Vida Consagrada: Eremitérios renascem na Diocese de Bragança-Miranda
A Diocese de Bragança-Miranda conta com três mulheres eremitas, duas portuguesas e uma espanhola, forma de Vida Consagrada que volta ao seu território e que a Igreja local acolhe “com surpresa e alegria”.
“Este renascer da vida eremítica entre nós, aqui na diocese – ela também já existiu e temos muitos exemplares, muitos testemunhos históricos e arqueológicos, até -, hoje, tem o significado de uma redescoberta desta espiritualidade do silêncio, da solidão, do encontro numa vida mais profunda com Deus”, refere D. José Cordeiro, administrador diocesano, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA pelo Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese de Bragança-Miranda.
O organismo informa que, além dos Institutos de Vida Consagrada e das Congregações, femininas (6) e masculinas (2), bem como a recente fundação do Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, com 10 monjas, em Palaçoulo (Miranda do Douro), a diocese transmontana passa agora a contar com a presença de três eremitas.
“São três mulheres (de nacionalidades portuguesa e espanhola) que ao abraçarem o silêncio e a solidão, encarnam na vida quotidiana o chamamento pessoal que cada uma recebeu dentro do estilo de vida eremítico e que as distingue entre si”, assinala a nota de imprensa.
Este é assumido como compromisso na Regra de Vida que cada uma concebe em resposta a esse chamamento e que assina no dia em que é instituído o Eremitério que vai habitar, durante a Eucaristia celebrada no mesmo”.
Um dos eremitérios (Eremitério Diocesano Nossa Senhora da Esperança) está localizado em Freixiel, no Concelho de Vila Flor; os outros dois (Eremitério Sagrado Coração de Jesus e Eremitério Diocesano Nossa Senhora do Rosário que começou em S. Pedro da Silva), estão localizados na freguesia de Palaçoulo, Concelho de Miranda do Douro.
O Catecismo da Igreja Católica dedica dois números à vida eremítica (920-921), sublinhando a manifestação do “aspeto interior do mistério da Igreja que é a intimidade pessoal com Cristo”.
D. José Cordeiro, presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, destaca que esta “é uma vocação, é um dom de Deus, uma graça”.
“Hoje há cada vez mais pessoas a buscar a vida eremítica. Para se ter uma ideia, em Itália são mais de 300 eremitas diocesanos, e em França são mais de 500. Até já há uma tese que estuda a vida eremítica no mundo e creio que neste momento são já mais de 20 mil os eremitas em todo o mundo”, acrescenta.
O responsável católico destaca que “ser eremita diocesano é ter esta perspetiva alargada da eclesialidade, da eclesiologia de comunhão, de missão”.
O administrador diocesano de Bragança-Miranda presidiu aos votos perpétuos da primeira eremita diocesana a 13 de maio de 2021 e aos da segunda eremita no dia 15 de janeiro de 2022, celebrações que tiveram lugar nas respetivas igrejas paroquiais, perante a presença de fiéis e sacerdotes.
A Direção de Cultura do Norte está a recuperar, desde 2019, o Eremitério ‘Os Santos’, em Miranda do Douro.
Na casa de Isidro e Helena Galego, em Vimioso, continua a realizar-se a matança do porco para consumo doméstico. Antigamente, esta tradição tinha uma grande importância na economia familiar dado que assegurava a provisão de carne para todo o ano. Hoje, esta prática em contexto familiar é muito rara, pelo que urge preservá-lana memória coletiva como património cultural.
A criação de um porco para consumo doméstico dá muito trabalho e a tarefa prolonga-se entre 12 a 14 meses. De acordo com Isidro Vicente, para que o porco produza uma carne suculenta e de qualidade, a alimentação baseia-se nos produtos de cada estação do ano, como são as abóboras, as batatas, as beterrabas, as nabiças, os nabos, a cevada, o milho ou as maçãs.
A matança do porco
O dia da matança é combinado com antecedência. Este ano foi agendado para o dia 15 de janeiro. E como habitualmente, convidaram-se os familiares e amigos. Por isso, para além do trabalho o dia da matança do porco é também uma festa, caraterizada pela entreajuda e o convívio entre todos os participantes.
O abate do porco é da responsabilidade dos homens e as mulheres recolhem o sangue.
Depois de morto, o porco é chamuscado para queimar o pelo. Antigamente, utilizava-se palha, carquejas e giestas. Mais recentemente, utiliza-se um maçarico a gás. Segue-se a raspagem da pele com uma faca, acompanhada de sucessivas lavagens de água.
De seguida, abre-se o corpo do animal para lhe retirar as tripas ou vísceras. A lavagem das tripas, que vão servir para fazer os enchidos, é feita pelas mulheres em água corrente. Neste processo, as mulheres Helena, Isabel e Corina servem-se de pequenos paus para virar as tripas e limpar o interior dos intestinos. Depois de lavadas, as tripas são envoltas em aguardente, sal, alho e louro para retirar o cheiro desagradável.
Ao final da manhã, pendura-se o porco em local abrigado mas arejado, para que a carne esfrie e o sangue escorra.
O almoço
O almoço é um verdadeiro momento de confraternização. Os donos da casa, Vicente e Helena são os cozinheiros. Ela é natural de Teixeira, no concelho de Miranda do Douro e faz questão de manter a tradição aprendida na sua aldeia de servir como almoço, as “sopas de sangue”. Trata-se de uma receita de pão fatiado e temperado com vinagre, azeite, alho e o sangue do porco.
Outro prato caraterístico deste dia são os “garrotes”, que são a carne do cachaço do porco refugada no pote, à lareira, e servida com batata cozida.
Segundo a tradição, após o almoço os homens jogavam ao fito. Enquanto as mulheres continuavam a lavar as tripas para fazer os enchidos.
O desmanche do porco
O dia seguinte é dedicado à tarefa do desmanche do porco. Divide-se a carne que é para salgar e a parte que será utilizada para temperar e fazer o fumeiro.
