Agricultura: Produção de amêndoa cai para metade

Agricultura: Produção de amêndoa cai para metade

Os agricultores de Alfândega da Fé e Vila Flor preveem uma redução de 50% na colheita de amêndoa, devido ao excesso de chuva na primavera e os choques de calor e incêndios no verão.

A muita chuva no inverno, que se prolongou até à primavera, e ainda as vagas de calor, durante semanas, terão levado a uma campanha desastrosa nestes concelhos da designada Terra Quente transmontana. A juntar a isso, alguns produtores ficaram sem hectares de amendoal, devido ao incêndio de 18 e 19 de agosto, que afetou os concelhos de Mirandela, Vila Flor e Alfândega da Fé.

Joana Araújo foi uma das agricultoras afetadas, em Alfândega da Fé. Tem cerca de 25 hectares de amendoal, mas dois foram consumidos pelas chamas. “Seria sempre uma campanha com poucas quantidades, já sabíamos que a colheita ia ser pequena em relação a outros anos, mas o incêndio veio piorar”, lamentou, explicando que a chuva “até muito tarde prejudicou a floração e germinação do fruto”.

Num ano de boa produção, conseguiriam recolher “10 toneladas” de amêndoa, mas nesta campanha prevê que nem cinco toneladas conseguirá colher, devido aos dois hectares de amendoal que arderam. “Vai ser uma quebra bastante grande”, afirmou.

A Amendouro é uma unidade de transformação de amêndoa em Alfândega da Fé. Ali recebem o fruto, britam-no, tiram-lhe a pele e ainda fazem farinha. Num ano “médio”, o proprietário da fábrica, Carlos Araújo, avançou, à Lusa, que conseguem “agregar cinco milhões de quilos” de amêndoa. Mas, uma vez que se trata de um “ano atípico”, prevê uma quebra para metade destes valores.

O empresário está em crer que a qualidade será “razoável”, mas, ainda assim, será “superior” à campanha anterior, com o fruto “muito mais são”, verificando também uma “melhoria” no calibre. “A qualidade é superior, apesar da quebra”, disse.

Em Vila Flor, terra das amendoeiras em flor, o cenário também não é positivo, numa campanha que se diz ser “difícil”. Christophe Monteiro fala de quebras, no seu amendoal, também a rondar os 50%. O produtor sublinhou que a perda é “bastante” e que, este ano, não sabe se conseguirá chegar às seis toneladas de fruto colhido.

A principal causa: “o clima”. “As amendoeiras estavam a ter uma floração muito boa, estavam mesmo bonitas, previa-se um ano muito bom, como há muitos anos não havia, mas, este ano, foi bastante chuvoso e prolongou-se pela Primavera e acabou por estragar a floração do amendoal. A amendoeira não limpou bem e o facto de estar sempre a chover fez com que 60 a 70% se perdesse em cada árvore”, explicou.

O agricultor tem ainda uma unidade de transformação, a Quinta do Pombal, e, por isso, compra também o fruto a outros produtores do concelho e garante que o problema é generalizado. “Os pequenos agricultores são os que sentem mais. Eu tive senhores que colhiam à volta de quatro ou cinco toneladas, este ano colhem à volta dos mil quilos (uma tonelada)”, referiu.

Além da baixa produção, também se queixa da qualidade do fruto, contrariamente a outras zonas da região, devido “às vagas de calor”. “Se tivermos quatro ou cinco semanas com temperaturas acima dos 40 graus, faz com que o pouco que a árvore vá tendo, tenha fraca qualidade”, explicou.

Por outro lado, as quebras trazem um sinal de esperança para os produtores, uma vez que o preço da amêndoa subiu entre “20 a 25%”.

“Para o agricultor é bom, porque tem havido anos que não saia beneficiado pelo preço praticado”, referiu Christophe Monteiro.

