Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria (Solenidade)
Como respondo ao convite de Deus?
Gen 3, 9-15.20 / Slm 97 (98) 1-4 / Ef 1, 3-6.11-12 / Lc 1, 26-38
Celebramos hoje a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Para que Jesus Cristo pudesse incarnar e fazer-se homem, era preciso que alguém se dispusesse a acolher o Salvador do mundo. Maria foi a eleita para esta missão, uma mulher simples do seu tempo, a quem foi anunciada a vinda do «Filho do Altíssimo».
Ao lermos a anunciação do anjo a Maria, no Evangelho de São Lucas, entramos no coração de Maria. A cena acontece em Nazaré, uma cidade desconhecida das grandes profecias, perdida no Norte de Israel. Aí, numa casa banal, o Anjo Gabriel saúda a «cheia de graça», comunicando-lhe que o Senhor está com ela. Neste diálogo, Maria coloca-se ao serviço dos projetos de Deus. Neste acontecimento, somos interpelados sobre a forma como vamos respondendo aos projetos que Deus nos tem pedido. Vivemos a «jogar à defesa», impondo condições, ou vamos de coração aberto e cheios de graça?
Quando recusamos colaborar com Deus na sua obra redentora, estamos a repetir o gesto de transgressão de Adão e Eva, que nos apresenta o Livro do Génesis. Ou então Deus torna-se um rival e começamos a achar que a nossa liberdade se conquista sendo autossuficientes. Curiosamente, sem Deus cresce o isolamento, a insegurança, o medo e a exclusão. Em vez de colaboradores, tornamo-nos rivais do Criador.
Diante do convite do anjo a Maria, surpreendem-nos as palavras de São Paulo à comunidade cristã de Éfeso: «Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Ele nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença». Como Maria, somos escolhidos para colaborar na construção do Reino e somos abençoados com dons para levar a bom termo os seus projetos.