Miranda do Douro: Esculturas restauradas na Concatedral
O núcleo expositivo da Concatedral de Miranda do Douro, passou a contar com duas peças de arte sacra do século XVII que foram restauradas e que podem ser apreciadas pelo público.
“Este par de anjos, exemplares de finais do século XVII, em escultura de madeira dourada e policromada com decoração vegetalista e floral, vêm juntar-se ao espólio já existente no núcleo museológico da Concatedral de Miranda do Douro”, informou a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto.
A mostra patente no núcleo expositivo daquele templo reúne a parte mais significativa do espólio da antiga Sé Catedral de Miranda do Douro, incluindo o conjunto pictórico conhecido por “Calendário da Sé”, calendário flamengo, pintado por Pieter Balten (c.1527-1584).
“A exposição, além de cumprir o objetivo de salvaguarda, conservação e valorização do património, afirma a relevância, a vitalidade e o potencial cultural do que foi a Diocese de Miranda”, frisou Celina Pinto.
O espaço, que atualmente aloja a exposição de arte sacra, encontra-se instalado numa das antigas sacristias da antiga Sé de Miranda do Douro.
A antiga Sé de Miranda do Douro foi mandada construir pelo rei João III em 1552, tendo sido concluída na última década do século XVI.
O município de Mogadouro apresentou a primeira monografia do concelho, com um conteúdo que se situa entre a pré-história até atualidade.
“Esta obra [História do Concelho de Mogadouro – Monografia] é um legado imprescindível que permite descobrir as nossas origens, quem somos, os caminhos que percorremos, como nos fomos agregando, à totalidade do nosso país e do mundo, como fomos construindo a nossa identidade, desde os primórdios da existência de Mogadouro”, disse o presidente da câmara, António Pimentel.
O trabalho é da autoria de Raquel Patriarca, Flávio Miranda e Miguel Moreira que contou com o apoio científico de Conceição Meireles Pereira e Teresa Soeiro, ambas da Universidade do Porto (UP).
Esta trabalho está divido em seis capítulos, que ao longo de cerca de 500 páginas caracterizam a terra o nome, as gentes, o passando pela origem de Mogadouro, o concelho na idade média, época moderna, Mogadouro contemporâneo, terra de tradições e um retrato do presente.
De acordo com António Pimentel, este trabalho ficou concluído, mas esquecido, há mais de oito anos “e só agora viu a luz do dia”.
“Foram várias as razões que impediram a publicação desta obra, estando pronta a editar há cerca de oito anos e que o anterior executivo (PS), não andou com a iniciativa para a frente. Decidimos editar este trabalho porque reconhecemos a importância essencial que tem para os munícipes do nosso concelho”, vincou o autarca social-democrata.
Para o mentor desta monografia e antigo presidente da câmara de Mogadouro (PSD) António Moraes Machado, desta obra emerge uma riqueza arquitetónica religiosa, arqueológica, etnográfica e urbanística e o temperamento das gentes de Mogadouro.
Mogadouro: Nova plataforma para comercialização dos produtos locais
O município de Mogadouro e a Associação Comercial e Industrial, apostaram numa nova plataforma para comercialização dos produtos locais, com a marca “Origem: Mogadouro”, informou o presidente da câmara.
“Trata-se de uma parceria entre o município com a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro (ACISM), apesar das dificuldades em implementar este tipo de comércio digital, porque os produtores de início não se mostram recetivos a novas ideias. Contudo, temos um técnico no terreno a fazer contactos diretos e personalizados para promover a adesão à plataforma”, explicou à Lusa, António Pimentel.
De acordo com o autarca, com a adesão à plataforma digital “Origem: Mogadouro”, há um conjunto de vantagens para o escoamento e comercialização dos produtos do território e dos serviços existentes neste concelho do distrito de Bragança.
