Educação: Disciplina de EMRC ajuda a afirmar que «a paz é possível»
O diretor do Secretariado de Educação Cristã, na Igreja católica, afirmou que a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) ajuda “num tempo de guerra, a sonhar e a perspectivar o futuro”.
“(A disciplina) Ajuda a desbravar o futuro, a conhecermo-nos melhor e a ter os valores estruturantes da pessoa humana: a amizade, o perdão, a capacidade de perdoar. Neste tempo que vivemos de guerras, ajuda a sonhar e a perspectivar o futuro. Gestos partilhados entre jovens e professores com uma vela na mão, como o que vivemos ontem, significava também isto: a paz é possível”, explicou Fernando Moita.
“A disciplina de EMRC ajuda a formar a pessoa no seu todo e apelamos muito aos professores que motivem nos agrupamentos, às famílias para que acreditem que a disciplina quer receber as suas crianças e filhos, dizendo que a aprendizagem e a vida em construção destas crianças será mais eficaz”, acrescentou.
O diretor do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC) reconhece a escola como o “lugar por excelência para construir o futuro” e a “educação como “valor primordial”.
“Enquanto disciplina quisemos apostar neste encontro na dimensão do coração e nos sentidos: só viveremos um futuro maravilhoso se, no hoje, tivermos a capacidade para olhar, com os pés assentes na terra, saborear o que a natureza nos dá, o que o trabalho dos irmãos nos oferece. Os alunos fizeram uma experiência de saborear a vida e projetar o seu futuro”, traduz.
O responsável enquadra o trabalho que está a ser realizado pelo SNEC para “estar cada vez mais dentro e nos lugares onde os jovens estão”.
“Esta dimensão dos recursos digitais significa dizer aos jovens e famílias, que escolhem a disciplina, que queremos dar o melhor que conseguimos e, sobretudo dizer aos professores, que são brilhantes no seu trabalho, homens e mulheres apaixonados pela causa da educação e do Evangelho, dizer que a Igreja quer ajudar no cumprimento da sua nobre tarefa, ajudar a juventude a crescer e a sonhar”, enfatiza.
De Guimarães, Jéssica Martins, a frequentar o 10º ano, explica que com a inscrição na disciplina consegue “aprender mais” e que a participação no encontro em Bragança lhe permitiu “conhecer melhor a música católica”, novos lugares e novas amizades.
“Em EMRC além de aprender sobre religiões, aprendemos mais sobre nós e a respeitar os outros. Esses conteúdos não estão presentes em outras disciplinas”, indica.
A colega Rafaela Matos diz ser católica e que isso a levou a inscrever-se em EMRC.
“Nas aulas aprendemos a respeitar as diferentes religiões, falamos um bocado de todas e isso captou-me a atenção, a respeitar as pessoas, e isso é algo importante em especial nesta idades. Sinto que em EMRC aprendemos a valorizar a nossa liberdade, podemos exprimir-nos, podemos praticar a religião que queremos, admitir o que gostamos ou não”, explica.
D. Nuno Almeida, bispo da diocese de Bragança-Miranda, anfitriã do encontro lembrou “ecos da JMJ Lisboa 2023 com a invasão de uma onda jovem na cidade”.
“Neste momento precisamos compreender que as pessoas não se inscrevem ou não virão para o Seminário espontaneamente. O ambiente cultural requer um esforço de aproximação, com amizade e simplicidade, para partilhar experiências, dúvidas mas também o acreditar nos valores do Evangelho, que isso traz alegria, dá rumo e sentido à vida”, explicou.
Fonte: Ecclesia