XIII Domingo do Tempo Comum
Levanta-te!
Sab 1, 13-15; 2, 23-24 / Slm 29 (30), 2.4.5-6.11-12a.13b / 2 Cor 8, 7.9.13-15 / Mc 5, 21-43 ou 5, 21-24.35b-43
Nos tempos do nosso confinamento, vivi muito preocupado com a situação de um amigo. Parecia-me que estava a tomar uma série de decisões erradas, que o magoavam não só a ele, mas a todos os que o rodeavam e lhe queriam bem. O que causava maior transtorno eram as nossas conversas, em que se revelava difícil ajudá-lo a compreender o impacto das suas opções.
Encontrava-me entre os que choravam e lamentavam o seu destino. Não por coincidência, mas sim por ação do Espírito Santo, na liturgia desses dias escutei o Evangelho deste domingo, a história de Jairo que pede a Jesus que salve a sua filha. As palavras de Jesus ganharam então raízes em mim: «Não morreu: está a dormir». A situação desesperante que me estava a levar a quase baixar os braços ganhou nova luz: não é tanto que esteja perdido para sempre, mas sim que precisa de ser despertado. Renovou-se então o meu ânimo e a minha vontade de estar com ele e de acompanhar o seu caminho, de fazer parte do seu caminho.
Desde então, quando sinto que fraqueja a minha esperança em alguém, sempre que fico angustiado com o caminho que vai trilhando, regresso a estas palavras de Jesus: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». E rezo para que Jesus se aproxime, pegue na sua mão e diga «Talitha kum», que significa «menina, eu te ordeno: levanta-te»