De acordo com José Madureira, os presuntos, espáduas, patas, orelhas e o toucinho vão para a salgadeira.
Os rins, pulmões, fígado vão ser utilizados para fazer as “bochas”.
Os lombos e as lombelas destinam-se para fazer os salpicões.
As chouriças de carne são feitas com as febras do porco e o pescoço.
A carne da barriga é para os chouriços.
E as costelas, espinhaços e o rabo são para os butelos.
O fabrico do fumeiro
Depois de selecionadas e cortadas as carnes chegou o momento de preparar a “surça”, a calda condimentada que vai envolver as carnes para lhe dar o gosto antes do enchimento.
Na confecção das chouriças, butelos e salpicões é comum usar-se sal, alho, pimenta e louro, ficando a carne a repousar durante 24 horas.
Nas alheiras, o pão é amolecido na água de cozer as carnes e os condimentos utilizados são o alho, a salsa e o azeite e o louro.
Segue-se depois o enchimento com a carne já temperada.
À medida que as alheiras, chouriças, salpicões e butelos vão sendo enchidos são colocados nas traves colocadas no teto da cozinha, por cima da lareira, para iniciar a cura e conservação. Realce-se que o telhado da cozinha não tem forro para permitir uma melhor circulação do ar, a entrada do frio do inverno e a passagem do fumo.
Helena Galego explicou que o frio das geadas é muito importante para a cura e secagem do fumeiro.
“O fumo proveniente da lareira também contribui para o cozedura lenta e contínua dos enchidos, ao mesmo tempo que lhes dá cor”, explicou.
O tempo de cura varia consoante o tipo de enchido.
“Enquanto, as alheiras demoram apenas três a quatro dias a ficar curadas. As chouriças e os salpicões demoram um mês a ficar comestíveis”, explicou.
Se antigamente, o fumeiro era muito importante dada a necessidade de conservar a carne por longos períodos de tempo. Hoje, esta tradição familiar está em risco de desaparecer, porque “o processo de criação, alimentação, matança do porco e o fabrico do fumeiro dá muito trabalho.
A investigadora Patrícia Cordeiro, também esteve presente em casa de Isidro e Helena Galego, no passado dia 15 de janeiro, aquando da matança do porco, para fazer uma recolha de receituário tradicional de Trás-os-Montes.
A investigadora disse que a recolha faz parte do programa Gastronomia TMAD – “Saber e sabores de Trás-os-Montes e Alto Douro” (Sabre (gastronomiatmad.pt)), cujo objetivo é o de apresentar uma candidatura desta prática alimentar, à Lista de Boas Práticas do Património Cultural Imaterial da UNESCO.
“Atualmente, apesar do fumeiro ser muito conhecido e de ser uma mais valia económica para a região de Trás-os-Montes, esta prática em contexto familiar é muito rara. Hoje em dia, o nosso estilo de vida é diferente e já não há tempo para criar um porco durante o ano, para realizar o abate e para confeccionar o fumeiro. Mas esta prática é património imaterial e por isso, é importante preservá-la e mantê-la”, disse.
Miranda do Douro: Estão abertas as candidaturas para o Orçamento Participativo Jovem 2022
O município de Miranda do Douro está a promover candidaturas ao novo ciclo de Orçamento Participativo Jovem (OPJ) 2022, com vista à submissão a concurso de projetos inovadores com interesse local, foi divulgado.
De acordo com o município de Miranda do Douro, até ao dia 31 de março, poderão ser submetidas as candidaturas ao novo ciclo do OPJ /2022.
“Trata-se de uma iniciativa do pelouro de juventude do Município de Miranda do Douro, dinamizada em parceria com o Conselho Municipal de Juventude e que é dirigida aos jovens do concelho, com vista a desafiá-los a submeterem a concurso projetos inovadores com interesse local, depois de devidamente idealizados e estruturados”, indica a mesma nota.
São elegíveis a concurso candidaturas de jovens com idade entre os 14 e os 35 anos, residentes, estudantes ou trabalhadores no concelho.
O projeto pode ser de autoria individual ou coletiva, sendo que cada jovem só pode apresentar uma candidatura com um valor de investimento até 10 mil euros.
Para se inscrever e consultar o regulamento aceda à seguinte ligação:
Entrevista: «Pretendo que a câmara municipal tenha sempre a porta aberta para as pessoas» – Helena Barril
Após cumprir os primeiros 100 dias à frente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, falou das prioridades de governação do novo executivo social-democrata, com destaque para as áreas económica, a cultura, o turismo, sem nunca esquecer a atenção às pessoas.
Helena Barril assumiu a presidência da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a 18 de outubro de 2021.
Terra de Miranda – Notícias: Após a tomada de posse em de outubro de 2021, como está a decorrer o processo de governação do município de Miranda do Douro?
Helena Barril: Continuamos a trabalhar com entusiasmo e muita vontade de conhecer o modo de funcionamento da autarquia e da sua estrutura interna. Tem sido uma constante descoberta, sobretudo para mim e para o vereador, Vitor Bernardo. Já o Nuno Rodrigues, vice-presidente, tem a vantagem de ter sido vereador da oposição ao longo de oito anos, o que lhe confere um maior conhecimento sobre o modo como funciona uma autarquia.
T.M.N:: Como se governa uma autarquia? Como é o seu dia-a-dia?
H.B.: A governação de uma autarquia exige uma grande dedicação. Muitas vezes inicio o trabalho às 8h30 da manhã e as tarefas vão desde a leitura de documentos, a assinatura de contratos e sobretudo a resposta às muitas solicitações que as pessoas me vão fazendo. Muitas vezes vêm para me cumprimentar. Outras, para me chamar à atenção para determinados problemas. Eu tento sempre encaminhar para o sítio certo ou chamo os técnicos para, em conjunto, ouvirmos as pessoas e tentarmos encontrar soluções. A este propósito pretendo que a câmara municipal tenha sempre a porta aberta para as pessoas.
