Palaçoulo: Mosteiro acolheu Leigos para o Desenvolvimento
De 1 a 4 de maio, o Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja, em Palaçoulo, recebeu a visita e a estadia de um grupo de Leigos para o Desenvolvimento (LD) que comemorou o trigésimo aniversário do regresso das missões desenvolvidas em São Tomé e Príncipe e em Moçambique.

O grupo formado por 11 pessoas, vindas de localidades como Coimbra, Batalha, Porto e Lisboa decidiram comemorar os 30 anos de regresso das missões, com uma visita e estadia na hospedaria do mosteiro trapista, em Palaçoulo.
“À semelhança do que nós, leigos para o desenvolvimento fizemos há 30 anos com as viagens e as missões em África, quisemos conhecer as dez monjas trapistas que deixaram Vittorchiano, em Itália, para fundar um mosteiro, em Palaçoulo, na diocese de Bragança-Miranda”, justificou, Madalena Abreu, leiga voluntária em São Tomé e Príncipe.
Ao longo de quatro dias, o grupo de leigos ficou alojado na hospedaria do mosteiro trapista e acompanhou o dia-a-dia monástico, com a participação nas orações, na missa diária e nos trabalhos das monjas.
“Estes quatro dias no mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo foram uma oportunidade de encontro entre nós, os Leigos para o Desenvolvimento e também de descanso e oração junto da comunidade trapista”, disse.
Madalena Abreu explicou que em 1995 decidiu participar nos Leigos para o Desenvolvimento, consciente das necessidades que havia em África e assegurou que foi uma experiência enriquecedora.
“Fomos trabalhar para a paz e o desenvolvimento e em termos humanos foi uma experiência enriquecedora. Entre os leigos criou-se um amizade para toda a vida. Há trinta anos havia muitos jovens interessados em participar nestes projetos de voluntariado, com vontade de dedicar 1 ou mais anos da sua vida a um país em desenvolvimento”, indicou.

Outro leigo, Paulo Frois, foi missionário no Malawi, em 1993 e 1994, quando este país africano recebeu mais de um milhão de refugiados moçambicanos, por causa da guerra civil.
“Aquele pequeno país pobre, de língua inglesa, recebeu de braços abertos um milhão de refugiados moçambicanos. Naquela situação, trabalhei como voluntário no Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), num programa de educação, em conjunto com professores”, recordou.
Em outubro de 1994, após 16 anos de guerra civil e a assinatura dos acordos de paz realizaram-se em Moçambique as primeiras eleições gerais multipartidárias.
“As eleições levaram ao regresso dos refugiados a Moçambique e nós os leigos regressamos com eles, para começar a trabalhar nas missões dos padres jesuítas, na região da Angónia”, disse.
Trinta anos passados e questionado sobre a importância do encontro com outros leigos, Paulo Frois, respondeu que é a oportunidade de partilhar e agradecer uma experiência que transformou as vidas dos voluntários.
“A beleza e a alegria que nos encheu é tão grande, que nós, os Leigos para o Desenvolvimento não podemos estar sem nos reencontrarmos regularmente. Por isso, todos os anos, marcamos um encontro. No ano passado foi em Coimbra. E este ano foi em Palaçoulo”, disse.
Os Leigos para o Desenvolvimento são uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, que trabalha há mais de 35 anos em países de língua portuguesa, com vista à capacitação e autonomização de pessoas e comunidades.
A atuação desta ONGD católica faz-se através de voluntários missionários qualificados, que desenvolvem projetos em áreas como a educação e alfabetização, formação e empreendedorismo, saúde e promoção da mulher.
Atualmente, os Leigos para o Desenvolvimento têm projetos em Angola e São Tomé e Príncipe.
HA