Ensino: Notas dos exames do 9º ano

As notas das provas nacionais do 9.º ano já estão a chegar às escolas e o Ministério da Educação deu ordens para que todos os alunos reprovados fiquem automaticamente inscritos para a 2.º fase, indicou a associação dos diretores.

“Aqui na minha escola ainda não chegaram, mas tenho conhecimento de escolas que já receberam as notas”, afirmou Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e diretor emérito da escola Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães.

Manuel Pereira revelou ainda que as escolas receberam “uma nota do Ministério da Educação a indicar que os alunos que não se encontram aprovados ficam automaticamente inscritos para a 2ª fase”.

O calendário previa que as notas das provas de Matemática e Português tivessem sido afixadas a 15 de julho, dando às famílias até 16 de julho para inscrever as crianças na 2.º fase, caso houvesse necessidade, mas os atrasos na divulgação dos resultados começou a criar alguma ansiedade.

O ministério da Educação justificou o atraso com “dificuldades técnicas” na correção das provas do 3.º ciclo, que foram feitas este ano pela primeira vez em formato digital.

Os professores que já receberam os resultados terão agora de cruzar os resultados dos exames com as notas internas de cada aluno e só depois poderão afixar as notas. Segundo Manuel Pereira esta é uma tarefa que poderá ainda demorar algumas horas. Na sua escola, por exemplo, a afixação dos resultados de cerca de cem estudantes deverá demorar cerca de duas horas.

A nota das provas nacionais tem um peso de 30% na nota final e por isso será preciso fazer contas, podendo haver situações em que os alunos ficam retidos, uma vez que ninguém pode transitar para o 10.º ano com negativa às duas disciplinas.

A solução para estes estudantes poderá ser a segunda fase das provas: Na sexta-feira realiza-se a de Português e na próxima terça-feira, dia 22 de julho, a de Matemática.

Encarregados de educação e alunos passaram o dia de terça-feira a contactar as escolas na expectativa de saber a hora de divulgação dos resultados, uma situação que criou “alguma ansiedade nas famílias e nas próprias escolas”, disse por seu turno Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

“Para evitar todo este alarido complicado, era importante que tivesse havido o cuidado de explicar publicamente o que se passa”, defendeu Manuel Pereira.

Além do atraso na divulgação dos resultados, há um outro problema que envolve os alunos de 15 estabelecimentos de ensino, onde os encarregados de educação e as próprias escolas reportaram problemas durante a realização da prova de Matemática.

Perante as queixas, o Júri Nacional de Exames decidiu dar “a possibilidade de os encarregados de educação escolherem pela validação da prova realizada, sem conhecimento da classificação, ou, em opção, anular a prova da 1.ª fase e realizar a prova na 2.ª fase como se da primeira fase se tratasse”, explicou o gabinete do ministério da Educação.

A Lusa questionou hoje a tutela sobre este assunto, mas ainda não obteve qualquer resposta quanto ao número de alunos nesta situação, quais as escolas onde ocorreram estes problemas e em concreto quais os problemas reportados que justifiquem esta opção.

Durante a realização da prova de Matemática, a 20 de junho, uma falha técnica na plataforma impediu alguns alunos de responder a um dos itens. O Ministério decidiu então anular esse item para garantir que nenhum aluno fosse prejudicado pelas falhas técnicas, assegurando a equidade na avaliação. 

O Ministério criticou também a divulgação do enunciado da prova de Matemática, feita por quase 100 mil alunos, uma vez que pretendia mantê-lo em segredo para poder replicar as provas nos anos seguintes e assim fazer uma comparação real da evolução dos alunos ao longo do tempo.

Fonte: Lusa | Foto: HA

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