Saúde: Unidades de Cuidados Continuados com prejuízos

Saúde: Unidades de Cuidados Continuados com prejuízos

Em 2024, as unidades de cuidados continuados tiveram um prejuízo que ronda os 125 mil euros por instituição, segundo um estudo da Faculdade de Economia do Porto (FEP), que alerta para o risco de encerramento de unidades devido ao subfinanciamento.

O estudo conclui que o atual modelo de financiamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) é “insuficiente para cobrir os custos reais” suportados pelas instituições, especialmente nas respostas de média e longa duração.

Apesar das atualizações recentes nos valores pagos pelo Estado, “os défices persistem e tendem a agravar-se com o aumento dos custos operacionais”, em particular os custos com pessoal, que representam a maior fatia das despesas, refere o documento.

Este estudo analisou os custos de funcionamento das entidades que oferecem cuidados continuados, abrangendo três tipologias de respostas – Unidade de Convalescença (UC), Unidade de Média Duração e Reabilitação (UMDR) e Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM)- avaliando se o montante pago pelo Governo por utente/dia é suficiente para cobrir os custos suportados pelas instituições, sem incluir margem de lucro para as entidades prestadoras dos cuidados.

Para esta análise, calcularam-se os custos suportados instituições num Cenário Base, utilizando dados contabilísticos de 2024, e em três cenários alternativos com diferentes pressupostos económicos. Um deles contemplou o aumento previsto no salário médio para 2025, outro incorporou o aumento salarial e o ajustamento dos custos diretos e indiretos à taxa de inflação esperada e o terceiro contemplou um aumento nos custos com pessoal decorrente do aumento do salário mínimo nacional, bem como o efeito da inflação esperada nas rubricas de custos diretos e indiretos.

As contas da Faculdade de Economia do Porto indicam que as unidades com maior prejuízo continuam a ser as UMDR e ULDM. No caso destas últimas, tiveram um défice de 11,81 euros por utente/dia, o que se traduz num subfinanciamento que ronda os 125 mil euros por instituição ao longo do ano de 2024.

A análise revela que, em todas as tipologias de resposta, o valor fixado pelo Estado para 2025 “é inferior ao custo efetivo por utente/dia” suportado pelas instituições, sublinhando que os resultados evidenciam “um subfinanciamento crónico que compromete a sustentabilidade das instituições prestadoras de cuidados”.

O presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC), José Bourdain, sublinha o “subfinanciamento crónico” desta área e explica: “os salários, nomeadamente o salário mínimo, sobem juntamente com a inflação, portanto, o aumento de custos com bens e serviços sobe acima dos aumentos que o Governo nos dá”.

“Isto em anos em que o Governo nos dá aumentos, porque já houve muitos anos em que o Governo simplesmente congelou os aumentos”, lamentou, sublinhando que as instituições “têm muitas dificuldades e manter recursos”, que “fogem para o Estado, imigram ou vão para os privados, que pagam melhor”.

Quanto aos recursos humanos, o estudo indica ainda que o numero de categorias previstas na lei para garantir o funcionamento adequado é “manifestamente insuficiente”, nomeadamente no que se refere ao pessoal auxiliar e enfermeiros, e que a legislação não contempla algumas categorias profissionais “essenciais ao funcionamento das instituições”, como técnicos de manutenção, pessoal de cozinha, pessoal de limpeza, técnicos administrativos ou técnicos de recursos humanos, que as instituições têm de contratar.

Por isso, sugere a revisão da legislação, “com especial atenção à adequação das dotações de recursos humanos às exigências atuais dos cuidados prestados”.

Tendo em conta este diagnóstico, os peritos da Faculdade de Economia do Porto propõem uma nova fórmula de atualização anual dos preços pagos pelo Estado, que considere de forma autónoma dois fatores: o impacto da atualização do salário mínimo nacional e a inflação esperada.

Adicionalmente, consideram desejável a introdução de um “fator de investimento” destinado a cobrir necessidades estruturais e plurianuais.

