Agricultura: Abandono da atividade agrícola

Agricultura: Abandono da atividade agrícola

Entre 2019 e 2023, o número de explorações agrícolas decresceu 9,9%, registando-se uma aceleração do ritmo de abandono da atividade agrícola face à década anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Em 2023 foram contabilizadas 261,5 mil explorações, menos 28,7 mil explorações que em 2019 (-9,9%), verificando-se um aumento do ritmo de abandono da atividade agrícola no último quadriénio, face à década de 2009 a 2019”, aponta o Instituto Nacional de Estatística (INE) no “Retrato da Agricultura Nacional 2023”, elaborado com base no Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas 2023.

Segundo o instituto estatístico, esta aceleração do ritmo de redução do número de explorações agrícolas foi generalizado a todas as NUTSII, “mas foi mais evidente na Grande Lisboa, onde cerca de um quarto das explorações abandonaram atividade desde 2019”, tendo-se feito sobretudo sentir nas explorações de pequena dimensão.

Como resultado, a dimensão média das explorações aumentou 1,1 hectares de Superfície Agrícola Utilizada (SAU) por exploração desde 2019 (8,1%), passando dos 13,7 hectares para os 14,8 hectares por exploração.

Já a sua dimensão económica média subiu para os 31,4 mil euros de Valor da Produção Padrão Total (VPPT) por exploração, face aos 23,3 mil euros de VPPT em 2019.

“Apesar de um número significativo de produtores ter cessado/abandonado a atividade agrícola desde 2019, o decréscimo da SAU foi menos expressivo (-2,6%) passando a ocupar 3,861 milhões de hectares (41,9% da superfície territorial)”, detalha o INE.

O “Retrato da Agricultura Nacional 2023” aponta ainda para a manutenção da importância da especialização das explorações nacionais (três quartos do total) e para um aumento da mão-de-obra assalariada, que compensou o decréscimo da mão-de-obra familiar e interrompeu a tendência de decréscimo do volume de mão de obra agrícola registada desde 1989.

“Embora a mão-de-obra agrícola continue a ser composta maioritariamente pela população agrícola familiar (63% das Unidades de Trabalho Ano – UTA de 2023), o contributo dos trabalhadores assalariados permanentes passou a representar 22% (mais três pontos percentuais que em 2019) e o conjunto da mão-de-obra sazonal e da contratação de serviços alcançou os 15% (mais dois pontos percentuais que em 2019).

O INE refere ainda que “a importância das sociedades agrícolas na estrutura produtiva, que é muito superior à sua representatividade (6%)”, e dá conta das diferenças entre os dirigentes das sociedades agrícolas, que têm em média 54 anos e boas qualificações, e os produtores singulares, cuja média de idades é de 65 anos e a formação agrícola é principalmente prática.

Na utilização das terras, o instituto estatístico reporta um aumento da área das culturas permanentes, que ultrapassou pela primeira vez as terras aráveis, e, no regadio, a utilização de 3.000 milhões de metros cúbicos (m3) de água na rega de 581,4 mil hectares no Continente.

Ainda referido é o decréscimo do número de explorações e do efetivo de herbívoros, devido ao “aumento acentuado” dos custos de produção (sobretudo alimentação) e da falta de pastagens decorrente da seca severa.

Em sentido inverso, assistiu-se a um “aumento significativo” das explorações e das áreas certificadas em modo de produção biológico, que mais do que triplicaram em quatro anos: A representatividade da sua superfície na SAU passou de 5,3% para 18,0%, o número de explorações certificadas de 3,9 mil para 12,0 mil explorações (+205,9%) e a superfície de 211,5 mil hectares para 693,2 mil hectares (+227,8%).

No quadriénio em análise, o INE aponta ainda o “aumento da importância das boas práticas de conservação do solo, nomeadamente da mobilização reduzida e da manutenção do coberto vegetal durante o inverno”.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Cidade vai acolher uma Unidade Patrimonial Territorial (UPT)

Miranda do Douro: Cidade vai acolher uma Unidade Patrimonial Territorial (UPT)

Em 2025, oito localidades de norte a sul do país, entre as quais Miranda do Douro, vão acolher as futuras Unidades Patrimoniais Territoriais (UPT) para acompanhar o património localmente, anunciou a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no parlamento.