“O concelho de Mogadouro tem múltiplas atividades que cabem nesta plataforma e que vão desde a pesca à caça, passando pelo turismo natureza ou os produtos agrícolas e pecuários como ao azeite, vinho, amêndoa, mel, queijos, enchidos, entre outros produtos de origem regional e local”, vincou o autarca.
Segundo o autarca social-democrata, esta plataforma esta disponível para todos os associados da ACISM para assim rentabilizar os seus negócios.
O município alocou a este projeto um técnico em tempo parcial, que em conjunto com a ACISM vão construir esta nova plataforma digital.
António Pimentel disse ainda que Mogadouro já teve uma outra plataforma digital para promover comércio e indústria, “só que lhe faltou a devida assistência para introdução das novidades comerciais e indústrias, tidas como importantes para o desenvolvimento económico do concelho de Mogadouro”.
Este projeto teve um investimento de cerca de 80 mil euros que foi comparticipado por fundos do Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE) e foi apresentado no decurso da feira “Os Gorazes”.
Seca: Agricultores de Avelanoso e São Martinho preveem uma acentuada quebra na colheita de castanhas
Por causa da seca, nas aldeias de Avelanoso e São Martinho de Angueira, a apanha da castanha está muito atrasada, devido ao desenvolvimento tardio dos frutos, o que antecipa uma acentuada quebra na colheita de castanhas.
João Gonçalves é agricultor em Avelanoso, onde é proprietário de vários soutos de castanheiros. À semelhança do que acontece com a maioria dos produtores da região, a sua produção de castanha vai sofrer uma acentuada redução.
“Nesta altura do ano, muitos produtores já tinham iniciado a apanha da castanha, que se prolongava ao longo dos meses de outubro e novembro. Este ano, por causa da falta de chuva e da seca, o amadurecimento da castanha está tardio, o fruto ainda está pequeno e os ouriços ainda não abriram”, explicou.
O agricultor de Avelanoso prevê que a colheita de castanha seja um ¼ da sua habitual produção.
Para além da seca, a produção de castanha também é afetada pelas recorrentes doenças dos castanheiros, como são a “tinta” e o “cancro”, o que leva à morte de muitas árvores.
“O Instituto Politécnico de Bragança (IPB), através de investigações tem contribuído para o combate a estas doenças. No entanto, os tratamentos dos castanheiros são muito caros para os produtores”, informou.
De acordo com João Gonçalves, a produção de castanha, em Avelanoso, é vendida a intermediários, que por sua vez a comercializam para as grandes superfícies, como a fábrica Sortegel, em Bragança.
Sobre o preço da castanha, o produtor de Avelanoso adiantou que ainda não foi definido um valor.
“Este ano, como há menos quantidade é provável que seja mais cara. No ano passado, os produtores venderam o quilo de castanha a 1,40€ e 1,50€.”, informou.
“Estamos conscientes de que a produção deste ano vai ser fraca”, adiantaram.
Por causa da seca e do desenvolvimento tardio dos frutos, os produtores de São Martinho prevêm iniciar a apanha das castanhas, apenas no final do mês de outubro.
“Este ano, a apanha da castanha vai ser ainda mais custosa, dado que vamos ter que separar as castanhas em bom estado de comercialização, daquelas que não têm tamanho nem qualidade para serem comercializadas”, adiantaram.
Para compensar a quebra na produção de castanhas, os agricultores de São Martinho mostraram-se um pouco mais otimistas, com a produção de outros frutos secos, como a avelã.
Para muitas famílias de Avelanoso e São Martinho, a produção de castanha é uma fonte de rendimento suplementar. E a apanha é uma atividade sazonal, realizada em contexto familiar.
Em Avelanoso, no final do mês de outubro vai realizar-se a já tradicional Feira da Castanha, um certame anual que possibilita aos produtores locais a comercialização da sua colheita.
