Ambiente: Mês de fevereiro foi “extremamente seco”

O mês de fevereiro foi “extremamente seco” e registou uma “diminuição significativa” da percentagem de água no solo, indicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“O mês de fevereiro de 2023 em Portugal continental classificou-se como normal em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação”, precisa o boletim climático do IPMA.

O boletim referente a fevereiro sublinha que, no passado mês, o total de precipitação mensal, 10,7 litros por metro quadrado, “foi muito inferior ao valor médio”, correspondendo a apenas 11% do valor normal registado entre 1971 e 2000.

O IPMA refere que, considerando os últimos 35 anos, apenas em nove anos os valores de precipitação mensal em fevereiro foram superiores ao valor médio.

O mesmo documento acrescenta também que se verificou em fevereiro “uma diminuição significativa da percentagem de água no solo”, estando praticamente todo o território com valores inferiores a 60%, e alguns locais do litoral Centro e do Baixo Alentejo têm valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%.

No final de fevereiro, revela igualmente o IPMA, registou-se um aumento das áreas em seca fraca e seca moderada na região Sul, destacam-se os distritos de Setúbal e Beja, com muitos locais em seca moderada, enquanto nas regiões do Norte e Centro verificou-se uma diminuição das áreas nas classes de chuva.

“A 28 de fevereiro 15% do território estava em seca fraca e 13% em seca moderada”, lê-se no boletim, que dá conta do valor médio da temperatura do ar, que foi de 9,94 graus centigrados, e muito próximo do valor normal registado entre 1971 e 2000.

Segundo o IPMA, a temperatura máxima do ar foi superior ao valor normal, sendo o décimo segundo mais alto desde 1931, e a temperatura mínima do ar foi inferior ao valor normal, registando-se o sexto mais baixo desde 2000.

“Durante o mês de fevereiro verificaram-se valores de temperatura máxima do ar quase sempre acima do valor médio mensal, bem como valores de temperatura mínima do ar quase sempre inferiores à normal, sendo de realçar os períodos de 02 a 07 e de 23 a 28 com valores muito inferiores à média mensal”, indica o mesmo documento.

Apesar de fevereiro ter sido classificado como normal em relação à temperatura, o IPMA destaca que Portugal continental esteve, no mês passado, “frequentemente sob a influência de uma massa de ar polar”, além de ter sido também afetado por depressões e pela passagem de uma superfície frontal fria, as quais originaram precipitação, sendo localmente de granizo e, episodicamente, sob a forma de neve em cotas superiores a 400 metros na região Norte e a 600 m na região Centro.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Município introduz carne de raças autóctones nas ementas escolares

O município de Miranda do Douro, em parceria com o agrupamento de escola local, está a introduzir a carne de raças autóctones nas ementas escolares, com o propósito de promover este produto de excelência junto dos mais jovens, informou a autarquia.

De acordo com o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, esta iniciativa tem o objetivo de apoiar os criadores das raças autóctones do território, nomeadamente as raças Churra Galega Mirandesa e Bovina Mirandesa, que têm a Denominação de Origem Protegida (DOP).

“Já foi servido “canhono” (cordeiro) mirandês, assado no forno, em todos os refeitórios do agrupamento de escolas de Miranda do Douro”, informou.

Segundo o autarca, a carne das raças autóctones vai fazer parte da ementa escolar, várias vezes, ao longo do ano, permitindo assim divulgar, junto dos jovens mirandeses, a carne de excelência, produzida na Terra de Miranda.

Fonte: Lusa

Economia: Óscar Afonso é o novo diretor da Faculdade de Economia do Porto (FEUP)

O professor catedrático, Óscar Afonso, natural de Sendim e presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro é o novo diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), estando a tomada de posse marcada para 21 de março.

Eleito pelo Conselho de Representantes da Faculdade, Óscar Afonso chega à liderança da escola onde cumpriu todo o seu percurso académico, à qual está ligado há mais de três décadas e onde dá aulas nos três ciclos de estudos – licenciaturas, mestrados e doutoramentos.

É autor de livros, de mais de 130 artigos em revistas científicas internacionais e de inúmeros working papers, realizando, a par da carreira académica, diferentes trabalhos de consultadoria, como membro da equipa técnica e como coordenador.