“O valor pago pelo Estado às instituições deve, não apenas cobrir os custos operacionais reais, mas também permitir a geração de margens que viabilizem o investimento contínuo na melhoria da qualidade dos cuidados e, supletivamente, na valorização dos profissionais envolvidos”, refere.

José Bourdain diz que este “fator de investimento” serviria para as unidades poderem cuidar das instalações e renovar equipamentos.

“E a Faculdade de Economia do Porto propõe que isto seja feito a cada três anos, que haja um plano a três anos”, disse José Bourdain, lembrando que já no ano passado o Tribunal de Contas (TdC) o tinha defendido num relatório.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Saúde: Saúde oral nos setores social e privado

Saúde: Saúde oral nos setores social e privado

O Ministério da Saúde vai criar uma rede nacional de saúde oral nos cuidados primários, que conta também com a participação dos setores social e privado, anunciou a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.

“Nesta rede nacional de saúde oral iremos também ter a nossa rede de colaboração com o setor social e privado”, afirmou a secretária de Estado da Saúde, numa audição parlamentar sobre as políticas do ministério.

Segundo Ana Povo, a rede nacional vai ter em vista os gabinetes de saúde oral que existem nos cuidados de saúde primários e integra-se no plano nacional para esta área que vigorará durante quatro anos e que será apresentado em novembro.

Em março deste ano existiam nas 39 unidades locais de saúde (ULS), 222 gabinetes de saúde oral, que contavam com 139 médicos dentistas e 121 higienistas orais, referiu Ana Povo, na resposta aos deputados que a questionaram sobre a falta de profissionais desta área no SNS, que faz com que novas infraestruturas financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência não estejam ainda a funcionar.

A secretária de Estado adiantou ainda que o programa de saúde oral vai permitir desmaterializar o cheque-dentista, que tem uma taxa de utilização de 67%, assim como criar um novo boletim de saúde oral e o cheque-prótese.

Na audição regimental, Ana Povo garantiu ainda que a Direção-Geral da Saúde e a Direção Executiva do SNS estão a trabalhar no normativo técnico do plano de inverno, que será publicado a 30 de setembro, cabendo depois a cada ULS preparar o seu próprio plano de contingência para responder ao aumento da procura de utentes.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Picote: Zimbros têm valor ecológico

Picote: Zimbros têm valor ecológico

Com o propósito de esclarecer a população de Picote sobre a importância do zimbro, um arbusto ou árvore autóctone das arribas do rio Douro, realizou-se no dia 18 de setembro, no salão da freguesia, uma ação de sensibilização sobre o valor ecológico, paisagístico e utilitário dos zimbrais.

No Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), os zimbrais são bosques autóctones de particular importância pela sua raridade, grau de ameaça, valor ecológico, paisagístico e cultural, começou por dizer o professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, João Carvalho.

“Em termos ecológicos, os zimbrais nas encostas do rio Douro ajudam a fixar os solos e evitam a erosão. É uma espécie vegetal que procura a luz solar, pelo que prefere as ladeiras e colinas solarengas e quentes, como acontece nas arribas do Douro Internacional, em Picote, Sendim e noutras localidades”, explicou o docente universitário.

Na região do Douro Internacional, o zimbro coabita com outras espécies vegetais como o sobreiro, a azinheira e o carvalho-cerquinho.

Sobre as propriedades e utilizações do zimbro, o docente universitário indicou, por exemplo, que a madeira de cor avermelhada, compacta e aromática, demonstra aptidões para construção civil dada a sua resistência e qualidade. Outra utilidade da madeira, ramos e raízes do zimbro é a obtenção de um alcatrão designado por óleo de cade, que funciona como um medicamento para eczemas, dermatoses, psoríases e outras doenças de pele.

“As propriedades das folhas e as gálbulas (ou bagas) têm qualidades aromáticas, sendo possível obter um óleo volátil (óleo essencial) por destilação. As gálbulas, quando esmagadas, podem também ser usadas na culinária, para aromatizar peças de caça. As bagas dos zimbros também servem de alimento às espécies animais como os tordos, melros, perdizes, pombos, raposas, ginetas e corços”, indicou.

