Incêndios: «Esta é a hora de refletir sobre o interior do país abandonado » – D. António Couto

Incêndios: «Esta é a hora de refletir sobre o interior do país abandonado » – D. António Couto

O bispo de Lamego publicou uma mensagem sobre os incêndios que afetam a região e o país, com o título ‘Não podemos ficar quietos, tranquilos e calados’, alertando para o abandono do interior do país.

“Esta pode ser a hora de todos vermos melhor o que estamos a fazer para deixar este interior do país abandonado. Esta pode ser a hora de todos prestarmos a devida atenção a este belo chão que Deus nos deu. Esta tem de ser a hora de usar a razão e o coração”, escreve D. António Couto, num texto enviado à Agência ECCLESIA.

“Assim Deus nos ajude. Ele faz sempre bem a sua parte. Nós é que não”, acrescenta.

O bispo de Lamego dirige-se aos “irmãos de todo o centro-norte” do país, também da Diocese, sobretudo da linha do Paiva, Castro Daire, Alvarenga, Oliveira do Douro, Freigil, que “continuam a sofrer desamparados”.

“A minha comunhão de irmão, a minha oração, a minha solidariedade e entreajuda. E assim também de todas as comunidades”, escreve.

D. António Couto deixa um “grito de esperança”, perante o cenário que se vive.

“Eu também já estive no meio de fumos e fogos cruzados sem saber bem o que fazer. Fez Deus por mim e comigo. Sei-o bem”, indica.

Neste momento triste e adolorado, não posso deixar de deixar no ar um grito que se oiça em todo o lado, mas sobretudo pelos meus irmãos investidos em autoridade no meu país, no seu todo, e em cada uma das suas parcelas. E pergunto: 1) não somos nós a humanidade por Deus criada? 2) O que é feito da liberdade e responsabilidade que nos deu? 3) Não partilhou Deus connosco o seu poder omnipotente, a sua ciência omnisciente, a sua presença omnipresente, a sua vida vivente? 4) Então, o que temos feito da parte que nos toca? 5) E o que vamos fazer?

“Quando vemos arder pessoas, casas, animais, campos, árvores, montes, tudo varrido num infindável instante pelo fogo, pelo fumo, pelo vento, claro que não podemos ficar quietos, tranquilos e calados”, escreve D. António Couto.

“Quando ouvimos os gritos angustiados de tantos de nós que veem os seus bens arrebatados pelas chamas e o futuro ali à sua frente trucidado, não podemos apagar a dor que nos sufoca e continuar a dormir um sono sossegado”, acrescenta o responsável católico.

Quando vemos exaustos os bombeiros cujos braços são iguais aos meus, e que continuam a travar uma luta desigual com mil fogos desregrados, louvemo-los, mas sobretudo ajudemo-los e imitemo-los. Obrigado, soldados da paz”.

Nove incêndios rurais mantinham-se ativos às 06h40 de hoje, dia 20 de setembro, informou fonte da Proteção Civil.

O comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adiantou que as operações de combate na generalidade das ocorrências que estavam em curso evoluíram durante a noite favoravelmente, sem registo de vítimas ou casas ardidas.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e decretou um dia de luto nacional para sexta-feira, dia 20 de setembro, pelas vítimas dos incêndios.

Segundo a ANEPC, foram registadas cinco mortes, 10 feridos graves, 49 feridos ligeiros e 59 vítimas assistidas no teatro de operações; duas pessoas morreram de doença súbita.

Fonte: Ecclesia

Vilar Seco: Feira das Colheitas no fim-de-semana

Vilar Seco: Feira das Colheitas no fim-de-semana

No fim-de-semana de 21 e 22 de setembro vai realizar-se em Vilar Seco, no concelho de Vimioso, a VI Feira das Colheitas, um certame cuja finalidade é apoiar os produtores da região na comercialização dos seus produtos e dar a conhecer a cultura local, onde se destaca a manufatura dos escrinhos.

A Feira das Colheitas é um evento organizado pela freguesia de Vilar Seco e este ano, a abertura do certame está agendada para 14h00, de sábado.