Óscar Afonso, que sucede na direção da faculdade a José Varejão, tem como grande prioridade para o seu mandato reforçar a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP) como uma das grandes escolas de Economia e Gestão do país.

O novo diretor da instituição licenciou-se em Economia pela Universidade do Porto, em Julho de 1991. Em 1997, concluiu um mestrado em Economia. E obteve o Doutoramento em Economia, na Universidade do Porto, em dezembro de 2004.

Desde 2012, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP).

Fonte: Lusa e HA

Vimioso: Dia Internacional da Mulher é assinalado com uma comédia teatral

No sábado, dia 11 de março, às 21h00, vai ser apresentada no auditório da Casa de Cultura, em Vimioso, a comédia “Quando Ela é Ele!”, um espetáculo protagonizado pela Ali’Arte – Associação Cultural e inserido na comemoração do Dia Internacional da Mulher.

A peça de teatro conta a história de Emílio, um jovem homossexual não assumido, oriundo de Vila Nova da Ranhosa, mas que vive em Lisboa, por motivos profissionais. Certo dia o seu pai, o sr. Lacerda, um homem do norte muito conservador e viril, decide ir a Lisboa visitar o filho e conhecer finalmente “a nora”.

O que o sr. Lacerda não sabe, nem sonha, é que a sua “nora” chama-se Chico, o companheiro de Emílio, um rapaz exuberante e muito assumido.

Em pânico com a visita do pai, Emílio pede a Chico que saia de casa por um dias e pede a Rita, uma colega e amiga para se fazer passar por sua namorada. Conseguirá o trio: Emílio, Chico e Rita convencer o velho Lacerda? E se o sr. Lacerda descobrir tudo? O que vai acontecer? Descubra em “Quando ela… é ele”.

A peça de teatro é encenada por Luís Mascarenhas e conta no elenco com os atores, Paulo Oliveira, Tiago D’Almeida, Filipa Giovanni e o próprio Luís Mascarenhas.

O espetáculo é promovido pelo município de Vimioso e insere-se no Dia Internacional da Mulher.

Recorde-se que o Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente a 8 de março e simboliza as conquistas das mulheres que, ao longo da história, lutam pelos seus direitos e contra o preconceito. Foi proclamado em 1975, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

HA

Vimioso: Projeto “Tour Poupa-Gotas” alerta para a escassez de água na região

No corrente ano de 2023, a organização Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural vai iniciar o projeto de educação ambiental “Tour Poupa-Gotas”, com os propósitos de alertar a população para os riscos da escassez de água no território e sensibilizar para o consumo e o uso eficiente deste recurso vital.

De acordo com a organização ambiental, o projeto foi aprovado no final de 2022 e será implementado no terreno durante o corrente ano de 2023.

“A iniciativa vai ser implementada no terreno com recurso a uma carrinha itinerante, denominada “Tour Poupa-Gotas”, que irá percorrer zonas do interior norte de Portugal, nomeadamente as terras raianas de Trás-os-Montes e Alto Douro, nomeadamente, os concelhos de Vinhais, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso) e também do Alto Minho (concelhos de Melgaço, Terras de Bouro e Arcos de Valdevez).

Segundo a Palombar, a carrinha vai estar equipada com material informativo, pedagógico e didático, como jogos e atividades lúdico-pedagógicas.

“O propósito é promover espaços de educação ambiental, sendo as ações dirigidas principalmente à comunidade escolar, mas também à comunidade em geral”, adiantam.

Assim sendo, este novo projeto compreende a realização de sessões de sensibilização ambiental na comunidade, de sessões de educação ambiental nas escolas, a criação do Círculo Amigos Poupa-Gotas e ações de capacitação para docentes e não docentes.

“Paralelamente, vai ser criado um itinerário educativo adaptado ao programa escolar e ais níveis de ensino, de modo a oferecer aos docentes uma ferramenta para as atividades pedagógicas”, informam.

A Palombar informa que este novo projeto é continuidade da iniciativa “Por uma gota – pelo uso eficiente da água”
www.porumagota.pt, aprovado em 2018 e financiado pelo Fundo Ambiental.

O novo projeto “Tour Poupa-Gotas” é financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Ação Climática, enquadrado na Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020.

HA

Miranda do Douro: Candidaturas ao PU decorrem até 31 de maio

No dia 3 de março, a Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM) promoveu no miniauditório, em Miranda do Douro, uma sessão de esclarecimento sobre o Pedido Único 2023, o apoio financeiro concedido aos agricultores, cujas candidaturas estão a decorrer até 31 de maio.