No entanto, o produtor e também empresário admite que para o negócio da transformação será “difícil”, porque compra a amêndoa a um preço mais alto, mas não consegue aumentar o valor do seu produto transformado. “Acaba por ser complicado, porque temos concorrência do exterior, como Califórnia, a um preço que não conseguimos competir”, acrescentou.

As alterações climáticas provocaram ainda um atraso no desenvolvimento da amêndoa. Por norma, a apanha arranca no início de setembro, mas este ano a começou duas semanas mais tarde.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr e HA

Economia: IVA baixa para 6% na construção

Economia: IVA baixa para 6% na construção

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo vai baixar a taxa de IVA para 6%, na construção de casas para venda até 648 mil mil euros ou se forem para arrendamento, com rendas até 2.300 euros.

Luís Montenegro falava a meio da reunião do Conselho de Ministros, que se realizou na sua residência oficial, em São Bento, numa declaração sem direito a perguntas.

Montenegro admitiu que o IVA reduzido para a construção de casas para arrendar até 2.300 euros pode ser um valor que “soa um pouco elevado”, mas defendeu que se trata de “um teto máximo” e que pretende abranger a construção de casas para famílias nas zonas de maior pressão, como Área Metropolitana de Lisboa e do Porto.

Este regime fiscal, detalhou, irá vigorar até 2029.

“É uma política de choque, queremos abanar o mercado de construção e arrendamento”, afirmou.

Depois de ter anunciado outras medidas para habitação com impacto no IRS, Montenegro disse que o executivo sentiu que era necessário “um impulso maior”, com “mais ousadia, mais ambição”.

“Não é um plano só para quem tem dificuldades acrescidas, é um plano para todos os trabalhadores, para todos os agentes da nossa sociedade que também querem construir o seu futuro em Portugal”, afirmou.

O primeiro-ministro remeteu para os ministro das Infraestruturas e da Reforma do Estado mais detalhes sobre simplificações de vários “instrumentos legislativos de referência, em particular, no regime jurídico de urbanização e edificação”, e detalhou ele próprio as medidas fiscais.

“Em primeiro lugar, a aplicação de uma taxa de IVA de 6% para processos de construção de habitação, cujo valor de venda seja de 648 mil euros”, começou por anunciar.

Para o primeiro-ministro, este valor abrangerá o mercado “na generalidade do país”, incluindo nas zonas de maior pressão do preço, defendendo que o Governo está “a atuar para todo o território”.

“A este preço, na grande maioria dos concelhos, praticamente todas as construções estarão abarcadas por esta taxa de imposto e nas áreas com maior pressão, em Lisboa, no Porto, este valor integra o conceito que trazemos para a nossa política de habitação, que é o acesso a preços moderados”, considerou.

Por outro lado, a taxa de IVA mínima de 6% vai também aplicar-se “à construção e reabilitação de edificado” para arrendamentos até ao valor de 2.300 euros.

“O valor, eu sei, vai soar um pouco elevado. Vai dizer-se que estamos num patamar muito elevado. O limite máximo de 2.300 euros é um limite que, basicamente, se aplica a estas áreas de maior pressão”, justificou, dizendo que em zonas como Lisboa e Porto existe “prática de montantes de arrendamento superiores a este”.

Na base desta decisão, explicou, está a vontade de que este regime fiscal se aplique “a todo o edificado para arrendamento, globalmente, na grande maioria do país”.

“Estamos a falar de um teto que dá à classe média, às famílias com alguma capacidade económica, uma nova possibilidade de oferta para poderem fixar-se e poderem constituir os recursos humanos que a nossa administração pública e as nossas empresas precisam para serem competitivas”, afirmou.

Montenegro admitiu que, “para um cidadão de Bragança ou de Freixo de Espada à Cinta, uma renda de 2.300 euros é uma fortuna”.