“Há situações muito críticas na área da preservação do património cultural, estruturas fortificadas em iminência de derrocada”, alertou a ministra perante os deputados presentes na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

Dalila Rodrigues respondia a questões sobre as UPT durante uma audição regimental na comissão parlamentar, depois de ouvida na sequência de requerimentos dos grupos parlamentares do PS e do BE sobre o Centro Cultural de Belém, a exoneração da ex-presidente e as opções políticas do Governo para esta instituição.

São Martinho de Tibães (distrito de Braga), Santa Clara-a-Velha (Coimbra), Unidade Arqueológica do Freixo (Porto), São João de Tarouca (Viseu), São Bento de Cástris (Évora), Ruínas Romanas de Milreu (Faro), Miranda do Douro (Bragança) e Marvão (Portalegre) são as localidades anunciadas pela ministra da Cultura para acolher as UPT.

Dalila Rodrigues tem vindo a criticar a reforma do setor do património cultural concretizada no início do ano pelo Governo socialista, apelidando-a de “desastrosa” sobretudo para o interior do país, nomeadamente com a extinção das antigas Direções Regionais de Cultura, que passaram competências para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do país.

Para “revitalizar o trabalho de preservação no terreno”, que, segundo a ministra, se encontra “negligenciado e excluído”, vão ser criadas as UPT para avançar em 2025 com o objetivo de solicitar as intervenções necessárias no património local.

Questionada sobre qual será a atividade e modo de funcionamento destas unidades, fonte da Secretaria de Estado da Cultura precisou que serão compostas por “equipas multidisciplinares com competências para exercer a vigilância, controlo e monitorização dos espaços e equipamentos patrimoniais da sua área de ação”.

Estas unidades dispersas pelo país “terão capacidade de apoio técnico e científico, agilizando todas as respostas necessárias ao Património Cultural – Instituto Público para dar resposta” localmente, indicou.

Em novembro, uma Nota Explicativa do programa orçamental da Cultura do Governo para 2025 indicava a concretização das UPT com uma dotação até dois milhões de euros.

A reorganização do património cultural protagonizada pela anterior tutela do Governo socialista levou à extinção da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e à criação de duas novas entidades a funcionar há quase um ano.

No lugar da DGPC foram criadas a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) e o instituto público Património Cultural, com repartição de competências e gestão de equipamentos culturais.

Fonte: Lusa

Atenor: GNR apadrinhou o burro Dom Quixote

Atenor: GNR apadrinhou o burro Dom Quixote

A Guarda Nacional Republicana (GNR) apadrinhou um burro de Miranda, de nome Dom Quixote, numa cerimónia realizada no Centro de Valorização, em Atenor, no concelho de Miranda do Douro, uma iniciativa simbólica que pretende realçar o papel desta força de segurança na defesa e preservação das raças autóctones, pois são uma riqueza natural e cultural da região.

A cerimónia de apadrinhamento realizou-se no Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, no concelho de Miranda do Douro.

De acordo com o Comandante do Comando Territorial da GNR de Bragança, Lobo de Carvalho, esta iniciativa tem como objetivo reforçar o compromisso da GNR com a preservação de espécies autóctones, em risco de extinção.

“Neste dia quisemos realçar a nossa condição de guardiães do património natural e cultural desta região e das gentes às quais servimos. Tendo em consideração que o Burro de Miranda é uma raça autóctone em risco de extinção e um símbolo de identidade, biodiversidade e riqueza histórica de Trás-os-Montes, queremos associarmo-nos a esta causa e contribuir para a sua preservação”, disse o coronel Lobo de Carvalho.

O comandante da GNR acrescentou que, com o apadrinhamento público de um exemplar da raça asinina de Miranda, pretende-se também reforçar os laços com o território e as suas populações.

“Queremos demonstrar às pessoas a importância de preservar estas raças autóctones, pois são uma riqueza da região”, justificou.

Esta iniciativa contou com o apoio dos municípios de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, que, em conjunto, demonstram um compromisso partilhado na preservação e valorização deste património regional.

Presente na cerimónia, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, agradeceu o trabalho realizado pela Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) na defesa e preservação da raça asinina do Burro de Miranda.

“Estou convencido de que se não fosse o trabalho da AEPGA, com a criação de locais como o Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, esta raça já não existiria. Por isso, há que reconhecer e valorizar o trabalho desenvolvido desde 2001, por este grupo de pessoas, maioritariamente jovens, que decidiram vir trabalhar e viver na nossa região”, disse o autarca.