A Feira da Castanha de Avelanoso atrai milhares de visitantes, aos quais oferece várias atividades como uma montaria ao javali, um passeio todo-o-terreno, concertos musicais, lutas de touros, um magusto, entre outras atividades.
Miranda do Douro: Visita guiada, degustação e concerto na Concatedral
No próximo sábado, dia 15 de outubro, a Concatedral de Miranda do Douro vai ser o monumento em destaque do programa “Celebração do Património a Norte”, com a apresentação de uma visita guiada e interativa, seguida de uma prova gastronómica do cordeiro mirandês e um concerto musical de António Chaínho.
O objetivo deste programa idealizado pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), em parceria com as autarquias e as instituições eclesiásticas é divulgar o património do norte de Portugal e assim fomentar o interesse da população residente e a captação de novos públicos turístico-culturais.
Em Miranda do Douro, a programação contempla uma visita guiada e interativa à concatedral, com o propósito de saber mais sobre este monumento cuja construção se iniciou em 1552, por ordem do rei D. João III.
Nesta visita à concatedral, o público será também presenteado com uma prova gastronómica de um prato tipicamente mirandês: o guisado de canhono no pote.
Após a prova de degustação, segue-se o concerto do músico e fadista António Chaínho.
Programa na Concatedral de Miranda do Douro 17h00 – Lançamento das visitas
17h30 – Património em Prova, Partilha e Degustação com chefe Renato Cunha
19h00 – Concerto de António Chainho
O projeto “Celebração do Património a Norte” está a realizar-se em seis espaços patrimoniais, cinco dos quais classificados como monumentos nacionais.
São eles: a concatedral de Miranda do Douro; a sé velha de Bragança, o mosteiro de Santa Maria de Salzedas, em Tarouca; o mosteiro de Arouca; a igreja matriz de Sambade, em Alfândega da Fé; e o mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, em Felgueiras.
O projeto «Arte e Cultura em Circulação… pelo Património» | NORTE é promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte, em parceria com os municípios locais, representando um investimento aproximado de 300 mil Euros, cofinanciado pelo Programa Norte 2020, através do FEDER.
Miranda do Douro: Música tradicional discutida em congresso
Nos dias 14 e 15 de outubro, Miranda do Douro vai acolher o Congresso Internacional Termus – Territórios Musicais, um evento que assinala o encerramento de um projeto transfronteiriço, de recolha e preservação da música tradicional do planalto mirandês e da província espanhola de Zamora.
De acordo com a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto, o congresso ibérico que vai decorrer no auditório municipal de Miranda de Douro é uma oportunidade para promover o debate, a reflexão e a promoção da música tradicional da raia hispano-portuguesa, ao mesmo tempo que permite expor os resultados do trabalho da investigação.
Segundo um comunicado, o projeto Termus – Territórios Musicais teve por objetivo a recuperação, conservação e valorização da música tradicional e popular do planalto mirandês e da província de Zamora (Espanha), através da recolha de testemunhos orais, que atestam a memória e a diversidade musical deste território.
Na perspetiva de Celina Pinto, a cooperação transfronteiriça entre o Museu da Terra de Miranda e o Museu de Etnologia de Castela e Leão (Zamora) foi um sucesso, o que leva as duas entidades a planear uma nova candidatura conjunta a fundos europeus.
Termus – Territórios Musicais é um projeto de cooperação transfronteiriça, financiado pelo INTERREG VA Espanha-Portugal (POCTEP) e desenvolvido em parceria, pelo Museu da Terra de Miranda e pelo Museu de Etnologia de Castela e Leão (Zamora).
Segundo a diretora do Museu da Terra de Miranda, o Congresso Internacional TERMUS- Territórios Musicais agendado para os dias 14 e 15 de outubro, dirige-se a todas as pessoas interessadas pela música tradicional.
Na tarde de sábado, dia 15 de outubro, o programa do congresso prevê a realização de workshops de construção de instrumentos e workshops de dança, com o propósito de promover e divulgar a música tradicional.