“Mas uma família com dois ou três filhos, em Lisboa e no Porto, muitas vezes não consegue ter uma habitação a um preço inferior a este”, referiu, insistindo tratar-se de um projeto que “não deixa ninguém de fora”, a não ser os que têm um rendimento muito superior.

O regime fiscal será para vigorar até final da legislatura, devendo ser avaliado pelo próximo Governo “seja ele constituído pelas mesmas forças políticas ou por outras”.

“Será nessa ocasião que nós poderemos avaliar os resultados desta iniciativa de política fiscal e verificar se ela produziu os efeitos que são pretendidos, que são o aumento da oferta, a contenção e a diminuição dos preços”, disse.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Vimioso: “Caminha com o Médico” dedicado à doença da diabetes

Vimioso: “Caminha com o Médico” dedicado à doença da diabetes

Para assinalar o Dia Mundial do Turismo, as Termas de Vimioso, organizam no sábado, dia 27 de setembro, mais uma “Caminhada com o Médico”, que consiste num passeio, acompanhados por uma profissional de saúde, que vai esclarecer os participantes sobre os cuidados a ter para prevenir ou tratar a doença da diabetes.

As Termas de Vimioso organizam periodicamente a iniciativa “Caminha com o Médico”, com os propósitos incentivar o público a conhecer o complexo termal, promover a atividade física e informar sobre os cuidados a ter na prevenção e tratamento de várias doenças.

Desta vez, o tema da caminhada é a doença da diabetes, caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia). Isso acontece quando o corpo não consegue utilizar a insulina de forma eficaz e/ou não produz insulina suficiente. As possíveis causas da diabetes são hábitos alimentares não saudáveis, o sedentarismo, excesso de peso ou obesidade, tabagismo e a hipertensão arterial.

Habitualmente, o tratamento da diabetes engloba o tratamento com insulina, medicação antidiabética e medidas comportamentais como uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física.

Na atividade “Caminha com o médico”, para além da atividade física, os participantes têm a oportunidade de estabelecer relações com outras pessoas e no final degustar alguns dos produtos locais, na iniciativa “Lançar a Manta”.

Nas Termas de Vimioso, os visitantes podem ainda conhecer os tratamentos termais que promovem o bem estar e os benefícios para os sistemas nervoso, músculo esquelético, dermatológico, reumático e do aparelho respiratório (ORL).

A participação na atividade “Caminha com o Médico” é gratuita, sendo que o passeio inicia-se às 9h00 de sábado, nas Termas de Vimioso e aos participantes recomenda-se o uso de roupa e de calçado confortável.

HA

Vimioso: King of Portugal com 70 equipas de toda a Europa

Vimioso: King of Portugal com 70 equipas de toda a Europa

De 24 a 27 de setembro, Vimioso volta a ser o circuito do “King of Portugal”, uma prova de todo-o-terreno motorizado que nesta X edição, conta com 70 equipas, de 12 nacionalidades, entre as quais os vimiosenses “Alimentação Vara” e a “Pensão Russo”, de Mogadouro/Sendim.

O diretor do King of Portugal, José Rui Santos, indicou que nesta X edição da prova de todo-o-terreno participam equipas de Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia e Israel.

Tal como nas edições anteriores, a corrida de todo-o-terreno realiza-se nas quatro categorias de carros: Unlimited, Legends, Modificados e UTV.

“As novidades do X King of Portugal são a maior distância do circuito e uma nova maneira de ultrapassar a zona difícil dos Ovos de Dinossauro, com grandes rochedos. Este ano, cabe aos pilotos decidir se circulam nessa zona de obstáculos ou preferem ir pelo trajeto mais longo”, explicou o diretor da prova.

Na apresentação do X King of Portugal, o presidente do município de Vimioso, António Santos, destacou a grande afluência de público que todos os anos vem a Vimioso, para acompanhar a prova motorizada de todo-o-terreno.