No início da sessão de esclarecimento, a técnica da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Olinda Vieira, alertou os cerca de 50 agricultores presentes no miniauditório, em Miranda do Douro, para a maior complexidade do novo Quadro Comunitário de Apoio 2023-2027.

“O novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), é mais complexo, sofreu muitas alterações, é mais burocrático e exige a apresentação de mais documentação aos agricultores”, disse.

A CAP informou que o período de apresentação das candidaturas ao Pedido Único (PU), da Campanha 2023, decorre de 1 de Março até 31 de Maio de 2023.

No que concerne à realidade agrícola do planalto mirandês, o técnico da Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM), Manuel Fernandes, prestou informações sobre várias medidas de apoio.

“Os agricultores desta região podem candidatar-se, por exemplo, a medidas como a manutenção de raças autóctones como são os bovinos de raça mirandesa, ovinos de raça churra galega mirandesa, asininos de raça mirandesa, suínos de raça bisara, etc.”, começou por explicar.

De seguida, Manuel Fernandes indicou outras possíveis candidaturas, a medidas agroambientais, tais como a proteção do lobo ibérico, a proteção da águia-caçadeira ou a conservação de locais de nidificação de aves de rapina e abutres.

Relativamente aos Ecoregimes, ficou a saber-se que os pequenos agricultores que sejam proprietários de parcelas inferiores ou iguais a 1 hectare recebem 500€/anuais; em parcelas superiores a 1 hectare e igual ou inferiores a 2 hectares recebem 850€/anuais; e em parcelas superiores a 2 hectares, os agricultores têm direito a receber 1050€/por ano.

Ainda no âmbito dos ecoregimes (ou regimes ecológicos), o PEPAC apoia a produção biológica, a promoção da fertilização orgânica, a gestão do solo e o maneio da pastagem permanente, entre outros.

A candidatura ao PU 2023 pode ser efetuada pelo agricultor beneficiário, através de formulário próprio disponível na Área Reservada do Portal do IFAP, em: o meu Processo » Candidaturas » Pedido Único (PU) » Entregar/Alterar/Consultar, ou recorrendo às entidades reconhecidas.

O IFAP recomenda aos agricultores que verifiquem previamente se a informação de Beneficiário (IB) e da sua exploração, nomeadamente as suas parcelas (SIP) e os seus animais (SNIRA e REAP), está atualizada nas bases de dados do IFAP, “não deixando a entrega da sua candidatura para o fim do prazo, evitando eventuais penalizações por entrega tardia”.

A sessão de esclarecimento foi organizada pela CAP, em colaboração com a Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM) e contou com o apoio do município de Miranda do Douro, que cedeu o miniauditório.

HA

Ambiente: Falta coordenação entre combate à pobreza energética e outras políticas

A Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2022-2050, cuja consulta pública terminou a 3 de março, deve ser mais precisa e alinhada com outros objetivos para Portugal, defenderam as entidades envolvidas.

Num comumicado divulgado no Dia Mundial da Eficiência Energética pela associação ambientalista Zero, critica-se o facto de a proposta ser “vaga, superficial e pouco quantificável” e de não estar alinhada com a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE).

Assim, considera-se necessária “uma coordenação efetiva com outras políticas (habitação, combate à pobreza, alterações climáticas, saúde, entre outras)” e a determinação de “indicadores de concretização claros”.

Neste último ponto é sugerido “estabelecer claramente ligações entre impactos e metas que sejam simples e de fácil leitura do que se pretende”, por exemplo apontando “indicadores de concretização de cada medida por cada ano”.

“A pobreza energética ganhou espaço na agenda política, europeia e nacional porque afeta milhões de cidadãos e cidadãs, nomeadamente no contexto atual da guerra na Ucrânia, que acentuou a crise energética”, indica o comunicado.

De acordo com a proposta do Governo, entre 660 a 680 mil pessoas em Portugal vivem numa situação de pobreza energética severa, ou seja, integram “agregados familiares em situação de pobreza cuja despesa com energia representa mais de 10% do total de rendimentos” e entre 1,1 a 2,3 milhões de pessoas encontram-se numa situação de “pobreza energética moderada”

Uma das metas da estratégia nacional é a diminuição da percentagem da população a viver em agregados sem capacidade para manter a casa adequadamente aquecida, dos 17,4% de 2020 (segundo o Instituto Nacional de Estatística – INE) para 10% em 2030, 5% em 2040 e menos de 1% em 2050.