PROGRAMA (dias 14 e 15 outubro)
CONGRESSO INTERNACIONAL TERMUS- Territórios Musicais- A tradição musical em contexto raiano
14 outubro
Manhã (Auditório municipal)
9h30 Receção dos convidados Miniauditório Municipal
10h00 – Abertura Dr. Miguel Areosa Rodrigues (DRCN)
Celina Pinto (Museu da Terra de Miranda) e José Luís Calvo (Museu Etnográfico de Castilha e León) – Apresentação do catálogo TERMUS – Territórios Musicais
10h30 – Mário Correia – Nós e Vós daqui e dali
11h00 – Pablo Carpinteiro – “As gaitas mais antigas do noroeste. Um modelo de datação pelos desgastes e a sua comprobação com probas do carbono 14.”
11h30 – Javier Montes e Ángel Paez – Los instrumentos tradicionales de La Raya: construcción y catalogación.
12 h30 – Debate
13h00 – Almoço
Tarde – Praça D. João III
14h30 – Lérias Associação Cultural
Gaiteiros da Lérias
Workshop de dança
15 outubro
Manhã (Auditório municipal)
9h30 Inicio de trabalhos
10h00 -Alberto Jambrina Leal – “Kurt Schindler, García Matos, Ernesto Veiga de Oliveira y las Alvoradas de Trás Os Montes, Sanabria, Carballeda, Aliste.”
10h30- Ricardo Santos – Territórios Musicais – Instrumentos e práticas nos ritmos da mudança
11h00 – Napoleão Ribeiro – “Os Zés Pereiras: uma cultura musical entre Portugal e a Galiza”.
11h45 – Lenice Leite – “A gaita de foles: legado hispano-português difundido pela prática dos Zés Pereiras em Portugal”
Em Vinhais, a apanha da castanha está atrasada devido à seca, o que leva ao fraco desenvolvimento do fruto, os ouriços tardam em abrir e as previsões apontam para uma quebra na produção de castanha, em Trás-os-Montes.
A Arbórea, a principal organização de produtores florestais do concelho de Vinhais indica que, nesta época do ano, já deveria estar a acabar a apanha de algumas variedades de castanha e a iniciar a apanha das mais tardias.
Devido à seca, o desenvolvimento do fruto está atrasado e os ouriços tardam em abrir, o que leva o presidente da Arbórea, Abel Pereira, a antever que a campanha, que leva três semanas de atraso, “deve arrasta-se até dezembro deste ano, quando normalmente terminaria a 20 de novembro”.
O dirigente receia que haja castanheiros centenários, nalgumas zonas, onde a castanha não vai vingar, devido ao reduzido desenvolvimento do ouriço e consequente da manutenção das temperaturas altas, e que os produtores venham a ter castanha com bicho e rachada, que o mercado não aceita.
As chuvas do início de setembro ainda derem alguma esperança aos produtores, mas neste momento a única certeza é a de que “a campanha está atrasada e ainda é um incógnito”, como salientou.
Neste setor, segundo disse, ao contrário da lei do mercado, menos oferta, ou seja, menos castanha, não é sinónimo de que seja mais bem paga.
Abel Pereira deu o exemplo da castanha híbrida que está a cair (já em condições da apanha) e que está com um preço mais baixo do que no ano passado.
O presidente da Arbórea concretizou que está a ser paga ao produtor “à volta de dois euros o quilo”, enquanto o que seria normal é nesta altura “rondar os três euros”.
Neste concelho há dois mil produtores com realidades distintas, alguns a faturarem 500 euros e outros entre 100 a 150 mil euros por campanha, todavia a castanha é a principal fonte de rendimento deste concelho com menos de oito mil habitantes.
Entre “50 a 60 mil pessoas” é o número esperado de visitantes para a feira da Castanha de Vinhais, que já se tornou num chamativo, apenas superado pelo tradicional fumeiro, e que este ano decorre entre 28 e 30 de outubro.
