Miranda do Douro: Língua mirandesa foi oficialmente reconhecida há 25 anos

No dia 29 de janeiro, assinalaram-se os 25 anos do reconhecimento oficial da língua mirandesa, através da publicação em Diário da República da lei 7/99, que reconheceu os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

Recorde-se que esta lei foi aprovada na generalidade, na assembleia da república, a 17 de setembro de 1998. Quatro meses depois, a lei entrou em vigor com a publicação em Diário da República, a 29 de janeiro de 1999.

Em declarações à agência Lusa, o então deputado, Júlio Meirinhos, recordou que nessa data havia pessoas que nunca tinham ouvido falar da língua mirandesa, onde se incluíam deputados na Assembleia da República.

“Com a aprovação da chamada Lei do Mirandês, esta língua tornou-se mais conhecida para todo o país e também no estrangeiro; começou a despertar a atenção de linguistas e investigadores da língua e cultura mirandesa. E o ensino do mirandês nas escolas tornou-se numa realidade. Assim como a escrita de obras literárias em mirandês”, disse.

Após a publicação da lei, outro passo importante foi a publicação da Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa, que permitiu uniformizar a escrita, já que se trata de um idioma que foi transmitido, ao longo de séculos, através da oralidade.

Não obstante os esforços realizados, a língua mirandesa continua a correr o risco do desaparecimento. Segundo um estudo da Universidade de Vigo, estima-se que atualmente cerca de 3.500 pessoas conhecem a língua mirandesa, mas apenas 1.500 a falam regularmente.




Para salvar o mirandês, realizou-se a 27 de dezembro de 2023, o primeiro Conselho Geral para a Língua Mirandesa. Com esta iniciativa, o município de Miranda do Douro, liderado por Helena Barril, pretende desenhar um plano estratégico para a salvaguarda da língua, auscultando as várias entidades e personalidades que se dedicam ao estudo, preservação e divulgação do mirandês.

HA

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