Pretendo que a câmara municipal tenha sempre a porta aberta para as pessoas.
T.M.N.: Nesta sua equipa executiva, como estão distribuídos os pelouros?
H.B.: Estamos bem concertados e temos as tarefas bem repartidas. Eu assumi, entre outros, os pelouros da saúde, da cultura, da língua mirandesa e do turismo. O Nuno Rodrigues, vice-presidente, tem a responsabilidade de áreas como a educação, a ação Social, o desporto, a juventude, a agricultura e o desenvolvimento rural. E o Vitor Bernardo é responsável pelos pelouros das obras, dos espaços públicos, da unidade municipal de apoio jurídico, do património, entre outros.
T.M.N.: O primeiro orçamento municipal desenhado pelo novo executivo assume como prioridades a implementação do seguro municipal de Saúde, a construção do matadouro municipal e de uma zona industrial. Estas são as prioridades para este primeiro mandato?
H.B.: As nossas prioridades de ação são aquelas que foram aprovadas pelos mirandeses e mirandesas, nas eleições autárquicas, de 26 de setembro de 2021. Por isso, a construção do novo matadouro é mesmo uma prioridade para este executivo. Neste sentido, já foram realizadas reuniões para adaptar o projeto existente, ao terreno onde vai ser construído o matadouro intermunicipal, em Sendim. É urgente deslocalizar o matadouro do lugar onde se encontra atualmente, para proceder à recuperação ambiental do rio Fresno e criar aí uma grande zona de lazer.
T.M.N.: O novo matadouro será intermunicipal?
H.B.: Já temos a completa concordância do município de Vimioso. E estou em crer que o autarca de Mogadouro também virá ao encontro do compromisso assinado anteriormente.
Já foram realizadas reuniões para adaptar o projeto existente, ao terreno onde vai ser construído o matadouro intermunicipal, em Sendim.
T.M.N: E a zona industrial?
H.B.: O projeto da zona industrial de Duas Igrejas já tem uma candidatura aprovada. Por isso, assim que os procedimentos o permitam, vamos avançar para a construção da zona industrial, pois não queremos perder o financiamento.
T.M.N.: Relativamente ao Seguro Municipal de Saúde, quando pretendem implementar esta medida no concelho de Miranda do Douro?
H.B.: Dado que a saúde é um bem de primeira necessidade, o nosso propósito é concretizar esta medida assim que for possível. Recordo que o seguro municipal de saúde visa ser um complemento ao serviço nacional de saúde (SNS), pois no nosso concelho e no distrito, estamos muito necessitados de melhores serviços de saúde. Por isso, estamos a trabalhar para que no segundo semestre deste ano 2022, o seguro municipal de saúde seja uma realidade no concelho de Miranda do Douro.
Estamos a trabalhar para que no segundo semestre deste ano 2022, o seguro municipal de saúde seja uma realidade no concelho de Miranda do Douro.
T.M.N.: Como está a decorrer a colaboração com os vereadores da oposição e todos presidentes das freguesias do concelho de Miranda do Douro?
H.B.: Estamos todos empenhados em trabalhar em prol do concelho de Miranda do Douro. Sobre esta colaboração tenho recebido o reconhecimento dos vereadores da oposição, que por sua vez, também têm demonstrado muito empenho e colaboração com o atual executivo.
A economia local
T.M.N.: Que atividades económicas têm maior importância na cidade de Miranda do Douro?
H.B.: Na cidade de Miranda do Douro os setores de atividade mas proeminentes são o comércio, a restauração e a hotelaria. Para dinamizar estes setores, à autarquia compete criar eventos que atraiam a vinda de visitantes. Para o final de 2021, estávamos a preparar vários eventos, como o festival Geadas, a Queima do Ano Velho e uma série de concertos que tivemos que suspender por causa do agravamento da pandemia. Outro evento que também não vamos poder realizar é a Feira dos Sabores Mirandeses, agendado para fevereiro. Se a situação epidemiológica o permitir, gostaríamos de retomar os eventos, com a Festa da Bola Doce, em Abril.
Se a situação epidemiológica o permitir, gostaríamos de retomar os eventos, com a Festa da Bola Doce, em Abril.
T.M.N.: Na agropecuária pretendem modernizar as cooperativas do concelho?
H.B.: Sim, pretendemos modernizar a cooperativa Ribadouro, em Sendim e a cooperativa agrícola de Palaçoulo, C.R.L.. Com esse objetivo já realizámos as reuniões e agora estamos na fase da execução dos projetos.
A cultura
T.M.N.: Miranda do Douro é conhecida dentro e fora de portas sobretudo pela sua identidade cultural. Pretendem continuar a promover a identidade cultural da Terra de Miranda?
H. B.: Sim, todas as manifestações culturais que contribuam para afirmar a nossa identidade diferenciadora têm que ser acarinhadas e tratadas com todo o respeito. Refiro-me em concreto à música tradicional, à língua, à literatura, aos pauliteiros, ao artesanato, às raças autóctones e à gastronomia.
T.M.N: Muito deste trabalho de promoção da cultura mirandesa é feito pelas várias associações culturais do concelho de Miranda do Douro. Que tipo de colaboração pretende implementar entre as associações culturais e o município?
H.B.: O município vai apoiar todas as associações do concelho de Miranda do Douro. O nosso propósito é estabelecer protocolos com todas as associações e apoiar sempre que nos for possível. Entretanto, lembro que as próprias associações do concelho têm mecanismos e iniciativas que lhes permitem criar alguma autonomia e independência financeira. Dou o exemplo das associações de Pauliteiros que encontram, autonomamente, formas de participar em atuações e espetáculos, por todo o país e no estrangeiro.