“No concelho de Vimioso existe uma orografia propícia para o desporto motorizado e o King of Portugal é uma das provas mais conceituadas a nível europeu. Com a vinda de tantas equipas e de milhares de aficionados do todo-o-terreno, ao longo desta semana há um significativo retorno económico e turístico para os vários setores de atividade económica no concelho e na região, como são a hotelaria, o alojamento local, a restauração, o comércio e os serviços”, justificou o autarca vimiosense.

A competição do X King of Portugal começou esta quinta-feira, dia 25 de setembro, com o prólogo de 4,3 quilómetros, sendo que a partida e meta do circuito está instalada no mercado do gado, em Vimioso. A participação dos 70 carros, nas várias categorias, leva a que o prólogo se estenda até ao final da tarde. O campeão do King of Portugal de 2024, Emanuel Costa, foi a primeiro a arrancar para o prólogo.

Na manhã de sexta-feira, dia 26 de setembro, inicia-se a primeira etapa do King of Portugal, num circuito com 41,5 quilómetros. Nesta primeira etapa, os carros da categoria Unlimited, a mais potente, têm que realizar cinco voltas ao circuito, num tempo máximo de 5 horas. Nas outras categorias, Legends, Modificados e UTV, os pilotos e co-pilotos têm que realizar três voltas ao circuito, num tempo máximo de 3 horas.

Na 2ª e última etapa do King of Portugal, agendada para sábado, dia 27 de setembtro, os carros das várias categorias vão rodar num circuito de 28,66 quilómetros. Neste trajeto, os Unlimted têm que realizar quatro voltas, num tempo máximo de 4 horas. Já os Legends, Modificados e UTV têm por objetivo realizar três voltas ao circuito de quase 29 quilómetros, num tempo máximo de três horas.

Entre as 70 equipas que correm na X edição do King of Portugal, destacam-se duas equipas da região: a Team Alimentação Vara e a Team Pensão Russo, que vão correr na categoria Modificados.

O piloto Luís Vara, acompanhado de Flávio Fernandes, ambos naturais de Vimioso, participam pela terceira vez no King of Portugal.

“Somos aficionados do desporto de todo-o-terreno e com a realização desta prova internacional em casa, em Vimioso, fazemos questão de participar. Não é barato, mas com a ajuda dos patrocínios conseguimos realizar esta proeza de competir entre os melhores carros e pilotos nacionais e internacionais”, disse o piloto vimiosense, Luís Vara.

Da equipa Pensão Russo, o piloto, Guillaume Rodrigues, natural de Mogadouro, participa juntamente, com o co-piloto, Luís Santiago, de Sendim, pela segunda vez, no King of Portugal.

“Dada a nossa paixão pelo desporto motorizado de todo-o-terreno, gostamos de participar no King of Portugal pela adrenalina e pelo convívio com os outras equipas. Ao longo do ano, participamos em passeios de todo-o-terreno no distrito de Bragança e o King of Portugal, em Vimioso, é a prova rainha. O nosso objetivo nesta corrida é concluir a prova na melhor classificação possível, dentro da nossa categoria de Modificados”, disse o piloto, natural de Mogadouro.

Anualmente, o King of Portugal é coorganizado pelo Clube NorteX4, o município de Vimioso, o motoclube “Os Furões”, a Federação Porquês do Automóvel e Karting (FPAK) e a prova conta com o patrocínicio de várias empresas.

HA



Bragança-Miranda: «O catequista é aquele que partilha a experiência que faz de Deus» – Ivone Calado

Bragança-Miranda: «O catequista é aquele que partilha a experiência que faz de Deus» – Ivone Calado

A diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda, Iove Calado, na véspera do Jubileu dos Catequistas explica que estes agentes pastorais são quem “partilha com os outros a sua experiência profunda de fé”.