Devido ao atraso da castanha, a feira, que costumava decorrer anualmente em outubro, este ano foi adiada para o fim de semana dos Santos, segundo o presidente da Câmara, Luís Fernandes.
A autarquia é a promotora do certame, em parceria com a associação Arbórea, e afirma que “está garantido” que vai haver castanha na feira.
O autarca espera que ainda seja possível minimizar alguma quebra, mas acrescenta que ainda é cedo para dizer “algo sobre a produção”.
A feira surge este ano com a novidade da aposta na denominação “Vinhais a Terra da Castanha Longal”, um processo iniciado pela autarquia para valorizar esta variedade que é autóctone do concelho.
À semelhança do que aconteceu com a certificação do Fumeiro de Vinhais, o município espera que este processo da castanha também resulte numa mais-valia para os produtores.
O evento é feito com um investimento entre “80 a 90 mil euros”, de acordo com o município que promete negócios, animação, magusto permanente no “maior assador de castanhas do Mundo”, jornadas técnicas, chegas de touros, entre outras atividades.
Política: CCDR-N e Governo de Castela aprovam estratégia de cooperação
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e o Governo Regional de Castela e Leão aprovaram uma estratégia de cooperação “ambiciosa e esclarecida” para dar resposta ao novo ciclo de políticas e financiamento europeu.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, depois da assinatura que marcou a aprovação institucional da Estratégia de Cooperação Norte- Castela e Leão 2030, o presidente da CCDR-N, António Cunha, explicou que o documento define “prioridades e orientações estratégicas” para dar resposta aos “principais desafios comuns” aos dois lados da fronteira, salientando o combate ao declínio demográfico, a desertificação da raia, a mobilidade, a transição climático ambiental ou a conectividade digital.
Para o responsável da CCDR-N a Estratégia de Cooperação Norte- Castela e Leão 2030 é o inicio de “um novo ciclo” nas relações entre as duas regiões: “Dispomos de uma estratégia mais partilhada, mais ambiciosa, mais esclarecida, para a próxima década”, salientou.
Os desafios da Mobilidade foram dos mais destacados pelo também ex-reitor da Universidade do Minho, que reiterou a importância de alguns investimentos de caráter estratégico” como a melhoria das condições do troço entre Zamora e Quintanilha (Bragança) e da ligação rodoviária entre Bragança e Publea de Sanabria, a conclusão da estrada entre Masueco (Salamanca) e Ventuzelo (Mogadouro), a construção da variante internacional de Rionor e a modernização do troço Pocinho-Barca d’Alva – La Fuente de San Esteban da antiga linha ferroviária internacional Porto-Salamanca.
Jesus Júlio Carneiro destacou os quatro “roteiros fundamentais” para ambos os lados da fronteira nos quais assenta o documento: “Em primeiro lugar, um roteiro para os cidadãos, incidindo com tudo o que está relacionado com emprego e cultura, em segundo lugar, um roteiro para o meio ambiente, fundamental e essencial, que está relacionado com as energias limpas, renováveis mas também com a prevenção de catástrofes naturais, que podem acontecer de qualquer um dos lados”, enumerou.
Em terceiro, continuou, “o roteiro para a competitividade de pequenas e médias empresas de cada um dos lados e que precisam de apoio e, em quarto lugar, o roteiro para o território, um território digital, que utilize a vanguarda das novas tecnologias”.
Segundo o resumo executivo dos documento, a Estratégia de Cooperação entre o Norte de Portugal e Castela e Leão contempla três áreas de intervenção: desenvolvimento sustentável e competitivo daquele território, consolidação e incremento da dinâmica de relacionamento transfronteiriço e a criação de uma “comunidade territorial” sem fronteiras, no quadro da construção de um espaço comum
Os objetivos, lê-se, são “consolidar o território da Comunidade de Trabalho Norte de Portugal Castela e Leão como um espaço de cooperação técnica, cidadã e política, conter o declínio social, institucional e económico das sub regiões de fronteira, promover os ativos do território através de atividades de cooperação transfronteiriça que aportem valor acrescentado a essa promoção e orientar a preparação de projetos conjuntos nacionais e internacionais.