As entidades consideram ainda importante haver inovação no que diz respeito aos apoios financeiros, definindo “mecanismos que conjuguem financiamento público, privado e formatos inovadores” para envolver todos os interessados, entre os quais comunidades de cidadãos.

Também a medida “Vale Eficiência” deve ser “melhorada a vários níveis, como através do reforço do montante, do alargamento da escala da intervenção a nível do bairro e da inclusão dos arrendatários (e não só os proprietários)”, sustentam.

O Governo propõe “atribuir 100.000 ‘vales eficiência’, com um valor de 1.600 euros a famílias em situação de pobreza energética enquanto mecanismo de apoio direto” e que poderão ser gastos “em intervenções de reabilitação e renovação dos edifícios, em apoio técnico especializado e na adoção e/ou substituição de sistemas e equipamentos energeticamente eficientes que conduza ao aumento do desempenho energético e do conforto térmico”.

Com o objetivo de melhorar a proposta da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2022-2050, as entidades recomendam igualmente a “monitorização da situação nacional” a várias escalas, “desde o nível do alojamento, envolvendo para isso as autarquias, até ao nível nacional, envolvendo o INE num estudo periódico e regular”.

Tendo em conta o peso da inflação e da crise energética, nas previsões macroeconómicas de outono, anunciadas em novembro do ano passado, a Comissão Europeia colocou Portugal como o quinto país da União Europeia em maior risco de pobreza energética, depois da Lituânia, Croácia, Letónia e Roménia.

Além da Zero, participaram na análise do documento o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Nova de Lisboa, a Coopérnico – Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável, as associações Deco, de defesa dos consumidores, ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, Lisboa E-Nova, Agência de Energia e Ambiente de Lisboa e S.Energia, Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, assim como o Observa, observatório do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa que trata, disponibiliza e comunica informação científica sobre ambiente.

“As entidades esperam que a futura estratégia tenha a ambição e ação necessária para um combate real à pobreza energética e que traga resultados positivos para toda a população, nomeadamente para os mais vulneráveis”.

Fonte: Lusa

Cidadania: MCTM reitera que a EDP deve pagar os impostos da transação de barragens

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) reiterou que a EDP deve pagar os impostos resultantes da transação das seis barragens transmontanas, apelando à regularização “da situação tributária em que a empresa se meteu”.

“A EDP deve regularizar a complicada situação tributária em que se meteu. Em nome do decoro e do sentido de responsabilidade social apelamos a que paguem os impostos devidos com a venda das seis barragens e não se eximam ao pagamento do IMI [Imposto Municipal Sobre Imóveis] ”, indica o movimento cívico.

Segundo o MCTM, “o presidente executivo da EDP [Miguel Stilwell d’Andrade] mostrou-se reticente quanto ao pagamento dos impostos que a empresa deve, incluindo mesmo o pagamento do IMI”.

O responsável máximo da elétrica nacional EDP disse no dia 2 de março não compreender a decisão de cobrar Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) às barragens e que entende que não se aplica a este tipo de bens, mas aguarda despacho do Governo para tomar decisões.

“A avaliação que fazemos à partida, mas não conhecemos o despacho, é que o IMI não se aplica a este tipo de bens. […] Não compreendemos o que pode ter levado a esta alteração de decisão, mas aguardaremos pelo despacho”, disse o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, em conferência de imprensa sobre o plano estratégico 2023-2026, apresentado quinta-feira, em Londres.

O Governo decidiu, recentemente, que vai incumbir a Autoridade Tributária (AT) de fazer a cobrança do IMI das barragens, referente aos últimos quatro anos.

O MCTM questionou ainda na mesma nota se “alguém aceita que a maior empresa portuguesa procure lucrar com os privilégios, os benefícios fiscais, o tratamento de favor, em vez de cultivar o rigor, a eficiência e a excelência da gestão ou alguém aceita que uma empresa que tem um plano de investimento de 25 mil milhões de euros, que antecipa lucros de 1,5 mil milhões de euros, tudo faça para evitar o pagamento dos impostos devidos”.

