Legislativas: «É impensável» deixar a responsabilidade do voto «nas mãos de outros» – Raquel Abecasis
A jornalista Raquel Abecasis defendeu que o direito de voto é uma “responsabilidade individual” e é “o mínimo” que cada cidadão pode fazer para depois “exigir uma sociedade que seja ideal”.
“Eu diria que é impensável um católico achar que essa é uma responsabilidade que deve ficar nas mãos de outros e que se abstenha dessa responsabilidade. É uma responsabilidade que deve ser exercida em consciência, com discernimento, de acordo com alguns critérios”, afirmou, em entrevista à agência Ecclesia, no âmbito das eleições legislativas do próximo domingo.
A jornalista abordou o encontro de apresentação do manifesto de juízo do movimento católico “Comunhão e Libertação”, sobre ato eleitoral que se aproxima, o qual teve como objetivo ser “uma tentativa de dar um contributo para o momento político que se avizinha”.
“Aquilo que nós tentámos fazer foi, no fundo, tentar reunir um bocadinho aquilo que são as questões principais que nos devem motivar na hora de escolher em quem votar”, explica Raquel Abecasis.
O documento resulta de um encontro que decorreu a 5 de março, com o tema “Uma oportunidade para colocar o homem no centro da política para fazer renascer a Esperança – Eleições de 10 de março de 2024”.
O encontro incidiu sobre quatro pontos -s a liberdade de educar, a liberdade religiosa, o apoio ao mais pobres e o direito de viver – que, segundo Raquel Abecasis, são fundamentais para “viver numa sociedade livre” e “construtiva”.
“Na educação está também o nosso futuro e na educação está a nossa capacidade de projetar nos nossos filhos, nas gerações mais novas, aquilo que é um conceito de vida ideal, seja ele qual for. E, portanto, essa liberdade não deve ser retirada às pessoas e não deve sobretudo ser substituída pelo Estado”, salientou.
Sobre a liberdade religiosa, Raquel Abecasis indicou que esta permite a possibilidade de a religião não ser “uma coisa escondida dentro de quatro paredes, mas que possa ser uma coisa que se manifesta em sociedade”.
“O homem completo precisa dessa dimensão e as sociedades constroem-se também com essa dimensão”, insiste.
“E depois, finalmente, a questão da vida, porque o respeito à vida é para nós a coisa mais essencial e, para uma sociedade democrática que pretende a felicidade das pessoas, o respeito à vida é absolutamente essencial”, reiterou.
No manifesto, Comunhão movimento Comunhão e Libertação assinala que “a democracia não se resume ao direito de votar, mas é o direito de construir realidades sociais de acordo com um ideal partilhado”.
A Agência ECCLESIA publica documentos e opiniões sobre as Legislativas 2024 no separador www.agencia.ecclesia.pt/portal/legislativas2024.
Fonte: Ecclesia