Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo / Dia Mundial da Juventude

Cristo é Rei em amor pelos homens

Dan 7, 13-14 / Slm 92 (93), 1-2.5 / Ap 1, 5-8 / Jo 18, 33b-37

Hoje é dia de Cristo Rei. Muitos veem esta festa como um ultrapassado e incómodo resquício de outros tempos, de promiscuidade entre poder temporal e espiritual. Mas o senhorio que se recorda aqui é o do Senhor, não o da Igreja ou dos seus membros e, como Ele próprio afirma no Evangelho de João que hoje escutamos, o seu Reino não é deste mundo.

Há um duplo sentido na forma como São João utiliza a palavra «mundo». Num primeiro sentido, Ele refere-se à totalidade da Criação, um Universo criado e sustentado pelo amor divino, o mundo que Deus ama de tal forma que oferece o seu próprio Filho para o redimir. Num segundo sentido, «mundo» é, em São João, uma forma de organização do poder que choca com a vontade de Deus, uma realidade política e cultural marcada pelo egoísmo, ódio, divisão e violência. É por isso que Cristo hoje afirma: «se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus».

Cristo é efetivamente Rei. É Ele o verdadeiro Senhor do Universo, mas a sua coroa é feita de espinhos e o seu trono é um instrumento de tortura. Ele é Rei porque não abdica do verdadeiro poder, o amor de Deus pela Humanidade. Ele é Rei porque rejeita entrar em jogos mesquinhos de poder, em negociatas interesseiras, como tantos agentes políticos que podemos encontrar no Antigo e Novo Testamentos, bem como nos nossos dias. Ele é Rei porque é fiel e n’Ele não há mentira nem engano. Estas são as marcas da realeza, uma realeza que incomoda e que é, em si mesma, uma provocação.

Nós sempre fomos uma religião subversiva e incómoda para o poder vigente. Um dos primeiros títulos atribuídos a Jesus é «Senhor», algo que nós tendemos a ler espiritualmente, mas que nos inícios era uma forma de desautorizar o poder do Imperador, para quem o título de «Senhor» estava reservado. Nas primeiras pregações, orações e nas cartas de São Paulo, Iesus Kyrios é o título mais comummente usado e, muitas vezes, causa de perseguição, pois Ele é verdadeiramente o Senhor do mundo e conta connosco para caminharmos com Ele, instaurando o Reino.

Permaneçamos fiéis ao senhorio de Jesus. Não hesitemos em proclamar este título, pois, de uma assentada só, negamos todos os falsos líderes e poderes e aclamamos o verdadeiro Rei, Jesus Cristo, o Senhor.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Deixe um comentário