O Plano Estratégico de Cooperação salienta a “prioridade” de construção de uma “comunidade territorial”, através do estímulo e consolidação de dinâmicas colaborativas estáveis e sustentadas entre os cidadãos, as instituições, as empresas e outras organizações dos dois lados da atual fronteira”.
António Cunha, que destacou que a estratégia aprovada “convoca também” os governos nacionais, os tecidos empresarial, tecnológico e cultural, reconheceu, no entanto, que há uma “relação desequilibrada” entre as duas entidades que assinaram aquele documento.
Vimioso: “King of Portugal” é o evento que traz mais público e dinamismo económico
Nos dias 5, 6, 7 e 8 de outubro, a vila de Vimioso acolheu a visita de milhares de pessoas para realizar e acompanhar a prova de todo-o-terreno “King of Portugal”, um evento que tem um forte impacto na economia local, sobretudo nos setores da hotelaria, na restauração e no comércio.
Na cerimónia de entrega dos prémios, realizada no pavilhão multiusos de Vimioso, na noite de sábado, dia 8 de outubro, o presidente do município, Jorge Fidalgo, agradeceu ao Clube Norte 4×4, pela “excelente” organização do evento.
“Já sabemos que o ´King of Portugal´ é uma prova de todo-o-terreno muito apreciada por todos. E esta notoriedade atrai cada vez mais equipas e visitantes ao concelho de Vimioso. Este ano realizámos a melhor prova de sempre, dado que se registou um recorde na participação das equipas e também na afluência de público”, disse.
No decorrer da prova motorizada, em Vimioso, o Hotel Rural Senhora da Pereiras, esteve lotado, ao albergar 30 pessoas.
No restaurante do hotel rural, os pratos mais solicitados foram a costeleta na brasa, a posta e o bacalhau. E na loja de produtos regionais, o azeite local, os sabonetes artesanais, o mel e o licor foram os produtos mais procurados pelos visitantes.
Questionada sobre que outros eventos poderiam atrair a vinda de pessoas a Vimioso, Celeste Falcão, sugeriu os passeios e atividades de turismo na natureza e a construção de praias fluviais, aproveitando os três rios – Angueira, Maçãs e Sabor – que percorrem o concelho.
Na residencial Centro, os oito quartos disponíveis – sete duplos e um triplo – também estiveram esgotados. A gerente da residencial, Ana Cristina João, disse inclusive que se a residencial tivesse mais quartos, estes também teriam sido reservados.
Sobre Vimioso, a responsável hoteleira disse que os hóspedes ingleses, franceses e portugueses apreciaram muito as paisagens, mas queixaram-se da pouca oferta hoteleira e dos poucos restaurantes e cafetarias existentes na vila.
Dado o apreço do público pelo património natural existente, Ana Cristina João sugeriu que se deve continuar a apostar em atividades e eventos na natureza.
Na pizzaria Juventude, onde se servem almoços, jantares e serviço take-away, a afluência de pessoas foi uma constante ao longo dos quarto dias do ´King of Portugal´. A proprietária da pizzaria, Carla Sofia, indicou que os pratos mais solicitados pelos visitantes foram as pizzas, os kebab e os bifinhos.
Segundo Carla Sofia, o ´King of Portugal” é o evento que traz mais público a Vimioso. Inspirada pelo êxito desta prova motorizada, a jovem empresária da restauração disse que seria importante dinamizar outros eventos semelhantes na vila, nos meses de menor atividade económica, como são janeiro, fevereiro e março.