T.M.N.: O novo executivo vai avançar com a candidatura dos Pauliteiros de Miranda a património imaterial da UNESCO?
H.B.: Sim vamos avançar com a candidatura dos pauliteiros a património cultural imaterial da Humanidade. No entanto, estou muito desiludida com aquilo que se apregoou sobre esta candidatura e afinal não se fez. A candidatura à UNESCO está ainda numa fase primária. Ou seja, primeiro há que elaborar a estrutura da candidatura para a inscrição como património cultural imaterial de Portugal. E só depois, é que se poderá avançar para a candidatura a património cultural imaterial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
T.M.N.: A cidade de Miranda do Douro não tem um espaço cultural onde os vários grupos e associações do concelho possam atuar para a população local e para os turistas e visitantes, Há esse sonho de construir um espaço cultural onde seja possível oferecer uma programação cultural para todo o ano?
H.B.: Sim, é verdade que a inexistência de um centro cultural é uma lacuna para a cidade e o concelho de Miranda do Douro. De momento, o espaço que temos disponível é o mini-auditório, assim como a realização de eventos ao ar livre, quando o tempo meteorológico o permite. Por isso, neste mandato gostava de lançar as bases do projeto para construir um centro cultural. Esse espaço será destinado às atuações de todas as associações e agentes culturais do concelho, mas também à vinda de outros artistas e grupos nacionais e estrangeiros. Outra finalidade do centro cultural é o estabelecer um protocolo de colaboração com o Teatro Municipal de Bragança e trazer a Miranda do Douro, sempre que possível, alguns dos artistas que lá atuam.
Neste mandato gostava de lançar as bases do projeto para construir um centro cultural.
O turismo
T.M.N.: Na relação com a vizinha Espanha, a que se deve o gosto dos espanhóis pela visita regular a Miranda do Douro? Como pretendem continuar a dinamizar este intercâmbio e cooperação transfronteiriça?
H.B.: Desde logo, a proximidade territorial com Espanha favorece a vinda de espanhóis a Miranda do Douro. Sempre foi assim e há-de continuar a ser. Ainda que de momento, com a pandemia se verifique um decréscimo da afluência de visitantes. Culturalmente, os espanhóis são um povo alegre, que gosta de sair e de vir a Miranda do Douro fazer compras no comércio local ou simplesmente vir almoçar ou jantar nos nossos restaurantes. Por essa razão, a autarquia, em colaboração com a restauração, a hotelaria e o comércio local, organiza regularmente eventos, como será em março, o festival do Bacalhau, para incentivar ainda mais a vinda dos vizinhos espanhóis à nossa cidade.
Culturalmente, os espanhóis são um povo alegre que gosta de sair e de vir a Miranda do Douro fazer compras no comércio local ou simplesmente vir almoçar ou jantar nos nossos restaurantes .
T.M.N.: Como dão a conhecer estes eventos aos espanhóis?
H.B.: As campanhas de divulgação são dinamizadas em colaboração com a Associação Comercial e Industrial do Concelho de Miranda do Douro (ACIMD). Depois de feita a divulgação, a nossa mais-valia é mesmo, o acolhimento que fazemos aos visitantes espanhóis, a par da aposta na gastronomia e da realização de eventos culturais. Para promover a cooperação transfronteiriça é nossa intenção estreitar as relações de cooperação com as instituições e associações espanholas.
A educação
T.M.N.: No passado, a existência de um pólo universitário em Miranda do Douro trouxe mais dinamismo à cidade. Atualmente, essa pretensão está fora de alcance da autarquia?
H.B.: A 12 de janeiro realizou-se em Miranda do Douro uma reunião da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), na qual participou também o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Nesta ocasião, o reitor da UTAD comunicou-nos a possibilidade de voltarmos a ter cursos de pós-graduação e de formação. A existir uma nova oferta universitária na cidade terá que ser neste formato.
O reitor da UTAD comunicou-nos a possibilidade de voltarmos a ter cursos de pós-graduação e de formação.
O MCTM
T.M.N.: Em 2020, foi constituído o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) para lutar contra a alegada injustiça fiscal, decorrente da venda da concessão das barragens do Douro internacional. Até ao momento, o que é que se ganhou com esta reivindicação?
H.B.: O Movimento Cultural da Terra de Miranda tem o grande mérito de trazer o assunto da venda da concessão das barragens para o debate público. Graças ao incansável trabalho dos membros deste movimento cívico, quer através de entrevistas, de artigos de opinião e das visitas ao Presidente da República e à Assembleia da República, a denúncia do MCTM foi escutada e atendida. Se até ao momento ainda não foram pagos os impostos devidos nesse negócio da venda da concessão das barragens, da EDP para a Engie, isso deve-se à inoperância do atual governo e em particular da Autoridade Tributária (AT). Não obstante a demora, o MCTM continua ativo e em conjunto com as autarquias desta região, vamos continuar a chamar a atenção do país para o paradoxo desta situação: numa das regiões mais abandonadas do país produz-se uma grande riqueza, em energia elétrica, sem qualquer benefício para a população local.
Numa das regiões mais abandonadas do país produz-se uma grande riqueza, em energia elétrica, sem qualquer benefício para a população local.
Perfil:
Helena Barril nasceu a 28 de agosto de 1970, em Miranda do Douro.
Licenciou-se em Direito, com especialização em Ciências Jurídico-Políticas, pela Universidade Lusíada, em Lisboa.
Em 2000, iniciou a carreira no Serviço de Finanças de Miranda do Douro, cargo que desempenhou ao longo de 21 anos.
Após os resultados das eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021, nos quais a coligação “Tempo de Acreditar” foi a mais votada (54,15%), Helena Barril assumiu a presidência da Câmara Municipal de Miranda do Douro, a 18 de outubro de 2021.
