Solenidade da Santíssima Trindade

Comunhão

Deut 4, 32-34.39-40 / Slm 32 (33), 4-6.9.18-20.22 / Rom 8, 14-17 / Mt 28, 16-20

Olhar o mistério da Trindade é entrar no amor que une Pai, Filho e Espírito Santo e, simultaneamente, no amor que nos une a Deus. O nosso desejo de nos sentirmos seguros tenta reduzir toda a realidade a um problema por resolver, e por isso a Trindade parece algo tão grande e distante. Mas Deus não é um problema, é um mistério. E no mistério entra-se. O mistério de Deus ultrapassa todos os nossos anseios e revela-nos o essencial: o centro de tudo é a relação amorosa entre as três pessoas da Trindade.

Nós pouco mais conseguimos do que balbuciar Deus. Mas ao longo dos séculos arriscámos falar um pouco mais sobre cada uma das pessoas da Trindade, principalmente a partir daquilo que Jesus nos revelou sobre o Pai e o Espírito Santo. Quando olhamos o Credo, facilmente reconhecemos que é escrito de forma trinitária: cremos no Pai, que é fonte de tudo e que envia o Filho; cremos no Filho, que, sendo de igual dignidade ao Pai, é enviado em busca da humanidade e a mostrar o caminho da salvação; cremos no Espírito, que inspira profetas, nos reúne em Igreja e nos alimenta através dos sacramentos.

Olhemos uma família ou uma comunidade. Paremos um pouco no mistério que a congrega e lhe dá identidade. Quando os seus membros estão juntos, mas não vão além do interesse individual, é fácil vermos que o que está diante dos nossos olhos é uma mera «coligação útil», um arranjo de conveniência.

Quando os seus membros dão vida uns aos outros oferecendo as suas vidas, quando testemunhamos a comunhão, aí, sim, torna-se mais fácil reconhecer a presença de Deus e a sua ação.

Neste domingo da Santíssima Trindade não nos deixemos amedrontar pelo tamanho deste mistério: olhemos, com honestidade e simplicidade, as nossas relações e questionemo-nos se vivemos em dinâmica amorosa de entrega mútua de vida, se experimentamos a comunhão. E, se assim for, alegremo-nos, pois estamos a viver o mistério trinitário. E bem melhor que tudo compreender sobre Deus, é viver n’Ele, com Ele e por Ele.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

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