Ao longo dos 4 dias do “King of Portugal”, as vendas no supermercado “Meu Super” também aumentaram, com a chegada das equipas de todo-o-terreno e do muito público para acompanhar a competição. Otávio Rodrigues, gerente do supermercado, justificou assim o aumento das vendas.
“O ´King of Portugal´desperta o interesse de muito público, que vem a Vimioso para acompanhar a competição. E onde há pessoas, há também oportunidades de negócio, sobretudo nos setores da hotelaria, na restauração e no comércio local”, disse.
Otávio Rodrigues felicitou o município de Vimioso por apoiar a realização desta prova de todo-o-terreno e encorajou as autoridades locais para que ao longo do ano, haja mais eventos, que tragam pessoas de Portugal e de toda a Europa, ao concelho de Vimioso.
Após mais uma participação no “King of Portugal”, o piloto vimiosense, Vitor Martins, mostrou-se feliz por representar o seu concelho.
Segundo a organização, a prova “King of Portugal” envolveu cerca de 800 pessoas, entre pilotos, equipas e staff. E ao longo dos quatro dias do evento, assistiram à competição cerca de 15 mil pessoas.
Sobre a grande afluência de público, Vitor Martins, corroborou da opinião que o concelho de Vimioso tem condições ímpares para a prática do desporto motorizado de todo-o-terreno.
“O King of Portugal” é uma das melhores provas da Europa, porque em Vimioso existem dificuldades naturais, que fazem as delícias dos pilotos e do público”, explicou.
Filipe Rodrigues, proprietário de um posto de abastecimento/cafetaria, também se mostrou entusiasmado com a realização desta prova internacional, em Vimioso.
Na opinião de Filipe Rodrigues, que também é um aficionado do desporto todo-o-terreno, o “King of Portugal” poderia ganhar ainda mais destaque, com a devida publicitação do evento e o aumento do número de zonas para acompanhar de perto a competição.
“O preço das pulseiras a 10€ é um pouco caro, dado que as pessoas têm de deslocar-se a pé e há poucas zonas para ver o espetáculo motorizado. Se houver mais zonas de espetáculo, isso vai trazer ainda mais visitantes”, sugeriu.
No final da IX edição do “King of Portugal”, o diretor da prova, José Rui, disse que o evento decorreu muito bem, destacando o recorde de participação, com 63 equipas em competição.
“Ao nível desportivo e da segurança dos pilotos e do público, estou muito satisfeito porque a prova decorreu sem grandes incidentes”, disse.
O diretor da prova informou ainda que neste ano foram criadas novas zonas de espetáculo.
“Criámos novas zonas de espetáculo na zona da pedreira, alterámos a porta do diabo, aumentámos a avenida das pedras e na zona da tartaruga criámos novos obstáculos, que puderam ser acompanhados de perto pelo público”, informou.
O piloto vencedor da competição deste ano, Emanuel Costa, destacou a beleza da região e o clima “fantástico” para a realização da prova de trial extremo.
“Em primeiro lugar, quero agradecer ao município e à população de Vimioso, por apoiar a realização desta prova. Quer os pilotos portugueses, quer os estrangeiros somos sempre muito bem recebidos e gostamos muito de vir competir em Vimioso. O ´King of Portugal´ já é uma competição mítica!”, disse.
Emanuel Costa explicou que a prova de todo-o-terreno em Vimioso é considerada a melhor da Europa, porque oferece aos pilotos a oportunidade de percorrer um traçado de 38 quilómetros, onde existem inúmeros obstáculos naturais.
O piloto português, que já venceu o “King of Portugal” por sete vezes, ensinou ainda que para ser um bom piloto há que trabalhar com empenho e dedicação.
Vimioso: “King of Portugal” é considerada a melhor prova de todo-o-terreno da Europa
Está a decorrer em Vimioso, de 5 a 8 de outubro, o “King of Portugal”, uma prova motorizada de todo-o-terreno, considerada a melhor da Europa e que este ano conta com a participação de 62 equipas e de muito público.
