Política: Vimioso e Alcañices comemoraram os 40 anos de adesão à União Europeia (UE)

O presidente do município de Vimioso, António Santos e o alcaide de Alcañices (Espanha), David Carrión participaram na sessão de abertura do fórum “Praças da Europa”, um evento dedicado a celebrar os 40 anos da adesão conjunta de Portugal e Espanha à União Europeia (UE).

O presidente do município de Vimioso, António Santos, discursou na abertura do fórum “Praças da Europa”, em Alcañices.

O evento realizou-se no dia 28 de maio, no Convento de São Francisco, em Alcañices (Espanha) e foi uma oportunidade para refletir sobre o impacto positivo da adesão à União Europeia (UE), na vida das localidades fronteiriças, como são Alcañices (Espanha) e Vimioso (Portugal).

Na abertura do fórum“Praças da Europa”, o alcaide de Alcañices, David Carrión, começou por evocar a data de assinatura do histórico Tratado de Alcañices, a 12 de setembro de 1297.

“Foi um tratado que definiu fronteiras, estabeleceu acordos de paz e criou alianças políticas, com os casamentos reais da infanta D. Constança com o rei de Castela, D. Fernando e do infante D. Afonso de Portugal – futuro D. Afonso IV – com D. Beatriz, irmã do rei castelhano. O Tratado de Alcañices fortaleceu e consolidou as boas relações entre os dois países, que permanecem até hoje”, disse.

Sobre a adesão conjunta de Espanha e Portugal, em 1986, à então designada Comunidade Económica Europeia (CEE), o jovem alcaide de Alcañices afirmou que esta pertença “aproximou e fortaleceu ainda mais as relações de vizinhança e fraternidade entre espanhóis e portugueses.

“A abolição das fronteiras físicas permitiu desenvolver as relações comerciais e pessoais entre as populações raianas. Recordo que até então, muitas trocas comerciais eram feitas através do contrabando”, disse.

Por sua vez, da localidade portuguesa vizinha de Vimioso, o presidente do Município, António Santos, começou por sublinhar que a participação de Portugal e Espanha na União Europeia (UE), ao longo destes 40 anos, proporcionou o desenvolvimento da cooperação transfronteiriça.

“A cooperação transfronteiriça tem sido fundamental no estudo e implementação de políticas de vizinhança. O município de Vimioso e a província de Zamora e a comarca de Aliste, em Espanha, enfrentam problemas comuns como o despovoamento, o envelhecimento da população, a falta de indústria, a escassez de ofertas de trabalho o que dificulta a fixação de jovens”, indicou.




Não obstante os problemas estruturais apontados, o autarca vimiosense apontou também o trabalho realizado nas regiões de fronteira, em áreas consideradas estratégicas, como a valorização do mundo rural, onde se destaca a riqueza ambiental e a qualidade dos produtos, tradições e o património histórico”, disse.

“As nossas regiões têm um enorme potencial de desenvolvimento. Importa, por isso, trabalharmos juntos na sua promoção. No âmbito da educação, as nossas escolas podem partilhar projetos educativos. Na saúde, podemos colaborar e melhorar os serviços. No âmbito empresarial, podemos criar sinergias. Na cultura, as nossas semelhanças e diferenças são uma riqueza”, indicou.

O presidente do Município de Vimioso concluiu a sua intervenção afirmando que “a cooperação transfronteiriça, mais do que um ideal europeu é uma necessidade concreta das regiões fronteiriças”.

António Santos deu o exemplo da cooperação transfronteiriça no âmbito da proteção civil, mais concretamente na conservação da floresta e combate aos fogos florestais.

“Através de programas europeus, como o INTERREG ou através de simples acordos de boa vizinhança, podemos fazer mais e melhor. Tal como em 1986, aquando da adesão à CEE, façamos dos nossos municípios faróis de cooperação, de inovação e de esperança para o desenvolvimento harmonioso e sustentável desta nossa região transfronteiriça”, concluiu.

Adesão de Portugal e Espanha à Comunidade Económica Europeia (CEE)

A 1 de janeiro de 1986, Espanha e Portugal passaram a ser Estados-Membros da antiga Comunidade Económica Europeia (CEE).

Os dois países assinaram o Tratado de Adesão, a 12 de junho de 1985.

A Assinatura do Tratado de Adesão de Portugal teve lugar nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, após oito anos de negociações.

HA

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