II Domingo do Tempo Comum
Deus dá sabor à vida!
Is 62, 1-5 / Slm 95 (96) 1-3.7-8a. 9-10a.c / 1 Cor 12, 4-11 / Jo 2, 1-11
Entramos no chamado Tempo Comum, em pleno Ano Santo. Este é o tempo em que cada um é convidado a acompanhar, na rotina do dia a dia, o mistério de Cristo na sua totalidade. O Jubileu de 2025 convida-nos a sermos «peregrinos da esperança» e a pormos em Jesus a nossa confiança. Começamos, assim, com o episódio das Bodas de Caná, o primeiro sinal de que o reino de Deus já está no meio de nós.
Jesus é o mestre dos impossíveis. Numa festa de casamento em que parece faltar o vinho, faz o milagre acontecer. Tudo ocorre através de Maria, a Mãe atenta aos pormenores. É ela a primeira a confiar no poder do Filho, naquela que é a grande imagem do reino de Deus: um banquete onde somos convidados a tomar parte na festa com confiança. Nesta cena do Evangelho, Maria vem dizer-nos que há momentos em que só Jesus pode dar novo sentido à vida e abrir a uma nova compreensão os acontecimentos dolorosos.
A acompanhar este episódio da vida de Jesus, o Livro de Isaías traz-nos a imagem esponsal do amor entre a esposa e o marido. O profeta recorda ao Povo de Israel que Deus vê além das aparências. Podemos dizer que o amor de Deus transforma a nossa vida insípida, como a água, em nova vida cheia de sabor, como é o vinho. Este apelo do profeta é muito atual quando pensamos na esperança. Deus é fiel ao seu amor, está sempre pronto a recomeçar a relação, se nos voltarmos para Ele e lhe dermos o pouco que temos.
Na Primeira Epístola aos Coríntios, diz São Paulo que «há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo». Recebemos de Deus dons e talentos para pormos a render ao serviço da unidade da comunidade cristã e é na diversidade que está a riqueza da Igreja. Estamos hoje no segundo dia da «Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos». Temos de ser mediadores da graça de Deus uns para os outros, em sinodalidade e na diversidade, atentos ao «vinho» que falta e à forma de o fazer multiplicar. Neste caminho, não estamos sós, pois temos connosco Maria a interceder junto de Deus.