“O que torna o ser catequista absolutamente especial na vida de um cristão é que o catequista é aquele que partilha a experiência que ele próprio faz de Deus. E quando se faz esta experiência de Deus profunda na nossa vida temos que a partilhar. Catequista é isto”, disse Ivone Calado, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A entrevistada, que é também catequista, acrescenta que estes agentes pastorais fazem “um encontro com o Senhor todos os dias da sua vida”, e partilham essa “experiência de fé”, e é com isso que conseguem caminhar, por isso, “é tão especial”.

“E é esta alegria de partilhar a fé, de perceber como Deus me ama a mim, como Ele faz esta experiência de amor e de fé comigo, e eu partilho com os outros esta experiência de fé e de amor, que torna esta dinâmica absolutamente especial”, desenvolveu a diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda, que considera que quando alguém “é catequista muito dificilmente deixa de ser, é uma vocação para a vida toda”.

Ivone Calado que, há vários anos, acompanha sobretudo grupos de Crisma, jovens que estão na “fase final do seu processo catequético” em preparação para receberem o sacramento da Confirmação, embora a catequese seja “para a vida toda, porque continua na catequese de adultos, e até da terceira idade”, destaca que “é uma experiência sempre nova”.

“Nunca há dois grupos de catequese iguais. Porque a experiência que cada adolescente ou jovem traz ao próprio grupo é a sua experiência pessoal, é a sua experiência de encontro, e dessa experiência de encontro todos vamos beber”, explicou, assinalando também que, nos últimos anos, com jovens, “mais a nível paroquial”, dos PALOP –  Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – e do Brasil, “é uma experiência muito interessante perceber como a dinâmica da fé da Igreja da Universalidade é tão próxima”.

“Nós, na Igreja, nunca somos estranhos, somos sempre irmãos. Por isso, independentemente de estarmos em Cabo Verde, em São Tomé, ou em Portugal, a nossa experiência é de partilha, de encontro, de comunhão. E é isso que torna esta vivência e esta experiência tão particular.”

No âmbito do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica, realiza-se o Jubileu dos Catequistas entre sexta-feira e domingo, de 26 a 28 de setembro, em Roma e no Vaticano; do programa jubilar destaca-se a audiência com o Papa, às 10h00, este sábado, e, no dia seguinte, a Missa presidida, a partir das 10h00, na Praça de S. Pedro.

Nesta celebração, Leão XIV vai instituir no ministério de catequista 39 leigos e leigas de 16 países, incluindo Portugal; em maio de 2021, o Papa Francisco decidiu instituir o ministério de catequista, na Igreja Católica, através da carta apostólica (Motu Proprio) ‘Antiquum ministerium’.

Para a diretora do Secretariado Diocesano de Catequese de Bragança-Miranda o Ministério do Catequista trouxe “relevância àquilo que é o serviço do catequista nas suas comunidades”.

“O ministério coloca-nos ao serviço mais alargado da Igreja, todos os ministérios colocam-nos neste serviço mais alargado. O Santo Padre, num momento particular, no Jubileu dos Catequistas, querer fazer esta instituição de catequistas dos cinco continentes é um passo importante para que também em Portugal, na Igreja, e na Igreja diocesana, darmos paulatinamente estes passos de irmos instituindo catequistas”, desenvolveu Ivone Calado.

O Secretariado da Catequese de Bragança-Miranda dinamizar o Jubileu diocesano dos Catequistas, com o lema ‘Esperança, luz que nos guia!, este sábado, dia 27 de setembro, na cidade Bragança, a partir das 14h30, com o acolhimento na igreja da antiga Sé.

A entrevista com Ivone Calado vai integrar o Programa ECCLESIA, emitido na rádio Antena 1, este domingo (dia 28), pelas 06h00.

Fonte: Ecclesia

Mogadouro: Município sai do Sistema Multimunicipal de Águas e Saneamento do Norte

Mogadouro: Município sai do Sistema Multimunicipal de Águas e Saneamento do Norte

O ministra do Ambiente emitiu um despacho na qual desafeta o município de Mogadouro do Sistema Multimunicipal de Águas e Saneamento do Norte (SMASN), onde considera “a vontade firme desta autarquia em sair deste organismo”.

