Palaçoulo: Cinquenta pessoas na hospedaria do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja

De 24 de agosto até 4 de setembro, a hospedaria do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, está a albergar um grupo de cinquenta pessoas (crianças, jovens e adultos) que estão a realizar um campo de férias, dedicado à oração e ao trabalho, ajudando assim as monjas trapistas.

O responsável pelo grupo, Duarte Gorjão, explicou que o campo de trabalho “Ora et Labora” é um projeto de voluntariado que tem como objetivo dedicar 11 dias das férias, ao serviço de uma comunidade religiosa e ao cuidado do bem comum.

“Inspirados pela regra beneditina Ora et labora (oração e trabalho), procuramos crescer na santidade, especialmente através do serviço ao próximo, participando em cada ano, numa obra importante para uma comunidade religiosa”, disse.

Este ano, os jovens voluntários viajaram até Palaçoulo, acompanhados por um sacerdote e dois seminaristas, para participar na limpeza do terreno existente entre a hospedaria e o mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, onde vai ser construído, futuramente, um jardim e um caminho pedonal.

“No decorrer da estadia no Mosteiro de Palaçoulo, também ajudamos as monjas trapistas noutras tarefas, como na colheita de batatas, na apanha das amêndoas e na montagem de mobiliário”, indicou.

O dia-a-dia em Palaçoulo, para estes 50 visitantes, começa bem cedo, às 6h30 da manhã, para participar na oração comunitária de Laudes e na eucaristia diária, com as monjas trapistas.

Segue-se depois o pequeno-almoço, no refeitório da hospedaria, sendo que as refeições são preparadas pelo próprio grupo de voluntários.

“O trabalho decorre ao longo das manhãs, havendo também uma pausa para um pequeno lanche e uma reflexão espiritual sobre o tema do campo, que este ano é dedicado ao conhecimento do Sagrado Coração de Jesus”, informou.

Finalizada a manhã de trabalho e após o almoço, as tardes são dedicadas ao lazer. Em Palaçoulo, os voluntários podem optar por descansar, ler, passear ou conhecer a região com idas à praia fluvial de Uva, no concelho de Vimioso, ou então visitar a cidade de Miranda do Douro.

Ao final da tarde, no Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, há um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, na capela, que antecede o jantar.

Ao serão, os voluntários rezam o terço em grupo e convivem antes da oração da noite e do descanso.

Após cinco dias de estadia em Palaçoulo, Duarte Gorjão, que é estudante de arquitetura, expressou muita admiração com a construção do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, que utiliza materiais da região, como o xisto.

“O planalto mirandês fica bem longe de Lisboa, mas a beleza natural desta região e a arquitetura vernácula do mosteiro valem bem o esforço da viagem”, disse.

A primeira edição dos campos de oração e trabalho (Ora et labora) realizou-se em agosto de 2020, em plena pandemia. Nesse ano, um grupo de 20 jovens, rapazes e raparigas, viajaram até à Vila do Crato, no Alto Alentejo, mais concretamente para o Carmelo de São Nuno de Santa Maria (irmãs carmelitas descalças). Aí, os jovens voluntários ajudaram na reabilitação do edifício e na instalação de um sistema de rega automático no pomar do mosteiro.

Depois, o projeto “Ora et Labora” foi crescendo no número de voluntários e segui-se outra missão, desta vez no mosteiro cisterciense no Gerês, onde ampliaram a capela e construiram uma loja para venda de produtos.

Desde então, o campo de férias “Ora et labora” realiza-se todos os anos, em várias comunidades religiosas de Portugal.

HA

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