Política: V Congresso da Juventude Social Democrata (JSD) realizou-se em Vimioso
No dia 15 de janeiro estiveram reunidos em Vimoso, os jovens presidentes das comissões políticas concelhias da JSD do distrito Bragança e os respetivos delegados, para eleger o presidente da distrital da juventude social-democrata (JSD), o novo plenário e a comissão política distrital.
O V Congresso do JSD realizou-se no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, e contou com a participação do deputado, Adão Silva e do presidente da Distrital do PSD, Jorge Fidalgo.
Nas suas intervenções, os dirigentes sociais democratas alertaram os jovens para o negócio da venda da concessão das barragens no rio Douro e animaram-nos a lutar pelo pagamento dos impostos devidos à região.
Outro tema abordado por Adão Silva e Jorge Fidalgo foi a coesão territorial que o Estado não tem sido capaz de assegurar. Os dirigentes sociais democratas lembraram as recentes afirmações da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que disse que o atual governo é dos mais centralistas de sempre.
Jorge Fidalgo, enfatizou ainda a necessidade da região ser apetrechada com redes de comunicações móveis de qualidade, pois só assim será possível proporcionar condições para que as empresas possam instalar-se no interior do país.
Outro dos participantes no V Congresso distrital da JSD, em Vimioso, foi Pedro Velho, na qualidade de presidente da comissão política concelhia da JSD de Miranda do Douro, cargo que ocupa desde maio de 2021, após a filiação no PSD, em 2018.
O jovem dirigente social-democrata tem 24 anos e é estudante de Doutoramento na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
No V Congresso da JSD do distrito de Bragança, foi um dos 12 presidentes das comissões políticas concelhias com assento para as eleições do presidente da distrital, tendo sido reconduzido no cargo, Carlos Rodrigues.
Para além da reeleição do presidente da distrital da JSD, no V Congresso da juventude social-democrata foi ainda elegido o novo plenário e a nova comissão política distrital.
Quando questionado sobre o que motiva os jovens a participar num partido político, Pedro Velho respondeu que a motivação é desenvolver o sentido crítico e preparar-se para uma participação mais ativa na sociedade.
“A participação num partido político permite aos jovens debater e pensar criticamente as políticas e aprender como funcionam os vários órgãos públicos, locais e nacionais, como são a Assembleia Municipal, a Câmara Municipal, a Assembleia da República, etc.”, disse.
Como exemplo, Pedro Velho referiu-se às recentes eleições autárquicas, em Miranda do Douro, onde a coligação “Tempo de Acreditar’ nomeou vários jovens nas suas listas, quer para a Assembleia Municipal, quer para as Juntas de Freguesias e também para a Câmara Municipal.
“Os jovens só conhecem verdadeiramente o funcionamento das instituições políticas se lhes for dada oportunidade de participar”, justificou.
O jovem dirigente acrescentou que a participação dos jovens nos órgãos políticos é também um fator de motivação para que outros queiram, pelo menos, estar mais informados e saber o que acontece nessas instâncias.
Do trabalho entre os jovens e os adultos, Pedro Velho disse que todos ganham com esta sinergia.
“Os jovens oferecem o entusiasmo e a disponibilidade para inovar, isto é, para fazer diferente. Por sua vez, os adultos, pela sua experiência têm maior conhecimento e sabedoria. E se juntarmos estes dois saberes todos ganhamos”, disse.
Relativamente, às atividades desenvolvidas pela Juventude Social-Democrata no concelho de Miranda do Douro, Pedro Velho indicou que, em 2021, alertaram por exemplo, para o aumento do preço do bilhete dos autocarros ou a subida de preço da água no município.
“Enquanto os partidos aguardam pela altura certa para comunicar, a juventude é mais reativa e espontânea na comunicação”, disse.
Ao recordar o que o levou a filiar-se num partido político, Pedro Velho, respondeu que foi “um descontentamento” com o estado das coisas, no âmbito nacional e local.
“Achei que era importante expressar o meu descontentamento. E como a JSD, em Miranda do Douro, estava inativa há quatro anos, aceitei o desafio de criar uma lista e fomos eleitos”, recordou.
Relativamente ao papel que a JSD vai desempenhar na atual campanha para as eleições legislativas de 30 de janeiro, Pedro Velho, indicou que a principal missão da JSD é transmitir aos jovens a informação sobre o programa político do PSD.
“A nossa missão é informar as pessoas. E se informarmos com clareza, certamente que conseguiremos convencer as pessoas a aderir às nossas propostas políticas”, concluiu.
Sendim: Tradição do “concelho” continua a promover a comunicação com a população
No final da missa de Domingo, dia 16 de janeiro, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, voltou a cumprir a tradição de falar aos sendineses sobre vários assuntos de interesse local, como a situação pandémica na vila ou a realização do sorteio para as Festas de Santa Bárbara.
O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, na sua comunicação à população.
Após participar na Eucaristia Dominical, Luís Santiago dirigiu-se para o cruzeiro, situado no adro da igreja matriz, em Sendim, para falar à população.
O atual presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor informou que, no passado, esta tradição do “concelho” era desempenhada pelo regedor, a antiga autoridade administrativa de uma freguesia, extinta após o 25 de abril de 1974.
“Outrora como hoje, o chamado ‘concelho’ tem por finalidade falar à população e prestar-lhes informações sobre o governo da vila e outros assuntos de interesse local”, explicou.
Na sua comunicação realizada, no passado Domingo, dia 16 janeiro, o jovem autarca começou por referir-se à situação epidemiológica na vila de Sendim.
“A União de Freguesias estabeleceu uma parceria com o laboratório local para realizar testes gratuitos à população. Tivémos alguns casos de infeção, mas agora, felizmente, a situação está melhor”, disse.
Outra forma de comunicar com a população é realizada através da página da União de Freguesias na internet jf-sendimeatenor.pt e também através da rede social facebook.