No despacho de 17 de setemnro, assinado por Maria da Graça Carvalho, pode ler-se que em 2012 foi solicitado pelo município de Mogadouro esta desafetação do SNASN e a mesma reiterada em 2024.

Segundo o documento, a desafetação tem efeitos desde 11 março de 2025.

O presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, lembrou a “vontade firme” do município de abandonar o referido sistema multimunicipal, uma vez que “sempre teve a capacidade de garantir serviços de qualidade iguais ou superiores aos prestados pela Águas do Norte e que jamais beneficiou de quaisquer investimentos realizados por esta entidade, e que sempre geriu o seu próprio sistema em baixa e em alta”.

Segundo o autarca social-democrata, “a publicação deste despacho põe fim a um litígio de décadas entre o município de Mogadouro e as Águas do Norte, depois de vários e prolongados processos judiciais, com o consequente desgaste financeiro e institucional”.

“Mogadouro vai continuar a gerir a abastecimento de águas no concelho, tanto em sistema de alta e baixa”, vincou.

Segundo o mesmo documento, o município de Mogadouro já foi notificado desta decisão do Ministério do Ambiente e Energia, bem como as Águas do Norte e as Águas de Portugal.

Fonte: Lusa | Foto: MM

Mogadouro: Despiste de trator agrícola fez uma vítima mortal

Mogadouro: Despiste de trator agrícola fez uma vítima mortal

Uma mulher de 73 anos morreu após um despiste de um trator agrícola, na Estrada Municipal (EM-596), que liga Vilarinhos dos Galegos a Bruçó, no concelho de Mogadouro, informou fonte dos bombeiros.

“À nossa chegada detetámos duas vítimas, uma das quais considerado ferido ligeiro e uma outra, mulher de 73 anos, em paragem cardiorrespiratória. Foram efetuadas manobras de suporte básico de vida para reverter a situação, mas sem resultados. O óbito foi decretado no local pela equipa médica do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)”, explicou o comandante dos bombeiros de Mogadouro, Luís Azevedo.

Segundo a mesma fonte, o ferido, um homem de 80 anos, foi transportado para o Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Mogadouro, no distrito de Bragança.

Os envolvidos no acidente são marido e mulher.

O alerta foi dado às 15:42

Segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no local estiveram 16 operacionais dos bombeiros, apoiados por seis viaturas, a que juntou a equipa médica do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com sede em Macedo de Cavaleiros.

A GNR tomou conta da ocorrência.

Fonte: Lusa | foto: Flickr

Sendim: Fraca colheita e baixo preço da amêndoa desanimam agricultores

Sendim: Fraca colheita e baixo preço da amêndoa desanimam agricultores

Em Sendim, os agricultores com amendoais estão a concluir a apanha da amêndoa, um trabalho mecânico que agora se faz individualmente e mais rapidamente, mas o preço de 1,5€/quilo não satisfaz os produtores.

Na vila de Sendim, o agricultor, Vitoriano Teresinho mostrou-se desanimado com a fraca colheita de amêndoa deste ano e com o preço pago aos produtores.

“Este ano, a colheita de amêndoa é muito reduzida e não chega às quatro toneladas. A explicação para a quebra na produção de amêndoa foi a muita chuva do inverno e da primavera que prejudicaram a floração. Para agravar a situação, o preço de 1,5€/quilo, não é suficiente para pagar as despesas e o trabalho”, disse.

Em Sendim, os amendoais são culturas recentes e segundo Vitoriano Teresinho, outro problema bastante comum é a dificil adaptação das amendoeiras aos solos, por vezes, húmidos desta região.

Questionado sobre a mais valia da apanha mecânica da amêndoa, o agricultor sendinês respondeu que o trabalho agora pode fazer-se individualmente e mais rapidamente, em comparação com a apanha tradicional das varas e mantas.