Os zimbrais são também importantes habitats e refúgios para a instalação de ninhos e a reprodução de espécies de fauna, como as aves rupícolas.

No Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), os incêndios são a maior ameaça para a sobrevivência do zimbro, dado que esta árvore é altamente inflamável, pouco resiliente aos fogos florestais e com fraca capacidade regenerativa.

Em Picote, a ação de sensibilização foi uma iniciativa conjunta da UTAD, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a Quercus e envolveu ainda o IPB, no estudos sobre a avifauna.

HA

Sendim: Viticultores continuam a entregar as suas colheitas na cooperativa Ribadouro

Sendim: Viticultores entregam as suas colheitas na cooperativa Ribadouro

No planalto mirandês estão a realizar-se as vindimas e a cooperativa agrícola Ribadouro, na vila de Sendim, não obstante a delicada situação financeira, continua a receber a confiança dos viticultores, que aí entregam as suas colheitas para a produção de vinho.

Na tarde de Domingo, dia 21 de setembro, o agricultor, António Luís, proprietário de meio hectare de vinha em Fonte Aldeia, indicou que este ano, a produção foi ligeiramente menor, mas em contrapartida, a graduação ou seja, a concentração de açucares nas uvas foi “boa”, com 13,5%.

Questionado sobre a razão pela qual optou por entregar a sua colheita, em Sendim, o viticultor, respondeu que pretende contribuir para a recuperação da cooperativa Ribadouro, uma entidade que diz ser “muito útil para o planalto mirandês”.

De Vila Chã de Braciosa, António Gonçalves, também escolheu a cooperativa na vila de Sendim, para entregar a colheita 3 mil quilos de uvas. O vitivinicultor justificou a escolha da Ribadouro, pela proximidade geográfica e para ajudar na recuperação financeira da cooperativa.

Da vila de Sendim, o viticultor, Luís Peres, estima colher cerca de 80 mil quilos de uvas, nas várias vinhas que cultiva na União de Freguesias de Sendim e Atenor. Como associado da Ribadouro, o agricultor sendinês, fez questão de entregar uma parte da sua colheita na cooperativa em Sendim.

“Iniciámos este Domingo, dia 21 de setembro, as vindimas. Nesta região, ainda é costume realizar o torna-jeira, ou seja, familiares, amigos e vizinhos ajudamo-nos nas vindimas. Este ano, nas vinhas já feitas, vamos utilizar pela primeira vez, a apanha mecânica das uvas”, disse.

A campanha vinícola, na Cooperativa Ribadouro C.R.L, iniciou-se a 17 de setembro e o horário de trabalho é o seguinte:

2ª feira – fecho
3ª feira – abertura às 9h00 até ao fecho;
De 4ªfeira a Domingo, abertura das 14h00 até ao fecho.

De acordo com a cooperativa Ribadouro, na campanha vinícola deste ano, o preço do quilo de uvas varia entre os 0,36€ e 0,38€, com a graduação base de 12%.

HA









Cultura: Feira do livro e curso de mirandês na FLUP

Cultura: Feira do livro e curso de mirandês na FLUP

A Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) promove de 23 a 25 de setembro, uma Feira do Livro com publicações, traduções, literatura, cultura e e tradições da Terra de Miranda, um evento que antecede o curso livre de língua e cultura mirandesa.

A iniciativa literária decorre no âmbito do protocolo da FLUP com a Câmara de Miranda do Douro, para o período 2025 a 2027 e do curso livre de “Língua e cultura Mirandesa”  que também decorre nesta instituição do ensino superior, na cidade do Porto.

As candidaturas ao curso decorrem até 25 de setembro, sendo gratuita para os 15 estudantes selecionados.

A feira do livro é organizada pelo Centro de Estudos Mirandeses da FLUP e tem o apoio da Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), da Associação Frauga de Picote e da Câmara  de Miranda do Douro, e da Wikimedia Foundation Portugal, que edita “a Biquipédia. La anciclopédia lhibre an lhéngua mirandesa”, em tradução para português “Enciclopédia Livre em Língua Mirandesa”.