No recinto da feira, cerca de 30 produtores locais e regionais vão expor os seus produtos, com destaque para os produtos hortícolas e a fruta da época, assim como o pão, o folar, a bola-doce mirandesa, o fumeiro, queijos, vinho, licores, mel, frutos secos, artesanato, capas d’honra, entre outros produtos.

Neste primeiro dia da feira, vão enriquecer o certame as oficinas artesanais de escrinhos, a animação musical dos Gaiteiros da Escola Tradicional Lérias, as danças dos Pauliteiros Mirandeses de Palaçoulo e o concerto dos “Zingarus”.

No Domingo, dia 22 de setembro, o VI Feira das Colheitas reabre com o programa radiofónico “Bom-dia, Tio João”. E às 9hh00, tem início o 1º Passeio de Carros Clássicos.

Na tarde de Domingo, o destaque são as Lutas de Touros Mirandeses e as danças das Pauliteiricas de Fonte de Aldeia, que encerram a feira.

Nos dois dias do certame, A organização informa que há serviço de bar e restaurante para o público.

A Feira das Colheitas é organizada pela freguesia de Vilar Seco e conta com o apoio do município de Vimioso.

HA

Vimioso: Águia Futebol Club Vimioso elegeu novos órgãos sociais

Vimioso: Águia Futebol Club Vimioso elegeu novos órgãos sociais

Após a renúncia do presidente da direção por motivos de saúde, o Águia Futebol Club Vimioso elegeu no dia 18 de setembro, os novos órgãos sociais para o triénio 2024-2027, tendo assumido o cargo de presidente, Vitor Cardoso, que definiu como principal objetivo “aproximar o clube da população” e apostar nos escalões jovens.

A assembleia geral do Águia Futebol Club Vimioso decorreu nas instalações da Freguesia de Vimioso, teve como ordem de trabalhos a apresentação e aprovação do relatório de atividades e contas da época passada e a eleição dos novos órgãos sociais para o triénio 2024-2027.

Para o ato eleitoral foi apresentada uma única lista, que foi depois aprovada por unanimidade, tendo sido eleito presidente da direção. Vitor Cardoso. A assembleia geral continua a ser presidida por Luís Rodrigues e o conselho fiscal é agora confiado a José Eduardo Rodrigues.

Nas primeiras declarações como presidente do Águia Futebol Club Vimioso, Vitor Cardoso, disse que o principal objetivo é “procurar aproximar o clube da população de Vimioso” e uma estratégia da nova direção é apostar nos escalões de formação, desde os petizes até aos iniciados.

“No concelho de Vimioso existem poucas crianças, pelo que a nossa tarefa depende sempre da vontade dos miúdos em querer jogar e da autorização e disponibilidade dos pais e encarregados de educação para os acompanharem aos treinos e jogos”, disse.




Neste momento, a direção do Águia Futebol Club Vimioso indicou que está a trabalhar em “contrarrelógio” para formar equipas nos escalões jovens e efetuar as necessárias inscrições na Associação de Futebol de Bragança (AFB).

“Na próxima terça-feira, dia 24 de setembro, vamos realizar um treino de captação para as crianças, às 18h00, no estádio municipal de Vimioso”, informou.

Sobre a gestão do clube vimiosense, a anterior direção liderada por Otávio Rodrigues, que renunciou ao cargo por motivos de saúde, dois anos antes do término do mandato, informou que entrega o clube “estruturado e organizado financeiramente”.

No âmbito desportivo, Otávio Rodrigues recordou que ao longo dos últimos 14 anos, o Águia Futebol Club Vimioso conseguiu várias conquistas, desde os escalões jovens até aos seniores.

“Na modalidade do futebol, o clube vimiosense conquistou do campeonato distrital, em seniores e iniciados, masculinos. E no futsal, o Águia Futebol Club também se distinguiu no setor feminino com a conquista dos campeonatos distritais de futsal, seniores e iniciados; e a taça distrital, em seniores masculinos”, recordou.

O Águia Futebol Clube de Vimioso foi fundado a 18 de agosto de 1973, tendo completado 50 anos, em 2023.