No planalto mirandês, os produtores de amêndoa vendem as suas colheitas à APATA – Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais, com sede em Mogadouro.

Em 2024, Portugal foi o segundo maior produtor de amêndoa da União Europeia (UE), com 91 mil toneladas, logo atrás da Espanha.

Na Península Ibérica, 79% da área de cultivo de amendoeiras é em regime de sequeiro, o que promove o uso eficiente da água. Além disso, uma grande parte das plantações já é biológica, o que reforça o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis.

Os amendoais também favorecem a economia circular, dado que todas as partes do fruto, da casca à pele, podem ser reaproveitadas para alimentação, produção de energia ou fins medicinais.

HA



Picote: “As arribas do Douro têm ótimas condições para a vitivinicultura” – Carlos Meirinhos

Picote: “As arribas do Douro têm ótimas condições para a vitivinicultura” – Carlos Meirinhos

As arribas do rio Douro oferecem, segundo o vitivinicultor, Carlos Meirinhos, ótimas condições para o cultivo da vinha e a produção de vinho, como acontece em Picote, uma aldeia do concelho de Miranda do Douro, onde estão a decorrer as vindimas e se produzem vinhos como o “Lhaços” e o “L´Cuco”.

Na manhã fria de 24 setembro, Carlos Meirinhos e vários jornaleiros iniciaram as vindimas nas vinhas replantadas na aldeia de Picote (em mirandês,
Picoute), situada nas arribas do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

“Da minha mãe, a senhora Marie Pêdra, herdei várias vinhas velhas, onde replantei vinhas novas com castas como a touriga nacional, tinta amarela (trincadeira), sousão, roriz, touriga franca e barroca”, contou, o vitivinicultor, Carlos Meirinhos.

Ao longo do ano, os cerca de cinco hetares de vinhas requerem vários cuidados, sobretudo na altura da primavera, com o início das podas, as lavras e o corte dos mamões.

“O planalto mirandês e em particular nas arribas do rio Douro, há ótimas condições para o cultivo da vinha. O solo xistoso, a altitude entre os 450 e os 600 metros e o clima seco, com grandes amplitudes térmicas e baixo teor de humidade, inibem o aparecimento de certas doenças e favorecem uma viticultura natural sem o uso de produtos fitossanitários”, explicou.

Chegados à vindima e quando o propósito é a produção de vinho, colhem-se as uvas para cestos pequenos, de modo a manter o fruto o mais intacto possível até chegar à adega.

“Os maiores obstáculos para o desenvolvimento da vitivinicultura no planalto mirandês é a falta de gente, quer na manutenção das vinhas, quer nas vindimas de modo tradicional”, indicou.

A Casa Marie Pêdra, em Picote, produz duas marcas de vinho, o “Lhaços”, que é feito com uvas das castas touriga franca nacional e roriz. Já o vinho branco é designado de L’Cuco.

«Neste momento estou a fazer dois vinhos, um branco e um palheto. O vinho branco fermenta em cuba. Já o palheto é feito com uvas tintas e brancas, que são pisadas no lagar. Lá para novembro, o vinho já está feito, é como diz o ditado “no São Martinho, vai à adega e prova o vinho”. No entanto, o vinho precisa ser fechado em barricas ou inox para amadurecer», indicou.

Os vinhos Lhaços e L’Cuco podem ser adquiridos em vários estabelecimentos comerciais em Miranda do Douro, Sendim, Bragança e por encomenda através do site Casa Marie Pêdra.

HA

Miranda do Douro: Candidatos autárquicos reclamam cobrança de impostos pela venda das barragens

Miranda do Douro: Candidatos autárquicos reclamam cobrança de impostos pela venda das barragens

Os quatro candidatos à Câmara Municipal de Miranda do Douro, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, são unânimes a reclamar a cobrança dos impostos resultantes da venda de seis barragens transmontanas pela EDP à Engie em 2020.

