Uva: Festa assinala a recuperação todos os pombais tradicionais
No sábado, dia 5 de julho, a aldeia de Uva acolhe a terceira edição da “Festa dos Pombais”, um evento cultural organizado pela Palombar, que visa promover o património arquitetónico desta aldeia do concelho de Vimioso, onde existem mais de 40 pombais tradicionais, agora totalmente recuperados.

“O nome da festa é inspirado nestes icónicos edifícios, que fazem parte do património arquitetónico e comunitário, ligados à conservação da natureza e que queremos dar a conhecer, através desta festa que simultaneamente dinamiza a aldeia, nas vertentes cultural, económica a socialmente”, explica a organização do evento,
O programa da festa inclui visitas guiadas aos pombais, teatro, oficinas para crianças, espetáculos musicais e um mercado tradicional, com artesanato e gastronomia.
No ano em que completa um quarto de século (25 anos), a organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural avança que vão ser recuperados todos os pombais tradicionais existentes na aldeia de Uva.
“Nos campos de trabalho voluntário internacionais agendados para este mês de julho vai ser concluída a recuperação de todos os pombais da aldeia. Este feito é um marco histórico na conservação do património rural vernacular edificado em Portugal. Além do seu valor patrimonial e sociocultural, estes edifícios cumprem uma função ecológica de promoção da biodiversidade e conservação de espécies ameaçadas, como a águia-de-Bonelli (Aquila fasciata).”, indica a Palombar.
Anualmente, a Festa dos Pombais é organizada pela União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva e pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, em colaboração com o Município de Vimioso e o apoio da Comissão de Festas de Uva 2025/2026.
Destaques do programa:
Passeio interpretativo e visita guiada aos pombais tradicionais
Vamos percorrer a aldeia de Uva e os seus pombais tradicionais e visitar o "Pombal aberto", o qual permite descobrir o seu interior e mostrar ao detalhe o valor único deste património e a sua função social, cultural e ecológica. A visita será guiada por um técnico especializado da Palombar.
TERRA LIVRE (concerto)
Os Terra Livre lançaram o seu primeiro álbum, "Seeds, Roots, Flowers and Fruits", no princípio de 2019, contando com a participação de Manu Chao e outros ilustres. Uma viagem eclética que parte da World Music para descobrir aquilo a que soa a "Música da Terra". A banda portuguesa dá voz ao movimento ecologista emergente, um movimento espontâneo e natural, sem fronteiras nem líderes, que se manifesta localmente e à escala mundial. Cantando a consciência, a diversidade e a pluralidade a uma só voz, Terra Livre casa simplicidade e psicodelismo, mestiçagem e misticismo, ecologia e ativismo, e cristaliza em música os ensejos.
DE L PRAINO À ESTRELA (concerto)
Um projeto de Julieta Silva e Suzana Ruano, duas músicas que se cruzaram no grupo Las Çarandas e que têm partilhado muitos palcos ao longo dos últimos anos. DE L PRAINO À ESTRELA é o ponto de encontro do trabalho a solo das duas músicas dedicado às raízes musicais de cada uma: a Suzana traz a Lhéngua e as cantigas do Planalto Mirandês e a Julieta as da Serra da Estrela e fazem com que se fundam em palco, cruzando os universos culturais das duas geografias.
CADERNO DE DARWIN (workshop de natureza e animação teatral)
O Caderno de Darwin é um Workshop e Animação Teatral com circuito de (re)interpretação da Natureza, através do humor, da expressão plástica, dramática e corporal dinamizados pela associação A Quinta Oficina.
COLUMBA LIVIA SP. DOMESTICA: AGENTE CRÍTICO DE DESCODIFICAÇÃO DE POLÍTICAS ESPACIAIS (conversa pública de apresentação do projeto e vídeo)
Este é um projeto de investigação e criação que propõe um olhar indisciplinar sobre o pombo como agente crítico e interface metabólico de descodificação de dinâmicas espaciais, socioculturais e geopolíticas. Ao longo da história, a relação entre humanos e pombos oscilou entre a veneração e a marginalização. De mensageiros a símbolos de resistência, de espécies-sentinela a praga urbana, os pombos desafiam categorizações rígidas entre domesticado e selvagem, útil e descartável, centro e periferia. O projeto mapeia e ativa ligações transterritoriais entre áreas periféricas rurais e centros urbanos, repensando a interação entre humanos e columbídeos para lá das narrativas convencionais.
Fonte: Palombar