“Será que a administração da EDP não percebe que a opinião pública e até os investidores penalizam o calote e a irresponsabilidade social?”, acrescenta o MCTM, no mesmo comunicado.

Para os responsáveis pelo MCTM, este comportamento “só se compreende porque a EDP construiu o seu império na base do privilégio, dos favores e de outras convivências indecorosas, que lhe permitiram, nomeadamente, nunca ter pago IMI, como devia, desde sempre”.

“Parece que a EDP e o seu presidente ainda não compreenderam que os tempos mudaram. Os cidadãos da Terra de Miranda e os portugueses em geral já não toleram que alguns continuem a comportar como os donos disto tudo. Nós queremos empresas comprometidas com o desenvolvimento dos territórios onde exploram os recursos naturais”, vincou aquele movimento cívico.

A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.

Contactada pela Lusa, a EDP disse que não acrescenta “ mais nada” ao que foi dito a 2 de março pelo presidente executivo da empresa, Miguel Stilwell d’Andrade

Fonte: Lusa

Futsal: Mirandeses conquistaram a Taça Distrital

Num jogo emocionante, com muitos golos e alternância no marcador, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) conquistou a Taça Distrital de Futsal, ao vencer a final, por 6-8, no prolongamento, a equipa brigantina da Escola de Futsal Arnaldo Pereira.

O recém-criado Clube Desportivo de Miranda do Douro conquistou o seu primeiro troféu, ao vencer a Taça Distrital de Futsal, na época de estreia.

Após afastarem na véspera, o Sporting Clube de Moncorvo e o Grupo Desportivo Torre Dona Chama, as equipas de Miranda do Douro e da Escola de Futsal Arnaldo Pereira (Bragança), enfrentaram-se no pavilhão municipal, em Macedo de Cavaleiros.

A final desta competição despertou o interesse de muito público, sobretudo os jovem, os quais assistiram a um desafio com muitos golos e emoção do início até ao apito final.

No jogo, a equipa brigantina da Escola de Futsal Arnaldo Pereira entrou com muita intensidade e logo no primeiro minuto inaugurou o marcador, na sequência de um passe longo e cruzado, com um remate que o guardião mirandês, Pina, defendeu para a frente e na recarga, Nivaldo, fez o 1-0.
Os brigantinos inauguraram o marcador no começo do jogo.

A forte agressividade da equipa adversária e o golo madrugador surpreenderam a equipa de Miranda do Douro, que tardou algum tempo a entrar no jogo. Aos 6 minutos, os mirandeses deram o primeiro sinal de reação numa combinação entre Nickas e Ricky, mas o remate final não levou a direção da baliza brigantina.

Aos 10 minutos, o mesmo Ricky não desperdiçou e fez o empate, 1-1, ao concluir um passe cruzado de Vitor Hugo, para o segundo poste.

O conjunto de Bragança voltou a adiantar-se quatro minutos depois, 2-1, na transformação de um livre direto, executado por João Pinheiro. Este golo animou os jogadores brigantinos, que logo depois (16′), ampliaram a vantagem para 3-1, numa jogada de insistência e com um cruzamento ao poste mais distante, onde estava Hugo Aires para finalizar.

Antes do intervalo (19′), os mirandeses comandados pelo experiente Vitor Hugo, reduziram para 3-2, num remate rasteiro e colocado.

Na segunda parte, foi a vez da equipa de Miranda do Douro entrar com muita intensidade, o que surpreendeu os adversários. Logo no recomeço do jogo, o mirandês, Gaby, fez o 3-3, num desvio feito em carrinho junto ao chão.

O autor do empate entrou muito bem no jogo, a movimentar-se bem e a procurar criar linhas de passe e espaços vazios no ataque da equipa mirandesa.

Animados pela recuperação da desvantagem, os mirandeses adiantaram-se, pela primeira vez, no marcador, aos 31 minutos, quando o influente, Castro, se desmarcou e num remate subtil desviou a bola para o fundo da baliza bragançana, 3-4.

Consumada a reviravolta, a equipa de Miranda do Douro, consolidou ainda mais a vantagem quando Ricky concretizou o 3-5, numa recarga, após o companheiro, Diogo, chutar com potência a bola ao poste da baliza adversária.
O mirandês, Ricky, muito atento fez o 3-5, numa recarga após a bola embater no poste da baliza brigantina.