Fonte: Lusa

Turismo: Financiamento de 37 projetos turísticos no Interior

Turismo: Financiamento de 37 projetos turísticos no Interior

O Turismo de Portugal vai financiar 37 projetos turísticos no interior do país, sendo 10 deles na região Norte, 18 na região Centro, sete no Alentejo e dois no Algarve, num investimento de mais de 16 milhões de euros (ME).

“Cada um destes 37 projetos é uma peça fundamental para a construção de um setor mais resiliente, mais sustentável e mais competitivo a nível global. Com este impulso, estamos a capacitar os territórios, neste caso os do Interior, para os desafios do futuro e a garantir que Portugal continua a ser um destino de excelência”, destacou o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade.

O Turismo de Portugal assinou hoje, em Coimbra, contratos de financiamento de 37 projetos turísticos no Interior, cujo apoio concedido, sob a forma de incentivo não reembolsável, ascende a 16,6 milhões de euros, correspondendo a um investimento global de 25,8 milhões de euros.

Os investimentos são realizados no âmbito da Linha +Interior Turismo, que visa reforçar a competitividade e a sustentabilidade do setor em todo o território nacional.

Na sua intervenção na cerimónia, Carlos Abade indicou que estes projetos envolvem mais de 50 concelhos, representando mais de um terço dos territórios de baixa densidade.

“Pensar o turismo é pensar o país, é criar condições para que a vida das pessoas seja cada vez melhor”, alegou.

Na região Centro foram apoiados 18 projetos, totalizando um incentivo de 7,9 milhões de euros.

Os investimentos abrangem diversas áreas, incluindo o turismo cultural, com a criação de espaços museológicos e o turismo gastronómico, focado em produtos endógenos como o vinho, a cereja e o pão.

Destacam-se também projetos de turismo de natureza, como a requalificação de parques biológicos e praias fluviais, a par de iniciativas de turismo científico e de promoção da sustentabilidade e mobilidade em redes de aldeias.

Na região Norte, foram apoiados 10 projetos, com um total de 3,6 milhões de euros de incentivo atribuído.

As áreas de intervenção focam-se na valorização do património cultural e religioso, como é o caso dos Caminhos de Santiago, e no desenvolvimento de turismo de natureza, astroturismo, turismo rural, enoturismo, termalismo e autocaravanismo.

Já na região do Alentejo foram concedidos incentivos a sete projetos, que somam um total de 4,7 milhões de euros, especialmente para impulsionar o turismo de natureza e aventura, através da criação de centros de interpretação ambiental e da valorização de zonas serranas.

Os projetos visam igualmente a promoção do património cultural, incluindo o edificado, e o desenvolvimento do turismo gastronómico e criativo.

Na região do Algarve foram apoiados dois projetos com um incentivo total de 0,4 milhões de euros. Estes projetos concentram-se ambos no turismo de natureza, com o objetivo de qualificar e valorizar as rotas e percursos pedestres da região, como a Via Algarviana e os Caminhos de Santiago.

A cerimónia contou com a presença do ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que frisou que o próximo programa “Crescer com o Turismo” tem uma dotação de 30 milhões de euros, “para basicamente as mesmas realidades”.

“Senhores presidentes de Câmara, autarcas e dirigentes associativos, não desistam e não pensem que chegaram ao fim do potencial das vossas terras, pois há sempre mais a explorar, a fazer, a inovar e desenvolver, criando mais valor acrescentado. Este programa está ainda aberto, apresentem as vossas candidaturas, que teremos todo gosto em financiar até ao limite de 400 mil euros por projeto, se forem entidades públicas, e pode ir até 200 mil euros se forem privados”, afirmou.

Já a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, realçou a importância dos 37 projetos turísticos no Interior e pediu uma atenção especial para o Centro, que “é sempre muito afetado pelos incêndios e desastres naturais”.