Desde a cobrança de impostos como o IMI ou Imposto do selo, este processo está a passar pela via judicial para analisar o negócio da venda das seis barragens, e as quatro forças políticas reclamam os dividendos fiscais de um negócio que valeu 2,2 mil milhões de euros à EDP.

PSD, PS, CDU e Chega prometem manter o assunto na ordem do dia, independente de quem seja eleito no próximo dia 12 de outubro.

A candidatura do PSD, liderada pela atual presidente de câmara, Helena Barril, defende que vai continuar a lutar, na via judicial, pela cobrança dos impostos em dívida.

“Vamos acompanhar de perto o inquérito judicial que corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e que investiga a venda das barragens situadas no concelho, onde a câmara municipal é assistente”, explicou a candidata social-democrata, estando em causa a investigação à ação da Autoridade Tributária (AT) nos anos de 2016/2017 – o denominado “apagão” dos artigos matriciais das barragens – fruto de uma denúncia da Câmara de Miranda do Douro.

Do lado da candidatura do PS, António Ribeiro defende que, “para cobrar os impostos em dívida, oriundos tanto da venda das barragens, como os impostos devidos anualmente (quer o IMI quer a taxa de 0,6% sobre a faturação da eletricidade), é preciso contratar advogados especializados em Direito Fiscal, capazes de enfrentar eficazmente a AT e o Ministério Público (MP)”.

Segundo o candidato socialista, serão ouvidos todos aqueles que possam ter um contributo e uma visão construtora e estratégica, defendendo que a verba conseguida com a cobrança dos impostos devidos deve ser utilizada numa construção de futuro para a Terra de Miranda.

Já para a candidatura da CDU, encabeçada por Caio Gabriel, o que se impõe é regularizar os impostos devidos aos municípios, mas é também urgente reverter o negócio da venda das barragens.

“Não restam dúvidas que a alienação das barragens, pela venda das ações do Estado à EDP consoante a vontade de cada governo, pela prorrogação das concessões e venda ‘habilidosa’ das mesmas, consubstancia um negócio ruinoso para o Estado e para as autarquias”, frisou.

Por sua vez, a candidatura do Chega, liderada por António Sales, indicou que “quase sempre as decisões tomadas pelo poder central favorecem os interesses da EDP e Movhera em detrimento dos interesses da Terra de Miranda e do país”.

“A EDP e Movhera devem milhões de euros a Miranda do Douro em impostos e têm de pagar, especialmente a EDP, pela venda das barragens que lhes rendeu 2,2 mil milhões de euros”, especificou.

A candidatura do Chega a Miranda do Douro é favorável à criação de um grupo de trabalho que englobe a Câmara de Miranda do Douro, o Movimento Cultural de Miranda do Douro e outros grupos que lutam por esta causa, apoiados por uma equipa de advogados especialistas nesta matéria.

A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie, tendo o negócio ficado concluído no final de 2020.

 No início de 2025,  o Governo criou um grupo de trabalho, presidido por Dulce Neto, juíza conselheira e antiga presidente do Supremo Tribunal Administrativo (STA), que teve por missão fazer propostas sobre a avaliação e tributação dos centros eletroprodutores ( centrais hidrelétricas, parques eólicos e parques solares fotovoltaicos) em sede de IMI, tendo em conta as dúvidas e litigância que esta matéria tem suscitado.

O relatório elaborado por este grupo de trabalho propõe que o artigo do Código do IMI que elenca os sujeitos passivos do imposto passe a incluir que “no caso dos centros eletroprodutores de conversão de energias renováveis, quando haja concessão ou licença de utilização de bem, ainda que de domínio público, o imposto é devido pelo concessionário ou pelo titular da licença”.

Fonte: Lusa | Fotos: HA e Flickr