Os brigantinos que não marcavam desde o minuto 16, responderam por intermédio de Pedro Alves, fazendo o 4-5, num remate repentino, fora da área que surpreendeu o guardião mirandês, Pina.

O golo devolveu confiança à equipa orientada por Manuel Rodrigues e o mesmo Pedro Alves, no espaço de um minuto frenético, fez o empate (5-5) e colocou de novo, a sua equipa na frente do marcador, fazendo também o 6-5.

Nos últimos minutos do jogo, o Clube Desportivo de Miranda do Douro viu-se obrigado a jogar com cinco jogadores de campo para anular a desvantagem.

Numa das jogadas, o guardião brigantino interceptou a bola e tentou rematar rapidamente em direção à baliza mirandesa, mas fê-lo fora da sua área, o que levou a equipa de arbitragem a assinalar falta e o consequente livre direto.
A 15 segundos do fim do jogo, o mirandês, Diogo, assumiu a grande responsabilidade de marcar um livre direto e não vacilou, fazendo o 6-6 e levando assim o jogo para o prolongamento.

Na primeira parte do prolongamento, os mirandeses adiantaram-se no marcador 7-6, numa boa combinação entre Nickas e Vitor Hugo, concluída com um toque de calcanhar já dentro da área bragançana.

No segundo período de 5 minutos extra, Diogo confirmou a vitória da equipa de Miranda do Douro, ao concluir, com êxito, outro livre direto, estabelecendo assim o resultado final de 6-8.

O suado triunfo no jogo coroou os mirandeses como os novos campeões da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol de Bragança (AFB).

Equipas:

Escola de Futsal Arnaldo Pereira: Ferro, Pinheiro, Amaro, Pedro, Hugo, Abel, Branco, Mário, Araújo, Dani, Alves, Carlitos, Neto e Nivaldo.

Treinador: Manuel Rodrigues

“Quero dar os parabéns à minha equipa, pois fomos muito competentes e fizemos um grande jogo. Na segunda parte, lamento algumas decisões da equipa de arbitragem que nos prejudicaram. Apesar de tudo, felicito o CDMD pela conquista da Taça Distrital, sendo que também é uma excelente equipa” – Manuel Rodrigues.

Clube Desportivo de Miranda do Douro: Pina, Nickas, Ricky, Diogo, Castro, Guilherme, Rúben, Dinis, Couto, André, Finha, Vitor Hugo, Gabriel e Firmino.

Treinador: Paulo Gonçalves

“Foi um jogo extremamente difícil, disputado entre duas belas equipas e com um público fantástico. Sobre o jogo, houve sucessivas alternâncias no marcador o que tornou o desafio ainda mais emocionante. Nesta final, prevaleceu a raça e o espírito mirandês e agradeço de um modo especial à nossa claque, que foi incansável, do primeiro ao último segundo do jogo!” – Vitor Hugo

“Quero realçar que jogámos contra uma equipa muito jovem, com boas rotinas de jogo, bons taticamente e muito rápidos. Mas uma final é uma final e é para ganhar. O jogo não começou da melhor maneira para nós, mas não desistimos de recuperar da desvantagem. Creio que esse é o segredo desta nossa primeira conquista: este grupo nunca desiste! Vejo isso nos treinos e nos jogos, pela união e o empenho de todos. Hoje fizemos história!” – Ricky, jogador do Clube Desportivo de Miranda do Douro.

“Para chegarmos aqui tivemos que superar vários obstáculos e demonstrar que tínhamos qualidade para discutir a Final Four. No primeiro jogo desta Final Four fomos muito eficientes e conseguimos o objetivo de chegar à final. Sobre o derradeiro jogo, defrontámos um adversário muito aguerrido, que correu muito e nos criou muitas dificuldades. Também por isso, a nossa vitória é ainda mais saborosa. O sonho de conquistar da Taça Distrital tornou-se realidade!” – Nuno Martins, presidente do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD).

"Quero dar os parabéns ao Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) pela conquista da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol de Bragança (AFB). Fiquei muito agradada ao ver o empenho de todos os jogadores nesta final! Foi um jogo extremamente bem disputado e o resultado de 6-8 mostra o grande equilíbrio entre as duas equipas finalistas. Fiquei muito feliz com a vitória, que é resultado do muito querer e da grande entrega dos mirandeses!" - Helena Barril, presidente do município de Miranda do Douro.