HA

Futsal: Campeonato distrital inicia-se a 4 de outubro

Futsal: Campeonato distrital inicia-se a 4 de outubro

O campeonato distrital de futsal vai iniciar-se no dia 4 de outubro, com a participação de 10 clubes, sendo que nesta nova época desportiva se registam as entradas da Casa do Benfica de Alfândega da Fé e do Vila Flor Sport Clube e as ausências dos Pioneiros de Bragança, do Águia Futebol Club Vimioso e da Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Ala.

Segundo o sorteio realizado no dia 16 de setembro, na sede da Associação de Futebol de Bragança (AFB), na primeira jornada, o bicampeão Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) desloca-se a Alfândega da Fé para defrontar a recém formada equipa Casa do Benfica de Alfândega da Fé. Por sua vez, a equipa do Grupo Desportivo Sendim, recebe a visita da Associação Recreativa Alfandeguense.

Nos restantes jogos da primeira jornada do campeonato distrital de futsal, o Vila Flor Sport Clube joga contra o Grupo Desportivo Torre Dona Chama; o Sporting Clube Moncorvo mede forças diante do Futsal Clube Mirandela; e a Escola de Futsal Arnaldo Pereira enfrenta o Grupo Desportivo de Freixo de Espada à Cinta.

Np que concerne à Taça Distrital de Futsal, cujo início está agendado para o dia 21 de novembro, o sorteio ditou que nos oitavos de final vão realizar-se os seguintes jogos: o derbi concelhio entre o Grupo Desportivo de Sendim e o Clube Desportivo de Miranda do Douro; e no outro jogo, o Grupo Desportivo Torre Dona Chama defronta o Grupo Desportivo de Freixo.

De 14 a 16 de março de 2025, vai realizar-se a final four da Taça Distrital de Futsal, no pavilhão municipal de Macedo de Cavaleiros.

HA

Foto: CDMD

Bragança-Miranda: Clero reúne-se para retiro espiritual em Lamego

Bragança-Miranda: Clero reúne-se para retiro espiritual em Lamego

O clero da Diocese de Bragança-Miranda vai reunir-se em retiro espiritual de 23 a 26 de setembro, no Seminário Maior de Lamego.

D. António José da Rocha Couto, bispo de Lamego, vai ser o orientador do retiro.

Numa carta enviada aos sacerdotes, o padre António Magalhães, delegado para a vida sacerdotal, refere que, em ano de oração e numa clara “preparação para a abertura da Porta Santa, em 2025”, este retiro outonal pretende ser uma “experiência essencial para a renovação do coração e conversão”.

Além do retiro, o programa inclui um passeio cultural pela cidade.

Fonte: Ecclesia

Bragança-Miranda: Cáritas acompanha «situação dramática» dos incêndios

Bragança-Miranda: Cáritas acompanha «situação dramática» dos incêndios

O Grupo de Emergências e Catástrofes (GEC) da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda está a acompanhar a “situação dramática” dos incêndios florestais no distrito de Vila Real e na Serra do Marão, em prontidão para apoiar as populações.

“Temos estado a acompanhar a situação dramática, nomeadamente agora o incêndio do Marão e temos estado em articulação com os dois subcomandos”, disse hoje o coordenador do GEC, Hélder Pires, à Agência ECCLESIA, assegurando que estão “completamente” disponíveis, “também do ponto de vista prático e operacional”.

Um fogo em Vila Pouca de Aguiar, que começou segunda-feira,  chegou ao concelho de Vila Real, no dia seguinte; no mesmo distrito transmontano, no concelho de Santa Marta de Penaguião, um incêndio atingiu a serra do Marão.

“A nossa resposta é 24 horas por dia, desde que o telemóvel esteja ligado, e que eu acorde. Nós não temos uma sala de comando, não estamos 24 horas por dia acordados, mas o nosso telemóvel está na mesa-de-cabeceira. Ainda ontem uma colega mandava uma mensagem a dizer: ‘eu vou tentar descansar, mas o telemóvel fica ligado, por favor, ligue-me se for preciso sair’, desenvolveu Hélder Pires.

O Grupo de Emergências e Catástrofes da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda tem 50 elementos, é constituído por voluntários, “todos têm o seu trabalho, outros são estudantes”, e conseguem “mobilizar para o terreno de imediato, até ao máximo de 20”, depois, “havendo necessidade, vão-se juntando todos os outros”.

