Atenor: Três mil pessoas visitaram a XIII Ronda das Adegas
A XIII Ronda das Adegas, que decorreu no fim-de-semana de 6, 7 e 8 de junho, na aldeia de Atenor, no concelho de Miranda do Douro, recebeu a visita de mais de três mil pessoas, que ficaram maravilhadas com o acolhimento da população, a gastronomia servida nas antigas adegas e o ambiente festivo animado pela música tradicional.

O evento gastronómico, cultural e musical realizou-se, mais uma vez, na zona antiga da aldeia de Atenor, onde está edificada a igreja, o lagar, o tanque comunitário e as casas tradicionais. Neste circuito, em forma de triângulo, os milhares de visitantes foram presenteados com exposições, música, tasquinhas, oficinas e workshops.
Ano após ano, a Ronda das Adegas, na aldeia de Atenor, continua a atrair a vinda de milhares de visitantes portugueses, espanhóis e de outras nacionalidades.
O sucesso do evento, explica a Associação Cultural e Desportiva de Atenor, deve-se em primeiro lugar, ao acolhimento da população, que confiadamente cede os seus antigos currais e espaços de armazenamento das alfaias agrícolas, para a instalação das tabernas, tascas e oficinas de artesanato.
Este ano, no fim-de-semana de 6 a 8 de junho, a aldeia de Atenor, recebeu a visita de mais de 3 mil pessoas. O casal de espanhóis, Irene e Miguel Angel, vieram de Zamora, juntamente com um grupo de amigos, portugueses. Nesta sua primeira visita a Atenor, os vizinhos espanhóis ficaram impressionados com a utilização dos antigos currais e adegas para aí instalar os espaços de restauração.
Outros visitantes, Renata Aguiar e um grupo de amigos vieram de Bragança, à Ronda das Adegas, pelo terceiro ano consecutivo. A visitante portuguesa, também corroborou da opinião, que o que torna este evento em Atenor tão especial é a arquitetura vernácula da localidade, com as antigas adegas e currais, a servirem de espaços de encontro e convívio.
“Na aldeia de Atenor, outro destaque são os retratos das pessoas afixados nas ruas, o que vem personificar e tornar o ambiente ainda mais acolhedor e familiar”, disse, a jovem médica.
De Nice (França), a jovem estudante de Línguas, Havy, que está a realizar um estágio na associação FRAUGA, em Picote, aproveitou a estadia em Portugal, para conhecer a Ronda das Adegas, em Atenor. A joven francesa mostrou-se surpreendida pelo caloroso acolhimento e a simpatia das pessoas e ficou fascinada com a beleza dos campos agrícolas.
“Aproveitei a estadia na região, para visitar a Ronda das Adegas. A par do acolhimento das pessoas, fiquei maravilhada com a beleza das paisagens agrícolas que rodeiam a localidade”, disse.

Do lado dos expositores, Rafaela Trigo, instalou a adega “Copos e Companhia” num dos currais, da Ronda das Adegas, em Atenor. Após vários anos a “rondar” como visitante, este ano, juntamente com amigos, decidiram aventurar-se como “taberneiros”.
“Na minha opinião, o que torna a Ronda das Adegas um evento ímpar é a contínua aposta no que é tradicional, desde os espaços, passando pela música até à gastronomia. No decorrer do evento, na adega Copos e Companhia, servimos espetadas e bifanas de javali, caldo verde, grelhadas mistas, espargos selvagens, migas, alheiras, chouriças, entre outros petiscos. Nos três dias do evento recebemos a visita de pessoas e grupos vindos de Aveiro, Porto, Famalicão, São João da Madeira, entre outras localidades do país e do estrangeiro”, indicou.

Na visita à Ronda das Adegas, António Bárbolo, veio acompanhado da esposa, e ambos realçaram que a vinda de pessoas de várias regiões do país e também do estrangeiro, traz à localidade novas visões e contributos para o desenvolvimento local e regional.
Questionado sobre as razões do sucesso deste evento no planalto mirandês, o professor António Bárbolo, respondeu que a gastronomia, a cultura e a música são ingredientes que despertam a atenção e o interesse do público.
“A organização de eventos como a Ronda das Adegas exige uma constante renovação, seja no âmbito do espaço urbano onde decorre o evento, mas também no programa cultural, com a apresentação de novidades que continuem a gerar o interesse e a vinda de público. Outro aspeto a considerar na organização destes eventos é a renovação geracional, isto é, nestas localidades a população é maioritariamente idosa, pelo que importa envolver, desde cedo, os jovens na organização e dinamização dos eventos”, disse.
No final da XIII Ronda das Adegas, Hirundino Esteves, da Associação Cultural e Desportiva de Atenor, indicou que visitaram o evento mais de 3 mil pessoas. O dirigente associativo explicou que o sucesso desta iniciativa deve-se ao acolhimento prestado pela população aos visitantes, assim como à revitalização de antigas tradições, como a arquitetura das casas, os ofícios, a música ou os jogos tradicionais.
“Antigamente, os currais que agora servem de adegas eram os espaços para alojar os animais, como as vacas, as ovelhas ou os burros e guardar as alfaias agrícolas. Quero, por isso, agradecer à população de Atenor, a generosidade e a colaboração, ao ceder temporariamente os seus imóveis, para a realização da Ronda das Adegas. Este evento tornou a aldeia de Atenor conhecida em todo o país e até no estrangeiro, o que traz retorno turístico e económico para a região”, disse.

De visita à XIII Ronda das Adegas, em Atenor, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, frisou que esta localidade do concelho, ao fazer uso de uma antiga tradição – o ir provar o vinho novo às adegas – conseguiu projetar-se em Portugal e no estrangeiro.
“Este sucesso deve-se ao trabalho de todos, a começar pela população de Atenor, que acolhe os milhares de visitantes durante os três dias do evento. Segue-se o trabalho da organização, prestado pela Associação Cultural e Desportiva de Atenor e a União de Freguesias de Sendim e Atenor. Para a realização do evento, o município de Miranda do Douro prestou um apoio financeiro de 10 mil euros, mais o apoio logístico”, informou.
Para fazer face às despesas de 25 mil euros, com a contratação dos grupos musicais, animação de rua, sistema de som, iluminação, eletricidade e outra logística, a organização da XIII Ronda das Adegas cobrou um valor de entrada (5€) ao público e angariou ainda receitas com a venda das canecas e o aluguer dos espaços aos vários expositores.
























































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