Equipa de arbitragem

1º Árbitro: Bruno Cordeiro

2º Árbitro: Pedro Lopes

Cronometrista: Carlos Ventura

3º Árbitro: João Martins

HA

Sociedade: Caritas faz novo peditório nacional

A Caritas Portuguesa vai arrancar com um novo peditório nacional, numa altura em que o país atravessa “uma situação crítica em termos sociais”, considera a presidente do organismo, segundo a qual os pedidos de ajuda continuam a aumentar.

De 5 a 12 decorre a Semana Nacional Cáritas, sob o tema “O Amor que Transforma”, e na qual se inclui o peditório público nacional que se inicia esta segunda-feira, dia 6 de março.

Este peditório irá servir para financiar em grande parte o trabalho feito pelas Cáritas Diocesanas.

Em declarações, a presidente da Cáritas Portuguesa admitiu que a organização, uma instituição oficial da Conferência Episcopal para a promoção e dinamização da ação social da Igreja católica, parte para o peditório preocupada com a situação social do país.

“Nós temos uma situação crítica em termos sociais, uma situação que se arrasta nos últimos anos, por razões diversas e somadas”, apontou Rita Valadas, ressalvando que isso torna ainda mais importante a realização do peditório.

Acrescentou que a situação social “agudiza a cada momento, a cada aumento do custo de vida, a cada aumento de cada produto”.

“As famílias estão com muitas dificuldades, de facto”, salientou.

A presidente da Cáritas não sabe ainda qual o valor total gasto no apoio às famílias portuguesas em 2022, porque as contas ainda não estão fechadas, mas não tem dúvidas de que “houve um aumento em relação às pessoas que procuraram esse apoio”, que se traduziu tanto na procura por alimentos ou outros bens essenciais, quer nos pedidos de apoio.

Rita Valadas explicou que a realidade de 2022 teve vários tipos de situações, entre a pobreza resistente, “que traz sensivelmente o mesmo número de pessoas aos serviços da Cáritas” e que são as pessoas que procuram ajuda para alimentação ou roupa ou uma ajuda financeira pontual, e que rondou os 120 mil atendimentos.

“Outra realidade é a das várias crises que nos têm chegado e temos as situações [de pessoas] que se aproximaram da Cáritas na pandemia [de covid-19] e que não conseguiram fazer a retoma da sua situação económica”, apontou.

Por outro lado, referiu, houve também casos na sequência da guerra na Ucrânia, que envolve estrangeiros, “e que é uma realidade que não se sente decrescer na procura do apoio da Cáritas”.

Segundo Rita Valadas, estas situações “não estão totalmente apuradas, mas rondam as 30 mil pessoas”.

“Depois, temos a realidade de hoje, que não temos ainda noção dos números, mas que é o número de pessoas que vai chegando à Cáritas, na sequência do aumento do custo de vida e das taxas de juro”, referiu.

Rita Valadas sublinhou que há, não só, um aumento do número de pessoas que tem recorrido às Cáritas, como das dificuldades por que passam as pessoas que estão em situação de pobreza que, não sendo situações novas, constatam que “o pouco que tinham dá cada vez para menos”.

“As necessidades que eles têm para manter uma situação com o mínimo de dignidade e de bem-estar são mais à medida que os preços sobem”, disse a responsável.

Como consequência, alertou, vem um maior fosso nas desigualdades, uma vez que tem vindo a aumentar o número de pessoas com maiores rendimentos, mas também o número de pessoas com rendimentos mais baixos.

No terreno, a Cáritas Portuguesa tem dois programas de apoio à rede, um que se chama “Inverter a curva da pobreza” e que apoiou 7.500 pessoas, e outro de “Prioridade às Crianças”, que ajudou 150 crianças.

A contribuição para o peditório da Semana Nacional Caritas também pode ser feita ‘online’.

Este ano, a iniciativa ficará marcada pela falta de voluntários em número suficiente para ser possível fazer o peditório na rua em todos os locais, como habitualmente.

Além do peditório, estão previstas outras iniciativas de norte a sul do país, entre arraiais e encontros de jovens, jornadas de ação, uma exposição de fotografia sobre a comunidade migrante, iniciativas em escolas, mas também ações mais técnicas sobre inserção social, empregabilidade, atendimento de emergência ou acompanhamento de vítimas.

Fonte: Lusa e Ecclesia