“Estes projetos são um alento para esta região”, concluiu.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Saúde: Vacinação contra gripe e covid-19

Saúde: Vacinação contra gripe e covid-19

Inicia-se a 23 de setembro, a campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19, em unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nas farmácias, com o objetivo de imunizar 2,5 milhões de pessoas contra a gripe e 1,5 milhões contra a covid-19, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Sob o lema “Vacine-se e proteja os momentos mais importantes”, a campanha sazonal traz como novidade a vacinação gratuita contra a gripe para todas as crianças entre os seis e os 23 meses, e comparticipada para as que têm entre os dois e os cinco anos, disse à agência Lusa o subdiretor-geral da Saúde, André Peralta Santos.

“Este ano temos uma novidade que está também decorrente de, nos bebés e nas crianças até aos cinco anos, a gripe causar doença que muitas vezes acaba em internamentos, felizmente com a recuperação total”, salientou.

André Peralta Santos lembrou que devem vacinar-se contra a gripe e a covid-19 os maiores de 60 anos, os doentes crónicos de todas as idades e os profissionais de saúde, recordando a importância da imunização contra estes vírus que “continuam a causar doença grave, especialmente nos mais idosos”.

As pessoas entre os 60 e os 84 anos podem vacinar-se no centro de saúde ou nas farmácias. Tal como na campanha anterior, os maiores de 85 anos, que estão em maior risco de desenvolver gripe grave, terão acesso “a uma vacina com uma dose reforçada que confere uma proteção extra”.

André Peralta Santos assegurou que há vacinas para todas as pessoas elegíveis para vacinação, salientando que o objetivo é vacinar cerca de 2,5 milhões contra a gripe e 1,5 milhão contra a Covid-19, antes do Natal.

“Isto é importante e prende-se um pouco com o lema deste ano”, disse, explicando que o inverno tem “momentos muito importantes” de festividades e, por isso, a importância de as pessoas se vacinarem até, idealmente, 15 de dezembro, apesar de a campanha se prolongar durante o inverno.

Sobre a hesitação vacinal, o subdiretor-geral da Saúde reforçou que as vacinas da gripe e da Covid-19 são “muito seguras” e representam o “meio mais simples e eficaz” de prevenir a doença grave causada por estes vírus.

“Todos os anos sabemos que a gripe, especialmente nos meses de dezembro e janeiro, tem um pico, é muito frequente, E, portanto, nós queremos que os portugueses se vacinem para se protegerem contra a doença grave”, reforçou.

Questionado sobre a atual circulação do vírus da covid-19, André Peralta Santos explicou que, apesar do aumento nos meses de verão, não causou constrangimentos aos serviços de saúde, como aconteceu nos primeiros anos da pandemia.

“Continua a causar doença grave, felizmente muito menos do que aquela que já causou”. Daí, o objetivo de “vacinar o maior número de pessoas” para evitar formas graves da doença.

Mas ressalvou: “o volume de doentes com Covid-19 não é algo que nos cause uma preocupação de poder gerar constrangimentos nas urgências ou nos internamentos dos hospitais”.

A campanha de vacinação Sazonal outono-inverno decorre entre 23 de setembro e 30 de abril de 2026, em unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde e farmácias comunitárias.

A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, avançou que a campanha decorrerá em 2.500 farmácias, dirigindo-se à população entre os 60 e os 84 anos.

Ema Paulino alertou para o crescimento da hesitação vacinal e da desinformação, tanto a nível nacional como internacional, apelando à confiança na ciência.

“A vacinação é um ato seguro, rápido e eficaz de proteção individual e coletiva”, vincou, apelando às pessoas elegíveis para que agendem já a sua marcação, preparando-se para “os meses de maior circulação de vírus”.

Fonte: Lusa

Picote: Literatura oral, missa, gastronomia e música animaram a III Festa das Línguas

Picote: Literatura oral, missa, gastronomia e música animaram a III Festa das Línguas

A III Festa das Línguas que decorreu em Picote, no fim-de-semana de 19, 20 e 21 de setembro e cujo propósito é celebrar a diversidade linguística e cultural, teve como maiores destaques a partilha de histórias e contos orais, a celebração na missa em várias línguas, a taberna gastronómica com produtos locais e ementa em mirandês e ainda o concerto rock dos Pica & Trilha.