Se a utilidade das novas tecnologias é indiscutível, Luís Santiago é um acérrimo defensor do “concelho”. Na opinião do jovem autarca, a tradição deve manter-se para comunicar sobretudo com as pessoas mais idosas, que não têm “tanto à vontade” e conhecimento na utilização das novas tecnologias de informação e comunicação.
Segundo o presidente da União de Freguesias de Sendim e de Atenor, a comunicação presencial do “concelho” promove uma maior proximidade entre as pessoas.
“É sobretudo através do contato pessoal que a maioria das pessoas nos comunica os pequenos problemas do dia-a-dia. Coisas tão simples, como o perder umas tesouras de poda ou não saber de quem era uma campa no cemitério. Estes assuntos são-me comunicados para que eu fale disso no “concelho” e é assim que, habitualmente, os problemas são resolvidos”, disse.
No decorrer do “Concelho” de 16 de janeiro, para além prestar informações sobre as ações que a União de Freguesias está a realizar em Sendim, Luís Santiago deu início ao sorteio dos prémios da Comissão de Santa Bárbara, cuja festa se realiza no mês de agosto.
“O sorteio é uma das atividades para angariar dinheiro para as festas de verão”, explicou.
As rifas do sorteio começaram a ser vendidas na Feira dos Gorazes de Sendim, no passado dia 30 de outubro. O primeiro prémio do sorteio foi um trator de lenha, que foi atribuído a uma família de Sendim, para alegria da população local.
O sorteio dos prémios para a Festa de Santa Bárbara.
Política: Autarcas transmontanos reuniram-se em Miranda do Douro
Miranda do Douro foi o local escolhido para a realização da reunião do conselho executivo da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM- TT) e também para as eleições da nova mesa da assembleia intermunicipal e do secretário executivo desta comunidade de nove municípios.
Segundo o presidente da CIM- TT, o autarca de Vimioso, Jorge Fidalgo, as reuniões de trabalho do conselho executivo intermunicipal são rotativas, pelo território dos nove municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais
Assim, na reunião do conselho executivo intermunicipal, realizada em Miranda do Douro, na manhã de 12 de janeiro, os autarcas transmontanos abordaram assuntos de interesse geral para os nove concelhos, tais como as políticas públicas comuns, futuros contratos, a cobertura de redes públicas de comunicações móveis e outros temas de pertinência regional.
À tarde, aos presidentes dos municípios juntaram-se os deputados intermunicipais (dois representantes por município) para realizar a primeira assembleia intermunicipal, após a eleição da nova presidência da organização intermunicipal, agora presidida por Jorge Fidalgo.
Nesta primeira sessão realizou-se a eleição da mesa da assembleia intermunicipal, para o quadriénio 2021-2025, tendo sido eleita como presidente, Cristina Ribeiro; vice-presidente, Fernando Vaz das Neves; e secretário, José António Ferreira.
Numa eleição em que participaram 21 dos 24 deputados intermunicipais (registaram-se três ausências), a lista única apresentada recebeu 19 votos a favor e dois votos brancos.
Após a eleição, a presidente da mesa da assembleia intermunicipal, Cristina Ribeiro disse que “vai dar o seu melhor à causa pública”.
À recém-eleita mesa da assembleia intermunicipal, juntou-se depois o presidente do conselho executivo da Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, que comunicou aos deputados municipais os assuntos mais prementes para os nove municípios, como é o caso da necessidade de cobertura das comunicações de rede móvel na região.
“Há 30 anos havia a necessidade das estradas. Hoje, a urgência são as redes de comunicações móveis, tão imprescindíveis no dia-a-dia, quer no âmbito pessoal como profissional”, disse.
Referindo-se aos projetos intermunicipais, o presidente da CIM-TT, adiantou que de momento não há novos investimentos e vão sim concluir os projetos e iniciativas em curso, como os programas de combate ao insucesso escolar, a smart region, os transportes públicos, etc.
Na reunião da assembleia intermunicipal, procedeu-se ainda à eleição do secretariado executivo intermunicipal, tendo sido reconduzido no cargo de 1º secretário, Rui Caseiro.
O secretário executivo da CIM-TT disse que pretende continuar a “defender a região e criar melhores condições para o futuro”.
No final da reunião de trabalho, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, mostrou-se agradada com a presença dos autarcas transmontanos na sua cidade e disse que este trabalho conjunto entre os municípios é muito importante.
“Quando os municípios trabalham juntos e a uma só voz, são ouvidos com mais atenção e respeito”, disse.
No final do dia de trabalho, Helena Barril, seguiu o protocolo habitual da CIM-TT e presenteou os seus homólogos presidentes de câmara, com um cabaz de produtos caraterítisticos de Miranda do Douro, um saco de burel com a Bola Doce Mirandesa, os Roscos, a agenda cultural 2022, uma garrafa de vinho da adega cooperativa Ribadouro, uma faca do artesanato local e um sabonete de leite de burra.
Igreja: Dom José Cordeiro leva Miranda do Douro no coração
Dom José Cordeiro presidiu no Domingo, dia 2 de janeiro, na concatedral de Miranda do Douro, à celebração da solenidade da Epifania do Senhor e o município agraciou-o com a Chave da Cidade, em sinal de gratidão e reconhecimento pelos 10 anos ao serviço da diocese de Bragança-Miranda.
Na chegada a Miranda do Douro, Dom José Cordeiro foi recebido no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro, onde a presidente Helena Barril e a sua equipa executiva, entregaram ao futuro Arcebispo de Braga, a Chave da Cidade de Miranda do Douro, endereçando votos de muito sucesso na sua nova missão.
Após 10 anos como bispo da diocese de Bragança- Miranda, Dom José Cordeiro disse que a oferta da Chave da Cidade é um “gesto marcante e comovente, o que faz com que leve Miranda do Douro no seu coração”.
Recorde-se que D. José Cordeiro foi nomeado pelo Papa Francisco, arcebispo de Braga, ministério episcopal que vai iniciar a 13 de fevereiro próximo.