“O modus operandi é: nós vamos lançando os alertas daquilo que está a acontecer e da possibilidade de sermos mobilizados, e as pessoas vão manifestando as suas disponibilidades para poder sair no espaço de 10, 15 minutos. Temos um grupo no WhatsApp, é a forma mais fácil, e vamos lançando os alertas do site fogos.pt, onde vamos acompanhando toda a situação”, explicou, acrescentando que, “normalmente” o ponto de saída é a sede da Cáritas diocesana onde têm o material que precisam.

O GEC da Cáritas de Bragança-Miranda presta apoio psicossocial, têm assistentes sociais e psicólogos, e evitam “a deslocação de uma equipa de psicólogos do INEM do Porto”, uma vez que os seus psicólogos fizeram a formação no âmbito da emergência e catástrofe do Instituto Nacional de Emergência Médica.

“Este apoio, nesta altura e numa situação catastrófica como esta que está a acontecer, é fundamental, manter alguém no terreno, junto das pessoas, para as apoiar na primeira hora em que veem os seus bens a arder, ou na possibilidade de isto vir a acontecer, e é sempre uma situação dramática”, acrescentou Hélder Pires.

O Grupo de Emergências e Catástrofes tem também o material necessário para “montar uma zona de concentração para cerca de 30 pessoas”, com o mínimo de condições para poderem pernoitar, cada um com a sua cama de campanha, a sua manta, que foram adquiridas pelo GEC “com o apoio de alguns municípios” da região.

A Diocese de Bragança-Miranda, que é a área territorial de atuação desta Cáritas diocesana, assenta no Distrito de Bragança, que, com a reforma da Lei de Bases da Proteção Civil, ficou dividida em duas sub-regiões: A sub-região de Trás-os-Montes, sediado em Bragança com nove concelhos, e a sub-região do Douro, sediado em Vila Real que tem “três concelhos” – Freixo de Espada à Cinta, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo – que pertencem à diocese do nordeste português.

“O subcomando do Douro tem 19 concelhos, três deles são da nossa diocese, se o comandante Miguel me pedir para sair da minha Diocese eu não vou dizer que não, tendo em conta que a Cáritas de Vila Real, por exemplo, não tem uma resposta efetiva da emergência”, explicou Hélder Pires.

A Cáritas Portuguesa, em comunicado, informou que está a acompanhar a situação dos incêndios em Portugal, “com natural preocupação e sentido de fraternidade”, e tem “todos os meios da rede nacional” disponíveis para apoiar a “emergência nacional”.

Fonte: Ecclesia

Picote: Há “Fiesta de las Lhénguas” no fim-de-semana de 20, 21 e 22 de setembro

Picote: Há “Fiesta de las Lhénguas” no fim-de-semana de 20, 21 e 22 de setembro

No âmbito do Dia Europeu das Línguas, que se assinala a 26 de setembro, a freguesia de Picote e a associação Frauga, voltam a organizar no fim-de-semana de 20, 21 e 22 de setembro, a “II Fiestas de las Lhénguas”, um evento cultural que nesta edição tem como destaques a conversa com os escritores convidados, os concertos musicais e a liturgia da missa dominical, lida em mirandês e asturiano.

De acordo com o presidente da freguesia de Picote, Jorge Lourenço, nesta 2ª edição, a Festa das Línguas é dedicada aos escritores das línguas convidadas, como são o mirandês, asturo-leonês, o galego e o barranquenho.

“A Fiesta de las Lhénguas é um evento que pretende celebrar a diversidade cultural e linguística. Nesta segunda edição, continuamos a dar especial destaque ao antigo espaço asturo-leonês onde se inclui, naturalmente, o mirandês, a língua da Terra de Miranda. No entanto, para além das línguas aí faladas, os visitantes poderão também encontrar documentação sobre o Barranquenho, a dinâmica editorial da Academia de Letras de Trás-os-Montes, para além de outras instituições que, das mais variadas formas, se ocupam da promoção desta região”, informa.

Segundo o programa, a “II Fiesta de las Lhénguas” começa na tarde de sexta-feira, dia 20 de setembro, com a receção de boas-vindas aos convidados e visitantes, seguida da inauguração do mural das línguas e a visita aos espaços das várias instituições linguísticas que participam na festa.




