas na aldeia de Mazouco chegaram a ter mais de 50 metros de altura, levando tudo à frente, mas por sorte o vento soprava para o lado contrário desta povoação do Parque Natural do Douro Internacional.

“De um lado e de outro, o fogo galgou e só parou no rio Douro, destruindo muitas culturas como a vinha e laranjal. A floresta foi toda. O vento era muito forte”, disse.

Quem circular na Estrada Nacional (EN221) e Estrada Nacional (EN220) entre os concelhos de Freixo de espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Mogadouro, no distrito de Bragança, depressa se apercebe do rasto de destruição com postes de comunicações e eletricidade calcinados e cabos derretidos, o que obrigou a intervenção dos técnicos para repor a normalidade possível.

Este incêndio chegou a ter três grandes frentes ativas, o que assustou e pôs em sobressalto várias populações destes três concelhos do Douro Superior, onde é visível um rasto de destruição e terra queimada que ultrapassa os 10 mil hectares

Na aldeia de Mós, em Torre e Moncorvo, a população que se juntava num largo desta localidade foi dizendo à Lusa que o ano foi de muita chuva e fez crescer a vegetação que não deu tempo para limpar e que foi essa mesma vegetação que alimentou este incêndio rural.

Já em Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo, a conversa era levada para a questão da coordenação de meios de combate ao fogo com um grupo de homens que debatia o tema à sombra de uma das árvores junto à antiga linha de caminho-de-ferro.

“Estão ali viaturas da zona do Porto, e estão paradas. Lá mais abaixo está a arder, não se percebe muito bem porquê. Lá vão andando as máquinas de rasto que têm sido uma grande ajuda nas proximidades da aldeia”, opinaram.

No teatro de operações chegaram a estar perto de 400 bombeiros apoiados por mais de 140 veículos e oito máquinas de rasto.

No terreno, os bombeiros depararam-se com outro problema, o fumo e as poeiras que se levantaram praticamente durante os três dias que durou o incêndio e que não deixaram operar os meios aéreos o que requereu uma mudanças de estratégia dos operacionais no terreno, com colocação meios de terrestres de combate e uma aposta nas máquinas de rasto.

De acordo com a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 16:30 ainda se mantinham no terreno 208 operacionais, apoiados por 68 veículos.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta desde 02 de agosto.

Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.

Fonte: Lusa

Vimioso: Tentativa de fogo posto em Algoso

Vimioso: Tentativa de fogo posto em Algoso

No dia 15 de agosto, deflagrou um incêndio nas proximidades da ponte entre Algoso e Valcerto, que foi rapidamente apagado pelos Bombeiros de Vimioso e pelos Sapadores Florestais, que encontraram no local acendalhas brancas de querosene em chama, o que indicia fogo posto.

O presidente do município de Vimioso, António Santos, revelou que os Bombeiros de Vimioso e a GNR lhe comunicaram a existência de acendalhas brancas de querosene, no local do incêndio.

“Felizmente, graças à precoce deteção do incêndio e a rápida intervenção dos Bombeiros Voluntários de Vimioso e da equipa de Sapadores Florestais de Algoso, o incêndio que poderia propagar-se facilmente naquelas íngremes encostas do rio Angueira foi extinto”, indicou.

Segundo o autarca de Vimioso, o crime de fogo posto está agora a ser investigado pela GNR e pela Polícia Judiciária (PJ).

Questionado sobre outras ocorrências de incêndios no concelho de Vimioso, durante os meses quentes de verão, António Santos, mostrou-se aliviado dado que até ao momento não houve grandes problemas.

“O município de Vimioso tem alertado a população para a proibição de queimas e queimadas e para o uso de máquinas em terrenos florestais. Graças a Deus, a população do concelho de Vimioso tem acatado bem as recomendações da proteção civil. Até ao momento, não houve, felizmente, grandes incêndios, exceto as ocorrências de fogo posto como em Algoso e também em Vale de Pena, que ainda assim são situações graves e criminosas”, disse.

Sobre a atual situação do país, o autarca vimiosense, expressou aflição pela quantidade de fogos e a rápida propagação.

“É uma situação alarmante que gera pânico. Coincidência ou não, estamos em ano de eleições autárquicas e tal como em 2017, com os grandes incêndios de Pedrogrão Grande, que provocaram a morte de 50 pessoas e destruíram casas, empresas e terrenos florestais e agrícolas. Gostava de acreditar que não há mão criminosa nos incêndios, mas as evidências demonstram o contrário”, disse.

Desde o mês de julho, Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 2 de agosto.

Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro e vários feridos, na maioria sem gravidade e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Segundo dados oficiais provisórios já arderam 201.419 hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.

HA e Lusa