Agricultura: 2026 é o ano da Mulher Agricultora

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu medidas concretas de valorização dos preços à produção e saudou a decisão de declarar 2026 como o ano da Mulher Agricultora.

“A CNA, como sempre tem feito, lutará para que o reconhecimento pela ONU [Organização das Nações Unidas] se traduza em políticas concretas de valorização dos preços à produção e de desenvolvimento do mundo rural”, indicou, em comunicado.

Esta confederação exigiu assim a implementação plena do Estatuto da Agricultura Familiar, que defendeu ser essencial para “garantir a dignidade” das mulheres agricultoras e para o desenvolvimento do setor.

A ONU decidiu declarar 2026 como o ano internacional da Mulher Agricultora, uma decisão que a CNA saudou, mas pediu ao Governo que adote políticas que valorizem o papel das mulheres no setor.

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Conforme vincou, as políticas de desenvolvimento territorial não têm em conta as necessidades do mundo rural, o que se traduz em falta de investimento em áreas como a agricultura, mas também saúde, educação e transportes.

A isto soma-se o “progressivo encerramento” de serviços públicos, tornando estas áreas cada vez mais isoladas.

“No seu trabalho, as mulheres agricultoras que alimentam a população são prejudicadas pelas dificuldades de escoamento e pelos baixos preços na produção, num país em que o comércio de bens agroalimentares é dominado por grandes cadeias de distribuição”, sublinhou.

Já no que se refere à política agrícola, a CNA disse não existirem medidas específicas que tenham em atenção as “dificuldades e necessidades das mulheres agricultoras e rurais e das suas famílias, nem que contribuam para a igualdade de género, para o combate ao despovoamento e desertificação das zonas rurais ou que promovam o emprego das mulheres rurais”.

Para a CNA, em causa estão “medidas simples” como a majoração dos apoios no quadro da agricultura familiar.

A confederação notou ainda que os descontos das mulheres agricultoras para a Segurança Social são muitas vezes “relegados para segundo plano” devido às dificuldades financeiras das famílias.

Neste sentido, reclamou a criação de um regime adaptado à realidade das mulheres agricultoras e rurais, permitindo a saída de “situações de vida profundamente precárias”.

Fonte: Lusa

Fotos: Vera Conde

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