Sobre o apoios prestados à raça asinina, Nuno Rodrigues, indicou que o município de Miranda do Douro assegura os custos da sanidade animal, como são os serviços de prevenção (vacinação), higiéne, vigilância, controlo e erradicação de doenças.

Por sua vez, Miguel Nóvoa, da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), disse que o apadrinhamento do Burro de Miranda pela Guarda Nacional Republicana (GNR), é uma iniciativa simbólica, que visa realçar o importante papel da GNR, na proteção da natureza e biodiversidade.

“Simbolicamente, o Comando Territorial da GNR de Bragança apadrinhou o burro Dom Quixote, um animal de 15 anos e que tem como caraterísticas a liderança e a docilidade nas atividades com as crianças. Esta colaboração com a GNR visa também partilhar conhecimentos e realizar atividades de sensibilização sobre o bem-estar animal, junto das comunidades escolares, dos criadores e outros agricultores”, informou.

Sobre a campanha de apadrinhamento do Burro de Miranda, Miguel Nóvoa explicou que esta iniciativa começou em 2005, com o propósito de angariar fundos para desenvolver o trabalho de preservação da raça.

“Ao apadrinhar um dos nossos burros, está a contribuir para a manutenção do Centro de Valorização do Burro de Miranda (CVBM). Aqui realizamos trabalhos como o apoio veterinário e logístico a todos os criadores. O apadrinhamento apoia a dinamização de atividades de sensibilização, promoção e investigação. Em suma, apadrinhar um Burro de Miranda é participar ativamente na sua preservação e na garantia do seu bem-estar”, indicou.

Em Atenor, o Centro de Valorização do Burro de Miranda alberga cerca de 60 animais. 

Durante a visita ao centro é dada uma explicação sobre o trabalho desenvolvido pela AEPGA, nos cuidados diários, no ciclo de vida destes animais e no desenvolvimento das suas aptidões. A visita guiada tem a duração de 1 hora, sendo grande parte do seu conteúdo adaptado ao interesse de cada visitante.

Para apadrinhar ou oferecer um apadrinhamento de um Burro de Miranda pode consultar a informação no sítio www.apadrinhaumburro.pt.

O público que pretenda visitar o centro deve efetuar a reserva com, pelo menos, 1 dia de antecedência, através do e-mail: reservas@aepga.pt ou dos telefones +351 273739307; +351 925790390; +351 925790394; +351 925790391.

HA

Olivicultura: Preço do azeite desce quase 30%

Olivicultura: Preço do azeite desce quase 30%

Em comparação com o ano passado, o preço do azeite diminuiu quase 30%, em resultado do aumento da produção mundial e da normalização da oferta, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a primeira estimativa das “Contas Económicas da Agricultura – 2024” do INE, “na produção de azeite é expectável, para o ano civil de 2024, um acréscimo de produção em volume (18,7%), em resultado da conjugação da excelente campanha anterior (2023/2024) com a boa campanha em curso (2024/2025)”.

“O preço deverá registar uma diminuição acentuada (-29,3%), comparativamente aos elevados preços praticados em 2023, como consequência do aumento da produção mundial de azeite e da normalização da oferta”, avança.

Fonte: Lusa

Fim-de-ano: Governo concede tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro

Fim-de-ano: Governo concede tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro

O Governo vai conceder tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro aos trabalhadores que exercem funções públicas no Estado, segundo um despacho já assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

“É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos nos próximos dias 24 e 31 de dezembro de 2024”, refere-se no despacho, assinado pelo primeiro-ministro e que é publicado em Diário da República.

Neste despacho, Luís Montenegro justifica as tolerâncias de ponto considerando ser “tradicional a deslocação de muitas pessoas para fora dos seus locais de residência no período natalício e de ano novo, tendo em vista a realização de reuniões familiares”.

Montenegro refere ainda que “a prática que tem sido seguida ao longo dos anos” e “a tradição existente no sentido da concessão de tolerância de ponto, nesta época, nos serviços públicos não essenciais”.

Em relação a estes dois dias de tolerância de ponto, excetuam-se, como habitualmente, “os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente”.

