XX Domingo do Tempo Comum | Último Dia da Semana Nacional de Mobilidade Humana
A amizade e a bondade alimentam-nos
Prov 9, 1-6 / Slm 33 (34), 2-3.10-15 / Ef 5, 15-20 / Jo 6, 51-58
Sentar-se à mesa com outros é muito mais do que comer. Partilhar mesa é reconhecer que há laços que nos unem, que há cumplicidade. Por isso era tão comum que as alianças, entre pessoas ou nações, se consumassem com refeições. Os jantares de Estado e os copos de água são hoje resquícios desta cultura da mesa.
Quando Jesus nos convida a estar com Ele, pede-nos que nos sentemos à mesa com Ele e que o comunguemos, algo que parece uma loucura. Pede-nos que acreditemos que Deus nos ama de tal forma que se faz alimento palpável. Pede-nos que nos sentemos a uma mesa que não é para os puros e sábios, onde há lugar para os que sabem pouco ou quase nada, como nos diz o Livro dos Provérbios na primeira leitura. É para os que andam perdidos que o Senhor vem e se faz alimento.
Nós alimentamo-nos de muito mais do que comida. A presença bondosa e benquerente de outros é também alimento. É por isso que na segunda leitura ouvimos São Paulo apelar a que façamos boas escolhas, que não nos percamos pelo caminho dos prazeres imediatos, mas que dediquemos a nossa vida a dar graças a Deus em todo o lugar, a aproveitar bem o tempo que nos é dado, pois é daqui que brota a vida.
Para alguns de nós, é difícil reconhecer Jesus no dia a dia. Mas Ele está presente e não cessa de se dar. Guardemos o final dos nossos dias para reconhecer a luz recebida nesse dia, todos os gestos de bondade. E preparemos o nosso coração para o acolher, este domingo, no nosso interior, pedindo, no momento em que comungamos, que Ele sacie as nossas fomes de reconhecimento e sedes de prazer, que nos sacie com o seu Amor e nos envie ao mundo como alimento para os outros.