Esta prova faz parte do Campeonato da Europa de Ultra 4.
Os carros de todo-o-terreno chegaram a Vimioso a 5 de outubro, dia dedicado às verificações documentais e técnicas e a uma sessão de informações aos participantes na prova motorizada.
Na quinta-feira, dia 6 de outubro, os pilotos das várias classes: Unlimited, Modified, Legend e Stock/UTV’s realizaram o prólogo, na pista situada no fundo da vila de Vimioso.
Neste prólogo, as equipas melhor classificadas foram: 1ª Gigg Lepin Racing, na classe unlimited, com 4 minutos 38 segundos 974 milésimos; 2ª EC Racing Team (Unlimited), com 4m 38seg 974m; 3ª Rensport Offroad Team (umlimited), com 4m 42seg 454m; 9ª (e 1º na classe Stock/UTV) Bad Seach Team, com 5m 01seg 142m; 19ª (e 1º na classe modified) Tuff 4×4, com 5m 16 seg 980m; 28ª (e 1º na classe legend) AJS Sport), com 5m 30seg 041m.
Na sexta-feira e no sábado, dias 7 e 8 de outubro, as etapas do King of Portugal vão decorrer no circuito da pedreira e na zona dos chamados “ovos de dinossauro”.
Daniel é um aficionado do desporto motorizado e veio de Lérida, na Catalunha, para apoiar uns amigos que estão a participar nesta prova de todo-o-terreno. Chegou a Vimioso na quarta-feira, dia 5 de outubro e vai ao próximo Domingo, dia 9 de outubro.
“Vimioso é uma região muito bonita e tem excelentes condições para a realização destas competições de todo-o-terreno. A organização do “King of Portugal” está de parabéns dado que consegue fazer desta prova uma das melhores da Europa”, disse.
Por sua vez, a portuguesa, Sónia Gonçalves e um grupo de amigos vieram de Tábua para apoiar uma equipa motorizada daquela localidade, que vai participar pela primeira vez, na edição deste ano do King of Portugal.
“Esperamos que a competição seja um excelente espetáculo para todos: os pilotos e para o público”, disse.
O piloto Andrea Calandri veio de Peruggia (Itália) e revelou que esta é a segunda vez que vem a Vimioso, para participar no King of Portugal. O jovem piloto italiano já tinha participado em 2015 e informou que o concelho vimiosense tem condições excecionais para prática do desporto motorizado de todo-o-terreno.
“Na minha opinião é o melhor local para da Europa para a prática desta modalidade motorizada”, disse.
Já o piloto vimiosense, Vitor Martins, que é um assíduo participante no “King of Portugal”, mostrou-se entusiasmado com a grande participação de equipas na edição deste ano.
“Neste ano vão participar 62 equipas o que traz maior competitividade. Pessoalmente, vou competir na classe Stock/UTV’s e o meu objetivo é concluir a prova”, indicou.
O vice-presidente do município de Vimioso, António Santos, justificou que o investimento de 20 mil euros que a autarquia vimiosense faz neste evento desportivo tem um retorno financeiro e turístico.
“Ao longo dos 4 dias do evento, em Vimioso e nos concelhos vizinhos, estima-se que o retorno financeiro nos setores da hotelaria, restauração e no comércio seja superior a 75 mil euros”, indicou.
O autarca vimiosense sublinhou que sendo o “King of Portugal” a melhor prova de todo-o-terreno da Europa, para além do retorno financeiro este evento dá notoriedade e prestígio ao concelho de Vimioso.
Recorde-se que a organização da prova é da responsabilidade do Clube NorteX4 e conta com o apoio do município de Vimioso e da Federação Português do Automóvel e Karting (FPAK).
A história desta competição em Vimioso, iniciou-se em 2013, pela mão do organizador José Rui Santos.