“Sem prejuízo da continuidade e da qualidade do serviço a prestar, os dirigentes máximos dos serviços e organismos referidos no número anterior devem promover a equivalente dispensa do dever de assiduidade dos respetivos trabalhadores, em dia a fixar oportunamente”, acrescenta-se.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: O Velho e a Galdrapa iniciam as Festas de Solstício de Inverno

Miranda do Douro: O Velho e a Galdrapa iniciam as Festas de Solstício de Inverno

De 22 de dezembro a 1 de janeiro de 2025, celebram-se no concelho de Miranda do Douro, as festas de solstício de inverno, antigas tradições que remetem para o ciclo da natureza e a chegada do inverno e são importantes elos de socialização nas comunidades rurais, como acontece em São Pedro da Silva, com a Festa de Santa Luzia ou do Velho e a Galdrapa.

No concelho de Miranda do Douro, a primeira Festa de Solstício de Inverno celebra-se no dia 22 de dezembro, em São Pedro da Silva, com a Festa de Santa Luzia ou do Velho e a Galdrapa. Nesta localidade, após a celebração religiosa em honra de Santa Luzia, o peditório pelas ruas da aldeia é feito por duas personagens mascaradas, o Velho e a Galdrapa, que promovem a convivência entre a população.

“É um ritual de visita, de ir de casa em casa, de celebração comunitária. Esta festa está também relacionada com o ciclo solsticial, isto é, com o tempo circular da natureza. Com a chegada do inverno, celebra-se o fim das colheitas, das vindimas, da apanha da castanha e da azeitona. Depois da azáfama e satisfação pelas colheitas segue-se a festa, com a prova do vinho novo e a matança do porco. Com o frio do inverno, os trabalhos agora são dentro de casa, com a fiação da lã e a preparação dos instrumentos de trabalho para o novo ano agrícola, que vai iniciar-se na primavera”, explicou o etnógrafo, Mário Correia.

De 27 a 29 de dezembro, celebra-se, em Constantim, a Festa de São João Evangelista ou Fiesta dos Moços. À semelhança do que acontece em São Pedro da Silva, também nesta localidade raiana, a principal atracção da festa é o peditório pela aldeia feito pelas “figuras” do Carocho e da Velha, acompanhados pela música dos gaiteiros e as danças dos pauliteiros locais.

Nesta ronda pela aldeia, o Carocho e a Velha convidam os residentes para a festa e recolhem a esmola, em dinheiro ou espécie (com o fumeiro a ser mesmo ritualmente roubado, se for preciso, pelo mascarado).

Finalmente, a 1 de janeiro, a aldeia de Vila Chã da Braciosa organiza a Festa do Menino – Fiesta De L Menino. Também nesta aldeia das arribas do Douro, o peditório para a festa decorre com a música da gaita-de-foles, as danças dos pauliteiros e as saudações aos moradores pelos mascarados a Velha, o Bailador e a Bailadeira.

Nesta festividade, a missa solene acontece por volta do meio-dia e conta com a participação das figuras e do gaiteiro. Segue-se o arraial, com o acender da fogueira no largo da igreja e o bailarico pela noite dentro, enquanto os figurantes continuam a pedir a «esmola» a quem aparece na Festa do Menino.

Com o propósito de preservar estas três festividades, o município de Miranda do Douro pretende inscrevê-las no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Na perspectiva do etnógrafo, Mário Correia, as festas de solstício de inverno do concelho de Miranda do Douro têm muito potencial, mas dependem da sua preservação e vivência pelas comunidades.

“O despovoamento das aldeias é uma séria ameaça à continuidade destas tradições. No entanto, o município de Miranda do Douro está seriamente empenhado em preservar estas antigas tradições, que estão relacionados com o tempo circular da natureza.”, explicou o etnógrafo.

HA

Miranda do Douro: Antes do Natal há Mercado Rural Mirandês

Miranda do Douro: Antes do Natal há Mercado Rural Mirandês

O Mercado Municipal, em Miranda do Douro, volta a acolher no sábado, dia 14 de dezembro, uma nova edição do Mercado Rural Mirandês, um certame anual que antecede o Natal e dá ao público a oportunidade de adquirir produtos locais como são o fumeiro, a doçaria tradicional, os produtos hortícolas, entre vários outros produtos.

