Atenor: XII Ronda das Adegas deliciou os visitantes do litoral

A XII Ronda das Adegas que decorreu no fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, voltou trazer até à aldeia de Atenor milhares de pessoas, muitas delas vindas do litoral do país e que ficaram deliciadas com a ruralidade de um evento que continua a proporcionar o convívio, a degustação da gastronomia local e muita animação musical.

Numa avaliação à XII Ronda das Adegas, Vitor Rodrigues, presidente da Associação Cultural e Recreativa de Atenor, disse que a instabilidade meteorológica dissuadiu a vinda de algum público. Ainda assim, o dirigente associativo, expressou satisfação pela contínua afluência de pessoas ao evento cultural e gastronómico, que desperta o interesse, em particular, de público de outras regiões do país e também do estrangeiro.

Foi o caso do casal de emigrantes, António e Julieta, que vieram pela primeira vez à Ronda das Adegas. Em Atenor, os portugueses emigrados em França, apreciaram a originalidade de transformar os antigos currais e casas antigas, em adegas e tabernas.

Nestas adegas improvisadas serviram-se caldo verde, bifana, espetadas, orelhas, presunto, pernil, moelas, queijo, feijoada de javali, tripas, misto de carne e churrasco de frango. As bebidas mais solicitadas foram a sangria, o sidra e o vinho.

A família Pereira, que veio de Vila do Conde para gozar o fim-de-semana prolongado na cidade de Miranda do Douro, tinha como propósito inicial visitar os miradouros sobre o rio Douro.

“Viemos com o propósito de ver os miradouros e soubemos que estava a decorrer a Ronda das Adegas. Viemos até Atenor e gostamos mesmo muito do ambiente acolhedor desta aldeia. Na grande variedade de adegas, aproveitamos para comer umas chouriças assadas e provámos o vinho”, disse.

Outro casal, António Miguel e Angélica Silva, acompanhados do filho mais novo, Francisco, também foram estreantes na Ronda das Adegas. Nesta visita a Atenor, a jovem família que vive na Trofa, apreciou o concerto dos Pica Trilha e a visita ao Centro de Valorização do Burro de Miranda.

Questionado sobre que atividades gostariam de desenvolver se decidissem mudar-se para o planalto mirandês, esta jovem família respondeu que gostaria de dedicar-se à agropecuária, à apicultura e ao artesanato com materiais locais.

“Esta região, pelo sossego e pela beleza natural é um pedacinho de céu na terra!”, disse o jovem Francisco.

De Vizela, veio um grupo de jovens que apreciaram as danças dos pauliteiros, os petiscos e os vinhos da cooperativa Ribadouro e os concertos musicais.

Atuação dos Pauliteiros de Sendim, na XII Ronda das Adegas.

Dada a afluência de público de todo o país à Ronda das Adegas, Regina Nobre, presidente da Ribadouro, disse que o evento é uma oportunidade para apresentar os vinhos da cooperativa de Sendim.

“Ao longo dos três dias do evento decidimos promover os vinhos produzidos pela cooperativa Ribadouro, com destaque para as marcas Ribeira do Corso, Lhéngua Mirandesa e Pauliteiros”, disse.

Com o objetivo de contribuir para a evolução da Ronda das Adegas, a presidente da Ribadouro sugeriu que outros produtos locais como o azeite, o mel, compotas, frutos secos, doçaria tradicional, produtos hortícolas, fumeiro, artesanato, etc., também tenham a oportunidade de dar visibilidade ao que de melhor se produz no planalto mirandês.

Ana Ramalho, que tem acompanhado a Ronda das Adegas desde a primeira edição, elogiou a evolução e a divulgação do evento.

“Ao longo dos anos, a Ronda das Adegas tem crescido de forma sustentável, quer do lado da população local, que procura renovar os currais para a instalação das adegas. Do lado dos expositores, há cada vez mais gente a querer participar com a instalação de uma adega, com petiscos e bebidas. Destaco ainda a animação do evento que conta com a participação entusiasta de vários grupos locais”, destacou.

No entanto, Ana Ramalho chamou a atenção para o preocupante decréscimo do número de oficinas e dos ofícios artesanais no evento.

“Antigamente, havia uma grande variedade de oficinas para aprender a tocar gaita-de-foles, para aprender as danças dos pauliteiros, para cozer pão, para fazer queijo, para aprender a apicultura, etc. E a Ronda das Adegas distingue-se pela ruralidade que oferece como um todo: a natureza envolvente, o património edificado, o acolhimento das suas gentes, os ofícios e o artesanato, os jogos tradicionais, os produtos locais e os animais”, lembrou.

De acordo com a organização, na XII Ronda das Adegas participaram artesãos dos escrinhos, da cestaria, da olaria, da fiação da lã e do linho e os artigos em burel.

HA

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