No final da festa, o presidente da Freguesia de Picote, Jorge Lourenço, sublinhou que a língua mirandesa é uma marca distintiva desta aldeia, que recorde-se foi a primeira localidade do concelho de Miranda do Douro a instalar nas ruas a toponímia em mirandês.

“A língua mirandesa é um valiosíssimo recurso do património cultural existente em Picote, que importa preservar e divulgar. Para isso, a associação FRAUGA e a freguesia de Picote, assumiram esta responsabilidade e o compromisso sério e colaborativo, de organizar anualmente, a Festa das Línguas, de modo a promover a nossa língua e a nossa cultura”, disse o autarca picotês.

Nesta terceira edição, a Festa das Línguas foi dedicada à literatura oral e o programa contemplou a partilha de histórias e contos, recolhidos em várias línguas, como o mirandês, asturiano, lionês, entre outros idiomas. Na perspectiva do professor António Bárbolo, da FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, a literatura oral, com as histórias e os contos, são instrumentos didáticos muito úteis no ensino e aprendizagem das línguas.

“Desde sempre, os educadores, os pais e os professores recorreram às histórias e aos contos tradicionais para transmitir valores, conhecimentos e formar as novas gerações. No ensino das línguas, a literatura oral e o teatro, são recursos didáticos muito úteis e profícuos”, disse.

Para além da literatura oral, outro destaque na III Festa das Línguas, em Picote, foi a eucaristia celebrada nas línguas latina, portuguesa, castelhana, mirandesa e asturiana. A missa foi presidida por monsenhor Adelino Paes, natural de Picote, tendo o sacerdote realçado que a celebração em várias línguas é também sinal de comunhão entre os povos e culturas.

“A língua universal de Deus é o amor, a atenção, a dedicação, o serviço e o cuidado para com os outros. Cuidemos também das línguas para que sejam instrumentos do amor e da palavra de Deus”, exortou o vigário-geral da diocese de Bragança-Miranda.

Das Astúrias (Espanha) e em representação da associação “El Teixu”, Denis Fernandez, trouxe para Picote algumas histórias e contos orais, tradicionais da região asturiana e da província de Leão.

«A associação “El Teixu” trabalha para a preservação, dignificação e divulgação da língua asturo-leonesa. Acreditamos que as línguas que se falam neste espaço geográfico que é a Terra de Miranda e as regiões espanholas de Zamora, Leão e das Astúrias, como são os casos do mirandês, alistano, sanabrês, lionês e asturiano são ramificações ou variedades de uma mesma língua. Para além do estudo, pretendemos que sejam reconhecidos os direitos linguísticos dos falantes destas línguas”, disse.


Na vizinha Espanha, a par do castelhano, o galego, o basco e o catalão são consideradas línguas oficiais. No entanto, a língua asturo-leonesa, assim como o aragonês ainda não obtiveram esse estatuto e a razão é segundo, Denis Fernandez, a inexistência de um nacionalismo forte nas Astúrias.

Uma das novidades na III Festa das Línguas, em Picote, foi a Taberna gastronómica, um espaço de restauração, onde o público teve a oportunidade de degustar receitas tradicionais, como as sopas da segada e javali estufado, confeccionados com produtos da localidade.

“A Taberna das Lhénguas foi uma novidade e um desafio superado nesta terceira Festa das Línguas. A gastronomia tem um elevado valor cultural e também linguístico, pois muitos dos produtos e receitas são conhecidos pela designação em mirandês, como é o caso do cochino bravo (javali), cachulas (moelas), tabafeia (alheira), matrucone (pêssego), manzana (maçã), etc., etc.. Ao escrevermos a ementa em mirandês, estamos a convidar o público a pedir e falar na nossa língua”, justificou o professor Bárbolo.

Para aprimorar a Taberna das Línguas, na próxima edição da festa, a organização vai convidar os falantes dos vários idiomas a trazer produtos e pratos gastronómicos caraterísticos das suas regiões Este ano, os convidados das Astúrias, por exemplo, trouxeram sidra de maçã, uma bebida típica da região norte de Espanha.