Na Missa de despedida celebrada na concatedral de Miranda do Douro, acompanhado pelo pároco, o padre Manuel Marques, pela presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril e o executivo e por fiéis de toda a unidade pastoral de Santa Maria Maior, Dom José Cordeiro referiu-se ao Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja, que está em construção em Palaçoulo.
“Nesta manhã, ao celebrar a Eucaristia no mosteiro, às 8h30, havia tantas pessoas para saborear aquela paz, a harmonia e alegria das monjas trapistas. É uma pequena semente, mas que já faz tanto bem!”, disse.
Na sua homília sobre as leituras da solenidade da Epifania do Senhor, D. José Cordeiro disse que celebrar a epifania é celebrar a revelação de Deus a todos os povos.
“Os magos significam aqueles que andam à busca de Deus, à procura do bem comum, da dignidade humana, da justiça e da paz. Sejamos nós também buscadores de Deus”, exortou.
Na sua interpretação ao Evangelho, Dom José Cordeiro, sublinhou que após o encontro com o Menino Jesus “os magos regressaram à sua terra por outro caminho”.
Para o prelado, isto siginifica que “quem se encontra com Jesus é transformado”.
“Queiramos também nós ser transformados, ser originais e não cópias de ninguém”, animou.
Para que isso aconteça, o bispo exortou os fiéis, presentes na Concatedral de Miranda do Douro, a colocar-se ao serviço do bem-comum.
“Que saibamos oferecer a inteligência, a vontade, a liberdade, enfim os dons que recebemos de Deus ao serviço uns dos outros”, disse.
No final da sua homília, Dom José Cordeiro disse que Deus se revela de muitas maneiras e por vezes das mais improváveis, como na simplicidade de um presépio, mas também na beleza e na arte.
“Que a nossa vida seja uma obra de arte!”, desafiou.
No final da Eucaristia e quando questionado sobre quem virá substituí-lo no governo da diocese de Bragança.-Miranda, Dom José Cordeiro começou por agradecer os 10 anos vividos na diocese de Bragança-Miranda e de modo especial às pessoas da Terra de Miranda. Sobre o futuro bispo da diocese, Dom José Cordeiro, exortou à oração.
“Vamos rezar juntos para que, em breve, possamos ter um novo bispo para a nossa diocese. Não podemos esquecer as raízes. Nós vivemos das raízes e é isso que nos dá o sentido da esperança e da vida”, disse.
Dom José Cordeiro presidiu à solenidade da Epifania do Senhor, na Concatedral de Miranda do Douro.
Cultura: Órgão e gaita de foles animam concerto de Ano Novo
A Concatedral de Miranda do Douro vai ser o palco de um concerto de Ano Novo, interpretado por Rui Valdemar e com a participação especial de Paulo Meirinhos, numa junção invulgar do órgão sinfónico com a gaita-de-foles mirandesa.
O concerto de Ano Novo está agendado para 1 de janeiro, às 16h00 e é uma iniciativa do município de Miranda do Douro, que conta com a colaboração do Museu da Terra de Miranda e da diocese.
Sobre o concerto de Ano Novo, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, referindo-se em primeiro lugar à gravidade da situação pandémica que se está a viver, disse que o concerto tem por objetivo “minimizar o impacto da pandemia na vida das pessoas”.
Para o novo ano, a autarca de Miranda do Douro espera que, se a situação sanitária o permitir, este evento cultural “seja o primeiro de muitos”.
Por sua vez, a diretora do Museu da Terra de Miranda (MTM), Celina Pinto, disse que no mês de dezembro já é tradição realizar vários concertos na Concatedral de Miranda do Douro. Relativamente ao concerto de Ano Novo, a diretora do MTM disse que é uma novidade.
“É a primeira vez que se vai realizar o concerto de Ano Novo e tem como objetivo iniciar o ano da melhor forma”, disse.
Sobre os propósitos para o novo ano, Celina Pinto, adiantou o Museu da Terra de Miranda vai iniciar vários projetos.
“Há projetos ambiciosos para o futuro, quer no Museu da Terra de Miranda quer na Concatedral. No próximo ano vamos iniciar a obra de ampliação e remodelação do museu. E na Concatedral pretendemos que o espaço das duas torres seja acesível aos visitantes”, adiantou.
O concerto de amanhã, dia 1 de janeiro de 2022, vai ser interpretado por Rui Valdemar, mestre capela na Igreja de São Roque, em Lisboa.
Rui Valdemar convidou o músico Paulo Meirinhos para o acompanhar no concerto de Ano Novo.
Sobre este convite, Paulo Meirinhos disse vai acompanhar o órgão sinfónico da concatedral com a gaita-de-foles.
“Historicamente, na nossa região não é muito normal ver a junção entre o orgão sinfónico e a gaita-de-foles, dado que a gaita-de-foles não era muito bem-vinda nas cerimónias religiosas”, disse.
Contudo, o músico referiu que noutras regiões “a junção do orgão sinfónico e da gaita-de-foles não é assim tão inusitada”.
Para Paulo Meirinhos, a participação da gaita-de-foles no concerto de Ano Novo é uma oportunidade para destacar e valorizar este instrumento musical tão caraterístico da Terra de Miranda.
Sobre a sua atuação ao lado de Rui Valdemar, o músico dos Galandum Gaundaina adiantou que vai tocar algumas músicas desta época natalícia e uma música tradiconal mirandesa.
Para quem pretenda assistir ao concerto de Ano Novo, a organização do evento informa que a atual situação pandémica exige a apresentação de teste negativo, à entrada da Concatedral.
Voleibol: Miranda do Douro foi o centro de estágio das seleções de Portugal e de Espanha
Miranda do Douro acolheu entre os dias 26 a 30 de dezembro de 2021, o estágio bilateral das seleções sub-18 de voleibol, de Portugal e de Espanha, sendo que o renovado pavilhão multiusos foi o centro de treinos e jogos das duas seleções.