O Mercado Rural Mirandês é uma iniciativa conjunta do Município de Miranda do Douro e a Associação de Produtores Gastronómicos das Terras de Miranda – Sabores de Miranda e tem como propósito, apoiar os produtores locais, na promoção e comercialização dos seus produtos.

O certame vai decorrer entre as 10h00 às 17h00 de sábado, no mercado municipal, onde vão ser expostos os produtos mais caraterísticos do concelho de Miranda do Douro, como são: a bola doce mirandesa, o folar de carne, a bola de carne, o pão, a doçaria, o fumeiro, o mel, os frutos secos, os doces e compotas, os licores, o vinho, os queijos, os chocolates, os produtos hortícolas e a fruta.

Ao longo do dia, animação do Mercado Rural Mirandês vai contar com a música dos gaiteiros da Lérias e as danças das pauliteiras de Miranda (ARJM).

HA

Trabalho: Cerca de 40% dos portugueses sente-se “desajustado” profissionalmente

Trabalho: Cerca de 40% dos portugueses sente-se “desajustado” profissionalmente

Cerca de 14% dos trabalhadores em Portugal considera ter classificações académicas excessivas para o trabalho que desenvolve, revela a OCDE, que acrescenta que 41% se sente “desajustado” por não trabalhar na área para a qual estudou.

Pela primeira vez, Portugal participou no “Inquérito às Competências dos Adultos”, que mostra que 41% da população entre os 16 e os 65 anos se sente “desajustada” porque trabalha numa área diferente daquela para a qual mais estudou.

Também são muitos os que dizem ter excesso de qualificações para o trabalho que exercem (14%), segundo o estudo que inquiriu 3.160 adultos que representam os cerca de 6,6 milhões de adultos residentes no país.

Os trabalhadores com excesso de qualificações para o cargo acabam por auferir salários 17% mais baixos do que os seus pares, com um nível de escolaridade semelhante a trabalhar em empregos ajustados, refere o inquérito realizado entre 2022 e 2023 em 31 países.

Mas também existe o inverso: Cerca de 14% dos trabalhadores admitiu ter poucas classificações académicas para o trabalho que desenvolvem em Portugal, apontando como principais problemas a falta de conhecimentos nas áreas da informática ou software (35%), seguidas de competências organizacionais ou de gestão de projetos (32%).

Em Portugal, existem grandes diferenças de empregabilidade entre pessoas com o mesmo nível de escolaridade, alertam os investigadores, que descobriram que quem tem mais facilidade com questões matemáticas tem, em média, salários 9% mais elevados.

Conhecer as competências da população no que toca a literacia mas também se consegue fazer cálculos matemáticos necessários para o dia-a-dia ou resolver problemas é o principal foco do “Inquérito às Competências dos Adultos”. 

Numa escala de zero a 500, Portugal obteve uma média de 235 pontos na literacia, 238 pontos na numeracia e 233 pontos na resolução adaptativa de problemas, ficando sempre muito abaixo da média da OCDE e nos últimos lugares do ranking que compara os 31 países participantes.

Os portugueses revelaram-se apenas melhores do que os chilenos em literacia e numeracia. Já na resolução adaptativa de problemas mostraram ter mais aptidões do que os chilenos, os polacos, os lituanos e os italianos, segundo o estudo hoje divulgado.

Os investigadores sublinham que estas três habilidades são fundamentais para conseguir um emprego, melhores salários e manter uma aprendizagem continua.

Num universo que analisa adultos dos 16 aos 65 anos, notam-se diferenças entre os mais novos e os mais velhos, com as pessoas entre os 55 e os 65 anos a demonstrar mais dificuldades nos três domínios quando comparados com os jovens adultos.

Sem grandes surpresas, o estudo mostra que pessoas com mais escolaridade têm melhores desempenhos nas três competências, mas aponta para grandes disparidades de conhecimento entre países: “Na literacia, os adultos com ensino superior em Portugal, por exemplo, obtiveram resultados inferiores aos dos adultos com ensino secundário na Finlândia”, lê-se no estudo.

Em Portugal, os homens mostraram ser mais proficientes na numeracia e na resolução adaptativa de problemas, não havendo grandes diferenças de género em literacia.

As pessoas com mais competências mostraram-se mais confiantes e mais disponíveis para ajudar o próximo, assim como manifestaram ter níveis mais altos de saúde e satisfação com a vida.