Outro atrativo na Festa das Línguas, em Picote, são os concertos musicais com letras e interpretações em vários idiomas. Na edição deste ano, os Pica &Trilha animaram o evento com um concerto de rock, em mirandês. De acordo com a FRAUGA, a música é um dos meios mais eficazes na transmissão das línguas, como ficou comprovado no concerto dos Pica &Trilha, que no seu repertório de rock cantam exclusivamente em mirandês.

“Os concertos musicais são também uma das melhores estratégias para trazer gente para a Festa das Línguas, em Picote”, corroborou o linguista. António Bárbolo.

Em Picote, a “Fiesta de las Lhénguas” é um evento anual que conta com os apoios institucionais do município de Miranda do Douro, da Comissão e Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e de várias outras instituições e empresas.

Em 2026, a IV Festa das Línguas terá como tema as políticas linguísticas e o estatuto das línguas.

HA

Astronomia: Começou o Outono

Astronomia: Começou o Outono

Esta segunda-feira, 22 de setembro de 2025, inicia-se a estação do Outono, um período de três meses que antecede o inverno ( 21 de dezembro) e se caracteriza pela redução progressiva da duração do dia e pela descida das temperaturas.

No chamado equinócio de outono, que este ano acontece a 22 de setembro, o eixo de rotação da Terra não está inclinado, o que faz com que os hemisférios Norte e Sul da Terra recebem idênticas quantidades de luz solar.

À medida que o eixo da Terra se inclina e o hemisfério Norte distancia-se do Sol, os dias tornam-se mais curtos (perdem uma média de 4 minutos por dia até 21 de dezembro) e frios, caraterísticos das estações de outono e inverno.

Com a chegada do Outono, são bem visíveis as alterações na natureza, com a queda das folhas e os tons alaranjados, vermelhos e castanhos nas paisagens. A estação do Outono é também a época da apanha das castanhas, dos cogumelos silvestres, dos magustos, da roupa mais quente, dos serões à lareira e das primeiras chuvas.

O progressivo encurtamento dos dias no Outono leva à mudança de hora e a 26 de outubro, os relógios vão atrasar uma hora.

HA

Imagens: Flickr

Futsal: Mirandeses voltaram a vencer a Supertaça Distrital de Futsal António Parente

Futsal: Mirandeses voltaram a vencer a Supertaça Distrital de Futsal António Parente

O Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) conquistou pela segunda vez na sua história, a Supertaça Distrital de Futsal António Parente, ao vencer a Casa do Benfica de Alfândega da Fé, por renhidos 4-3.

O jogo da Supertaça Distrital de Futsal António Parente realizou-se a 19 de setembro, no pavilhão municipal Arnaldo Pereira, em Bragança e opôs o tricampeão distrital de futsal e vencedor da taça distrital da época passada, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) ao clube vencido no final da taça, a Casa do Benfica de Alfândega da Fé (CBAF).

No desafio, os tricampeões mirandeses tiveram que arregaçar os calções, pois os benfiquistas de Alfândega da Fé adiantaram-se no marcador 0-1, aos 11 minutos, por intermédio de Faneca. No minuto seguinte, o guardião alfandeguense, Miguel Vieira, fez o 0-2, num remate de baliza a baliza. E foi com esta vantagem que os alfandeguenses foram para o intervalo.

O descanso fez bem à equipa liderada pelo treinador-jogador, Vitor Hugo, dado que aos 28 minutos, Miguel Diz reduziu para 1-2. No minuto seguinte, o próprio Vitor Hugo, fez o empate a 2-2.

No entanto, a equipa de Alfândega da Fé não desanimou e voltou a adiantar-se no marcador 2-3, por intermédio de Maniche.

Logo de seguida, os mirandeses responderam e Ricky foi o autor do 3-3.

O golo decisivo surgiu no último minuto (39′) de jogo, com Miguel Diz a apontar o 4-3 final, o que valeu aos mirandeses a conquista da segunda Supertaça Distrital António Parente, na sua história.

Fonte e foto: AFB