Nesta 2ª edição, vão participar no evento, a Academia da Llingua Asturiana, o Governo das Astúrias (através da Dirección Xeneral d’Acción Cultural y Normalización Llingüística), a Associação Faceira (da província espanhola de Leão), a Associação Furmientu (de Zamora), El Teixu (Leão), a Association pour la Défense des Langues et Cultures Menacées, a Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), entre outras instituições.

Para animar o evento, na sexta-feira, dia 20, estão programadas as danças dos pauliteiros de Miranda, pelo grupo da associação FRAUGA e o concerto musical, do artista espanhol (Astúrias), José Manuel Sabugo Alvarez.

No sábado, dia 21 de setembro, a Festa das Línguas, em Picote, prossegue com a abertura dos espaços linguísticos e animação dos gaiteiros pelas ruas da aldeia. Outro destaque na II Festa das Línguas é a introdução de jogos tradicionais.

Para a tarde de sábado, está programada uma sessão de conversas com escritores convidados, das várias regiões linguísticas da Terra de Miranda, León, Astúrias e da Galiza.

No serão de sábado, o público que pretenda visitar a Festa das Línguas tem a oportunidade de usufruir de dois concertos: o primeiro é interpretado pelo grupo Efrén López & Kelly Thoma, no âmbito do projeto Ciclo de Música sem Tempo; segue-se depois o concerto do grupo mirandês “Galandum Galundaina”, considerado um dos “grandes embaixadores da língua mirandesa, pela divulgação do mirandês através das letras musicais”.

No Domingo, dia 22 de setembro, a II Fiesta de las Lhénguas tem como motivos de interesse a visita ao roteiro de arte contemporânea, na localidade de Picote. E às 12h00, celebra-se na igreja matriz, a eucaristia dominical, com as leituras a serem lidas em mirandês e em asturiano.

A “II Fiesta de las Lhénguas” é um evento organizado pela freguesia de Picote em conjunto com a FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote. Para estas entidades locais, a finalidade do evento é “descobrir e contactar com a diversidade linguística e cultural, reforçando assim a nossa cidadania europeia baseada no respeito e no multiculturalismo”.

O evento cultural conta com os apoios institucionais do município de Miranda do Douro, da Comissão e Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), da Prozinco e de várias outras instituições e empresas.

HA

Miranda do Douro: RTP Ensina o mirandês

Miranda do Douro: RTP Ensina o mirandês

No dia 17 de setembro, no 26º aniversário do reconhecimento oficial da Língua Mirandesa foram apresentados no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), dois novos recursos para a aprendizagem da língua mirandesa, como são o site “RTP Ensina” e o audiolivro “Mensagem” de Fernando Pessoa.

O jornalista da RTP, João Barreiros, apresentou o site “RTP Ensina” aos alunos do 5º e 6º anos da Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro (EBSMD).

A apresentação destes dois novos recursos didáticos decorreu no âmbito das comemorações do 26.º aniversário do reconhecimento oficial dos direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

Recorde-se que a lei que reconheceu o mirandês foi aprovada na generalidade, na assembleia da república, a 17 de setembro de 1998. Quatro meses depois, a lei entrou em vigor com a publicação em Diário da República, a 29 de janeiro de 1999.

Para continuar a preservar a língua mirandesa, foram apresentados dois novos recursos didáticos, no auditório da Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro (EBSMD), onde participaram os alunos do 5º e 6º ano de escolaridade.

No início da sessão, o jornalista da RTP, João Barreiros, apresentou o site “RTP Ensina”, que disponibiliza atualmente 5 mil conteúdos, entre os quais animações, vocabulário e informações sobre a cultura da Terra de Miranda, no item “Aprender Mirandês”.

Estes conteúdos estão traduzidos em língua mirandesa graças à colaboração entre a Rádio Televisão Portuguesa (RTP) e a Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) e ao trabalho dos tradutores Alcides Meirinhos e Susana Ruano.