Por outro lado, “muitos adultos com baixas competências sentem-se desligados dos processos políticos e não têm competências para lidar com informações digitais complexas, o que constitui uma preocupação crescente para as democracias”, alerta o relatório divulgado.

Fonte: Lusa

Finanças: Novo IRS aplicado a rendimentos de 2025

Finanças: Novo IRS aplicado a rendimentos de 2025

O Governo vai publicar novas tabelas de retenção na fonte, de forma a acomodar as alterações ao Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), inseridas no Orçamento do Estado para 2025, para serem aplicadas aos rendimentos auferidos a partir de janeiro.

As novas tabelas de retenção na fonte já estão a ser preparadas e serão aprovadas e divulgadas após a publicação da lei do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), disse fonte oficial do Ministério das Finanças.

“Na sequência das alterações ao Código do IRS previstas na Lei do Orçamento do Estado para 2025, está prevista a aprovação e divulgação, após a publicação desta lei, ou seja, durante as primeiras semanas de janeiro, de novas tabelas de retenção na fonte que estão já a ser preparadas e que se deverão aplicar aos rendimentos auferidos a partir de 01 de janeiro de 2025”, precisou o ministério liderado por Miranda Sarmento.

O IRS foi alvo de várias alterações que terão impacto no imposto que cada contribuinte terá a pagar sobre os rendimentos auferidos ao longo do próximo ano, havendo, por isso, necessidade de as repercutir na retenção na fonte que trabalhadores dependentes e pensionistas efetuam mensalmente.

Entre essas alterações estão a subida do mínimo de existência, garantindo a continuação de isenção de tributação das pessoas que recebem o salário mínimo nacional, ou a atualização dos limites dos escalões de rendimento coletável em 4,6%.

Por seu lado e após vários anos de congelamento, a dedução específica ser de novo atualizada, avançando em 2025 para os 4.462,15 euros, após um primeiro aumento em 2024.

O próximo ano trará também uma reformulação e alargamento do IRS Jovem, regime que passa a ser aplicado por 10 anos (contra os atuais cinco) a todos os jovens até aos 35 anos de idade (sendo relevante a idade que têm no final do ano a que os rendimentos dizem respeito), independentemente da sua situação académica.

O valor limite do rendimento que beneficia do mecanismo de isenção previsto no IRS Jovem também é reforçado face ao modelo atualmente em vigor.

Em 2025, e no âmbito de várias alterações ao IRS aprovadas no verão mas que têm impacto a partir do próximo ano, haverá ainda um primeiro reforço da dedução com a renda da casa.

Atualmente os inquilinos podem abater ao seu IRS 15% com a renda da casa até ao limite de 600 euros, mas este teto vai subir para os 800 euros, prevendo-se que 50% deste aumento ocorra em 2025, 25% em 2026 e 25% no ano seguinte.

Fonte: Lusa

Futsal: Projeto internacional apoia mulheres marginalizadas

Futsal: Projeto internacional apoia mulheres marginalizadas

A Associação de Futebol de Bragança (AFB) acolheu no dia 6 de dezembro, a apresentação do projeto internacional “WIF – Women In Futsal”, que tem como finalidade possibilitar às mulheres, que vivem situações de violência e marginalização, a prática do futsal numa iniciativa em que participam equipas de Portugal, Espanha e Itália.

A Associação de Futebol de Bragança (AFB) explica, em comunicado, que o projeto decorre ao longo de 12 meses, sendo que inicialmente os três países europeus (Portugal, Espanha e Itália) vão selecionar e treinar as suas jogadoras, para depois participarem numa competição internacional, a realizar em Roma.

“Estão previstas numerosas ações para promover o desporto e o exercício físico e também para combater o estigma que muitas vezes existe em torno das pessoas mais vulneráveis”, lê-se no comunicado.

Este novo projeto inspira-se na experiência da “Crazy for Football”, a primeira equipa nacional de futsal para pessoas com problemas de saúde mental, que em Itália é um grande símbolo da luta contra o estigma da doença mental e da promoção do desporto como instrumento de reabilitação psiquiátrica.

O projeto internacional “WIF – Women In Futsal” tem como parceiros a Associação de Futebol de Bragança (Portugal), a Federacion Navarra de Fútbol (Espanha) e a ASD Crazy For Football (Itália).

Fonte: AFB