Saúde: Atrasos significativos nas consultas de cardiologia
No segundo semestre de 2023, o tempo máximo de resposta foi ultrapassado em cerca de 92% das consultas de cardiologia, com mais de 23.448 utentes a aguardarem a primeira consulta no final deste período.
De acordo com uma monitorização sobre os tempos de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), indicou que no segundo semestre de 2023, foram realizadas 19.642 primeiras consultas de cardiologia nos hospitais públicos, um aumento de 0,3% face ao mesmo período de 2022.
Neste período, “os TMRG [Tempos Máximos de Resposta Garantidos] foram ultrapassados em 91,8% das consultas de cardiologia realizadas”.
Por sua vez, contabilizaram-se 16.207 primeiras consultas com suspeita ou confirmação de doença oncológica, todas realizadas em hospitais públicos.
Contudo, a ERS ressalvou que “não foi avaliada a evolução do número de consultas do foro oncológico realizadas nos hospitais públicos no segundo semestre de 2023 face ao período homólogo de 2022, na medida em que no segundo semestre de 2022 o Registo de Saúde Eletrónico no Sistema Integrado de Gestão de Acesso (SER-SIGA) ainda não se encontrava em fase de implementação”.
Os TMRG foram ultrapassados em 61,7% das consultas realizadas e 10.775 utentes aguardavam, no final do ano, a primeira consulta com suspeita ou confirmação de doença oncológica.
No que diz respeito aos doentes em espera, os tempos máximos de resposta foram ultrapassados em 81,5% dos casos.
Neste caso, os TMRG foram ultrapassados em mais de 56% das consultas realizadas.
O número de utentes em espera para a primeira consulta cresceu 33,8% em 31 de dezembro de 2023, atingindo 778.640.
Quanto às consultas realizadas nos prestadores protocolados, “no segundo semestre de 2023 foram realizadas 33.563 primeiras consultas de especialidade hospitalar – não incluindo consultas de cardiologia, nem consultas com suspeita ou confirmação de doença oncológica”.
Os tempos máximos de resposta foram ultrapassados em 30% das consultas realizadas.
Os doentes em espera para primeira consulta ascenderam a 27.055, 54,5% dos quais com espera superior aos TMRG.
Nos hospitais de origem do setor público, foram realizadas 253.267 cirurgias programadas, excluindo as de cardiologia e da área oncológica, o que corresponde a uma quebra de 0,4%.
Cerca de 14,6% dos utentes foram sujeitos a tempos de espera superiores aos TMRG.
No final de 2023, 185.444 utentes estavam em lista de inscritos para cirurgia de outras especialidades, uma diminuição de 1,9% no número de doentes em espera.
Nos hospitais públicos realizaram-se mais 5,8% de cirurgias programadas no âmbito de doença cardíaca, com um total de 4.329.
Mais de 2.900 utentes aguardavam uma cirurgia cardíaca, um aumento de 1% na lista de espera.
Já nos hospitais protocolados executaram-se 8.782 cirurgias programadas, 75 de oncologia.
Nos hospitais de destino, “através da utilização de nota de transferência ou vale cirurgia”, foram realizadas 12.253 cirurgias programas, não incluindo as de cardiologia e oncologia.
Fonte: Lusa