Na manhã do dia 17 de setembro, no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD) foi também apresentado o audiolivro “Mensagem”, de Fernando Pessoa (1888-1935). Recorde-se que esta obra literária foi traduzida para mirandês, pelo saudoso Amadeu Ferreira (1950-2015) e está agora disponível em audiolivro, na plataforma digital da Imprensa Nacional da Casa da Moeda (INCM).

No final da apresentação destes dois novos recursos didáticos, o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), o professor António António Santos, considerou que são muito importantes para o ensino e aprendizagem do mirandês.

“São recursos digitais, de fácil acesso e organizados pelos vários ciclos de ensino. Estou convencido de que estes dois novos recursos didáticos vão despertar o interesse dos alunos para a aprendizagem da língua mirandesa e vão ser muito úteis para o trabalho no ensino dos professores”, disse.

Já o professor da disciplina de Língua e Cultura Mirandesa, Duarte Martins, indicou que o site “RTP Ensina” e o audiolivro “Mensagem” são dois novos recursos didáticos que vêm oferecer uma maior quantidade e variedade de conteúdos para o ensino.

“Todos os recursos relacionados com o audiovisual e as novas tecnologias digitais vêm complementar os recursos já existentes nos manuais escolares em papel. Sou da opinião que o papel e o digital complementam-se. No entanto, dada a atual preponderância do digital, a consulta de conteúdos em língua mirandesa nos suportes digitais é mais fácil e apelativa para os alunos”, disse.



As comemorações do 26º aniversário do reconhecimento oficial dos direitos linguísticos da comunidade mirandesa continuou na tarde de 17 de setembro, no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Este sessão solene contou com a presença da vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Morais, assim como da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, do deputado na Assembleia da República,, Nuno Gonçalves e do presidente da Associação da Língua e Cultura Mirandesa, Alfredo Cameirão, para além de outras personalidades e representantes de instituições e empresas.

Na sua intervenção, a vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Morais, homenageou aqueles que preservaram e continuam a preservar a língua mirandesa, destacando entre outros, os contributos de José Leite Vasconcelos, Júlio Meirinhos e Amadeu Ferreira.

A vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Morais, participou no 26º aniversário do reconhecimento oficial da Língua Mirandesa.

No decorrer desta cerimónia, foram ainda apresentados os livros, em mirandês: “Siempre”, sobre a revolução do 25 de abril de 1974; e o livro “Monólogos de solidão”, da autoria da escritora Adelaide Monteiro.

As comemorações dos 26 anos do reconhecimento oficial da Língua Mirandesa concluiram-se com a assinatura do protocolo de cooperação entre o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), para o estudo e investigação da língua mirandesa.

HA

Sociedade: População jovem está em declínio e representa um quinto da população

Sociedade: População jovem está em declínio e representa um quinto da população

Um estudo feito a partir do Censos 2021, mostra que em Portugal, a população jovem está em declínio e atualmente os jovens representam apenas cerca de um quinto da população do país.

O estudo, “Jovens em Portugal: Um retrato a partir dos Censos”, foi apresentado no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, juntamente com outros seis sobre famílias em Portugal.

Uma das investigadoras responsáveis, do Centro de Investigação em Qualidade de Vida, do Instituto Politécnico de Santarém, apontou que “é já do conhecimento comum” que o declínio demográfico das últimas décadas, juntamente com as crises financeiras (2008) e de saúde pública (2020, pandemia covid-19), contribuíram para “o declínio da população jovem”.

“A população jovem, entre os 15 e os 34 anos, passa de um quarto da população em 2011 para cerca de um quinto em 2021, sendo que esse declínio não é homogéneo e é tanto mais observável nos grupos etários dos jovens adultos, entre os 25 e os 29 anos e entre os 30 e os 34 anos”, disse Tatiana Ferreira.

Em contraciclo está, no entanto, o aumento do número de jovens estrangeiros que, no global da população jovem, aumentou 23,4% entre 2011 e 2021, enquanto a população jovem portuguesa diminuiu 17,5%.

A faixa etária em que isso foi mais significativo é entre 25 e 29 anos, com um aumento de 36% de jovens estrangeiros, enquanto o número de jovens portugueses baixou 21,2%.

A quebra mais acentuada de jovens portugueses regista-se na faixa etária dos 30 aos 34 anos, com uma diminuição de 31,3%, enquanto entre os jovens estrangeiros regista-se um aumento de 27,6%.