O estágio realizado em Miranda do Douro teve como objetivo preparar as seleções de Portugal e de Espanha, para a primeira fase de Qualificação do Campeonato da Europa de Sub-18 Masculinos.
O primeiro jogo deste estágio ibérico realizou-se no dia 27 de dezembro e terminou com vitória portuguesa por 3-1.
No segundo jogo, realizado no dia seguinte, após estar a ganhar por 2-0, Portugal foi derrotado por 2-3.
E no terceiro e último jogo do estágio, realizado a 29 de dezembro, no pavilhão multiusos de Miranda do Douro, a seleção Nacional de Sub-18 masculinos, orientada por Nuno Pereira, recuperou de uma desvantagem de 0-2 para vencer por 3-2 finais (25-27, 19-25, 25-18, 27-25 e 15-12).
Estes três jogos serviram de preparação para o Torneio WEVZA, a 1ª Fase de Qualificação para o Campeonato da Europa de sub-18 masculinos, que se vai realizar em Itália e onde os jogadores portugueses vão defrontar a Bélgica, a França e a Espanha.
Sobre o trabalho desenvolvido em Miranda do Douro, Nuno Pereira, treinador das seleções jovens de voleibol, disse que a maioria dos elementos da seleção portuguesa nunca tinha estado em Miranda do Douro.
“Fomos bem acolhidos e deram-nos todas as condições para desenvolver bem o nosso trabalho, com vista à fase de qualificação para o Europeu”, disse.
O treinador nacional agradeceu ao município de Miranda do Douro e adiantou a disponibilidade da seleção para regressar mais vezes à região, dada que a federação portuguesa de voleibol, cuja sede é no Porto, dá muita importância à realização de mini estágios e competições em todo o país, com o intuito de divulgar a modalidade.
Relativamente às expetativas para o Torneio WEVZA, a 1ª Fase de Qualificação para o Campeonato da Europa de sub-18 masculinos, o treinador português mostrou-se otimista.
Por sua vez, o treinador espanhol de voleibol, José Luís, começou por explicar a razão da vinda para Miranda do Douro.
“Ambas as seleções, portuguesa e espanhola, precisavam realizar jogos amigáveis de preparação para a fase de qualificação para o europeu. E entre as federações chegou-se a este entendimento de realizar este estágio, em Miranda do Douro”, disse.
Sobre a estadia, o selecionador espanhol elogiou a gastronomia, as condições de treino e a beleza da cidade.
“Sim, a comida é muito boa. O pavilhão é fantástico. Não conhecia Miranda do Douro e estou muito surpreendido, é uma cidade muito agradável”, disse.
A Miranda do Douro também veio o selecionador português de séniores, João José, que corroborou da opinião de que é sempre importante ter a possibilidade de jogar com outras seleções, principalmente antes de uma competição importante como a que se vai iniciar a 5 de janeiro.
A propósito da escolha de Miranda do Douro para o local do estágio, o selecionador nacional explicou que tudo aconteceu através de um contato entre a Federação Portuguesa de Voleibol e a Câmara Municipal e houve interesse de ambas as partes para a realização do estágio em Miranda do Douro.
Referindo-se à vantagem de deslocalizar os estágios de modo a promover o voleibol junto das populações, o selecionado nacional acrescentou que estes pequenos estágios noutras localidades são benéficos também para os atletas, para que possam conhecer outras regiões do país.
Do lado da Câmara Municipal de Miranda do Douro, o vice-presidente, Nuno Rodrigues, indicou que a realização do estágio de voleibol em Miranda do Douro, deveu-se às boas relações e à colaboração entre a federação portuguesa de voleibol e a Câmara Municipal.
De acordo com o vice-presidente da autarquia, a estadia das seleções portuguesa e espanhola em Miranda do Douro, não implicou encargos financeiros.
“Os nossos encargos foram apenas proporcionar o alojamento, o transporte e a cedência do pavilhão multiusos de Miranda do Douro”, indicou.
Questionado se o estágio de voleibol ibérico pode ser a abertura de um novo caminho de cooperação transfronteiriça no âmbito do desporto, Nuno Rodrigues respondeu afirmativamente.
“Sim, o estágio das seleções de voleibol de Portugal e de Espanha foi a primeira de várias iniciativas que pretendemos realizar em Miranda do Douro”, adiantou.
Sobre a novidade de utilização para fins desportivos do pavilhão multiusos de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, indicou que, com a instalação do novo piso para a prática desportiva, da nova iluminação e a montagem de bancadas para o público, a autarquia gastou cerca de 50 mil euros.
“A partir de agora, o pavilhão multiusos está ao dispor dos técnicos de desporto da autarquia, do Grupo Desportivo Mirandês, dos alunos do agrupamento de escolas e de todas as associações do concelho que pretendam utilizá-lo. Foi para isso que o multiusos foi feito e não para estar fechado”, disse.
Por sua vez, Francisco Parreira, presidente da freguesia de Miranda do Douro, mostrou-se radiante com a presença das seleções jovens de Portugal e de Espanha.
“Estou muito satisfeito com a realização deste estágio de voleibol em Miranda do Douro. E não vamos ficar por aqui. Em conjunto com a Câmara Municipal estamos a trabalhar para acolher e organizar outras provas desportivas, noutras modalidades, como é o caso da canoagem, pois queremos aproveitar este valioso recurso que é o rio Douro”, disse.
Francisco Parreira, que também é professor de Educação Física, congratulou-se ainda com a abertura do pavilhão multiusos de Miranda do Douro à população e referiu que este novo espaço vai potenciar a prática desportiva na cidade e no concelho de Miranda do Douro.
“A atividade física é importantíssima para o desenvolvimento motor das crianças e também dos adultos. Por isso, um dos nossos propósitos é continuar a sensibilizar a população para a prática desportiva”, concluiu.