Em relação aos países de origem, os dados do INE mostram que, em dez anos, há um aumento de 243,4% de jovens oriundos de países asiáticos, apesar de os brasileiros continuarem a ser a nacionalidade dominante, com 40,9%, em 2021.

A investigadora adiantou que os dados do Censos dão conta de que aumentou de 83,9% (2011) para 90,4% (2021) a percentagem de jovens entre os 15 e os 19 que estão a estudar, e que as raparigas são predominantes.

Por outro lado, diminuiu de 66,3% (2011) para 58,1% (2021) a percentagem de jovens ativos, sendo que entre o grupo de jovens ativos em 2021, 51,3% estavam empregados, enquanto 6,8% estavam desempregados.

Segundo Tatiana Ferreira, ao analisar os meios de vida dos jovens, há uma diminuição, de 54,9% para 50,5%, aqueles que vivem dos rendimentos do trabalho, enquanto aumentou, de 34,7% para 38,4%, os que vivem a cargo da família.

No que diz respeito à distribuição da população jovem, a investigadora disse que quase metade vive em zonas urbanas, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, aparecendo o Alentejo como a região do país com menos jovens.

“Os jovens são um bem cada vez mais raro”, considerou.

Fonte: Lusa

Sociedade: Quase 40% dos idosos com mais de 80 anos viviam sozinhos

Sociedade: Quase 40% dos idosos com mais de 80 anos viviam sozinhos

Em 2021, quase 40% dos idosos portugueses, com mais de 80 anos, viviam sozinhos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica também que a maioria destas pessoas idosas vive nas freguesias do interior do país.

O INE apresentou uma série de estudos sobre famílias em Portugal, com base nos Censos de 2021.

O estudo sobre as “Famílias nas fases mais avançadas da vida: tendências atuais” mostra “um ligeiro crescimento da proporção de indivíduos com 65 ou mais anos a residir em agregados unipessoais”.

Na análise por grupos etários, “37,8% da população com 80 ou mais anos vivia em agregados domésticos sem núcleos familiares”, apontou a investigadora Patrícia Coelho, da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve.

De acordo com a docente, é neste grupo etário que “o número de idosos a viver em agregados unipessoais cresceu de forma muito mais acentuada entre 2011 e 2021”.

Os dados apresentados mostram que mais de 50% dos agregados domésticos privados unipessoais eram compostos por pessoas com 65 anos ou mais.

A maior expressão é em freguesias do interior (norte e centro) e na Região Autónoma da Madeira, por oposição às freguesias do litoral de Portugal Continental e da Região Autónoma dos Açores.

Os dados do INE mostraram também que entre 2011 e 2021, Portugal perdeu 1,3% de população residente e que a taxa de crescimento efetivo foi negativa até 2018, só contrariada a partir desse ano graças à imigração.

A partir de 2017, o crescimento migratório é positivo, mas só isso não foi suficiente para compensar a perda de população, fenómeno que só se começa a verificar a partir de 2023, ao mesmo tempo que continua a verificar-se o envelhecimento da população.

A natalidade foi afetada “fortemente” pelas duas crises durante esse período, a primeira financeira e a segunda pandémica, o que fez com que só se registasse “uma ligeira recuperação de 2015 em diante”, logo contrariada em 2020.

Segundo Susana Clemente, do INE, em 2021, a média era de 1,35 filhos por mulher em idade fértil, salientando que “as mulheres, em períodos de crise, têm filhos mais tarde”.

”Os efeitos das crises afetaram os movimentos demográficos e, consequentemente, as estruturas familiares”, apontou.

Nas tendências da vida em casal, com base nos dados do INE, foi possível constatar que aumentou o número de casais de facto, com dois em cada dez casais a viverem em união de facto, e que “aumentou o peso relativo dos casais sem filhos no total de casais”, já que quatro em cada dez casais são casais sem filhos.

Por outro lado, diminuiu o número de casais com filhos e aumentou o número de casais recompostos a viver em união de facto. Os casais recompostos são aqueles em que há pelo menos um filho que não é comum aos dois elementos.

Fonte: Lusa